A IMPORTÂNCIA DA  ARTE NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Ermoson de Goes dos Santos[1]

RESUMO:

A arte é uma grande estratégia para se caminhar rumo ao desenvolvimento expressivo e representacional da criança, e, por isso mesmo  a arte precisa ser mais valorizada dentro da escola, não somente como hora de desenhar e pintar, mas como uma disciplina curricular importante para o desenvolvimento cognitivo das crianças, principalmente com as crianças com necessidades especiais. Neste contexto a situação problema do estudo questionou: por que as escolas regulares de ensino, não tomam como compromisso o processo do ensino da arte, para os alunos portadores de necessidades? E teve como os objetivos: verificar a importância da ação da arte na educação inclusiva, verificar a atuação do educando incluso com as expressões pessoal e valores sociais, demonstrar como o ensino da arte beneficia o aluno portador de necessidades especiais, relacionar recursos que mais contribuem com as diferentes habilidades da educação inclusiva. Usou-se metodologia através da pesquisa qualitativa, com a utilização de meios bibliográficos, envolvendo livros, artigos, revista e pesquisa on-line. Assim o estudo obteve-se como resultados: Para a diversificação das atividades em artes na escola, é necessário espaço físico e recursos materiais, onde é visto em muitas escolas  a falta destes complementos. Portanto, para tomar como compromisso as aulas de arte na educação inclusiva, deve muitas vezes vivenciar do improviso e da criatividade dos docentes, quais trazem valiosas aprendizagens aos alunos.

 

Palavras-chave: Aprendizagem, arte, inclusão, educação.

 

 

1 INTRODUÇÃO

A arte é uma grande estratégia para se caminhar rumo ao desenvolvimento expressivo e representacional da criança, e, por isso mesmo ela precisa ser mais valorizada dentro da escola, não somente como hora de desenhar e pintar, mas como uma disciplina curricular importante para o desenvolvimento cognitivo das crianças, principalmente com as crianças com necessidades especiais.

A situação problema questionou: por que as escolas regulares de ensino, não tomam como compromisso o processo do ensino da arte, para os alunos portadores de necessidades?

Assim o estudo teve como justificativa, pois o tema tem relevância social, junto as atividades da disciplina de Artes para as pessoas portadores de educação especial, e contribui com os componentes fantasiosos e imaginativos das invenções artísticas das crianças.

A arte ajuda-as a desenvolvê-las, trabalhando também uma parcela considerável de sua própria sensibilidade estética e até aprimorando suas habilidades perceptivas, analíticas e criticas.

A prática da arte prepara a pessoa para, observar e refletir sobre as experiências artísticas, a arte dá direção para entendê-las melhor e, sobretudo, deparar nos caminhos para auxiliar a manifestação da criatividade e imaginação da criança no meio em que vive.

A Arte é uma forma de comunicação não verbal, onde os sentimentos, e o conhecimentos com relação ao universo, a vida e o meio habitual para pessoas portadoras de deficiências tem grande valor, pela a necessidade muitas de trabalhar questões emocionais, sensórias.

Com a ação da Arte poderá, oferecer melhores auxílios para os portadores de inclusão, expressando suas necessidades e limitações, proporcionando, além do espaço para a expressão do auto-conhecimento, uma melhoria da auto-estima, da percepção do mundo, da integração social, e o conhecimento  si mesmo, sem deixar de falar do mundo ao seu redor.

Portanto o trabalho no recinto escolar com a arte, também com os alunos inclusivos em muitos casos funcionará como diagnóstico terapêutico.

O estudo também abre espaço para a reflexão dos profissionais docentes e outras áreas.

O tema tem relevância cientifica, pois é de suma grandeza para o acadêmico, onde oportuniza conhecimentos para o seguimento na vida profissional e pessoal, pois sendo assunto de muito interesse no universo de pessoas portadoras de necessidade.

