A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO

Neusa Cristina Viani Kloss
Psicopedagoga pelo UNASP campus Engenheiro Coelho - SP.
Graduada com Licenciatura Plena em Pedagogia, UNASP, EC
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Resumo: Muitos professores ao receberem alunos nas séries iniciais acabam se deparando com certas dificuldades de aprendizado. Uma identificação precisa e imediata dos elementos que acarretam estas dificuldades pode ser fundamental na elaboração de estratégias eficientes para levar o aluno a enfrentar e ultrapassar esse momento tão importante de sua vida: o ingresso na vida acadêmica. A psicomotricidade, dentro de suas áreas específicas, oferece inúmeras alternativas de intervenção para que as crianças em idade de alfabetização possam superar os eventuais obstáculos e ser bem sucedidos. O professor e o psicopedagogo que fazem uso de tais conhecimentos poderão beneficiar um número incalculável de alunos. Este trabalho tem como objetivo fornecer alguns esclarecimentos, informações, idéias e intervenções que poderão instigar a curiosidade para o estudo e posterior utilização para desenvolvimento de crianças em alfabetização.

Palavras-chave: psicomotricidade, alfabetização, aprendizado, escola.

Abstract: Many teachers, when receiving students into the first grades, wind up beholding those students with certain difficulties of learning. A precise and immediate identification of the elements which result to those difficulties may be fundamental for the efficient strategies elaboration to have that student face and surpass this so important moment of his life: the academic life?s entrance. The psychomotor, within their specific areas, offer them innumerous alternatives of intervention in order to have the literacy kids surpass the eventual obstacles and be successful. Teachers and the psychopedagogists who use that knowledge will be able to benefit an uncalculated number of students. Then, this work has as scope to bestow some highlights, information, ideas and interventions which will be able to instigate the general curiosity for the study and post use of it for the development of the children into their learning process.

Key-words: psychomotor, literacy, learning, school.

Introdução

Ainda existe uma prática precedida por uma linha de pensamento entre os pedagogos, que o trabalho psicomotor se desenvolve através de atividades mecânicas realizadas em folhas de papel sendo desprovidas de significado para a criança e que na maioria das vezes não atinge os objetivos esperados porque a criança não consegue abstrair aquela atividade e transportá-la para seu cotidiano.
Desenvolver conceitos como dentro/fora, alto/baixo, esquerda/direita, frente/atrás deveriam ser desenvolvidos através de atividades concretas, utilizando o próprio corpo como ferramenta de aprendizagem.
Os profissionais da educação (professores e psicopedagogos) imbuídos de um desejo de concretizar a aprendizagem da melhor maneira e mais rápida possível poderão utilizar dos recursos existentes na psicomotricidade para atingir seus objetivos.

Psicomotricidade

Dentre as ciências que interferem diretamente no desenvolvimento humano, a psicomotricidade se destaca por manter uma relação entre as funções cerebrais e sua interação com os aspectos motores do indivíduo. De acordo com Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (2011, s/p) esta ciência é definida por:

Buscar conhecer o corpo nas suas relações, transformando-o num instrumento de ação. Este corpo pensado como objeto, marcado por uma mente que pensa. A evolução da psicomotricidade no homem se dá de forma natural. Ela auxilia e capacita melhor o aluno para uma melhor assimilação das aprendizagens escolares. O corpo e o movimento constituem alicerces para o desenvolvimento da criança. No campo da Psicomotricidade, a relação, a vivência corporal e a linguagem simbólica são imprescindíveis. A psicomotricidade permite à criança viver e atuar no seu desenvolvimento afetivo, motor e cognitivo.

