A IMPORTÂCIA DAS TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES COMTEPORÂNIAS¹

 

                                                                                  Aldeir Sousa Gomes²

                                                                                                            Diogo Moura³

 

RESUMO

 

O administrador nas organizações da atualidade precisam ter habilidades e competências necessárias para uma boa atuação. E estas são oriundas de teorias administrativas de grades estudiosas do meio, que estavam constantemente buscando formas de melhorar os processos produtivos das organizações. Atualmente qualquer organização e nível organizacional, esta sempre analisando a forma mais eficaz de realizar cada processo, reduzindo custos e se adaptando as exigências e necessidade mundo competitivo em virtude da globalização. As teorias criadas ao longo dos tempos são pilares, na evolução das organizações.

 

Palavras-Chave: Importância; Organizações; Teorias.

1 INTRODUÇÃO

As organizações nos oferecem meios para atender as nossas necessidades, nos fornecendo serviços e/ou produtos. Para garantir a realização destes é preciso que haja uma boa administração, porque é ela quem vai assegurar que os recursos sejam utilizados adequadamente para atingir a realização dos objetivos.

Para alcançar a realização desses objetivos é preciso solucionar problemas, reduzir custos, ser eficiente e eficaz, e até mesmo uma impor mudança de paradigmas. E é em meio a essas necessidades que surgem as teorias administrativas, que são proposições que buscam explicar a realidade pratica, através da experiência pratica nas organizações.

Os administradores que comandam uma organização contemporânea estão sempre necessitando de princípios, modelos de gestão, técnicas, que possam ajuda-los a compreender e solucionar problemas encontrados na sua realidade. Por consequência disto surgiram ao longo do tempo varias teorias, tais como:

Administração Cientifica, Teoria Clássica, Escola de Relações Humanas, Abordagem Estruturalista e Abordagem Comportamental que contribuem para a resolução destes problemas. São estas teorias que serão abordadas no decorre do trabalho identificando as suas importâncias para as organizações contemporâneas

2 DESENVOLVIMENTO

No inicio do século XX foi um período de grade mudanças na economia e tecnologia, as indústrias estavam em fase de grade desenvolvimento fornecendo seus produtos e serviços em quantidades elevadas, com isso surgia à necessidade de lidar com larga produção de modo que o os processos fabricação fossem feitos com eficiência. Este senário foi crucial para que Frederick Winslow Taylor criasse a Administração Cientifica. Quando Taylor entrou na empresa siderúrgica Midvale Steel período em que ele estava retomando seus estudos, na área de engenharia, ele começou a desenvolver os seus estudos iniciais sobre aprimoramento técnica. Ele observou vários problemas na fabrica, tais como estes:

  • A administração não tinha noção clara da divisão de suas responsabilidades com o trabalhador;
  • Não havia incentivos para melhorar o desempenho do trabalhador;
  • Muitos colaboradores não cumpriam suas responsabilidades;
  • As decisões dos administradores baseavam-se na intuição e no palpite;
  • Não havia integração entre os departamentos da empresa;
  • Os trabalhadores eram colocados em tarefas para as quais não tinham aptidão;
  • Havia conflitos entre capatazes e operários a respeito da quantidade da produção.

A partir dessas observações e experiência, como consultor, e em 1893 trabalhando exclusivamente na Bethlehem Steel, local em que ele pode desenvolver suas ideias com relação a administração científica. E depois que deixou a empresa em 1901 pra se dedicar à divulgação de suas observações. Ele desenvolveu seu sistema de administração de tarefas conhecido como administração científica, dividido em três fases.

  1. 1.      A primeira fase: Ataque ao problema dos salários; Estudo sistemático do tempo; Definição de tempos-padrão; Sistema de administração de tarefas.
  2. 2.      A segunda fase: Produtividade do trabalhador para o aprimoramento dos métodos de trabalho; Definição dos princípios de administração do trabalho: Seleção e treinamento de pessoal; Salários altos e custos baixos de produção; Identificação da melhor maneira de executar tarefas; Cooperação entre administração e trabalhadores.
  3. 3.      A terceira fase: Desenvolver uma ciência para cada elemento do trabalho; Selecionar cientificamente e depois treinar, instruir e desenvolver o trabalhador; Cooperar sinceramente com os trabalhadores, de modo a garantir que o trabalho seja feito de acordo com os princípios da ciência desenvolvida; Divisão quase igual de trabalho e de responsabilidade entre a administração e os trabalhadores.

