1. INTRODUÇÃO

O mundo empresarial vem passando por mudanças que estão ocorrendo de forma acelerada e em três níveis: pessoal, tecnológico e organizacional. No âmbito do indivíduo, por exemplo, uma das principais mudanças que ocorreram no cenário dos negócios, foi a absoluta ruptura nos padrões de carreira profissional nas empresas. A idéia de se ter um emprego vitalício, deixou de ser uma realidade para se tornar uma ficção, mesmo nas economias mais desenvolvidas. Do ponto de vista tecnológico, a convergência entre as indústrias de entretenimento, os editoriais, as mídias eletrônicas e a universalização da informação, estão alterando o ambiente de negócios radicalmente.
O crescimento da indústria da informação faz com que o conhecimento se transforme em uma ferramenta essencial para as organizações. Em suma, a tecnologia veio para reformular os negócios, e dar uma dimensão estratégica ao conhecimento do mercado. E do ponto de vista organizacional as empresas estão se vendo num cenário cada vez mais competitivo, e por esse motivo estão aderindo novas abordagens de Administração para se manterem firmes no mercado em que atuam e evitarem sua precoce entropia (CUNHA, 2009).
Tais mudanças tornaram cada vez mais difíceis para as empresas manterem-se no mercado com a elevação do nível crescente de competitividade, surgindo desse modo, métodos específicos para que as mesmas pudessem evitar sua entropia. As empresas passaram a lutar cada vez mais por espaço no mercado e foram basicamente obrigadas a estabelecer estratégias de negócios que as mantivessem fortes e estabilizadas no mundo empresarial juntamente com seus concorrentes.
De acordo com Souza e Qualharini (2007), a necessidade de sobreviver e perpetuar um modelo de negócio em um ambiente globalizado, obriga os gestores das organizações a enfrentarem grandes desafios, tanto na forma de inserção e interação em sociedades diversas, como no sistema de gestão adotado. Devido a esses fatores, é preciso estar sempre atento às oscilações de „humor? do mercado, clientes e da economia.
No estado de Pernambuco, situado no Nordeste brasileiro, a atividade têxtil é predominante e é através dela que muitas famílias adquirem suas rendas para sua sobrevivência. Em decorrência disso, existem muitas microempresas nesse ramo, que na maioria das vezes é caracterizada também como empresas familiares. Contudo, muitas 3 empresas acabam chegando á entropia devido à sua má administração, pois com a alta competitividade presente nessa área de negócios, é necessário manter-se sempre atualizado e atento às mudanças de mercado, para que as mesmas possam se manter influentes. Nesse contexto, a gestão ineficaz, revela um dos maiores erros das microempresas, que está presente no descarte de objetivos e metas para a administração de seus negócios, por acreditarem que o mesmo não se faz necessário devido ao porte que ela apresenta.
Porém, é fundamental utilizar o Planejamento Estratégico como ferramenta de apoio aos processos decisórios durante o ciclo de vida das organizações de micro e pequeno porte. Godoy (2009) explica que as micro e pequenas empresas, por apresentarem recursos escassos, falta de estrutura e pessoal qualificado, não conseguem identificar e se adaptar as mudanças de mercado em velocidade ideal, fator este que pode acarretar em aspectos negativos para a mesma, bem como o encerramento de suas atividades. Tal cenário comprova a importância de se utilizar de ferramentas de gestão disponíveis, tais como o Planejamento Estratégico, justamente para identificar as oportunidades de mercado. A reorganização das micro e pequenas empresas, por intermédio dessas ferramentas, podem promover seu crescimento e garantir a sua sobrevivência.
Existem diversos estudos que se focam em expor a importância do Planejamento Estratégico para as microempresas. Segundo Brasil et al. (2015), o Planejamento Estratégico quando utilizado pela microempresa e colocado em prática por um especialista, tende a surtir efeitos satisfatórios, transformando a empresa competitiva no mercado. Além disso, embora tenha havido uma grande expansão das pequenas microempresas no país, ainda é alto o índice de falência das mesmas ocasionado na maioria das vezes por falta de um planejamento adequado.
Dessa maneira, esse presente trabalho irá focar-se em expor a importância que o Planejamento Estratégico tem para essas microempresas, com o intuito de mostrar que independente do porte de uma empresa, é extremamente importante que haja um Planejamento Estratégico para que a mesma possa manter-se competitiva no mercado.
Além disso, o estudo do tema irá beneficiar não apenas os microempresários, como também, irá expor todas as vantagens e benefícios de se planejar estrategicamente para o desempenho da organização, além de trazer informações que serão importantes para microempresas nordestinas, contribuindo para o crescimento econômico da região e 4 consequêntemente do país, moldando a visão definida de empreendedores que acreditam que microempresas não requerem planejamentos pré-estudados e provando que, independente do porte organizacional, é sim imprescindível a elaboração de planejamento e inclusive, promoverá uma maior contribuição para o tema estudado.
O presente trabalho será dividido em cinco sessões, onde a primeira sessão consistirá na Introdução do trabalho, a segunda será o Referencial teórico, que aborda sobre os principais assuntos a serem estudados sobre o tema. Na Metodologia do trabalho, que será a terceira sessão, irá expor os métodos utilizados para a realização do presente estudo, que será baseado na exploração de temas bibliográficos referentes ao tema estudado, juntamente com a análise de estudos já efetuados sobre o presente estudo. A quarta sessão será A análise dos temas estudados, que levarão consequentemente a última sessão, que abordará a conclusão final do estudo do tema.