O ser humano é movimento. A mulher quando descobre que está grávida, aguarda o momento do primeiro movimento do bebê que seja perceptível a ela. Falando-se de um bebê saudável e perfeito, o que temos é um infindável movimentar de braços, pernas, cabeça, desde a mais tenra idade onde o bebê se descobre, ele o faz através do movimento.
A mãe assessorada por um bom profissional pediátrico proporciona oportunidades para que aconteçam movimentos para o desenvolvimento do bebê, transpondo as etapas uma por uma até que seu pequeno consiga andar sozinho. Entre essas etapas podemos citar o fortalecimento da nuca, o engatinho, o andar segurando nos móveis, o andar vacilante e, enfim, a autonomia do ir e vir.
Desde pequeno, com a manipulação de objetos, ocorre não só o conhecimento das propriedades do mesmo, mas também a apropriação da oportunidade de conhecer e manipular seu próprio corpo.
Fonseca (2008) nos menciona que a relação sujeito-objeto para Wallon se torna necessários e complementares ao surgimento dos sistemas funcionais fundamentais para o desenvolvimento psicomotor.
Percebemos assim que o movimento faz parte do ser humano e que o movimento também faz parte da aprendizagem.
A realidade de muitas escolas é uma realidade parada. O movimento que acontece é somente a correria do recreio, onde as crianças se agitam de um lado para o outro, trombam, brigam, se pegam sem direcionamento, sem um objetivo definido.
Não há aqui o desejo de se esbarrar no problema burocrático de falta de contratação de profissionais, baixos salários, com cargas horárias pesadas e exaustivas. No entanto, vemos alguns profissionais psicopedagogos que poderiam dar suporte a essa necessidade real das escolas. Crianças que não têm brinquedos pedagógicos em casa, algumas são deixadas com alguém e ficam à mercê da babá eletrônica (vulgo TV) o dia todo, sem nenhuma atividade dirigida. A escola passaria então a ser o lugar onde essas crianças deveriam ter contato com uma boa educação podendo se desenvolver física, mental e socialmente.
O professor deve se preparar para dar suporte a essa clientela. Deve estar aberto a aprender e pôr em prática uma nova realidade acadêmica.
Considerando que a parte motora bem desenvolvida, trabalhada no momento certo e de maneira equilibrada dará ao aluno maiores oportunidades de aprender a ler e escrever, se espera como resultado que os professores alfabetizadores terão o trabalho facilitado e poderão experimentar resultados mais estimulantes.
Algumas vezes iremos receber, por algum motivo, crianças com defasagens motoras, situação em que o psicopedagogo poderá orientar atividades dentro e fora da sala de aula para solucionar, ou ao menos, melhorar a níveis aceitáveis essa realidade.
O psicopedagogo percebendo a resistência do professor regente em realizar atividades desse tipo poderia agendar semanalmente uma aula onde realizaria junto com o professor atividades recreativas planejadas para alcançar os objetivos almejados referentes ao desenvolvimento psicomotor.
Segundo Oliveira (2005) existe alguns pré-requisitos, do ponto de vista psicomotor, para que uma criança tenha uma aprendizagem significativa em sala de aula. É necessário que, como condição mínima, ela possua um bom domínio do gesto e do instrumento. Isto significa que precisará usar as mãos para escrever e, portanto, deverá ter uma boa coordenação fina. Ela terá mais habilidade para manipular os objetos de sala de aula, como lápis, borracha, régua, se estiver ciente de suas mãos como parte de seu corpo e tiver desenvolvido padrões específicos de movimentos. Deverá aprender a controlar seu tônus muscular para dominar seus gestos.
É importante também que ela tenha uma boa coordenação global, saindo-se bem ao se deslocar, transportar objetos e se movimentar em sala de aula e no recreio. Muitos dos jogos e brincadeiras realizados nos pátios das escolas são, na verdade, uma preparação para uma aprendizagem posterior. Com eles, a criança pode adquirir noções de localização, lateralidade, dominância, e consequentemente, orientação espaço-temporal.
Segundo Oliveira (2005, p.09):

Considerando que um bom desenvolvimento psicomotor proporciona ao aluno algumas capacidades básicas a um bom desempenho escolar, pretendemos dar-lhes recursos para que se saia bem na escola, aumentando seu potencial motor. A psicomotricidade, pois, se caracteriza por uma educação que se utiliza do movimento para atingir outras aquisições mais elaboradas, como as intelectuais.