            E com o objetivo geral: verificar a importância da ação da arte na educação inclusiva. E com os objetivos específicos: verificar a atuação do educando incluso com as expressões pessoal e valores sociais, demonstrar como o ensino da arte beneficia o aluno portador de necessidades especiais, relacionar recursos que mais contribuem com as diferentes habilidades da educação inclusiva.

A metodologia e procedimentos realizou-se através da pesquisa qualitativa, utilização de meios bibliográficos, envolvendo livros, artigos, conseguindo assim verificar na literatura atual, os mais variados estudos referentes ao tema da pesquisa.

A pesquisa qualitativa bibliográfica, realizou-se num período de dois meses, sendo março e abril de 2013, em acervos bibliográficos: particular e municipal.

Assim o estudo teve como resultados: Para a diversificação das atividades em artes na escola, é necessário espaço físico e recursos materiais, onde é visto em muitas escolas a falta destes complementos. Portanto, para tomar como compromisso as aulas de arte na educação inclusiva, deve muitas vezes vivenciar do improviso e da criatividade dos docentes, quais trazem valiosas aprendizagens.

 

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A ARTE E SUA CONTRIBUIÇÃO

 

 

A História da Arte no Mundo vêm ao encontro dos objetivos da nova LDB e dos educadores compromissados com o desenvolvimento da Cultura em geral, visando uma sociedade mais qualificada, mais solidária e mais sensível.

Segundo os PCNs - Arte (BRASIL, 1993, p.15).

“a educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico, que caracteriza um modo particular da dar sentido às experiências das pessoas: por meio dele, o aluno amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação de aprender, pois a arte envolve, basicamente, fazer trabalhos artísticos, apreciar e refletir sobre eles. Envolve também, conhecer, aprecia r refletir sobre as formas da natureza e sobre as produções artísticas individuais e coletivas de distintas culturas e épocas. Para tanto, a escola deve saber aproveitar a diversidade de recursos humanos e materiais disponíveis na comunidade em que ela esteja inserida, a fim de que o aluno, ao longo da escolaridade tenha a oportunidade de vivenciar o maior número de formas de arte”.

Segundo Proença (2000, p. 19) o ensino da arte abrange quatro linguagens: dança, teatro, música e artes visuais. Cada um possui seu objeto de estudo e seus elementos caracterizadores que devem ser compreendidos e explorados no trabalho com os alunos.

Na concepção de Cardoso (1997, p. 53), a Arte, na educação, dá espaço ao desenvolvimento artístico: a sensibilidade, a reflexão, a percepção e a imaginação. O aluno passará, então, a conhecer a apreciar e a refletir sobre as formas da natureza e o que foi produzido artisticamente em diferentes épocas culturais.

As artes visuais no fazer dos alunos: desenho, pintura, colagem, escultura, gravura, escultura, arrumação, vídeo, retrato, narrativa em quadrinhos, são cultura informatizadas.

Para Apple (1989, p. 46), a Arte contribui para desenvolver o senso de estática, sensibilidade e  criatividade, e nesse processo de aprendizagem a arte é tão importante quanto qualquer outra matéria.

“A natureza criativa do homem se elabora no contexto cultural. Todo indivíduo se desenvolve em uma realidade social, em cuja indigência e valorizações culturais se adaptam os próprios valores da vida” (OSTROWER, 1987, p.5).

A arte e a música tomam direção ao trabalho e se organiza de forma a que as crianças desenvolvam as seguintes capacidades: Ouvir, perceber e descriminar eventos sonoros diversos, fontes sonoras e produções musicais, Brincar com a música, imitar, inventar e reproduzir criações musicais, imitar, inventar e reproduzir criações musicais (RADESPIEL, 2003, p. 67).

Segundo Ostrower (1987, p. 13), a música é a linguagem que ultrapassa os alcances da palavra, é a demonstração de sentimentos e emoções. È o conjunto da vida da criança desde o seu nascimento, vindo das canções de ninar, cantigas de roda, rádio, discos, fitas. Antes de saber ler e escrever a criança instruir-se a cantar. Em geral, mais do que o adulto a criança gosta de cantar.  A música tem grande força educativa, por isso torna-se simples e agradável ensinar às crianças através do canto.

