INTRODUÇÃO

É possível perceber que ao passo que a logística foi sendo percebida como área funcional, cresceu também sua importância, sendo que nos dias atuais, em certas organizações, é vista de forma estratégica e considerada o diferencial que traz resultados para a organização, principalmente quando se trata de logística interna ou logística industrial. Nos parágrafos seguintes serão apresentados, um breve histórico desta área que tão recentemente demonstrou sua importância, juntamente com os principais tópicos acerca da logística interna ou industrial e alguns pontos que falam em linhas gerais de avaliação de desempenho.

1. HISTÓRICO

Historicamente a logística teve papel importante em diversas obras, na antiguidade e, no que é chamado de período contemporâneo, pois, para que no primeiro, fosse construída a Muralha da China e as Pirâmides do Egito, foi necessário um planejamento tanto de materiais que se ia utilizar como de mão-de obra. Neste sentido é possível perceber, também, que durante e após a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), a logística passou a ter um papel de grande importância, primeiramente incumbida de armazenar e efetuar a entrega de armas, munição, alimentos e combustível para as tropas no fronte de batalha, posteriormente pôde-se perceber que era necessário utilizar-se das técnicas de planejamento, movimentação, armazenagem e distribuição, que eram utilizadas na logística, para auxiliar na reconstrução da Europa.

Assim, com a ascensão do capitalismo, cujo sistema econômico perpetuou-se fortemente, inclusive sobre nações que anteriormente adotavam o socialismo e, com a velocidade do avanço tecnológico, foi necessário desenvolver um conjunto de técnicas juntamente com as técnicas que já eram utilizadas, que se denominou de logística, para atender as necessidades dos clientes que estão cada vez mais informados e conhecedores dos assuntos que lhes interessa.

2. MUNDO CORPORATIVO

No mundo empresarial a logística apresentou-se inicialmente em empresas manufatureiras, porém passou a se destacar também em outros ramos de negócios, como por exemplo, nas empresas de serviços e no setor varejistas.

Desta forma, segue a definição apresentada pelo Council of Logistics Management,

"Logística é a parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento eficiente e econômicode matérias-primas, materiais semiacabados e produtos acabados, bem como as informações a elas relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes".

Percebe-se assim, que a logística insere-se em diversos ambientes da organização, onde é necessária que esta seja bem desenvolvida para o bom andamento das atividades.

Nos dias atuais, com os processos produtivos cada vez mais homogeneizados, não restam muitas atitudes a serem tomadas pelas empresas em busca do menor custo, para aumentar sua competitividade, pois as diversas tecnologias de produção estão ao alcance da maioria que busca melhoria continua no processo. Assim a logística vem justamente como ferramenta para minimizar os custos de transporte, armazenagem, entre outros, além de ser uma grande responsável pelo bom desempenho das organizações dos dias atuais, haja vista que é a logística que desenvolve métodos, cada vez mais inovadores e funcionais na solução de problemas, tanto nas áreas fabris, quanto fora das dependências da organização, ou seja na logística de distribuição. A logística tem sido utilizada como método para vencer diversos desafios como agregar cada vez mais valor ao produto, minimizando os custos, aumentando a lucratividade, assim o aumento da percepção da importância estratégica desta área acaba sendo uma conseqüência, pois o aumento de suas atribuições ainda é incipiente.

Considera-se, portanto que, as principais metas da logística são disponibilizar o produto certo aos clientes, na hora certa, na quantidade correta, no local certo, nas condições adequadas a um preço competitivo, sendo que neste fluxo de materiais há também um fluxo de suas respectivas informações, pois as atividades logísticas afetam os índices de preços, custos financeiros, produtividade, custos de energia e satisfação dos clientes.

Desta forma é possível perceber que o relacionamento com o cliente é um dos pontos chave para os lucros a longo prazo e verifica-se que a similaridade cada vez maior entre produtos ofertados por empresas concorrentes pode trazer dificuldades onde a logística não é estrategicamente estruturada, contudo nas empresas em que a logística é estrategicamente estruturada e a diferenciação é percebida na eficácia do processo logístico, onde o ganho é real.

Tendo em vista o amplo leque que se abre quando se fala de logística, abordar-se-á neste artigo o que se refere à logística interna ou logística industrial. Portanto considera-se logística industrial tudo que se relaciona com a manufatura, desde a logística de materiais, logística de distribuição física e até a logística interna. Assim, desenvolveram-se ao longo dos tempos e principalmente após segunda guerra mundial, metodologias para que se pudessem minimizar os desperdícios fabris, fazendo com que o fluxo de materiais e informações fosse feito de um modo eficiente e eficaz atendendo as necessidades fabris na hora certa da forma certa. Contudo para que se possa ter ciência da situação de eficiência e eficácia em que a logística interna se encontra, desenvolveram-se os indicadores de desempenho, com o intuito de facilitar a gestão da movimentação interna.