Você já se deparou com um aluno que escreve com tanta força que às vezes rasga o papel, ou tão claro que temos dificuldade para enxergar. Alunos com a postura totalmente errada no sentar, ou não conseguem pegar no lápis de maneira adequada apresentando a letra feia e ilegível. Podemos citar outras características como dificuldade em discernir esquerda e direita, pulam letras quando escrevem ou estão lendo, demoram demasiado para realizar determinada tarefa, tendo dificuldade de se concentrar e entender ordens. O manuseio da tesoura é precário ou às vezes nem acontece.
Fora da sala de aula esbarram e derrubam objetos à sua volta, caem sem nenhum motivo aparente, geralmente apresentam resistência em participar de atividades como jogos e recreação com outras crianças.
Frente a essa realidade alguns professores têm a atitude de taxar essas crianças como tendo problemas de aprendizagem.
Vale esclarecer aqui a diferença entre algumas terminologias usadas academicamente e que podem gerar alguns equívocos se não estiverem bem definidos.
Costa (2007) define e esclarece a diferença entre: distúrbios, problemas e dificuldades de aprendizagem. Ela diz que distúrbios de aprendizagem estão mais ligados a fatores orgânicos (psiconeurológicos, mentais ou psicológicos). Problemas de aprendizagem estão mais ligados às questões emocionais, sociais e familiares. Enquanto que dificuldades de aprendizagem se relacionam ao processo de aprendizado normal e podem ser decorrentes de oscilações que marcam as diferentes etapas do desenvolvimento, mas podem ter como causa uma inadaptação a uma metodologia, ou a uma relação mal estabelecida com a escola ou o professor.
Se a família da criança tiver condições financeiras de realizar um tratamento psicopedagógico, muitas vezes ela é encaminhada para tal. Do contrário se for de família de baixo poder aquisitivo algumas escolas encaminham para o reforço pedagógico, ou chegam ao cúmulo de atribuir a culpa ao próprio educando. Os professores chegam apropriando-se da desculpa de que a criança não tem interesse em aprender ou não presta atenção na explicação e assim por diante.
Entendemos que o professor também tem seus limites, não podemos atribuir todos os "problemas" para ele, pois, uma sala de aula geralmente é bem diversificada.
O trabalho psicomotor segundo Oliveira (2005, p.36) pode ser visto como preventivo, na medida em que dá condições à criança de se desenvolver melhor em seu ambiente. É vista também como reeducativa quando trata de indivíduos que apresentam desde o mais leve retardo motor até problemas mais sérios.
O cunho desse artigo é preventivo, pois se forem realizadas atividades psicomotoras com crianças no período de alfabetização, o desenvolvimento cognitivo e intelectual será acelerado, evitando-se crianças com baixo desempenho, ou que não conseguem cumprir com aquilo que lhe é solicitado fazer em sala de aula.
Segundo Oliveira (2005, pp.47-74), a psicomotricidade se divide em algumas áreas:
Esquema corporal;
Lateralidade;
Estruturação espacial;
Orientação temporal.

Esquema corporal

Esse conceito não é aprendido, não se pode ensinar usando lápis e papel. Através de uma construção mental gradativa que a criança faz de seu corpo é que ela organiza o esquema corporal. Ela se desenvolve através da relação do seu próprio corpo com os objetos, com as pessoas e também com a maneira como forma laços afetivos e emocionais com os espaços físicos.
Uma noção básica de organização é fundamental para que a criança possa entender a si mesma. Suas emoções, seu pensamento, sua socialização dependem de como ela se entende e considera as possibilidades de interação com o mundo que a cerca. Na medida em que ela vivencia situações, também aprende a decidir quais ações serão adequadas a cada momento. O domínio dos aspectos fisiológicos, mecânicos, motores e anatômicos de seu corpo dão a ela segurança e habilidade para que a parte física auxilie o cérebro a perceber, pensar, sentir e decidir.
A criança sente-se segura quando seu corpo executa de forma eficiente aquilo que ela pretende realizar. Seria como imaginar um mecânico que tem à sua disposição diversas ferramentas para executar vários tipos de serviços. Conhecendo a função de cada ferramenta e a forma como ela deve ser utilizada, o mecânico sentirá mais confiança na medida em que consegue usá-las da forma apropriada e com eficácia. Seu trabalho trará prazer e reconhecimento por sua habilidade. O corpo da criança são suas ferramentas. Controlando força, amplitude dos movimentos, precisão, tempo de ação ela adquire habilidade de realizar diversas tarefas e se sentirá confiante e estimulada a novos desafios. São estas as condições ideais para que ela interaja com os seres e situações do mundo que a cerca. Estará pronta para a alfabetização, as atividades físicas, as relações afetivas e emocionais.

Perturbações do esquema corporal

É preciso considerar que todas as crianças estão sujeitas a problemas de desenvolvimento do esquema corporal. Tais dificuldades podem surgir devido a deficiências na área motora ou intelectual. Outro fator que leva a criança a apresentar insuficiência na formação do esquema corporal é o fator afetivo. As experiências afetivas podem levar a criança a apresentar perturbações como:

? Dificuldade de coordenação e de equilíbrio;
? Tem conhecimento pobre de seu corpo;
? Não conhecem o nome das partes do corpo;
? Confundem ou não conseguem localizar as partes do corpo, por isso o desenho da figura humana não é rico em detalhes;
? Apresenta dificuldade em realizar gestos harmoniosos. Não consegue realizar atividades como abotoar uma roupa, andar de bicicleta, usar garfo e faca etc.