Na concepção de Read (1976, p. 29), o Teatro / Dramatização: O teatro é muito importante para a criança, como: projetar criaturas conscientes, sem inibições, para a atividade social em qualquer idade ou nível escolar.

Proença (2000, p. 39) o trabalho com teatro traz emoções em benefícios dos nossos semelhantes: todos somos personagens do teatro do mundo, do dia-a-dia, de um mundo que precisamos interagir aprender e fazê-lo. Para a criança, dramatizar é vital desde cedo a criança se revela um ator nato. Apesar de suas primeiras revelações sejam repetição de seu ambiente, ela é capaz de criticar e acrescentar algo de si aos fatos observados.

Ostrower (1987, p. 19) a dramatização leva o conhecimento da arte e abre esperança para que o aluno tenha uma compreensão do mundo na qual a extensão poética encontrar-se presente: a arte ensina que é possível modificar-se sempre a existência, que é preciso mudar referências a cada momento ser flexível. Isso quer dizer que criar e aceitar são indissociáveis e a flexibilidade é condição fundamental para aprender.

 A dança se movimenta não só em função de respostas funcionais, mas pelo encanto do exercício, para empreender o meio ambiente.

A valorização da escola reconhece ser um espaço privilegiado para a construção de uma sociedade democrática, distinguindo não só para a qualidade de ensino como para a probabilidade de contribuir para as modificações de atitudes discriminatórias, já que na escola inclusiva, com presença das distinção sociais e culturais, hão de criar recursos que diminuam as barreiras elitistas presentes hoje na sociedade.

 

 

2.1.1 A Contribuição da Arte  na Educação Infantil

            A atividade artística é um dos modos da criança referir-se ás alegrias e tristezas, revelar suas emoções, enfim, exercer seu pensamento. Na Educação Infantil, esta poderá ser desenho, a pintura, a colagem, a modelagem, etc., bem como a música, o teatro, a dança e a leitura.

As influências existem sempre. Não há porque opô-las a espontaneidade criativa, como se o fato em si, e não o tipo de influencia, impedisse o agir espontâneo. Tampouco cabe identificar a espontaneidade com uma originalidade imaculada por influencia e círculos, com um comportamento sem compromissos (...). Ser espontâneo nada tem a ver com ser dependente de influencia. Isso em si é impossível ao ser humano. Ser espontâneo apenas significa ser coerente consigo mesmo. (....). Se o homem não consegue  fugir  das influencias por jamais omitir-se a valorização do contexto cultural, é preciso ver que ele enfrenta seletivamente. Como individuo, ele é um ser seletivo (OSTROWER, 1987, p. 108).

         Segundo Proença (2000), há alguns anos, as atividades artísticas propostas para as crianças geralmente não favoreciam a sua livre expressão. Copiar desenhos já feitos, preencher esses desenhos como cores predominantes e outras atividades desse tipo ocupava, na Educação Infantil, o tempo destinado ás artes plásticas.

            Stabile (1988), a criação e recriação entre temas, traços, cores, ritmos e composição que compões trabalhos como os desenhos, por exemplo, também não eram favorecidas por esse tipo de atividade.

            Á medida que as características do pensamento infantil passaram a ser conhecidas pelos educadores, estes começaram a optar por um tipo de atuação pedagógica que, procurando preservar o caráter lúdico, espontâneo e emotivo nas atividades expressiva deixavam a criança totalmente livre para criar (READ, 1976).

            A Arte na Educação Infantil, busca um ponto de equilíbrio entre os extremos, isto é, entre o desenho mimeografado e o desenho livre.

Portanto ao observar e analisar a produção das crianças, o professor pode aprender muito sobre a sua concepção de mundo. Essa concepção é uma síntese daquilo que a criança sabe de suas impressões, percepções e sentimentos – expressa com as habilidades que já possui naquele instante.