3. INDICADORES DE DESEMPENHO

Indicadores de Desempenho são índices que são utilizados na avaliação dos processos de uma empresa, sendo permitido, assim, o acompanhamento dos resultados que está se obtendo, esta ferramenta é utilizada por diversas áreas da organização e inclusive pela área de logística, pois há a necessidade de acompanhar-se o desempenho das operações de movimentações nas unidades fabris.

É possível perceber que a competitividade de uma organização depende muito de seu desempenho, portanto o sistema logístico interno deve estar em boas condições para que o atendimento ao cliente não seja comprometido. Desta forma é necessário que os recursos logísticos sejam apropriados de forma eficiente e eficaz, na busca do melhor aproveitamento das variáveis que envolvem o tema.

Grande parte das empresas, que fazem o gerenciamento logístico interno, utilizam relatórios que não trazem informações reais, pois em sua maioria, são estáticos, contudo os executivos da área de logística necessitam de relatórios dinâmicos assim como é a área em que atuam, relatórios estes que possam ser modificados de acordo com suas necessidades.

"Avaliar e controlar o desempenho são duas tarefas necessárias para destinar e monitorar os recursos" (DONALD J. BOWERSOX & DAVID J. CLOSS, 2001). Assim é necessário verificar, através de indicadores de desempenho, a produtividade do sistema logístico interno, sendo que "a produtividade é uma relação entre o resultado produzido e a quantidade de insumos utilizados pelo sistema para gerar esse resultado" (DONALD J. BOWERSOX & DAVID J. CLOSS, 2001).

Verifica-se que é necessário que haja um grande nível de integração entre a área da logística e as áreas fabris, haja vista a complexidade da movimentação diante dos diversos processos que os itens são submetidos, sendo necessário três tipos de índices de desempenho, como por exemplo, para itens comprados, fabricados e produtos acabados, para que desta forma, identifique-se qual é o tipo de item que provoca maior atraso no atendimento ao cliente final interno que é o centro de distribuição.

Indicadores sempre foram utilizados de uma forma bastante difundida no meio corporativo, principalmente quando se refere a cifras monetárias, ou seja, na área financeira e contábil. Contudo a partir da década de 1980 percebeu-se que "as medidas de avaliação de desempenho meramente financeiras não seriam mais suficientes para suportar a gestão de empresas e operações nos mercados modernos" (HENRIQUE L.CORRÊA, CARLOS A. CORRÊA, 2008). Assim a avaliação de indicadores de desempenho foram inseridas em diversas áreas inclusive na logística, onde busca-se a melhor utilização desta ferramenta para que se obtenha osmelhores resultados possíveis.

Desta forma desenvolvem-se sistemas de avaliação de desempenho que se caracterizam desempenho como um "conjunto de métricas que são utilizados para quantificar a eficiência e a eficácia das ações" (HENRIQUE L.CORRÊA, CARLOS A. CORRÊA, 2008).

Um sistema de avaliação não se resume a apenas um indicador de desempenho, mas sim a "um modo sistemático de avaliar entradas, saídas, eficiências e eficácias do processo de transformação de uma operação" (HENRIQUE L.CORRÊA, CARLOS A. CORRÊA, 2008), desta forma percebe-se que a manutenção do sistema de avaliação de desempenho pode ser analisado como um processo, haja visto a necessidade de atualizações de parâmetros previamente estabelecidos para o funcionamento do mesmo.

Assim, é possível avaliar a eficiência e a eficácia do sistema de movimentação interna, através do sistema de avaliação de desempenho, objetivando a melhor utilização do sistema se que este torne o processo estático, pois é há a necessidade de dinamizar o processo de movimentação, para que posam surgir novas metodologias de movimentação interna.

4. CONSIRAÇÕES FINAIS

Portanto, é possível considerar que apesar da logística ser uma área ainda em desenvolvimento, cresce constantemente em atribuições, pois, cada vez mais as organizações estão se deparando com a necessidade de existir uma área especifica e especializada neste ramo, porque os problemas estão cada vez mais estruturados e de uma complexidade muito grande, sendo inviável direcionar forças das áreas produtivas para resolver esses tipos de problemas. Assim se vê a logística como área funcional, estruturada estrategicamente e trazendo os resultados esperados para a organização.

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