Lateralidade

Segundo Oliveira (2005, pp.62-63):

A lateralidade é a propensão que o ser humano possui de utilizar preferencialmente mais um lado do corpo do que o outro em três níveis: mão, olho e pé. Isto significa que existe um predomínio motor, ou melhor, uma dominância de um dos lados. O lado dominante apresenta maior força muscular, mais precisão e mais rapidez. É ele que inicia e executa a ação principal. O outro lado auxilia esta ação e é igualmente importante. Na realidade os dois não funcionam isoladamente, mas de forma complementar.

Na medida em que cresce, a criança faz escolhas em relação aos movimentos e a forma que utilizará seu corpo para realizá-los. Estas escolhas irão determinar se ela será destra ou canhota e existem diversos mecanismos para verificar estes elementos de lateralidade. O uso do lápis, da colher, a escovação dos dentes, o arremesso de um objeto, o uso da tesoura, o chute de uma bola, uma brincadeira que exija pular com um pé só, a forma como se levanta do chão, como dá um salto correndo, o modo como olha através de um buraco pequeno, são atitudes que ao serem observadas ajudam a identificar o lado do corpo que a criança confia para realizar determinadas tarefas.
Em alguns casos ela pode escolher um lado para realizar uma atividade que exija mais precisão e outro para realizar um movimento que necessite de mais força ou rapidez. Estas escolhas podem sofrer interferência ou alteração caso um membro precise ficar inutilizado por um determinado tempo devido a um acidente. No caso das mãos e dos pés, esta troca na lateralidade pode ser mais complexa, uma vez que o uso de um lado depende do outro como apoio e posicionamento. Se a criança chuta com o pé direito, o pé esquerdo faz o papel importante de apoiar o corpo e impulsioná-lo enquanto o pé direito se projeta no ar em direção à bola. Ao inverter a lateralidade no momento do chute, é exigido não apenas que o pé esquerdo se projete no ar com força, velocidade e precisão em direção à bola tocando-a no ponto desejado, mas também que o pé direito faça o papel de sustentar o corpo flexionando-se, estendendo-se e projetando-o para frente com habilidade.
O uso do lápis pela mão direita é auxiliado pelo posicionamento do braço e mão esquerdos e a inversão da lateralidade envolve a readaptação de ambos os lados na nova função.

Perturbações da lateralidade

? A criança escreve seus números e letras em "espelho";
? Apresenta dificuldade em aprender a direção gráfica (esquerda para direita);
? A escrita pode acontecer de maneira muito lenta e ou ilegível;
? Senta-se com má postura, o que acaba despendendo de muito esforço para realizar a escrita;
? Dificuldade em aprender conceitos de esquerda e direita;
? A criança pode se confundir com letras de direções diferentes como b,d,q,p.

Estruturação espacial

A estruturação espacial é importante para que a criança viva em sociedade. Para se situar com os objetos, ter capacidade de manipulá-los adequadamente. Por exemplo: o estojo de lápis fica na frente do caderno ou o pincel fica dentro da vasilha de água. Para organizar-se no espaço que dispõe na realização de atividades de sala de aula, por exemplo: utilizar a folha de sulfite distribuindo seu desenho de forma harmônica, e não tudo na parte inferior ou tudo na parte superior.

Perturbações da estruturação espacial
? A falta de estruturação espacial pode limitar o desenvolvimento psicomotor e mental;
? poderá apresentar dificuldade na interiorização de conteúdos;
? a função de associar termos abstratos poderá ficar prejudicada;
? poderá apresentar dificuldade na noção de orientação dentro da sala de aula ou em outras atividades como no recreio;
? dificuldade em discriminar as direções das letras. Como "m" e "u", "ou" e "on", "p" e "q", "b" e "d", "6" e "9", "15" e "51" etc.;
? algumas crianças podem perceber o espaço que está inserida mas não guardam essa informação e acabam confundindo e trocando o significado das letras.

Orientação temporal

A estruturação temporal é a capacidade de situar-se em função da ordem cronológica dos acontecimentos: antes, depois, durante. Noções de hora, minutos, os dias da semana, os meses, as estações do ano.
A família e a escola devem proporcionar oportunidades para a criança desenvolver noções de tempo, tais como: dia de ir para a igreja, hora das refeições, hora de dormir, dias de atividades especiais como feriados, dia de levar brinquedo para a escola, hora do parque e da educação física.
A estruturação temporal é importante para a leitura e linguagem da criança.

Dificuldades em estruturação temporal

? A criança pode não perceber os espaços que devem existir entre uma palavra e outra;
? A criança pode apresentar dificuldade em perceber a ordem e a sucessão das letras de uma sílaba. Pode escrever "Burno" em vez de "Bruno", não consegue perceber que a letra "R" vem antes da letra "U" na palavra;
? Falta de padrão rítmico visual. Acontece quando os olhos se fixam em uma parte do texto, não se movendo para a direita nem para a esquerda, deixando a leitura pobre e comprometida;
? Na execução das atividades apresenta-se sempre atrasada;
? Em matemática, na execução de cálculos, pode trazer problemas na organização de coluna e fileira.