 

 

2.1.2  A Contribuição da Arte no Ensino Fundamental

 

            Aprender arte é desenvolver progressivamente um percurso de criação pessoal cultivado, ou seja, alimentado pelas interações significativas que o aluno realiza com aqueles que trazem informações pertinentes para o processo de aprendizagem (outros alunos, professores, artistas, especialistas), com fontes de informação (obras, trabalhos dos colegas, acervos, reproduções, mostras, apresentações) e com o seu próprio percurso de criador.

            Para Proença (2000, p. 31), fazer arte e pensar sobre o trabalho artístico que realiza, assim como sobre a arte que é, e foi concretizada na história, podem garantir ao aluno uma situação de aprendizagem conectada com os valores e os modos de produção artística nos meios sócioculturais.

Ensinar arte em consonância com os modos de aprendizagem do aluno significa, então, não isolar a escola da informação sobre a produção histórica e social da arte e, ao mesmo tempo, garantir ao aluno a liberdade de imaginar e edificar propostas artísticas pessoais ou grupais com base em intenções próprias.

            Segundo Stabile (1988), tudo isso integrado aos aspectos lúdicos e prazerosos que se apresentam durante a atividade artística. Assim, aprender com sentido e prazer está associado à compreensão mais clara daquilo que é ensinado. Para tanto, os conteúdos da arte não podem ser banalizados, mas devem ser ensinados por meio de situações e/ou propostas que alcancem os modos de aprender do aluno e garantindo a participação de cada um dentro da sala de aula.

            Tais orientações, segundo Read (1976), favorecem o emergir de formulações pessoais de idéias, hipóteses, teorias e formas artísticas. Progressivamente e por meio de trabalhos contínuos essas formulações tendem a se aproximar de modos mais elaborados de fazer e pensar sobre arte.

            Aplle (1989), introduzir o aluno do primeiro ciclo do ensino fundamental as origens do teatro ou aos textos de dramaturgia por meio de histórias narradas pode despertar maior interesse e curiosidade sem perder a integridade dos conteúdos e fatos históricos.

Cabe ao professor escolher os modos e recursos didáticos adequados para apresentar as informações, observando sempre a necessidade de introduzir formas artísticas, porque ensinar arte com arte é o caminho mais eficaz. Em outras palavras o texto literário, a canção e a imagem trarão mais conhecimentos ao aluno e serão mais eficazes como portadores de informações a se exercitar nas práticas de aprender a ver, observar, ouvir, atuar, tocar e refletir sobre elas (PROENÇA, 2000, p. 59).

            Segundo Fusari (1993), a qualidade da ação pedagógica que considera tanto as competências relativas á percepção estática quanto aquelas que envolvidas no fazer artístico pode contribuir para o fortalecimento da consciência criadora do aluno. O aluno fica exigente e muito crítico em relação á própria produção, justamente porque nesse momento de seu desenvolvimento já pode compará-la de modo mais sistemático, ás do círculo de produção social ao qual tem acesso.

            Proença (2000), essa caracterização do aluno tem levado á crença de que nesse período a criança é menos espontânea e menos criativa nas atividades artísticas que no período anterior a escolaridade.

Segundo Ostrower (1987), o aluno de primeira a quarta série do Ensino Fundamental, busca se aproximar da produção cultural de arte. Entretanto, tais interesses não podem ser confundidos com submisso aos padrões adultos de artes.

A vivência integral desse momento autorizará o jovem a estruturar trabalhos próprios, com marcas individuais, inaugurando proposições poéticas autônomas que assimilam influência e transformam o trabalho que desenvolvem dentro do seu percurso de criação nas diversas formas da arte.

No período posterior, de quinta a oitava série, essa vivência propiciará criar próprias, concretizadas com internacionalidades.

Brasil (1996), cada professor deve estar ciente de sua missão, no sentido de revelar e projetar o trabalho das emoções em benefícios dos nossos semelhantes: todos somos personagens do teatro do mundo, do dia-a-dia, de um mundo que não dialoga e que precisa aprender a fazê-lo.

