A IMPORTÂNCIA DA MÃO DE OBRA ESCRAVA NA CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DO PODER DO IMPÉRIO ROMANO.

 

              Podemos partir do princípio de que no final do período republicano havia na sociedade romana dois contrastes relevantes a serem citados: um entre os patrícios e os plebeus e outro entre os romanos (patrícios e plebeus) e os escravos.

              Os patrícios eram os cidadãos romanos, grandes proprietários de terras, rebanhos e escravos. Desfrutavam de direitos políticos e podiam desempenhar funções públicas no exército, na religião, na justiça, na administração. Os plebeus eram homens livres que se dedicavam ao comércio, ao artesanato e ao trabalho agrícola. A plebe representava a maioria da população romana. Os escravos eram, em sua maioria, prisioneiros de guerra. Trabalhavam nas mais diversas atividades, como serviços domésticos e trabalhos agrícolas. Desempenhavam funções de capatazes, professores, artesãos etc. O escravo era considerado um bem material, propriedade do senhor, que tinha o direito de castigá-lo, vendê-lo, alugar seus serviços, decidir sobre sua vida ou morte. Os escravos estavam excluídos da comunidade política romana.

            Durante a República, a expansão territorial em Roma foi realizada por meio de sucessivas conquistas militares. Após as guerras púnicas, ficou ainda mais fortalecida, devido à predominância na navegação do Mediterrâneo que foi imposta frente à derrota de Cártago. O mar Mediterrâneo servia de ponte para a compra e venda de escravos efetuando o comércio, principalmente, com os povos bárbaros na qual os romanos faziam transições. Com estes domínios territoriais feitos por Roma, houve grandes consequências em sua sociedade, o aumento de números de escravos e os plebeus passaram a ser convocados para incorporar-se aos exércitos como soldados. Os plebeus se revoltam contra os patrícios em busca de seus direitos religiosos, políticos e sociais.  A plebe decidiu enfrentar os patrícios em busca de seus direitos e começaram a se recusar a servir o exército, aproveitando que sua ausência seria muito sentida na organização militar romana. Com isso, começa a desestabilização da organização da república romana.

              O trabalho escravo foi muito utilizado em Roma, essa situação se ampliou durante a República, pois com as conquistas territoriais, muitos prisioneiros de guerra foram transformados em escravos. Após a vitória sobre Cártago, os escravos passaram a constituir a principal mão de obra. Trabalhavam tanto em atividades urbanas (comércio, artesanato, serviços domésticos) como no campo, nas pedreiras ou nas minas. Eles se tornaram assim, o principal sustentáculo da economia romana. Os escravos eram vendidos como mercadorias para patrícios e plebeus e não recebiam pagamentos pelo trabalho, mas apenas comida e roupas. Na época do Império Romano, o número de escravos aumentou de forma extraordinária.

              Mas, muitos escravos resistiram à exploração de sua força de trabalho, organizando revoltas contra seus senhores. Entre estas revoltas, destaca-se a liderada por Espártaco (ocorrida entre 73 e 71 a.C.), que organizou uma grande revolta de escravos que lutava pelo fim da condição servil e melhores condições de vida. Pela primeira vez, um movimento com mais de 60 mil escravos ia contra a prática que sustentava toda economia romana. Espártaco foi um gladiador  que liderou a revolta de escravos em Roma Antiga, o conflito ficou conhecido como a “Terceira Guerra Servil” ou “Guerra dos Escravos”. A sociedade romana já estava desgastada pelas guerras civis entre os patrícios e os romanos, e encontrava dificuldades para combater a revolta liderada por Espártaco que vai se espalhando por toda a Roma. Os patrícios não podiam viver como cidadãos livres sem o trabalho de seus escravos. Todo este contexto ajudou por contribuir para o fim da República Romana. Cabe salientar que, Espártaco, tornou-se na História, uma referência do movimento contra a escravidão em Roma Antiga.