Auto-estima é a visão que toda pessoa tem em relação a si mesma. Traduzindo: é o sentimento, a emoção e a atitude que ela tem em relação a si própria, que irá refletir sobre o sentimento, a emoção e a atitude que ela terá sobre as outras pessoas. Dessa forma, devemos acreditar que ela é importante em todos os ambientes em que estamos inseridos.

Quando falamos sobre auto-estima no ambiente escolar a maioria das pessoas pensam na importância dela para o desenvolvimento e o aprendizado da criança, posto que ela começa a se formar na infância, que é uma fase de fundamental importância.

Entretanto, apesar da auto-estima começar na infância, ela se forma e transforma durante toda a vida. E isso acontece por intermédio dos relacionamentos interpessoais. Dessa forma acredito que para trabalhar a auto-estima da criança, antes de mais nada, é necessário que se dedique suficiente atenção no trabalho com a auto-estima do professor e de todos aqueles que efetivamente estão inseridos no processo educacional. Afinal de contas, como ensinar algo que não se aprendeu ou que não se sabe aplicar? E mais: como buscar ser um modelo mais adequado para que as crianças olhem e tenham um exemplo de otimismo e alegria?

Somos conscientes de que a auto-estima interfere na aprendizagem e no desenvolvimento do aluno, podendo, quando baixa, ser um fator de risco ou, quando alta, um fator de proteção para os problemas vivenciados pela criança. Por isso, recomenda-se que o professor trabalhe para elevar a auto-estima do aluno. Mas como este educador vai fazer isso tendo problemas com sua própria auto-estima?

Dito isso, acreditamos ser importante tratar desse assunto no ambiente escolar, envolvendo todos os protagonistas da instituição, pois uma escola de qualidade passa pela qualidade de vida de todos os envolvidos, incluindo aqui os educadores.

Quando a auto-estima está alta ela nos fortalece no enfrentamento dos obstáculos da vida e dos problemas do ambiente de trabalho, fornecendo resistência e força. Porém, quando baixa, certamente diminui nossa resistência na superação das eventuais dificuldades. Isso não quer dizer, todavia, que ao trabalhar a auto-estima do professor nós iremos definitivamente eliminar os problemas enfrentados pela escola. Mas sim que nós teremos mais força e aprenderemos a lidar com tais situações com mais confiança e otimismo.

Para melhorar a auto-estima do professor é necessário que o mesmo esteja empenhado em tal missão e disposto a partir para a ação, pois nenhuma auto-estima será melhorada só com palavras, por mais belas e bem pronunciadas que sejam. É necessário, portanto, agirmos. E, para isso, podemos sugerir três passos simples, que poderão ajudar.

O primeiro passo é monitorar nossos pensamentos. Para que isso aconteça, precisamos ter consciência de que pensamentos atuam na emoção, que, por sua vez, atuam no comportamento. Daí, se eu passo o dia tendo pensamentos ruins do tipo “ninguém gosta de mim”, “sou incapaz” isso irá gerar um sentimento de tristeza e um comportamento condizente com a emoção, muitas vezes, culminando em choro, isolamento, além de outros. É por isso que devemos nos orientar pela monitoração de nossos próprios pensamentos. A idéia é, quando estiver triste, que a pessoa se pergunte, afinal: “o que está passando pela minha cabeça?” “Este pensamento é verdadeiro?” “Que provas eu tenho de que esse pensamento é verdadeiro?” E, assim, busque questionar e transformar seus pensamentos, para estabilizar a emoção e agir de forma mais adequada.

O segundo passo é ter objetivos na vida. Parece coisa simples, entretanto, pessoas com objetivos de vida enfrentam melhor os problemas cotidianos. Essas pessoas, apesar dos problemas, conseguem olhar para frente e acreditar que o futuro pode ser bem melhor do que é hoje. Não importa que tipo de objetivo você tenha, se deseja comprar um carro, criar os filhos, mudar de emprego, arrumar um namorado... Enfim, não importa se ele é grande ou pequeno aos olhos de outras pessoas, o que importa é se aquilo que está sendo almejado, de fato, importa para você e se te dá motivos para lutar.

O terceiro e último passo, aliás, bem mais fácil depois de ter sido aplicado os dois primeiros, é aceitar a vida e ver o seu lado bom. É claro que todos nós sabemos que existem muitas dificuldades na vida, que estas precisam ser encaradas. Mas isso não quer dizer que devemos olhar só para o lado ruim e esquecer o lado maravilhoso das situações, pois coisas simples do cotidiano também podem nos fazer muito felizes. O importante é não focar sua atenção somente nos aspectos negativos, mas aprender a buscar no ambiente algo positivo. Dessa forma será mais fácil trabalhar a nossa própria auto-estima e posteriormente a das pessoas com as quais convivemos, afinal de contas, quando você gosta mais de você, o mundo também gosta mais de você e você, do mundo. Isso porque a sua percepção muda e consequentemente a sua realidade também. Acreditamos nisso.