Diante o Ensino Fundamental, os critérios de avaliação nos auxiliam na compreensão do trabalho com o aluno em arte. Ele deve realizar de forma objetiva, imparcial e independente das preferências individuais. Logo, avaliar deverá ter como ponto de partida o conteúdo do trabalho, de acordo com os PCNs (BRASIL, 1993, p. 98),

Arte Visuais:

- Criar formas artísticas demonstrando algum tipo de capacidade ou habilidade;

- Estabelecer relações com o trabalho de arte produzindo por si e por outras pessoas sem discriminação estéticas, étnicas e de gênero;

- Identificar alguns elementos de linguagem visual que se encontram em múltiplas realidades;

- Reconhecer e apreciar vários trabalhos e objetos de arte por meio das próprias emoções, reflexões e conhecimentos;

- Valorizar as fontes de documentos, preservação e acervo da produção artística.

 

Na Dança:

- compreender a estrutura e o funcionamento do corpo e os elementos que compõem em seu movimento;

- Interessar-se pela dança com movimento coletivo;

- Compreender e apreciar a s diversas danças como manifestações culturais.

 

Na  Música:

- interpretar, improvisar e compor, demonstrando alguma capacidade ou habilidade;

- Reconhecer e apreciar os seus trabalhos, de seus colegas e de músicos por meio próprias reflexão, emoção  e conhecimentos, sem preconceitos estéticos, artísticos, étnicos e de gênero;

- Compreender a música como produto cultural histórico em evolução, sua articulação com as historias do mundo, as funções, os valores e as finalidades que foram atribuídas a ela por diferentes povos e épocas;

- Reconhecer e valorizar o desenvolvimento pessoal em músicas nas atividades de produção de conhecimentos sobre  a Música como produto e histórico.

No Teatro:

- Compreender e estar habilitado para se expressar na linguagem dramática;

- Compreender e apreciar as diversas formas de teatro produzidas nas culturas;

 - Compreender o teatro como forma coletiva.

Segundo Stabile (1988), são idéias e práticas sobre os métodos e procedimentos para viabilizar o aperfeiçoamento dos saberes dosa alunos em Arte. Mas não são quaisquer métodos e procedimentos e sim aqueles que possam levar em consideração o valor educativo da ação cultural da Arte na escola.

Na concepção de Cardoso (1997), as orientações didáticas referem-se ás escolhas do professor quanto aos conteúdos selecionados para o trabalho artístico em sala de aula. Refere-se aos direcionamentos para que os alunos possam produzir, compreender e analisar os próprios trabalhos e aprender noções e habilidades para apreciação estéticas e  análise do patrimônio cultural artístico.

            A didática do Ensino da Arte, manifesta-se em geral em duas tendências, conforme PCN (BRASIL, 1993).

  • Exercícios de repetição ou imitação mecânica de modelos prontos;
  • Atividades somente de auto-estimular;
  • As mesmas devem ser ampla que deve favorecer tipos de aprendizagem

 distintas que deixam um legado empobrecido para o efetivo crescimento

 artístico do aluno.

Proença (2000), em Arte as estratégias individuais para a concretização dos trabalhos são um fato; além disso, os produtos nunca coincidem nos seus resultados. Para o aluno compreender e conhecer arte e seus processos de criação torna-se, portanto um excelente modelo de referência a orientação didática.

As atividades propostas na área de Arte devem garantir e ajudar as crianças e jovens a desenvolverem modos interessantes, imaginativos e criadores de fazer e  de pensar sobre a arte, exercitando seus modos de expressão e comunicação.

Os encaminhamentos didáticos expressam por fim a seriação de conteúdos da área e as teorias e de educação selecionadas pelo docente, pois ara a criança, dramatizar é vital desde cedo a criança se revela um ator nato.

 

 

2.2 A ARTE E A EDUCAÇÃO ICLUSIVA

 

 

Com a Lei n. 9.394/96, sob (art. 26, 2), (Brasil, 1996), revogam-se as disposições anteriores e Arte é considerada obrigatória na educação básica: O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos.

