A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA APRENDIZAGEM DO IDOSO.

Rachel de O. Augusto

Sob. a Orientação do Prof° Ms. Sergio Scorsato.

O envelhecimento é um processo contínuo e inevitável, que constitui uma etapa da vida onde é preciso estudar, tendo em vista que ocorre uma série de modificações que necessitarão de adaptações. Tais modificações somáticas, psíquicas, psicomotoras serão combatidas com medidas reabilitativas ativas e preventivas. Em tal sentido a psicomotricidade pode exercer um efeito principalmente preventivo (FONSECA, anais 1998.)

Todo indivíduo idoso tem sua carga de experiência própria, é um ser especial, único e tem o direito de ser tratado como tal, ter total liberdade para explorar todo o universo em que viveu durante o longo dos anos, seja ele normal ou portador de alguma limitação. A realização da psicomotricidade proporciona ao individuo a oportunidade de desenvolver seu lado psicomotor, sua capacidade física, mental e social, fazendo com que haja uma melhora na qualidade de vida. Isso ajuda a combater e /ou prevenir a instalação de doenças físicas e mentais, despertando assim, o desejo de agir, ou reagir sobre os estímulos que lhe são oferecidos, e voltando a se sentir parte da sociedade.

Os estudos realizados no hipocampo demonstram que ocorre perda gradual de neurônios piramidais associados á idade. Estes neurônios apresentam dilatações basais nos dendritos, com redução ou perda de espinhas dendríticas.  Assim, com a redução da árvore dendritíca, a velocidade de condução estará comprometida, alterando a plasticidade neuronal.

As alterações nesses neurônios resultarão no comprometimento das funções do aprendizado e da memória.

A redução do volume cerebral característica do processo de envelhecimento pode não estar apenas associada ás alterações no volume da substância cinzenta, mas também a redução ou perda da substância branca devido á morte axônica ou da degeneração da mielina. Por meio de neuroimagem foi observado que há maior perda de substância branca comparada á substância cinzenta. A degeneração da mielina levaria á diminuição na velocidade de condução neuronal e á dificuldade de processamento em regiões do córtex cerebral onde a velocidade é muito importante.

VALESCO afirma que nessa etapa da vida há uma grande diminuição de neurotransmissores, como dopamina, acetilcolina, serotonina e noradrenalina, promovendo alterações bastante complexas no mecanismo cerebral e afirma que a velhice é uma triste coleção de perdas e limitações, pois diminuem a visão e a audição, a força e a precisão manuais, a robustez na execução de tarefas, a memória, a imaginação, a criatividade, a adaptação, a atenção, a energia, a iniciativa e a sociabilidade... o idoso quando consciente de sua realidade, não pode ter projetos, não se permite pensar num depois, já que o depois da velhice é a morte.

Mas a atividade psicomotora se for absorvida pode estimular gradientes progressivos da mais simples para a mais complexa atividade. Tais atividades irão estimular o raciocínio e possibilitam recursos ilimitados de ações.

Desta forma, seguindo conceitos e contexto atuais de estudos, encontram-se inúmeras pesquisas para retardar ou precaver as inúmeras doenças nesta etapa da vida. Todavia, nem sempre temos a consciência de que nossas doenças se iniciam deste o momento que nascemos, pois nossas células, neurônios entre outros, estão em constantes ciclos de evoluções e destruições.

Foi mediante estes aprofundamentos relacionados anteriormente que se percebeu as mudanças regressivas no sistema psicomotor do idoso e com isso a analogia ou terminologia para este campo, que atualmente é conhecida como “GERONTOLOGIA” ou como utilizado neste texto e por alguns estudioso, gerontopsicomotricidade.

Segundo uma revista de psicomotricidade Iberoamericana, as mudanças regressivas no sistema psicomotor do idoso concebida como doenças, são assumidas pelos idosos como desconfortantes, ou seja, por si só, eles já assumem esta etapa como uma carga ainda mais pesada.

Foi seguindo o caminho da psicomotricidade com a integração de outras áreas como a da fisioterapia que entendeu-se que as atividades psicomotoras são somente absorvida pela maioria das pessoas, com exercícios progressivos e gradativos, ou seja, dos mais simples para os mais complexos. Estas atividades irão ajudar a estimular o raciocínio e possibilitaram recursos ilimitados de ações para estes idosos.

Em pessoas idosas, com dificuldades posturais e de locomoção, deve-se realizar movimentos de forma sistemática, porém com condutas psicomotoras que sucederão movimentos especificamente humanos, com o intuito de serem realizados de forma consciente, intencional e sensível (BARROS, 2001.2).

Assim, é compreensível entender a importância de uma proposta de atuação da Fisioterapia junto com a psicomotricidade em idosos, como forma de proporcionar a estes seres tão importantes da nossa história, uma melhora no âmbito relacionado a promoção da saúde e, principalmente, a qualidade de vida desses idosos por meio da potencialização de suas capacidades, não esquecendo de levar em consideração suas necessidades e características biopsicossociais desses indivíduos.      

REFERÊNCIAS

BARROS, D. R. A Gerontologia de Intervenção. Revista Eletrônica Informativo GRD – Ano II – Ed 03 – Janeiro a Junho de 2001. Rio de Janeiro, 14 de abril de 2001. Disponível em: < http://www.geocities.com/grdclube> Acessado em 23.out.2003.

FONSECA, V. Psicomotricidade: Filogenese, Ontogenese e Retrogenese. 2º Ed. Porto Alegre: Art Med. 1998.

FONSECA, V. Gerontropsicomotricidade: Uma abordargem ao conceito de Retrogenese Psicomotora. VII Congresso Brasileiro de Psicomotricidade, Fortaleza, 1998.

VELASCO, Gonsalves Cacilda. Aprendendo A Envelhecer... á luz da Psicomotricidade. São Paulo. Editora: AII Print. 2005.

www.iberopsicomot.net/2003/num12/12articulo2.pdfSimilares

www.wgate.com.br/conteudo/.../gerontologia_monique.htm