A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO NO RELACIONAMENTO ENTRE OS RECÉM-CASADOS

Franciela de Souza Bury dos Reis
Letras pela UNASP
Conselheira Educacional e Familiar pelo UNASP ? Campus de Engenheiro Coelho
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Resumo: Este artigo apresenta a importância de ter uma comunicação eficaz no casamento, principalmente para os recém-casados que estão em fase de construção e conhecendo melhor um ao outro. Com isso, sabe-se que é de grande relevância que a comunicação seja sincera e honesta, que atinja os níveis essenciais, visando sempre um crescimento nessa área, lembrando como é importante que os cônjuges saibam praticar a arte do ouvir, saber esperar a sua vez para falar, colocando-se no lugar do outro, ressaltando que as palavras ditas no momento da raiva têm grande influência para aquele que esta ouvindo, por isso seja prudente e trate o seu cônjuge com muito amor, como se este fosse o seu eterno namorado. Por fim será abordada a questão das diferenças que existem do cérebro masculino e do cérebro feminino, analisando assim as suas habilidades, bem como as suas necessidades e suas prioridades.

Palavras-chave: comunicação, recém-casados, ouvir, amor, cérebro masculino, cérebro feminino.

Abstract: This article presents the importance of effective communication in marriage, mainly for the newly-married that are in the period of construction relationship and knowing better one another. With this, it?s known that it?s of great importance that the communication be sincere and honest, that reaches the essential levels, to always search a growth in that area, reminding how important it is that the spouses know how to practice the art of listening, knowing to wait their turn to speak, placing in each other?s place, emphasizing that the words spoken at angry times have considerable influence to the one who is listening, therefore be prudent and treat your spouse with great love, as if he is your eternal boyfriend. At last we will go through the issue of differences between the male and female brain, analyzing their abilities, as well as their needs and priorities.

Key-words: communication, newly-married, hear, love, brain male, brain female.

Introdução

A comunicação existe em todas as relações, é um processo no qual os seres humanos compartilham informações, ou seja, o seu modo de vida e os seus sentimentos. A comunicação entre cônjuges recém-casados deve ser mais que uma simples troca de informação, ela deve implicar em dar, receber e compreender o que está sendo dito, falado ou expressado, tudo isso com muito amor, respeito e empatia. Para que se tenha uma boa comunicação deve haver participação de ambos os lados.
Dentro do relacionamento a comunicação é uma ferramenta indispensável para a construção do bem-estar, por isso que no decorrer deste trabalho, vamos analisar o que é realmente comunicação. Para Wright (1995, p.56) "comunicação é um processo (verbal ou não) de compartilhar informação com outra pessoa de uma forma tal que ela compreenda o que você está dizendo."
Para Reis (2001, p.31) "a comunicação eficaz é fundamental para um casamento duradouro. Fale com liberdade dos seus sentimentos, sem mostrar censura ou crítica." Ressaltando que essa censura ou crítica pode fazer com que o casal venha a se retrair e não queira falar sobre os seus sentimentos. Outro ponto de extrema relevância é que não devemos dizer as palavras quando estamos com raiva, pois elas ferem o nosso cônjuge, e palavras ditas num momento de ira não são apagadas facilmente. Então quando estivermos com raiva devemos esfriar a nossa cabeça e depois procurar o nosso cônjuge para conversar, assim as palavras serão ditas com calma e clareza. Por isso, que Pelt (2003, p. 57) nos esclarece: "palavras ditas com ira não poderão ser apagadas, e não há nada que possa desfazer seu efeito. Fale e ouça com respeito."
Na comunicação podemos ver que existem alguns tipos de linguagens que são usadas para se ter um diálogo. Primeiro, usamos a verbal, que é construída por palavras, frases e orações. Segundo, é a não-verbal que é feita por meio de símbolos e gestos. Vemos que a comunicação utiliza esses meios de linguagem, bem como os níveis de comunicação que ajuda os recém-casados a terem uma boa comunicação. Podendo assim utilizar esses níveis no seu relacionamento, que vai desde os clichês até uma comunicação franca e verdadeira, que auxilia para se ter um bom relacionamento, pois devemos se sinceros aos nossos cônjuges quanto aos nossos sentimentos e como vamos expressá-los, para que se torne verdadeiro.
Outro assunto importante é o ato de ouvir, que para Wright (1995, p.59) "ouvir de verdade é receber e aceitar a mensagem à medida que esta é enviada tentando compreender o que a outra pessoa realmente quer dizer." Devemos exercitar o hábito de ouvir o nosso cônjuge, pois sabemos que as mulheres têm a tendência ou a necessidade de falar mais e de quererem ser ouvidas pelos seus esposos. Segundo Gray (1995, p. 113): "quando uma mulher quer conversar ou sente a necessidade de se aproximar, ela deve liderar a conversa e não esperar que o homem a inicie." Isso realmente nos traz que as mulheres gostam de falar e que em uma conversa sempre quem irá puxar um assunto ou discutir a relação vai ser a mulher. Isso ocorre porque o homem é mais quieto e não gosta de falar, muito menos de expressar os seus sentimentos
Pease (2000, p. 49) nos diz que "quinze a vinte por cento dos homens têm cérebros estruturados de modo feminino. Cerca de dez por cento das mulheres têm cérebros masculinizados." Então podemos perceber que homens e mulheres são realmente diferentes, mas, que cada um tem um pouquinho de homem (mulher) ou mulher (homem) dentro de si. Devemos saber lidar com essas diferenças que ocorrem entre ambos, pois cada um tem as suas habilidades como: um utiliza a espacial, quanto o outro a verbal, um é mais agitado, outro é mais empático, um é direto, outro gosta enfeitar os fatos. Notamos que existem muitas diferenças e que ambos têm as suas necessidades que vão desde o respeito, a aceitação, o carinho, a confiança e dentre outros que nos ajudam a entender um pouco mais sobre essas primordiais necessidades.


