O presente artigo discute a importância da participação da família no processo educacional da criança e foi elaborado a partir da minha experiência escolar em uma das escolas da rede pública de ensino durante o período de dois anos. Nesse período, foi possível constatar vários problemas familiares relacionados ao aproveitamento escolar dos alunos, pois alunos que possuíam um ambiente familiar sem estrutura afetiva e com ausência dos pais e parentes no acompanhamento escolar, não obtinham o aproveitamento satisfatório em relação aos alunos cujas famílias não apresentavam esse quadro. Portanto, o artigo desenvolvido tem como objetivo discutir a importância da família na educação da criança, tanto no ambiente social da escola como no ambiente familiar, focalizando assim, o papel da família nesse processo. Para a construção desse trabalho, fizemos um relato de minha experiência como educadora, focalizando a participação da família na aprendizagem do aluno, embasado por autores como BANOMI, MANTOVANI, PARO, SZYMANSKI. Observamos, portanto, que a participação da família é fundamental no processo educacional dos filhos, uma vez que a educação, para ser integral, precisa ser conduzida por essas duas instituições sociais essenciais ao desenvolvimento da criança – família e escola.

INTRODUÇÃO

Historicamente, a família constitui uma instituição de extrema importância na formação e na educação das crianças, juntamente com a escola, onde é desenvolvida a educação e formação sistematizada das mesmas. Porém, é no ambiente familiar que a criança tem seu primeiro contato com a sociedade.
Daí a importância da união dessas duas instituições sociais na formação educacional das crianças, embora a maioria dos sistemas educacionais defendam a posição de que a educação inicial é de responsabilidade da família, pelo fato de considerar esse ambiente familiar como ideal para o desenvolvimento e educação das crianças.
Essa linha de pensamento defendida por grande parte dos sistemas educacionais não leva em consideração o fato de haver problemas estruturais nas famílias e que crianças que convivem nesse tipo de ambiente, geralmente não têm o devido acompanhamento no desenvolvimento educacional, tanto no ambiente escolar, no qual na maioria dos casos os pais não se fazem presentes no monitoramento dos filhos, quanto no ambiente familiar, no qual não há um controle da disciplina transmitida para a criança, e, ainda, nem sempre a educação familiar é realizada pelos seus próprios pais. Sendo assim,

os pais precisam conhecer e discutir os objetivos da proposta pedagógica e os meios organizados para atingi-los, além de trocar opiniões sobre como o cotidiano escolar se liga a esse plano. Posteriormente, a prática de reunir os pais periodicamente, para informá-los e discutir algumas mudanças a serem feitas no cotidiano das crianças, pode garantir que suas famílias apóiem os filhos de forma tranqüila (OLIVEIRA, 2002, p. 181).


Dependendo da disponibilidade dos pais, o acompanhamento da educação da criança é efetuado por pessoas que na maioria das vezes sequer são parentes das mesmas, proporcionando dessa forma uma provável deficiência na qualidade da educação.
Sendo assim, Paro (2000, p.16) apud Caetano ressalta que o distanciamento entre escola e família não deveria ser tão grande, pois para ele, a escola “não assimilou quase nada de todo o progresso da psicologia da educação e da didática, utilizando métodos de ensino muito próximos e idênticos aos do senso comum predominantes nas relações familiares”.
Para Caetano, aquele autor se remete ao fato de que a atual escola dos filhos, é bastante parecida com a escola que os pais freqüentaram, e por isso, estes últimos não deveriam sentir-se tão distanciados do sistema educacional, e também o professor, embora admita a necessidade da participação dos pais na escola, não sabe bem como encaminhá-la. Assim, de acordo com Paro (2000, p. 68) apud Caetano “parece haver, por um lado, uma incapacidade de compreensão por parte dos pais, daquilo que é transmitido na escola; por outro lado, uma falta de habilidade dos professores para promoverem essa comunicação”.
A relação envolvendo a escola e a família precisa estar em perfeita harmonia para que ocorra um processo de educação eficiente, uma vez que a escola é uma instituição que possui o objetivo de complementar o ambiente familiar. Sendo assim, a escola não deve funcionar sem a família e vice-versa, pois uma depende diretamente da outra visando ao desenvolvimento social e educacional das crianças.
Segundo Paro (2000, p.15) apud Caetano, além de problemas como professores mal formados e outros, a escola tem falhado também e principalmente “porque que não tem dado a devida importância ao que acontece fora e antes dela, com seus educandos”.
Partindo dessas discussões, o presente artigo tem como objetivo discutir a importância da participação da família no processo educacional da criança.
Para a produção do referido artigo, utilizamos como referenciais teóricos autores como Heloisa Szymanski, Zilma Ramos Oliveira, Susanna Mantovani, entre outros, além de artigos relacionados ao tema. Além disso, procuramos articular as discussões propostas pelos autores citados com a minha experiência profissional desenvolvida em escola pública estadual no ano de 2007 e 2008.
A escolha desse tema para a produção desse artigo se deu a partir da percepção de problemas causados pela ausência de familiares no acompanhamento escolar de algumas crianças comprometendo, assim, o desenvolvimento satisfatório das mesmas.