Segundo Read (1976), a arte na escola vem remover barreiras à aprendizagem junto aos indivíduos com necessidade especiais, pois a arte funciona como forma de redescoberta, pelo professore e pelo aluno, onde deve observar e registrar dados para, depois de avaliados, servirem para a formulação de teorias oriundas da prática.

O comentário acontecido na Declaração Mundial, sobre educação para todos, aprovada na Conferência Mundial sobre Educação para todos, satisfação das necessidades básicas de aprendizagem, ocorrida de5 a9 de março de 1990, em Jomtien, Tailândia, conforme diz Carvalho, 2004, p. 67).

É animador constatar que houve a preocupação com as necessidades básicas de aprendizagem de todas as crianças.  Porém, o que consta da Declaração como satisfação das necessidades básicas de aprendizagem traduz-se tanto pelos instrumentos essenciais para a aprendizagem (como a leitura, a escrita, a expressão oral, o cálculo, a solução de problemas), quanto pelos conteúdos básicos da aprendizagem, isto é: conhecimentos, habilidades, valores e atitudes e o trabalho em arte.

 

Esses princípios referem-se ao quando ensinar ou ao melhor momento e adequadas condições em que assuntos novos devem ser apresentados.  Entretanto independentemente da sequência e complexidade dos assuntos independentemente dos pré-requisitos cognitivos do aluno, suas motivações e interesses fazem parte (a mais significativa) da aprendizagem com sucesso (CARVALHO, 2004).

A arte deve ser abordada na aprendizagem das diferenças culturais a partir da perspectiva de que toda pessoa tem uma cultura, todas as culturas são importantes e merecem respeito, e a diversidade enriquece a sala de aula e  explicaram que “a educação multicultural desde o inicio não é um currículo; é uma perspectiva e um compromisso com a equidade, com a sensibilidade e com a capacitação da inclusão (STAINBACK, 1999).

Saad (2003), a partir da primicia sobre a existência de uma essência humana, constitui-se a crença de que o ensino da Arte deveria ser igual para todos, obedecendo a alógica e preestabelecida. O compromisso da escola deve ser como a democratização do saber entendendo que o conhecimento é herança da humanidade e, portanto, direito de todos.

Atualmente a inserção de alunos com necessidades especiais no ensino regular seja denominada, genericamente, de Educação Inclusiva, há de se destacar tecnicamente, dois modelos distintos na inserção seja efetiva, junto as aulas de artes (MANTOAN, 2005).

O conceito de Escola Inclusiva, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais (Brasil, 1999), para a Educação Especial, implica uma postura da escola  comum que propõe, no projeto político-pedagógico,  no currículo na metodologia  de ensino, na avaliação e na atitude dos educadores, ações  que favoreçam a integração social e a  sua opção por práticas heterogêneas.

Na concepção de Montoan (2005), o direcionamento dos conteúdos em Artes, de variar a disposição dos grupos, adotar o ensino coletivo, adotar o ensino em grupos pequenos, adotar o ensino individual, usar apoio e orientação dos colegas, propor atividades independentes, propor grupos de aprendizagem, variar os métodos de ensino, ensino dirigido pelo professor, pelo aluno, proporcionar motivação e reforço, proporcionar reforço verbal e não-verbal, ser positivo.

            Elogiar realizações concretas, tangíveis, planejar sequências de atividades motivadas, reforçar a iniciação, oferecer opções, usar freqüentemente as potencialidades e os interesses dos alunos, enviar bilhetes para casa, usar cédulas de dinheiro, motivar com tempo livre, motivar com atividades especiais, exibir mapas de progresso, (FREIRE, 1985).