Comunicação

Entendemos que a comunicação é a transmissão de estímulos e respostas provocadas, através de um sistema completo ou parcialmente compartilhadas. É todo o processo de transmissão e de troca de mensagens entre seres humanos, ou seja, o ato ou efeito de comunicar é a única forma que possuímos para nos expressar, conhecer e tornar-se conhecido.
Drescher (1998, p.112) nos diz "comunicar significa, de fato, repartir nossa alma com a outra pessoa." É você se entregar totalmente ao seu eterno namorado (é assim que deveríamos nos referir ao nosso esposo(a)), abrir o seu coração, falar o que está sentindo, quais são as suas necessidades, os seus anseios, o que está pensando, o que você deseja e espera do seu cônjuge. Segundo o autor (1998, p.120) "comunicar quem somos é revelar ou compartilhar nossa individualidade com outra pessoa. É exprimir completamente aquilo que eu sou, que é diferente de qualquer um." Claro que isso só ocorrerá se houver muito amor entre o casal, pois o amor conduz a uma comunicação honesta.
A comunicação não significa falar muito, mas falar com qualidade, pois muitas vezes pensamos que a quantidade é importante, mas que não passa de uma conversa banal, sem um diálogo produtivo que tenha realmente qualidade. Para um casamento funcionar bem, ou para haver uma boa harmonia tem que ter comunicação, saber ouvir, ter tempo para falar, expressar os sentimentos sem agressões, escolher a hora, o lugar e a forma correta de falar. Lembrando que as palavras ditas têm um efeito enorme na vida da outra pessoa que está ouvindo, por isso devemos ser prudentes ao falar. Não devemos falar no momento da raiva, pois acabamos falando aquilo que não queríamos, ofendemos e ferimos o nosso cônjuge com as nossas palavras, ou seja, verbalmente, que é bem pior do que se tivéssemos agredido fisicamente. Pois, as palavras podem até matar quem está ouvindo, então tome cuidado, fale sem explodir e saiba o momento certo de parar.
Devemos estar atentos a algumas regras que nos ajudam a solucionar os conflitos que ocorrem na comunicação. em que Pelt (2003, pp. 56-57) nos cita "escolha o momento e lugar mais apropriados; seja direto; fique dentro do assunto; demonstre respeito; faça uma lista das soluções possíveis; avalie as soluções; escolha a solução mais aceitável e ponha sua decisão em prática". Tudo isso ocorrerá quando ambos os cônjuges estiverem dispostos a ver qual é o problema e a refletir do ponto de vista do outro, ou seja, você se colocar no lugar do outro, o que chamamos de empatia.
Reis (2001, p. 17) ressalta que: "na comunicação entre o casal, homem e mulher interpretam as coisas de forma diferente, podendo gerar conflitos e atrapalhar o relacionamento." Vemos que isso ocorre muito entre os recém-casados que pouco se conhecem, não tiveram tempo o suficiente no namoro para se conhecer, não trocavam informações um sobre o outro, o que acaba gerando muitos conflitos depois no casamento.
Para Drescher (1998, p.105) "em 90% de todas as dificuldades conjugais, a comunicação é o problema sério." Isso nos mostra que num relacionamento tem que haver diálogo, pois quando decidimos concretizar o ato matrimonial, sonhamos que vamos passar muito tempo conversando sem haver interrupções, mostrando os nossos sentimentos de maneira aberta e conhecendo honestamente melhor um ao outro, mas ao decorrer notamos que isso não é tão simples assim e que exige a entrega do "eu" verdadeiro. É você tirar a máscara e se mostrar como realmente você, sem ter medo de ser criticado por querer ser quem você realmente é. Se entregue de corpo e alma ao seu cônjuge, lhe diga o quanto ele(a) é especial em sua vida, o/a elogie, demonstre afeto, fale que seu esposo(a) está bonito(a) e acima de tudo aprenda a valorizar o que o seu companheiro(a).