1 – A FAMÍLIA E O ACOMPANHAMENTO DO PROCESSO EDUCACIONAL DOS FILHOS: O PRIMEIRO ANO DE EXPERIÊNCIA

A minha experiência profissional em sala de aula ocorreu no ano de 2007 e 2008 na Escola Estadual Irmã Scheilla, situada no bairro de Bom Pastor – Natal/RN, que oferece educação infantil e fundamental, com turmas nos turnos matutino e vespertino. Nessa escola, desempenhei o papel de professora titular de uma turma do primeiro ano do ensino fundamental, cuja faixa etária era compreendida entre seis e sete anos.
Inicialmente, encontrei dificuldades na implantação e execução de tarefas em sala de aula, assim como na relação professor-aluno, pois não tinha experiência suficiente em sala de aula e, principalmente, não tinha experiência com crianças em nível de alfabetização. Antes de iniciar as aulas, houve duas semanas de planejamento pedagógico, nas quais a coordenadora teve o papel de transmitir as devidas orientações necessárias, para juntas elaborarmos uma rotina a ser estabelecida em todas as salas de aula, com relação à higiene e ao comportamento, assim como o respeito entre si.
A maioria das famílias dos alunos que compunham a turma com a qual trabalhava, enfrentava o problema do analfabetismo, além de problemas relacionados com a convivência familiar, ocasionando deste modo, uma acentuada dificuldade por parte da escola em garantir um aprendizado de qualidade.
Dentre os principais problemas diagnosticados na aprendizagem dos alunos, citamos a falta de interesse no ato de aprender, aliado a falta de acompanhamento escolar por parte dos pais, que muitas vezes não fazem parte do dia-a-dia das crianças.
Esse tipo de relacionamento negligente dos pais acarreta nas crianças um certo “bloqueio” e uma acentuada dificuldade na aprendizagem individual, prejudicando o desenvolvimento coletivo da turma, uma vez que as atividades não são executadas de maneira homogênea pelos alunos.
A negligência dos pais no acompanhamento dos seus filhos faz com que os mesmos cada vez mais se tornem desmotivados ao longo do período letivo, pois não havendo pessoas para realizar o compartilhamento das atividades, o aprendizado se torna sem motivação.
Os alunos que possuem este perfil familiar apresentam em sua maioria dificuldades para aprender, assim como dificuldades para entender o que é transmitido em sala de aula. Como afirma Heloisa Szymanski:


As crianças que não dispõem desse atendimento em casa ficam, porém, prejudicadas. Isso significa que elas chegam em casa sem o processo de aprendizagem completo mas, nem a escola nem a família, assumem isso e, na avaliação final, é julgada por incompetência, primeiramente, a criança e, depois, a família – que, no caso, assume a culpa, já que tem responsabilidade pela criança (SZYMANSKI, 2001, p. 83 – 84).

