INTRODUÇÃO

A avaliação da aprendizagem é uma realidade que acompanha ao longo do tempo a trajetória do sistema escolar envolvendo os administradores das escolas, professores, alunos e as famílias dentro desse contexto. Contudo sabe-se que a formação plena da cidadania segundo as práticas do sistema de ensino tem sido questionada nos últimos anos, por causa do frequente fracasso da aprendizagem dos alunos.                                                                                                                                    

Na busca de soluções para essa realidade, muitos análises, sugestões e críticas vêm sendo feitas por grandes estudiosos da área de educação, e dentro dos enfoques debatidos sobre essas problemáticas está a avaliação da aprendizagem como fator essencial, pois o mesmo permeia todo o processo de educação por ocupar um lugar muito amplo na vida escolar dos alunos.  Mas, a prática avaliativa que é realiza nas escolas ainda representa um instrumento de coação e disciplinamento. Neste contexto, os resultados alcançados através da avaliação representam mera classificação e/ou seleção e não deveriam ser considerados como processo de aprendizagem nem de ensino.                                                                       

Expressões do tipo: “Estudem. Isso vai cair na prova”; “Se não se comportarem irei fazer um teste surpresa”; “Caprichem na prova”, são normalmente observadas no cotidiano pedagógico das escolas brasileiras.  Diante desta realidade caótica Luckesi (2005) afirma que “o professor que recorre a esses métodos não está interessado em descobrir quem aprendeu o que foi ensinado”, mas sim, quem não aprendeu, para poder expor publicamente aos colegas a sua aparente  fragilidade.     Dentro da realidade das práticas de avaliação atual é notório que um dos entraves para uma prática mediadora é a postura resistente dos docentes para mudar o paradigma atual frente a uma avaliação tradicional.                                   

Em contrapartida, Hoffmann (2003) desataca que os professores procuram novas formas que tragam inovações nas práticas avaliativas tradicionais no que concerne a conceitos e notas. Buscam várias metodologias, mas não entendem como estas metodologias avaliativas podem ser aplicadas no cotidiano escolar e, além disso, se confrontam com uma sociedade que não compreende a importância de práticas de avaliação inovadora.

Dessa forma Enguita (1989), afirma que quando aos “aspectos sociológicos, grande parte da realidade avaliativa se concentra nas mãos dos professores, que não tem consciência da importância de suas funções uma vez que decidem sobre os conteúdos que vão ministrar”, de acordo com o direcionamento do currículo e sobre como vai distribuir o tempo de trabalho, práticas que poderiam contribuir para a consolidação de uma visão transformadora e não simplesmente reprodutora e mantenedora da sociedade com seus problemas atuais.  Tratando-se disso Hoffman (1995) afirma que a avaliação “é a reflexão transformadora em ação, que impulsionará a novas reflexões”. O educador deverá está permanentemente refletindo sobre sua realidade e acompanhando a trajetória de construção do aluno.        

Considerando que há alguns anos determinados teóricos, já vem desenvolvendo estudos para reflexão/ação dos docentes em sua prática no que diz respeito a avaliação, torna-se fundamental a constituição de um modelo avaliativo reflexivo que atenda as necessidades de escolarização, pois o que se pode observar nas escolas é a confusão entre as noções de avaliação e seleção, educação e aprendizagem. Assim acontece nas instituições de ensino nas séries iniciais do Ensino Fundamental nas quais o professor acaba por não saber avaliar a criança, o que muitas vezes resulta em uma reprovação e o professor por sua vez não leva em conta os acontecimentos do cotidiano.                                                                                        

Em linhas gerais, esse trabalho oportunizará reflexões sobre o processo de avaliação dentro do Ensino Fundamental, através do Referencial Teórico destacado a luz dos teóricos tais como Jussara Hoffmann, Cipriano Carlos Luckesi, Mendez dentre outros teóricos. A abordagem teórica estará baseada na perspectiva construtivista onde a avaliação exerce uma função dialógica e interativa promovendo aos alunos sua emancipação frente a sociedade em que se está inserido. Na metodologia foi utilizada a pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa, telematizada com a finalidade de buscar as respostas para o questionamento referente a avaliação do processo ensino-aprendizagem e se conclui que a ação de uma avaliação participativa e mediadora sugere novos direcionamentos a esse processo. 