2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo será realizada a apresentação dos conceitos que fundamentarão a base teórica, visando embasar conceitualmente, possibilitando, um melhor entendimento do trabalho realizado.
Os temas que serão abordados são: Estratégia competitiva, Planejamento Estratégico e Análise SWOT, além de expor alguns estudos e seus respectivos resultados sobre o presente estudo.
A estratégia competitiva consiste basicamente nos métodos que podem ser traçados e utilizados pelas organizações para se manterem competitivas no mercado em que atuam. Nesse contexto, surge o Planejamento estratégico que é basicamente o modelo de planejamento que visa traçar as principais ações estratégicas que devem ser executadas pela empresa, para promover vantagens competitivas e consolidá-las no mercado em que atuam frente a seus concorrentes.
Para a realização do planejamento estratégico é necessário analisar os ambientes interno e externo da organização, com o intuito de identificar-se os principais pontos fortes e fracos da mesma, bem como as oportunidades e ameaças que elas podem encontrar no futuro, e com base nessas informações traçar os objetivos estratégicos.
Essa análise é chamada de Análise SWOT ou Matriz FOFA, como é conhecida no Brasil.

2.1 Estratégia Competitiva

A Estratégia é utilizada desde tempos bem remoto derivando-se do grego strategos que significa a arte do general. Antigamente o mesmo era utilizado em guerras pelos militares com o objetivo de transparecer a idéia de força para seus inimigos. Essa informação já transmite a real importância de uma estratégia para se concretizar a realização de algum plano ou objetivo, e atualmente não é diferente, pois a administração estratégica vem sendo cada vez mais requisitada para manter ou desenvolver o funcionamento eficiente e eficaz da organização.
Devido a crescente competitividade que vem ocorrendo nos negócios, as organizações têm apresentado um ambiente que objetiva principalmente retornos acima 6 da média, juntamente com um quadro de clientes que buscam satisfazer suas necessidades por intermédio de custos cada vez menores. Tal demanda obriga as empresas a investirem cada vez mais em tecnologia e flexibilidade, bem como em novos processos produtivos, para que, desse modo, ela consiga fornecer ao mercado e aos clientes uma gama de produtos e serviços que sejam diferenciados dos concorrentes, e mutuamente, produtos que apresentem custos menores (ROYER, 2010).
Nesse contexto, o tema estratégia empresarial vem ganhando cada vez mais espaço na discussão sobre gestão empresarial. A discussão que envolve a formulação de estratégias que possibilitem o norteamento dos melhores caminhos a serem trilhados pelas empresas tem sua existência desde o século vinte, mais precisamente entre as décadas 50 e 60, tanto no campo acadêmico, como também no âmbito das organizações, onde começaram a surgir esforços com o intuito de produzir algum tipo de sistematização sobre o assunto (RABELO, 2009).
A pesquisa da estratégia, de acordo com Schneider et al. (2009), teve seu desenvolvimento na academia brasileira sob influência das significativas literaturas anglo-saxônicas.
"A estratégia correta é aquela que permite a adaptação da estrutura da empresa, de forma coerente com seus elementos internos, uma dando suporte à outra, tornando bemsucedido os objetivos esperados. " (CONCEIÇÃO ET AL. 2009, pg.3). Desse modo, não basta ter apenas um planejamento estratégico, mas um planejamento que se adeque perfeitamente à estrutura da empresa.
Segundo Brito (2006), o mundo empresarial vive constantemente num fluxo que apresenta altos e baixos, e por esse motivo a organização necessita de uma administração estratégica eficiente para que possa se manter viva nesse mundo competitivo. É importante ressaltar que com a administração estratégica é possível ter uma visão clara dos objetivos e metas da empresa, já que toda e qualquer organização apresenta pontos fortes e fracos.

[...]