Muitos casais buscam e desejam ser feliz no casamento, em busca disso, muitos estão aprendendo a valorizar mais o seu cônjuge, e quando surge problemas, esses já vão em busca de uma orientação que pode ser tanto de um terapeuta familiar, quanto de um psicólogo.
Drescher (1998, p. 111) nos afirma que de cada 100 casais que o procura, 85 desses está tendo dificuldade em se comunicar. Pois, muitos casais, com o passar do tempo passam a se comunicar menos, apenas falam sobre o trabalho, os filhos e outros assuntos e deixam de lado aquele diálogo gostoso que tinham logo quando se casaram, em que compartilhavam os momentos bons e ruins que tiveram no dia, sobre os seus planos e sonhos. A falta de comunicação passa a ser um dos mais fáceis problemas a serem tratados, desde que ambos estejam abertos e receptivos as mudanças, bem como as sugestões oferecidas pelo terapeuta ou conselheiro.
Na comunicação usamos a linguagem verbal e não-verbal. Na linguagem verbal apenas 7% da nossa comunicação é realizada por palavras. Ela é construída por palavras, frases e orações. O significado das palavras não estão nelas mesmas, mas nas pessoas, ou seja, no repertório de cada um e que lhe permite decifrar e interpretar as palavras. Podemos dizer ainda que o tom da nossa voz têm muita influência e que contribui para uma boa comunicação.
A linguagem não-verbal expressa muita coisa, e é feita por meio de símbolos, olhares, toques, gestos e pelo sorriso. Não esquecendo que o nosso corpo fala e podemos identificar no olhar o estado do nosso cônjuge, pois devemos ter em mente que as pessoas não se comunicam apenas por palavras. Os movimentos faciais e corporais são também importantes, pois fazem parte dos elementos não verbais da comunicação.

Os níveis da comunicação

Segundo Drescher (1999, p.117): "nosso objetivo no casamento deve ser o de chegar aos níveis mais profundos da comunicação e da compreensão, ir do medíocre para o expressivo". Dentro da comunicação, nós também encontramos o que chamamos de níveis ou estágios, os quais nos ajudam a analisar o crescimento na comunicação entre os casais.
Powell (1969, p.91, 92) defende que nos comunicamos em cinco níveis diferentes pelos quais podemos manter um bom diálogo, que são:

Nível 5: Conversa de Clichês ou Chavões. É feita por pessoas que não se conhecem bem, superficial, não há profundidade nem pensamentos criativos, pois, nada pessoal está sendo compartilhado e cada um permanece seguro por trás de sua proteção. Para o relacionamento matrimonial neste nível torna-se maçante e leva a frustração e ao ressentimento.
Nível 4: Relatando Fatos Acerca de Outros. Ocorre troca de informações, que são seguidas de comentários pessoais é onde surgem as fofocas e pequenas narrativas, mas não envolvemos nisso os nossos próprios sentimentos. Os homens são que mais sofrem nesse nível devido o fato de não expressarem totalmente o que estão sentindo.
Nível 3: Minhas Idéias e Julgamento. O pensamento criativo é partilhado, há um início de intimidade e conversa amistosa. É aqui que começa um pouco da verdadeira comunicação. Neste nível você arrisca expor seus sentimentos, pensamentos e opiniões. É nesse momento que o seu cônjuge tem a oportunidade de conhecê-lo intimamente.
Nível 2: Meus Sentimentos ou Emoções. A pessoa descreve como está se sentindo a respeito dos fatos, idéias e julgamentos, ou seja, o que está acontecendo dentro de você, como se sente em relação ao seu cônjuge ou a uma situação. Os sentimentos de zanga, alegria e frustrações são compartilhados. Nesse nível você precisa aprender a compartilhar os seus sentimentos e emoções com o seu cônjuge.
Nível 1: Completa e Verdadeira Comunicação Emocional e Pessoal. É o mais elevado nível de comunhão e comunicação aberta, sem nenhum empecilho. Existe profunda confiança, honestidade, franqueza e aceitação. A comunicação é muito importante para os dois lados e enriquece o relacionamento. Neste nível a comunicação deve ser franca e verdadeira.