ELEMENTOS DA
PSICOMOTRICIDADE DIFICULDADES ESCOLARES
Esquema corporal - Baixa coordenação, caligrafia ruim, leitura não harmoniosa, gesto após palavra, não segue ritmo da leitura (frase, palavra), imitação/cópia.
Lateralidade - Ordem espacial, não distingue esquerda x direita, direção gráfica (), ordem num quadro, letras / números em "espelho", discriminação visual.
Percepção espacial - Esquerda x direita: b/d; p/q; 21/12.
- Alto/baixo: b/p; n/u; ou/on.
- Dentro/fora: espaço para escrita e leitura.
- Progressão/grandeza; classificação/seriação.
- Orientação
- Cálculos: 1 3 8 - 6 5 - 1 3
Orientação espacial e Temporal - Antes x depois: ordenação de sílabas, palavras, números...
- Matemática: noção de fileira, coluna, formas, ordem (dezenas/unidades).
Ordenação Controle muscular (tônus) - Perturbações do grafismo (motora fina)
- Manipulação/preensão
Percepção: Auditiva ? visual - tátil ? cinestésica - Escrita (ditado)
- Leitura
- Escrita (ditado, cópia,).
Fonte: Fonseca (1996, p.142).

Metodologia

A pesquisa foi realizada de forma qualitativa, partindo de pesquisas bibliográficas que foram cuidadosamente selecionadas e deram o embasamento teórico para essa temática.

Considerações finais

O conhecimento de atividades psicomotoras para realização com as crianças dentro da própria sala de aula ou em atividades recreativas pode ser um elemento fundamental para a capacitação de professores que buscam como objetivo a melhoria ou reeducação das atividades motoras básicas.
A lógica é que quanto mais movimentos a criança for incentivada a fazer, mais sinapses seu cérebro fará, favorecendo a prontidão para processo de alfabetização, tendo em vista que o professor recebe em sua sala de aula alunos oriundos de diversas realidades socioeconômicas e familiares, crianças que tiveram pouca ou nenhuma estimulação psicomotora.
A psicomotricidade é uma ferramenta à disposição dos profissionais de educação infantil para que de forma conjunta e coordenada, professores e psicopedagogos possam identificar dificuldades no processo de ensino e aprendizagem e desenvolver estratégias para que essa ferramenta alcance resultados positivos.
Brincadeiras como: carrinho de mão, pedalar pernas, andar descalça sobre areia, no tapete, em cascas de ovo cobrindo-as com um plástico fino para não machucar os pés, andar de joelhos, apanhar com a boca uma bala dependurada, fazer bolinhas com massa de modelar, parar de correr ao toque do apito;
Exercícios de coordenação dinâmica como: levantar os braços e junto o joelho direito, depois trocar. Pular de um pé só, imitar um ritmo pré-estabelecido pelo professor, jogos cantados onde as crianças de duas em duas batem as mãos, escravos de Jó, abotoar e desabotoar, enfiar miçangas. Pular de um pé só, colocar um objeto que não role em um pé da criança e pedir para andar sem deixar cair, jogar amarelinha;
Jogar dados, amassar bolinhas de papel, correr dominando a bola passando por obstáculos no percurso previamente determinado, por um bambolê no chão e pedir para que a criança ande nas bordas, pule de um pé só para fora do circulo, com os dois pés pule para dentro. Atividades de orientação tipo seguir um trajeto, discriminação visual, memória perceptiva, completar o que está faltando, ordem e sucessão, duração de tempo, ritmos.
O psicopedagogo pode contribuir e muito para o bom desenvolvimento psicomotor de seu paciente, bem como orientar os demais profissionais que atuem com esse sujeito, seja ele da idade que for.

Referências bibliográficas

ANDRADE, Maria Lucia de Araujo. Temas básicos de psicologia: distúrbios psicomotores: São Paulo: EPU, 1984.

COSTA, Auredite Cardoso. Psicopedagogia e psicomotricidade: pontos de intersecção nas dificuldades de aprendizagem. 5ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

COSTE, Jean-Claude. A psicomotricidade. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989.

FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

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HERREN, H; FERREN, M. P. Estimulação psicomotora precoce. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.

MEUR, A. de.; STAES, L. Psicomotricidade: educação e reeducação. Barueri: Editora Manole, 1991.

OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. 10ª ed. Petrópolis: Ed. Vozes, 2005.