Na primeira fase parar solucionar o problema dos salários Taylor propôs estudar o tempo máximo para realização de cada tarefa, isso feito de forma cientifica e foi denominado de “estudo sistemático e cientifico do tempo”, posteriormente ele definia “tempos-padrão”, isto era o alicerce do sistema de administração.

Na segunda fase ele estava focado no aprimoramento dos métodos de trabalho, nessa fase ele faz uma distinção entre o homem médio e de primeira classe, no caso o homem de primeira classe é o que se procura, porque se ele fosse colocado em uma função que tivesse aptidão e recebesse mais um incentivo financeiro ele faria seu trabalho no tempo certo. É nesse mesmo período que apresenta os princípios da administração de empresa, na sua obra Shop management.

Na terceira fase ele sintetiza os objetivos da administração cientifica, e também faz mudanças nas responsabilidades da empresa, tais como: a recomendação da criação de um departamento de planejamento onde ficaria centralizada a atividade de comando, no qual o funcionário intelectual iria analisar e propor melhoras no chão-de-fábrica.

 Taylor entendia esses dispositivos da eficiência     como auxiliares da administração cientifica, ou maneiras de colocar em pratica os princípios da administração cientifica. Assim, Taylor foi o primeiro autor a sistematizar o modelo de administração cientifica, entendendo-se como tal sistema de ideias ou doutrinas aliadas a técnicas ou ferramentas. [...] a questão não é trabalhar duro, nem depressa, nem bastante, mas trabalhar de forma inteligente.” (MAXIMIANO, 2009, p.58).

Além de Taylor, tiveram outros seguidores da administração cientifica, muito conhecidos como, por exemplo, o Henry Ford. Ford em 1885 trabalhou como mecânico das oficinas da Eagle Motor Works, em Detroit, depois em 1890, foi trabalhar como engenheiro maquinista na Edison Illuminating Company, onde em 1893, após ser promovido ao cargo de Engenheiro Chefe, passou a ter dinheiro e tempo para por em pratica as suas experiências com motores a gasolina, e estes fatores fizeram com que ele criasse a Detroit Automobile Company, sua primeira empresa. Que seria mais tarde a Ford Motor Company, fundada em 1903.

As ideias de Ford foram inovadoras e mudaram o pensamento da época. Ele começou com os processos de mecanização, produção em massa-onde qualquer peça podia ser montada em qualquer sistema, padronização do maquinário e do equipamento- isto era obtido utilizando o mesmo sistema de calibragem em todos os processos, e por consequência, forte segregação do trabalho manual em relação ao trabalho braçal - o operário não precisava pensar apenas como fazer, mas efetuá-lo com o mínimo de movimentação possível.

A linha de montagem móvel agilizava os processos de produção, porque os produtos movimentavam-se ate os trabalhadores que ficavam imóveis esperando as peças chegarem ate eles para que executassem seu trabalho de forma mais rápida, já que não tinham que se deslocar ate as peças. Isto trouxe uma grade revolução, antes o processo de produção de um carro artesanalmente demorava 12 horas e 28 minutos e com a implementação desse novo processo, a linha de montagem, o tempo teve uma diminuição de 1 hora e 10 minutos, além dessa vantagem, esse processo reduzia os gatos com estoque e com investimentos de capital, e os carros ficavam mais baratos, por causa da grande quantidade produzida. Ford implementou a política de metas e revolucionou o tratamento aos seus funcionários permitindo, que os funcionarios trabalhassem 8 horas por dia e recebessem um salário duas vezes maior que outras indústrias, cerca de 5 dólares por dia. Segundo ele, dessa forma seria criado um movimento econômico cíclico com a maior distribuição de renda aumentando o poder de compra da classe operária. Era o chamado “salário de motivação” (“wage motive”).

A administração cientifica sofreu varias criticas e ao logo do tempo foi aprimorada por diversos seguidores, isso foi favorecendo a sua aceitação, ao analisarmos as organizações contemporâneas, veremos a grande contribuição e importância desses princípios e da linha de montagem, se fizermos visitar uma fábrica situada em qualquer lugar do planeta Terra veremos a inclusão da linha de montagem transportando os produtos em qualquer fase de estagio, trazendo muitos benéficos para organização, Os especialistas em organização e os engenheiros em produção, seguem ofícios criados por Taylor, andam pela fabrica fazem anotações em pranchetas, filmam as operações, desenham fluxograma, tudo isso feito com ajuda da tecnologia, como os robôs, computadores e outros, que contribuem muito nas analises, e nas melhorias na produção, todas as organizações fazem processos de seleção de funcionários que são admitidos de acordo perfil que entidade deseja e estes funcionários ainda recebem treinamentos, para melhorar seu desempenho.