Esses níveis nos fazem refletir sobre como anda a nossa comunicação, se estamos progredindo e avançando de nível ou se estamos regredindo e degradando assim a nossa comunicação com o nosso cônjuge, tornando assim o relacionamento superficial, ou seja, apenas informativo.
Segundo Drescher (1998, p.121):

A comunicação envolve conhecer e compreender os níveis mais profundos da personalidade da cada um e estar desejoso de compartilhá-los de tal modo que cada um possa se sentir seguro e sem impedimento de expor suas emoções um ao outro.

Para se ter um casamento feliz tem que haver um crescimento nesses níveis de forma que ambos possam crescer juntos, sendo verdadeiros, francos, dispostos a mudanças, deixando de lado as suas fraquezas e direcionando assim o relacionamento para um nível mais profundo que é assumir um compromisso com o seu cônjuge de não esconder aquilo que está no seu íntimo, ou seja, o que está dentro de você.

A importância da arte de ouvir

Na comunicação encontramos algumas circunstâncias indesejadas que ocorrem entre os cônjuges que é a falta de atenção ao que está sendo dito, tendo em vista que a maioria gosta de falar, de expressar o que está sentindo e muitas vezes esquecemos que a outra pessoa também tem a necessidade de ter alguém que a escute. Sendo assim, a arte de ouvir deve ser cultivada em nosso relacionamento. Pois, muitos esperam ser ouvidos e compreendidos, mas poucos estão preocupados em parar para ouvir o seu cônjuge.
Para que a comunicação seja madura e amorosa, Drescher (1998, p. 110) nos afirma que:

Ouvir é uma parte decisiva desta experiência mútua. Comunicar-se é tentar ouvir os pontos de vista do outro, compreender o que o outro está sentindo e desenvolver a empatia entre ambos. Para se comunicar é necessário um clima de confiança, segurança, aceitação e amor.

Reis (2001, p. 20) nos comenta que "alguns homens deixam a esposa falar, mas na realidade eles não estão ouvindo." Algumas vezes, os homens tendem a deixar suas companheiras falando sozinhas, enquanto eles ficam no seu mundo imaginário, pensando no jogo de futebol que logo irá começar ou naquele relatório que terá que fazer para o trabalho do outro dia e acabam não prestando a atenção no que elas estão falando, o que acaba as deixando muito frustradas, pois elas estavam apenas querendo ser ouvidas. Elas queriam apenas desabafar e contar-lhes como foi o seu dia.
O homem em si age pela lógica e pela razão, vai direto ao ponto, enquanto a mulher age pelos seus sentimentos e emoções, ela gosta de florear as coisas. Como nos diz Reis (2001, p. 20): "o homem fala a linguagem da cabeça e a mulher, do coração."
Agora podemos compreender o porquê dos homens agirem de certa forma quando a esposa chega do trabalho e conta dos seus problemas, este logo diz para ela deixar o emprego, só que isto não é o que passa pela sua mente, ela apenas quer lhe dizer como aquele dia foi ruim, ela não está pedindo uma solução, apenas quer ser ouvida. Isso serve também para as esposas, que muitas vezes, despejam tudo em cima do marido, logo quando este chega à porta, só que não é o momento certo, deixe seu esposo relaxar, aí sim diga como foi difícil o dia, que os filhos tiraram nota baixa na escola, que o cano da pia estourou e que você ainda tem que preparar o jantar.
A esposa deve aprender a ser direta também e dizer logo que hoje não irá preparar o jantar, porque está cansada e quer sair, quem sabe para comer aquela deliciosa pizza que comiam quando namoravam. Então devemos ter cuidado quando for se dirigir ao seu cônjuge veja se é o momento certo para você falar e se este vai estar receptivo para te ouvir, sendo assim ambos estarão sendo ouvidos como desejam, não esquecendo que escutar não significa ouvir.
Wright (1995, p. 59) nos comenta que "embora ouvir seja normalmente considerado a parte passiva da comunicação, isso não é verdade. Ouvir com sensibilidade é abrir-se para a outra pessoa, importando-se ativamente com o que ela diz e o ela quer dizer."