Variar as regras, diferenciar as regras para alguns alunos, usar regras explicitas, implícitas. Ensinar auto manejo e acompanhamento de atividades, usar horários e calendários diários visuais e pictóricos, verificar freqüentemente a compreensão, revisão, solicitar reforço dos pais, fazer com que o aluno repita as instruções, ensinar técnicas de estudo, usar as folhas de estudo para organizar o material, planejar, escrever indicações, prazos mais longos, rever e vivenciar situações reais, propor generalizações, ensinar em vários locais, ambientes (BRASIL, 1999, p. 23)

           

Fusari (1993, p. 71), mudar os métodos de apresentação, variar as estratégias curriculares, ensinar segundo o estilo de aprendizagem do aluno (lingüístico, espacial, lógico-matemático, corporal-cinestésico, musical, interpessoal, intrapessoal), assim a abordagem comportamentalista da Arte enfatiza a possibilidade da mudança do comportamento a partir de princípios condicionantes por acreditar que estes proporcionam uma melhor adaptação aos portadores de deficiência ao meio-social.

Dessa forma a arte é básica e compreender as experiências vivenciadas em sala de aula contribui, conforme Carvalho, (2004, p. 106).

- Reconhecimento e integração com os colegas na elaboração de cenas e na improvisação teatral;

- Reconhecimentos e exploração do espaço de encenação com os outros participantes do jogo teatral;

- Interação ator-espectador na criação dramatizada.

- Observação, apreciação e análise dos trabalhos em teatro realizados pelos outros grupos. 

- Compreensão dos significados expressivos corporais, textuais, visuais, sonoros da criação teatral;

- Criação de textos e encenação com o grupo em teatro como expressão e comunicação;

- Participação e desenvolvimento nos jogos de atenção, observação, improvisação, etc.

- Reconhecimentos e utilização dos elementos da linguagem dramática: espaço cênico, personagem e ação dramática.         

- experimentação e articulação entre as expressões corporal, plástica e sonora.

- Experimentação na improvisação a partir de estímulos diversos.

- Experimentação na improvisação a partir do estabelecimento de regras para os jogos.

- Pesquisa, elaboração e utilização de cenário, figurino, maquiagem, adereços, objetos de cena, iluminação e som.

- Pesquisa, elaboração e utilização de máscaras, bonecos e de outros modos de apresentação teatral.

- Seleção e organização dos objetos a serem usados no teatro e da participação de cada um na atividade.

- Exploração das competências corporais e de criação dramática.

- Reconhece a utilização da expressão e comunicação na criação teatral.

 

Proença (2000), a disciplina desenhos, apresentada sob forma de desenhos Geométricos, desenhos do natural e desenhos pedagógicos, proporciona no seu aspecto funcional para a experiência em arte, ou seja, todas as orientações e conhecimentos visam uma aplicação imediata e a qualificação para o trabalho.

 Na concepção de Saad (2003), as atividades de artes de teatro e danças fazem parte das festividades escolares na celebração de datas como Natal, Páscoa ou Independência, ou ainda nas festas de finais de ano no período escolar.

 

 

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi através deste estudo, contemplando todas as buscas, qualitativa quantitativa, que permitiu, ver observar e ter mais conhecimentos que é através da arte que o aluno, seja incluso ou não, tem uma maior vivência dos sentimentos é, desta forma a abranger o processo da aprendizagem como um todo, e não apenas em sua dimensão simbólica, verbosa ou palavresca.

Neste contexto oportunizou a situação problema que questionou: por que as escolas regulares de ensino, não tomam como compromisso o processo do ensino da arte, para os alunos portadores de necessidades?

Para a diversificação das atividades em artes na escola, é necessário espaço físico e recursos materiais, onde é visto em muitas escolas a falta destes complementos. Portanto, para tomar como compromisso as aulas de arte na educação inclusiva, deve muitas vezes vivenciar do improviso e da criatividade dos docentes, quais trazem valiosas aprendizagens aos alunos.

E com o objetivo geral: a) verificar a importância da ação da arte na educação inclusiva,

A importância acontece a partir do conhecimento que é construído na interação da criança com o meio ambiente, e o ritmo é parte primordial do mundo que a cerca.

A criança desenvolve os sentidos desde que nasce e um dos papéis da escola é proporcionar situações em que ela possa explorar e desenvolver todos os sentidos harmonicamente.