                    Paralelo a Taylor, Henry Fayol um engenheiro francês que trabalhou toda sua vida na Comambault, uma corporação mineradora e metalúrgica, defendia princípios bem parecidos com o de Taylor no continente europeu. Com o foco voltado para estrutura organizacional, visando o olhar do homem econômico e procurando a eficiência máxima, Fayol se torna o idealizador da Teoria Clássica. Para ele administração era algo comum em qualquer empreendimento e que todos nós deveríamos saber, com base nisso ele fez a sua teoria e disseminou-a. Fayol focou-se na estrutura organizacional, segundo Chiavenato, ele defendia que:

[...] a eficiência da empresa é muito mais do que a soma da eficiência dos seus trabalhadores, e que ela deve ser alcançada por meio da racionalidade, isto é, da adequação dos meios (órgãos e cargos) aos fins que se deseja alcançar. (CHIAVENATO, 2000, p. 11).

             Fayol deu inúmeras contribuições, a maior as funções administrativas, foi quando ele dividiu as tarefas do administrador em: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar, nessa nova visão proposta por ele o enfoque deixa de ser algo exclusivo da alta gerência, mas a difusão proporcionalmente entre todos os níveis hierárquicos, assim quanto maior for o cargo maior será responsabilidade, diferenciando as funções técnicas, continuando ainda com diferenciação entre técnicas e princípios.  Henry Fayol também impôs, a divisão de trabalho e disciplina que eram advindos da administração cientifica, além desses complementou com os princípios de autoridade responsabilidade, iniciativa, espírito de equipe, unidade de comando, unidade de direção, interesse geral, remuneração pessoal, centralização linha de comado, ordem, equidade, estabilidade. Enquanto Ford e Taylor cuidaram da empresa de baixo pra cima, Fayol cuidou da empresa de cima pra baixo.

             A teoria clássica, e de essencial importância nas organizações contemporâneas, as funções administrativas definidas por Fayol são exatamente as mesmas funções dos administradores das organizações contemporâneas, Os princípios criados por ele ainda regem muito as organizações, pois eles servem para qualquer tempo e circunstancia. Diante disso é notório como a teoria clássica tem uma enorme precisão e importância no desempenho das entidades, de seus executivos e colaboradores.

             A teoria da Escola de Relações Humanas traz novas inovações e ganhou força na crise econômica de 1929, porque em virtude da crise e a procura pele sua causa, todas as verdades passaram a ser questionadas. Essa nova teoria sendo um conjunto de teorias administrativas, e possui três principais caraterísticas, desses modelos são: O ser humano não pode ser reduzido a um ser cujo comportamento é simples e mecânico; o homem é, ao mesmo tempo, guiado pelo sistema social e pelas demandas de ordem biológica; todos os homens possuem necessidades de segurança, afeto, aprovação social, prestígio, e auto-realização.

             Por conta disso começa-se a pensar  em o funcionário ter participação na tomada de decisões e ter disponibilidade nas informação com relação a empresa, da qual trabalham, é nesse momento aqui que também vão sendo compreendidos questões ligadas a afetividade humana e notasse os limites burocráticos feitos por parte das organizações, como a forma de regulamento social.

             Graças a uma experiência feita em Hawthorrne, por Elton Mayo, se forma um novo modelo administrativo, mostrando que a interação dos gestores com seus subordinados devem ser de qualidade, adaptando o individuo ao meio, sem ter que mudar o meio.

             Grandes partes das organizações contemporâneas aderem às teorias do enfoque comportamental, porque é notório que os funcionários se sentem muito melhor em trabalhar nessas condições, podendo desenvolver ideias que contribuam muito para o aperfeiçoamento e desenvolvimento da entidade, os próprios trabalhadores se tornam grades colaboradores na melhoria da organização. 

              Por conta de algumas fadigas na teoria das relações humanas, deu-se o surgimento de uma nova abordagem, Abordagem Estruturalista, onde ela conta com estudos de Max Weber, que procurou sintetizar os pontos em comuns entres as organizações primitivas e as organizações modernas. Weber teve semelhança com os outros , quando ele identifica disfunções burocráticas nas empresas, isto é, o seguimento rígido das regras, não levando em conta a variabilidade humana.