Tendo em vista essas dificuldades em relação a uma prática de avaliação que vise a construção do processo de ensino aprendizagem, o presente trabalho tem por objetivo central analisar a importância da avaliação mediadora na instituição educacional em uma perspectiva participativa para evidenciar o crescimento social e cognitivo do aluno das séries iniciais do Ensino Fundamental. Sendo construído através das ações relacionadas: Analisar os fundamentos da avaliação mediadora para suprir as deficiências técnico-docentes observadas no desenvolvimento das práticas decorrente da mesma; identificar a importância da atuação participativa e mediadora do professor no estabelecimento de ensino-aprendizagem; Avaliar os instrumentos que aprimoram as práticas de uma avaliação mediadora na instituição educacional para sugerir novos direcionamentos ao processo de ensino-aprendizagem  na busca da eficiência respaldada em uma visão global e reflexiva do desenvolvimento do aluno.  

Por isso apresentamos a hipótese de que, a prática de uma avaliação mediadora é importante, pois por meio desta o educador concebe ao aluno a construção do seu conhecimento mediante a sua atuação e participação.                

Considerando que alguns anos determinados teóricos, já vem desenvolvendo estudos para reflexão e ação dos docentes em sua prática no que diz respeito a avaliação. Nessa pesquisa bibliográfica traremos conhecimentos que contribuam para a prática da avaliação mediadora; pois a experiência como educadora possibilitou observar como é importante a relação entre professor e aluno e como ela pode contribuir para uma prática de avaliação mediadora em relação a aprendizagem de todos os alunos lhes assegurando uma trajetória de sucesso. O exercício da reflexão no decorrer da graduação possibilitou-nos questionar as práticas avaliativas no processo ensino aprendizagem, que vem sendo aplicadas dentro das instituições educacionais da Educação Infantil as séries iniciais do Ensino Fundamental.           

Sendo assim, justifica-se este trabalho científico, tendo em vista a necessidade de contribuir para um novo repensar das atitudes do professor em relação a uma avaliação mediadora e significativa entendendo que essa relação é de suma importância para o sucesso do desenvolvimento social e cognitivo na formação escolar do aluno, pois as formas de atuação para que esses profissionais devem possibilitar plenamente suas ações a fim de comprovar sua competência.           

Esta pesquisa compõe-se de quatro capítulos, onde o primeiro traz em seu teor um recorte histórico sobre a avaliação relatando que o processo de avaliação no Brasil se desenvolveu como elemento de promoção de desigualdade. E o seu subcapítulo trará uma análise sobre a avaliação da aprendizagem no Ensino Fundamental, na perspectiva de mostrar que as práticas pedagógicas utilizadas no processo de ensino aprendizagem são o reflexo de uma estrutura social historicamente construída deve ser reestruturada no intuito de rompermos os paradigmas sobre as práticas de avaliação que e consolidarmos dentro das instituições de ensino as práticas de avaliação contemporânea. No capítulo seguinte tratamos o conceito de avaliação a luz de alguns teóricos, dando enfoque a avaliação mediadora trazida por Hoffmann. 

No terceiro capítulo analisamos a importância da avaliação mediadora para as práticas educativas. Logo esse capítulo trará o tópico denominado desafios a vencer que por sua vez apresentando os sub-tópicos: o olhar do professor; o desinteresse e a falta de atenção; o erro como processo de construção do conhecimento e a importância da correção. 

Por vez, o quarto capítulo finaliza a pesquisa científica abordando a temática sobre a avaliação mediadora como construção do conhecimento, trazendo como sub-tópicos: os instrumentos de avaliação e os conceitos de aprendizagem na ótica dos professores e alunos.