A LEITURA

Entende-se por leitura, a capacidade de reproduzir fonicamente o texto, compreendê-lo e interpretá-lo. Consiste em ter gosto na leitura com sede de sempre aprender mais e mais, sem aceitar pacificamente o conteúdo veiculado pelo texto.

A leitura é responsável por desenvolver no indivíduo a ordenação de ideias e a habilidade de decodificar mensagens formuladas em níveis que fogem ao código comum de comunicação oral se outros meios de comunicação social permitem a execução do processo de informação de forma mais eficiente é a leitura que melhor possibilita o contato com a realidade ou cultura, de forma a ser aprendida no seu todo.

A leitura configura-se como uma atividade linguística que viabiliza ao sujeito angariar subsídios para compreender, participar e intervir em sua realidade. Isto se torna possível pela atribuição de sentidos, através de uma relação dialética entre autor, e leitor e texto. Seguindo essa linha, percebe-se que tal relação será influenciada pelos conhecimentos prévios e pela vivência histórico-cultural do autor e do leitor, sendo o texto um agente mediador entre ambos. (GROTTA, 2000).

A diferença entre aprender por instrução e aprender por descoberta é primordialmente uma diferença nos materiais sobre que trabalha o educando. Quando está instruindo-descobrindo com o auxílio do educador, o estudante atua sobre algo que lhe é comunicado. Realiza operações com o discurso escrito ou oral. Aprende por atos de ler e ouvir.

Quando, no entanto, o educando avança sem auxílio do educador, as operações de aprendizagem se perfazem antes sobre a natureza ou o mundo, que sobre o discurso. As normas desse aprendizado constituem a arte da descoberta.

Essa descoberta só vai acontecer se o educador fornecer aos educandos oportunidades de conhecimentos dos mais variados textos para que ele leia e tome gosto por conhecer e adquirir novos conhecimentos.

Cada leitor busca entender a forma singular de comunicação para captar a mensagem escrita de forma mais fiel com o que o autor pretendeu transmitir. O leitor coloca-se em contato com o pensamento do autor. Como Bach apud Orlandi (1996, p.61), “só existe comunicação quando o leitor é capaz de retirar a mensagem de um texto. Ler não é reproduzir mecanicamente o texto”.

O leitor deve estabelecer um paralelo entre os pensamentos propostos pelo autor e a sua forma característica de enfocar a realidade com a forma individual que ele próprio, leitor, tem de encarar a realidade. A partir daí surge à compreensão autêntica que é o objetivo da leitura.

Torna-se necessário para isso encontrar formas, as mais eficientes possíveis, de fazer com que o nosso educando sinta-se motivado à leitura, não por obrigação ou cobrança de alguém e sim por necessidade de adquirir conhecimentos e habilidades necessárias à vida do ser humano, pois o mais importante neste mundo competitivo é saber ler e entender o que lê para ter um bom desempenho na vida profissional. Para isso também é necessário que a educação seja de qualidade.

Hoje percebe-se que os educandos apresentam dificuldades em produzir textos com coerência e coesão. Essa dificuldade apresentada vem do baixo nível de conhecimento que os mesmos possuem. Isso se deve a um fator muito importante que é a leitura e que só terá sentido se ensinada por um leitor para leitores.

A prática educativa deve ser repensada a atender aos anseios, aos interesses e curiosidades dos educandos no processo ensino-aprendizagem.

A leitura é o agente do conhecimento dos valores presentes na sociedade, seu emprego em sala de aula ou qualquer outro cenário, desencadeia o alargamento dos horizontes cognitivos do leitor.

Acredita-se que o tempo de adolescente é precioso, mas torna-se necessário dividir o tempo entre todos os afazeres, de modo que todos os campos sejam beneficiados de forma igual.

O educador tem o papel muito importante no sentido de ser um mediador, ou seja, a pessoa que contagia seu educando a gostar de ler e produzir textos demonstrando por seu exemplo e persistência.

Outro fator relevante e de grande importância é o apoio e incentivo demonstrado ao educando pela família, de modo que ele tenha êxito neste trabalho bem como condições que a escola oferece como biblioteca atualizada par que se concretize está prática no contexto escolar, estendendo-se ao familiar e social.

À medida que lê, o educando vai armazenando conhecimentos e amadurecendo, intensificando o processo de elaboração de seus conceitos e de sua visão de mundo.