Cérebro dele versus cérebro dela

Podemos ver que existem muitas diferenças no modo de se pensar, bem como de agir dos homens e das mulheres, vemos isso desde quando eles ainda são bebês, pois, os meninos são mais agitados e agressivos, isso se dá ao fato da presença de testosterona no útero materno que acaba influenciando no comportamento, fazendo com os meninos tenham uma atração por brincadeiras agressivas.
As meninas são mais empáticas e se destacam verbalmente, possuindo habilidades de fala, leitura, escrita e ortografia, desde o início da infância, o que se estenda ao longo da vida. As meninas não agridem fisicamente, mas se utilizam da agressão verbal, entre outras características que chamamos hoje de bulling, e que é muito praticado por pelas meninas, apesar de ser diagnosticado também numa proporção menor entre os meninos.
O bullying é um comportamento agressivo que provoca um desequilíbrio de poder, onde a vitima não consegue se defender, seja por pouco força física e estar em minoria, por pouca força psicológica para enfrentar o agressor ou os agressores. O bullying se faz por uma forte influencia, manipulando para que os mais fortes convençam os mais fracos para serem os seus objetos de prazer e diversão com brincadeiras sem graças e comprometedoras que disfarçam o propósito de maltratar e intimidar.
O cérebro direito dos meninos amadurece primeiro do que os das meninas, desenvolvendo a percepção, a lógica e a orientação espacial, sendo mais aptos para questões que envolvem matemática, montagem de quebra-cabeças e na praticidade para resolver problemas. As meninas, por sua vez, desenvolvem o cérebro esquerdo mais rápido que os meninos, por isso é que elas falam mais cedo e melhor, têm a habilidade de ler e aprender uma segunda língua com mais facilidade.
Pease (2000, p.110) no diz que "a testosterona é o hormônio do sucesso, da realização e da competitividade [...]". Por essa razão, os homens são mais competitivos, o que os torna também mais agressivos, como por exemplo, depois de um torneio de futebol que envolve muito preparo físico, o homem libera mais testosterona o que lhe deixa mais agitado e pronto para uma briga.
Para Pease (2000, p. 106) "a progesterona é o hormônio que desperta o instinto maternal e protetor para estimular a mulher a cumprir com eficiência seu papel de guardiã da cria." Por isso, é que as meninas desde cedo tem este instinto de cuidar das suas bonecas como se elas fossem seus bebês, e assim a mulher acaba liberando progesterona para o seu organismo.
As mulheres conseguem memorizar mais palavras, são mais detalhistas, falam sobre os seus sentimentos, se abrem facilmente com as suas amigas e numa discussão apelam para a verbal. Já os homens têm mais facilidade para se localizar espacialmente, tanto no mapa como na elaboração de um, não falam sobre os seus sentimentos, são mais fechados, utilizam da sua autoridade e muitas vezes da agressão física se precisar para resolver seus problemas.
Podemos ver ainda que, as mulheres usam ambos os lados do cérebro, por isso é que elas têm mais dificuldade em diferenciar a mão esquerda, da direita, por sua vez os homens usam um cérebro de cada vez, tendo mais facilidade para distinguir a mão direita da esquerda. Por essa razão é que as mulheres conseguem fazer várias coisas, como passar roupa, falar ao telefone e empurrar o carrinho do bebê, tudo isso ao mesmo tempo, já os homens não tem esse domínio todo, por isso não conseguem fazer muitas coisas ao mesmo tempo, tem que ser uma coisa de cada vez, senão eles não dão conta de terminar uma tarefa que lhe foi solicitada.
Apesar dessas diferenças que ocorrem vemos que tanto o homem como a mulher possuem suas necessidades primordiais predominantes diferentes um do outro que são chamados de os doze tipos de amor em que Gray (1995, p0. 146-151) nos cita, embora ambos os gêneros necessitem de todas as necessidades citadas, o autor traz enquanto predominância nos gêneros abaixo trabalhados:

1. Ela precisa de carinho e ele precisa de confiança
2. Ela precisa de compreensão e ele precisa de aceitação
3. Ela precisa de respeito e ele precisa de apreço
4. Ela precisa de devoção e ele de admiração
5. Ela precisa de validação e ele precisa de aprovação
6. Ela precisa de reafirmação e ele de encorajamento

Essas são as seis necessidades básicas para que se tenha um casamento feliz, onde cada um busque satisfazer da melhor maneira o seu cônjuge, deixando de lado as diferenças que ocorrem no cérebro masculino do cérebro feminino.

Metodologia

Esta pesquisa está classificada nos critérios de pesquisa bibliográfica para o embasamento teórico.
Partindo da pesquisa realizada, os dados bibliográficos foram analisados a partir de leitura crítica e redação dialógica a partir dos autores apresentados.

Considerações Finais

Através dessa pesquisa pudemos compreender sobre a importância da comunicação na vida dos recém-casados, como eles podem conhecer melhor a si mesmos e se relacionar melhor um com o outro. Colocando em prática os seus conhecimentos sobre uma boa comunicação, no qual o casal possa desfrutar com amor de um relacionamento verdadeiro e que seja satisfatório, proporcionando assim um maior entendimento entre ambos os cônjuges. Visando sempre um crescimento nessa área que tanto prejudica o casamento, levando-os muitas vezes a uma separação não desejada. Tudo isso ocorre porque ambos não deixam se envolver pelas suas emoções e não expressam seus sentimentos pelo outro.
Vemos que alguns casais têm dificuldades em se comunicar e que este está sendo um grande problema no casamento, pois, estes estão preocupados apenas em falar sobre coisas banais e esquecem ou deixam de lado os seus sentimentos, não falam sobre isso, pensam que o ser humano é uma ilha, mas estão muito enganados, todos precisamos falar e ser ouvidos, essa deve o auge do relacionamento entre duas pessoas que se amam e que desejam viver um casamento feliz. Para isso ocorrer é preciso ter um ótimo relacionamento, saber expressar suas idéias e os seus pensamentos de forma clara, deixando de lado todo preconceito que houver ou mágoa ainda existentes.
Segundo Wright (1992, p. 65): "O matrimonio é um relacionamento íntimo construído sobre a compreensão mútua, mas para verdadeiramente compreender outra pessoa, você precisa ser capaz de comunicar-se com ela." Seja honesto ao se comunicar com o seu cônjuge, pois, este jamais saberá das suas preocupações se você não se abrir verdadeiramente e se entregar de coração de seu casamento. Comunicação nada mais é do que uma troca de informação, então saiba o momento de ideal para você falar e quando o seu cônjuge estiver falando, ouça com carinho e respeito o que este está dizendo, tendo isso como prioridade em sua vida. E esteja alerta quanto aos níveis de uma boa comunicação, veja se está tendo progressão ou regressão e procure ser franco e verdadeiro, só assim haverá crescimento.
Saiba distinguir que o cérebro do homem é completamente diferente do cérebro da mulher, mas que isso não os faz superior um ao outro e nem tão pouco mais inteligente. Cada um possui as suas habilidades e as pratica com muita facilidade. Podemos ver que as diferenças ocorrem desde o ventre da mãe por assim dizer, pois no útero a mãe já libera testosterona para o menino, tornando-se esse mais agressivo, já a menina tem o instinto maternal com as suas bonecas, dando comida, banho e as fazendo dormir com músicas que aprenderam com as suas mães. Sabemos que os meninos são mais agitados e gostam de brincadeiras agressivas, enquanto as meninas são mais sossegadas e se destacam verbalmente. Por sua vez, já adultos os homens tem mais facilidade espacial e são muito diretos, as mulheres conseguem fazer várias coisas ao mesmo tempo e gostam de florear quando estão relatando algum fato.
Concluímos portanto que, para se ter um casamento feliz é preciso haver um bom diálogo entre os cônjuges, que esses necessitam por em prática o hábito de ouvir e também o de falar o que se sente. E que com a sabedoria de Deus que é o criador de tudo, vamos aprender a trabalhar com as diferenças que ocorrem entre o homem e a mulher.


Referências Bibliográficas

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