Diante dessas características com relação à ausência dos pais na educação direta da criança, quanto ao seu acompanhamento e desempenho escolar insatisfatórios, algumas crianças se tornam exceções a essa regra, pois possuiam pais e familiares, ambos ausentes na formação das mesmas, e mesmo diante dessa situação, mantinham-se entre os melhores alunos no que diz respeito ao desenvolvimento escolar e disciplinar.
Os pais são os responsáveis diretos na formação social dos seus filhos, de modo que atitudes sem ética são absorvidas com naturalidade por parte das crianças, e conseqüentemente estes atos são levados ao âmbito escolar e compartilhados pelos demais alunos da escola.
O fato é que a família é o primeiro grupo de pessoas com quem a criança, ao nascer, tem contato. Portanto, é de suma importância que a educação seja transmitida com o mais alto grau de qualidade e eficiência para que a criança no seu desenvolvimento social possa estar embasada no que se diz respeito à prática da cidadania, ou seja, neste círculo de pessoas que a rodeiam, a fonte original da identidade da criança é a família.
Silva (2008) destaca que a família funciona como um suporte que toda criança precisa e, infelizmente, nem todas têm. É o sustentáculo que vai ajudar a criança a desenvolver o conhecimento ajustado de si mesma e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento.
Portanto, segundo aquela autora, não só a relação família e escola são fundamentais para a formação da criança no ambiente da sociedade, mas também existe outro fator de elevada importância para atingir tal objetivo: a presença atuante do professor em sala de aula, que por sua vez, é o complemento dessa relação de educação.
Bonomi (apud Silva, 2008) destaca que o bom relacionamento existente entre esses três personagens, (dois dos quais são protagonistas na escola – educadores e crianças) é de extrema importância durante o processo de inserção da criança na vida escolar, além de significar a ação conjunta em direção à consolidação de uma pedagogia voltada para a infância.
A ausência dos pais e familiares na formação escolar da criança proporciona uma série problemas no aprendizado e no desenvolvimento escolar da mesma. Por outro lado, as crianças que possuem pais participativos e que acompanham seus filhos em tudo que diz respeito à aprendizagem dos mesmos, demonstram afeto ao próximo, carinho com os educadores e demonstram educação para com os outros, os cadernos são limpos e organizados, a escrita é realizada de forma organizada e as tarefas de casa são executadas corretamente.
No momento em que fui conhecer um pouco dessas famílias que costumavam acompanhar seus filhos, pude perceber que os pais eram alfabetizados e mesmo os que não possuíam alfabetização, investiam com aulas de reforço para seu filho, ou então algum parente o ensinava e em seu lar familiar não havia nenhum tipo de violência doméstica e nem uma separação conjugal. Todos viviam em harmonia e dedicação na aprendizagem de seus filhos e os mesmos mostravam ser bastante felizes e carinhosos tanto com os pais, quanto com toda a equipe pedagógica.
Os pais que eram dedicados ao acompanhamento dos seus filhos, participavam de todas as reuniões de pais e mestres, e ficavam sempre atentos quando alguma coisa acontecia com seus filhos. E por esse motivo as crianças eram bastante educadas e organizadas tanto nas atividades de sala de aula como nas atividades enviadas para serem realizadas em casa. A escola possuía um caderno que continha um pequeno relato das famílias de cada aluno, de todas as série oferecidas pela escola e nesse caderno relatava-se um pouco a vida de cada família.
Daí ser oportuno fazer referência a Carraro (apud Silva, 2008) ao destacar que a qualidade da Educação Infantil depende, cada vez mais diretamente da parceria existente entre a escola e a família. Pois ao abrir esses canais de comunicação, respeitar e acolher os saberes dos pais ajudam-se mutuamente. Eis algumas ações em que as únicas beneficiadas são as nossas crianças pequenas.
O lar representa para a criança o primeiro contato com a vida social e por isso a participação dos pais deve ser de maneira constante e permanente para assim poder construir o caráter dos filhos e por mais que o lar passe por transformações, ele ainda continuará sendo para a criança a principal fonte de influência no comportamento, nas emoções e na ética da mesma.
A parceria família e escola precisa ser cada vez maior, pois quanto maior for a parceria, mais positivos serão os resultados na formação do sujeito. Porém essa realidade não acontecia de fato com relação à turma na qual trabalhei durante o período de experiência.