Assim a arte faz com que a criança portadora de necessidades especiais oportuniza o brincar com a música, imitar, inventar e reproduzir criações musicais, imitar, inventar e reproduzir criações musicais, perceber e expressar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio de improvisações, composições e interpretações do mundo que os rodeia.

b) verificar a atuação do educando incluso com as expressões pessoal e valores sociais,

A arte amplia o conhecimento de mundo que possuem, manipulando diferentes objetos e matérias, explorando suas características, propriedades e possibilidades de manuseio e entrando em contato com formas diversas de expressão artística para o mundo social.

c) demonstrar como o ensino da arte beneficia o aluno portador de necessidades especiais,

As atividades de artes garantem ao aluno a liberdade de imaginar e edificar propostas artísticas pessoais ou grupais com base em intenções próprias, integrado aos aspectos lúdicos e prazerosos que se apresentam durante a atividade artística.

A arte também oportuniza a criança expressar e saber comunicar-se em artes, mantendo uma atitude de busca pessoal e ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a sensibilidade e a reflexão ao realizar e fluir produções artísticas em seu mundo.

d) relacionar recursos que mais contribuem com as diferentes habilidades da educação inclusiva.

Assim o que mais contribuem são os recursos com materiais, instrumentos e procedimentos variados em artes (artes visuais, dança, música, teatro), experimentando-os e conhecendo de modo a utilizá-los nos trabalhos pessoais.

Como também identificar uma ralação de autoconfiança com a produção artística pessoal e conhecimento estético, respeitando a própria produção e dos colegas, no percurso de criação que abriga uma multiplicidade de procedimentos e soluções.

Portanto as atividades de arte devem ser sempre um trabalho contínuo na escola, para que possamos trabalhar com as crianças no sentido de formar as atitudes e habilidades propostas conseguindo, assim resultados positivos.

Dessa forma enfatiza-se sobre a importância do trabalho junto aos alunos portadores de necessidades especiais, na configuração dos elementos que interagem, em diferentes planos, para a elaboração e a prática curricular existente nas escolas especiais.

Conclui-se que, as buscas para a construção deste estudo, foram de fundamental importância para os conhecimentos profissional e pessoal do acadêmico.                     

4  REFERÊNCIAS

APPLE, Michael W. Educação e Poder. Porto Alegre: Artes Médicas. 1989.

BRASIL, Ministério da Educação, Cultura e do Desporto. Secretaria do Ensino Fundamental. SEF. Parâmetros Curriculares Nacionais: Artes. 1993.

BRASIL, Ministério da educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

CARDOSO, Maria Cecília de Freitas. Adaptando o conteúdo utilizando grandes áreas curriculares. Brasília: Corde, 1997.

CARVALHO, Rosita Edler; Removendo barreiras para a aprendizagem: educação inclusiva; Editora Mediação, 4 ed. Porto Alegre, 2004.

FUSARI, Maria f. de Rezende E. A arte na educação escolar. São Paulo: Cortez, 1993.

FREIRE, Paulo. FAUNDEZ, Antônio. Por Uma Pedagogia da Pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.

MANTOAN, Maria Teresa Eglér - Revista o Professor - Escola -  Fala Mestre - São Paulo,  Maio de 2005.

OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de criação. Petrópolis: Vozes, 1987.

PROENÇA, Graça.  Historia da Arte. 16. ed.  São Paulo: Ática, 2000.

RADESPIEL, Maria. Alfabetização sem Segredos: Eventos Escolares. Arte na pré-Escola e no Ensino Fundamental. Minas Gerais: IEMAR. 2003.

READ, Herbert.  O Sentido da Arte. 3. ed.  - São Paulo: Ibrasa, 1976.

STABILE, Rosa Maria. A expressão artística na pré-escola. São Paulo: FTD, 1988.

STAINBACK, Susan e William STAINBACK: Inclusão: Um Guia Para Educadores.  Porto Alegre: Artmed: 1999.


[1]Ermoson de Goes dos Santos. [email protected]. Acadêmico do curso em Artes CBM - Centro Universitário Barão de Mauá - Ribeirão Preto - São Paulo.