                    Nessa teoria e visto como foco o “homem organizacional”, que aquele individuo que tem participação em muitas outras organizações, com base nisso surgi a necessidade de que esse homem tenha na sua personalidade a flexibilidade, tolerância as frustações enfim de evitar o desgaste emocional, capacidade de adiar as recompensas,  permanente desejo de realização.

                    Segundo Amitai Etzione, considerado o maior pensador da abordagem estruturalista, cada organização é definida a partir de cada tipo de poder aplicado nelas, existem três tipos de poder, o poder coercitivo-com base em sanções físicas, o poder manipulativo- com base em controle de recursos econômicos e o poder normativo- com base em manipulações de recompensas, símbolos. Nessas condições o envolvimento dos indivíduos nas entidades era respectivamente: alienado- obedecer sem questionar, calculista- obedecer com certo interesse, moral- ter disciplina anterior.

                    Nas organizações contemporâneas seguem os regimes da burocracia, ou seja, são burocráticas, pois elas se formam na presença de autoridades, e essa autoridades possuem poderes que são regidos de acordo com o tipo de poder aplicado na entidade. Além disso, é notória atualmente a mesma visão do homem organizacional-que está envolvido em mais de uma entidade, por conta disso as organizações atuais ainda exigem do profissional que ele seja flexível, tenha tolerância a frustações- é preciso que ele saiba separar necessidades da empresa com as suas necessidades pessoais. O profissional necessita daquelas características de personalidade proposta na abordagem estruturalista para se adequar nas empresas modernas.

3 CONCLUSÃO

                    Conclui-se que as teorias administrativas surgiram da necessidade das organizações se adaptarem as diversas mudanças ocorrias no ambiente em que se encontram. Apesar de a cada uma ter uma visão mais focada em certo aspecto uma depende da outra, para dar suporte a sua existência, seja ela complementando a teoria que a antecedi ou mesmo se opondo para dar um novo olhar que possa resolver problemas, melhorar a eficiência da empresa tanto nos processos produtivos quanto nos processos de venda.

                    É fato que hoje as empresas lidam com diversos tipos de fatores externos que interferem no seu ambiente interno, um dos moires fatores é a globalização que rompeu com as barreiras territoriais com o auxilio da T.I ( Tecnologia da Informação), a concorrência aumentou,  os consumidores passaram a ter acesso a uma infinidade de produtos que vindos de variados produtores de diversas partes do planeta, isso fez com que as pessoas ficassem mais exigentes ato de aderir a certo produto ou serviço, por consequência disto as organizações tiveram um mercado maior para oferecer e vender seus produtos. E para atender as essas e outras necessidades, é preciso que as empresas junto com seus gestores tenham um bom embasamento teórico e pratico das teorias administrativas, pois elas vão direcionar os administradores como planejar, comandar, controlar a melhor forma de adequar as organizações contemporâneas de acordo com senário em que ela esta inserida, buscando a forma mais eficaz de aplicar a sua missão, visão e valor.

 

 

REFERÊNCIAS

 

 

MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Significados da administração. In: MAXIMIANO, Antônio C. A. Teoria geral da administração. São Paulo: Atlas, 2006. Cap. 1, p. 3-16.

MAXIMIANO, Antônio C. A. Teoria geral da administração. São Paulo: Atlas, 2009. Cap.  2, p. 49-103

MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Introdução à administração. 5.ed rev. e ampl. São                          Paulo: Atlas, 2000.p. 21-41.

MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Introdução à administração. 7.ed rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2009.p. 25-41.

MOTTA, Fernando C. Prestes; VASCONCELOS, Isabella F. Gouveia. A Escola Clássica de   Administração e o movimento da Administração Cientifica. In: MOTTA, Fernando C. Prestes; VASCONCELOS, Isabella F. Gouveia. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Thomson, 2002. Cap. 1, p. 31-47.

MOTTA, Fernando C. Prestes; VASCONCELOS, Isabella F. Gouveia. Situando o pensamento administrativo: as Escolas de Administração e o Paradigma Desenvolvimentista. In: MOTTA, Fernando C. Prestes; VASCONCELOS, Isabella F. Gouveia. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Thomson, 2002. Introdução, p. 1-30.