Uma das maneiras de aproximar o professor e o aluno era justamente com práticas interativas como a utilização do “Jornal do fim de semana”, no qual era relatado pelo aluno o que se passou com o mesmo de uma forma dissertativa e independente, auxiliando o professor a conhecer mais sobre a vida pessoal de cada um dos seus alunos e conseqüentemente identificar as principais dificuldades e anseios dos mesmos.
O “Jornal do fim de semana” inicialmente era composto apenas de desenhos e ilustrações dos próprios alunos, uma vez que nem todos dominavam a escrita, pois se encontravam na fase inicial do processo de alfabetização.
No início da implantação desse método, as atividades e a confecção do “Jornal do fim de semana” eram realizadas no próprio caderno dos alunos e o acompanhamento acontecia de maneira individual, porém esse método se tornou ineficiente pelo fato de haver um número considerável de alunos, proporcionando dessa forma um acompanhamento menos detalhado do desenvolvimento dos mesmos e, assim, na maioria das vezes, alguns alunos ficavam sem a verificação da atividade desenvolvida.
O “Jornal do fim de semana” continuou a ser realizado de maneira individual, porém a mudança necessária ocorreu com o fato do mesmo não ser mais executado no caderno dos alunos, passando então a ser feito em folhas individuais, que por sua vez eram distribuídas entre os mesmos e no término; da confecção do Jornal, eram entregues, proporcionando uma análise mais eficiente.
A sensibilidade se torna item indispensável para possibilitar a identificação e compreensão do significado de cada desenho expressado naturalmente pelos alunos nesses relatos da situação familiar vivenciada pelos alunos.
Um dos exemplos de relatos expressados foi a ilustração de duas viaturas de polícia juntamente com um personagem entre as mesmas, feita por um dos alunos. Ao perguntar o que significava aquele desenho, o mesmo com um tom de naturalidade respondeu que a figura expressava a captura do seu próprio pai, pois o mesmo usava constantemente drogas ilícitas, inclusive na presença dos seus filhos.
Isso explica talvez o fato desse mesmo aluno apresentar vários problemas relacionados com a sua capacidade e interesse de aprendizagem, assim como atitudes não éticas praticadas constantemente pelo mesmo, como brincadeiras não sociáveis e ações inadequadas como o ato de fingir estar fumando, seguindo o exemplo do seu próprio pai, além de preferir na maioria das vezes brincar de “Polícia e ladrão”, brincadeira essa que representa a violência urbana, assim como a prática e incentivo de armas de fogo.
Mesmo com todos esses transtornos ocorridos com o pai desse aluno, tive a oportunidade de conversar em particular com o mesmo na presença da diretora. Porém, o aproveitamento não foi satisfatório, pois a reação dele não estava de acordo com a realidade dos fatos, uma vez que o mesmo apresentava um semblante de indiferença durante a conversa e no dia seguinte o aluno continuou com os mesmos atos indisciplinares de antes.
Esses problemas foram transmitidos a Coordenação da Escola, que por sua vez, ao tomar o devido conhecimento dos fatos, ordenou que fosse realizada uma reunião individual com o objetivo de ajudar a melhor orientar a educação do seu filho, porém á reunião não aconteceu pelo fato do mesmo estar impossibilitado de comparecer a reunião, pois o mesmo havia sido vítima de uma tentativa de assassinato com golpes de faca em seu rosto. Isso afetou diretamente o aspecto psicológico do filho, que por sua vez se tornava um aluno cada vez mais agressivo e violento no convívio social da escola e na relação com seus amigos.
As reuniões pedagógicas aconteciam periodicamente a cada mês com o objetivo justamente de identificar e solucionar tais problemas, além de organizar e desenvolver temas a serem trabalhados em sala de aula. As professoras relatavam os problemas enfrentados pelas mesmas em sala de aula e pude perceber que o problema não era apenas na minha sala, ou seja, fazia parte de toda a escola.
O comprometimento profissional do corpo docente limitava-se apenas ao ato de ensinar e educar, pois assuntos relacionados com o lado social e pessoal dos alunos eram de responsabilidade da Coordenação da escola, o que dificultava e centralizava o poder das decisões, facilitando desse modo o atraso na resolução dos problemas sociais vivenciados pelos alunos.
A minha atitude inovadora de procurar conhecer mais profundamente os alunos com relação aos aspectos sociais dos mesmos não era seguida pelas demais professoras do quadro docente da escola, onde as críticas eram constantes contra o meu comportamento profissional por parte das professoras que insistiam com o seu método de trabalho, separando aspectos profissionais com a preocupação da questão social e familiar dos alunos, o que não influenciava no meu modo de agir, pois contava com o apoio da coordenação.