A leitura nos traz um conhecimento muito amplo, assim como a concepção sobre leitura. É necessário reconhecer a importância da leitura na vida do ser humano, através da leitura diária de mundo, listar problemas decorrentes da falta do hábito da leitura em atividades práticas de produção textual; enumerar e estimular o educando de forma que sinta a necessidade de comunicar-se corretamente tanto na oralidade como na manifestação escrita; propor atividades práticas de acordo com a realidade, através das quais o educando possa perceber a falta que há em seu vocabulário no momento de redigir textos de acordo com as normas cultas.

Neste sentido a leitura oportuniza:Ampliar no educando as possibilidades dos usos linguísticos da escrita, habilitando-as nos diferentes usos da linguagem escrita e oral numa perspectiva crítica, ou seja, formar o leitor e o produtor de todos tendo em vista o aprimoramento do exercício da cidadania. (LEITE, 2001, p. 29).

Portanto, entre muitos benefícios que a leitura apresenta para o educando, a escola deveria comprometer-se com sua prática habitual no contexto pedagógico assim, poder-se-ia esperar que através desse comportamento, o mesmo se estendesse no contexto familiar e social no qual o educando está inserido.

Convém que os educadores utilizem uma diversificação de matérias e textos de leitura os quais atendem às expectativas e necessidades dos educandos para que sua prática se fortaleça e tome corpo na vida do educando.

TIPOS DE LEITURA

Em função dos interesses e principalmente do nível de domínio técnico da habilidade de ler, pode-se destacar, conforme sugere a literatura, três tipos de leitura:

 Leitura elementar: A leitura elementar é o primeiro estágio de domínio dessa habilidade. É a fase que o indivíduo passa a utilizar, mesmo que de forma insipiente o código gráfico. O primeiro encontro da criança com a leitura dá-se nesse nível. Seu problema nessa fase é reconhecer cada palavra na página. Ela vê uma sucessão de sinais gráficos aos quais busca associar significação. Não tem a pretensão de captar uma mensagem global, mas simplesmente perceber a combinação dos elementos gráficos que representam uma determinada sucessão de sons vocais.

Os problemas de leitura em fase elementar não se restringem exclusivamente a leitores iniciantes; podem persistir em leitores já bastante treinados.

Leitura inspecional: Caracteriza-se pela importância especial atribuída ao tempo. Ao ler nesse nível, o educando deve ater-se a um mercado para fazer determinada leitura. O objetivo dessa modalidade é extrair o máximo de um livro dado, em geral relativamente curto.

Quem se propõe a fazer uma leitura inspecional deve aprender a seguir certos passos:

- Passar os olhos pelo frontispício e pelo prefácio, se houver;

- Examinar o índice remissivo;

- Dar uma olhada nos capítulos que perecem fundamentais para o assunto;

- Virar as páginas, detendo-se aqui e ali, lendo um ou dois parágrafos, várias páginas seguidas.

A leitura inspecional é uma excelente técnica para quem precisa dar informações bibliográficas ou quem precisa ter uma ideia geral sobre determinada obra. Este tipo de leitura pode ser aplicado na consulta de revistas e jornais.

Leitura analítica: É o mais alto grau em termos de leitura como forma de aprendizado. No dizer de Adler e Doren (1974, p.25 e 26) “se a leitura é inspecional é a melhor e mais completa possível num tempo limitado, à leitura analítica é a melhor e mais completa possível num tempo ilimitado”.

Esta modalidade de leitura é o autêntico modo de estudar sobre o texto escrito. Ela requer do leitor um grande esforço de atividade mental a fim de possibilitar-lhe o diálogo implícito com seu autor por meio de questões que ele formula e a proposição de respostas que ele busca estabelecer.

Mas isso devera ser feito de forma objetiva, partindo das unidades que levam para o todo. É necessário que sejam aprendidas as partes percebida a íntima inter-relação que leva a significação global do todo. Um leitor que não levar em consideração estes detalhes, que não se preocupa em desmembrar o todo em partes e posteriormente, recompor o todo pelas partes, por mais redundante que possa parecer, não fará leitura analítica nem um estudo propriamente dito. Pela leitura analítica, o educando tem condições de chegar ao esqueleto, à estrutura básica que sustem e dá sentido a toda obra. É por esta modalidade de leitura que é possível identificar a mensagem geral de uma obra escrita, bem como os módulos que permitem esta significação.

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