2- A FAMÍLIA E O ACOMPANHAMENTO DO PROCESSO EDUCACIONAL DOS FILHOS: SEGUNDO ANO DE EXPERIÊNCIA

Após o primeiro ano letivo de experiência profissional continuei desempenhando o papel de educadora, com os mesmos alunos, porém na série subseqüente, ou seja, 2º ano do ensino fundamental.
Alguns alunos ficaram ausentes nesse processo, por vários motivos como mudança de endereço domiciliar, tornando inviável o deslocamento dos alunos nestas condições até a escola e outros foram transferidos pela família para outras instituições de ensino, além do ingresso de novos alunos na turma.
O nível escolar dos alunos era satisfatório na sua maioria, pois muitos deles já dominavam a escrita e a leitura de maneira eficiente. Porém, as dificuldades maiores foram identificadas nos alunos que ingressaram na turma, pois não tinham o mesmo nível educacional alcançado pelos alunos que já faziam parte da instituição sob a minha orientação.
A partir daí, foi preciso iniciar um processo de nivelamento educacional da turma, para que dessa forma se tornasse possível alcançar os objetivos educacionais de uma maneira geral.
Inicialmente, as atividades em sala de aula eram realizadas, na maioria das vezes, em grupo, objetivando uma melhoria na qualidade de ensino, pois os alunos que dominavam com mais facilidade a escrita e a leitura, incentivavam os demais a realizarem as atividades propostas dentro de seus próprios grupos de trabalho. Com esse tipo de conduta, a sala de aula se tornou mais nivelada quanto aos aspectos educacionais, além do desenvolvimento social e interação em grupo.
Com o ingresso desses novos alunos, pude perceber mais um problema no acompanhamento educacional das crianças por parte dos pais, pois constatei que os mesmos não eram alfabetizados e, portanto, não era possível acompanhar e se fazerem presentes no acompanhamento escolar dos próprios filhos, porém, eram bastante participativos com relação a reuniões escolares periódicas.
O grande desafio encontrado nesse segundo ano de experiência era descobrir a melhor forma de integrar os pais que não eram alfabetizados para que se tornasse possível uma melhor interação no acompanhamento e no desenvolvimento dos filhos.
Após o início desse ano letivo, com o ingresso de novos alunos na turma, outros problemas foram detectados, diferentemente dos exemplos de alunos que possuíam problemas estruturais familiares, assim como conduta indisciplinar no ambiente escolar, e pude perceber que tais problemas persistiam no dia-a-dia de alguns alunos, causando nos mesmos uma certa dificuldade de acompanhamento escolar em relação aos outros alunos da turma.
O número de casos de alunos que possuíam esse perfil problemático com relação à qualidade da educação dos pais e seu devido acompanhamento escolar já se fazia presente no primeiro ano experiência.
A diferença principal entre o primeiro ano de experiência e o segundo foi a constatação da presença de alunos que possuíam pais presentes e participativos na educação dos seus filhos, porém não eram alfabetizados, tornando o acompanhamento sem o aproveitamento satisfatório.
Dessa forma, constatamos que para que haja uma aprendizagem satisfatória, integral da criança, é necessário que a parceria entre a família e a escola seja uma realidade no contexto educacional. Para que isso ocorra de fato, é preciso que ambas as instituições tenham o mesmo objetivo: o desenvolvimento da aprendizagem do educando, isso porque

o que ambas as instituições têm em comum é o fato de prepararem os membros jovens para sua inserção futura na sociedade e para o desempenho de funções que possibilitem a continuidade da vida social. Ambas desempenham um papel importante na formação do indivíduo e do futuro cidadão (SZYMANSKI, 2009, p. 98).

No ambiente escolar no qual atuei como educadora, de maneira geral, essa parceira ainda não se constituía de forma efetiva, fato que prejudicava o processo de aprendizagem de alguns educandos, que refletiam na escola as conseqüências dos problemas enfrentados no ambiente familiar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um dos principais fatores responsáveis pela deficiência e insatisfação no desenvolvimento escolar e social das crianças é a desestrutura no ambiente familiar, pois se o mesmo não possuir estrutura favorável para proporcionar uma educação eficiente, provavelmente, as crianças desenvolverão dificuldades no aprendizado.
Ainda que alguns alunos tenham a capacidade de contornar tais problemas e desempenharem uma vida escolar e social exemplar, esses alunos fazem parte de uma pequena parcela em relação à quantidade total de alunos.
Na família, há o reconhecimento do papel dos pais, irmãos e outras pessoas que convivem com a criança ou adolescente e sua contribuição para o seu desenvolvimento. Na escola, destacam-se os professores, uma vez que estes se envolvem cotidianamente em atividades programadas e realizam intervenções importantes que afetam o processo de ensino e aprendizagem.
Dessa forma, a participação da família é fundamental no processo educacional dos filhos, uma vez que a educação, para ser integral precisa ser conduzida por essas duas instituições sociais essenciais ao desenvolvimento da criança – família e escola.

REFERÊNCIAS

BONOMI, Adriano. O relacionamento entre educadores e pais. In: BONDIOLI, Anna; MANTOVANI, Susanna. Manual da educação infantil de 0 a 3 anos. POA: Artmed, 1998.
CAETANO, Luciana Maria. Relação escola e família: uma proposta de parceria. Disponível em: www.seufuturonapratica.com.br/intellectus/_.../Jul.../Luciana.pdf. Acesso em 25