O princípio básico do capitalismo é um sistema econômico onde há o detentor do capital ou meio de produção (terras, máquinas, mercadorias, etc.), e o fornecedor da força de trabalho, onde se concentra a grande maioria das pessoas. Mas, desde o seu início, em meados do séc. XV, o capitalismo teve suas várias fases de desenvolvimento, passando do capitalismo comercial para o capitalismo industrial, capitalismo financeiro e, finalmente,o chamado capitalismo informacional ou do conhecimento.

Tais mudanças, provocaram a evolução tecnológica, levando o homem a uma nova configuração social, onde talvez, ele jamais ousara antes pensar, o mundo globalizado. Fatores econômicos, políticos e sociais foram os desencadeantes destas mudanças, embora, coincidentemente, marcadas pela ocorrência de duas grandes guerras mundiais, entre um período e outro.

Como sabemos, mudam-se os nomes,regras, bens de produção, tecnologia,etc mas a divisão do capital continua desigual. Uma pequena parcela da população detém o capital, portanto, o poder e, a grande mairoria, continua a vender sua força de trabalho. Embora sejam livres e tenham a ilusão de que poderão ficar ricos, através do progresso em uma brilhante carreira profissional ou na sorte grande de um premio de loteria. Quanta ilusão!

Dentro desse contexto, ilusão e realidade, está o Ser humano; um indivíduo portador de um sonho, de sua força de trabalho e da sua inesgotável esperança no futuro.

Futuro este, que parece estar ameaçado a cada dia, por inúmeros problemas que circundam a vida das pessoas provenientes do próprio mundo globalizado, dessa nova configuração social, ou então, pelo fantasma do desemprego, que assola a vida de uma parcela considerável da população economicamente produtiva e assombra, diariamente, a classe trabalhadora.

As pessoas estão assustadas e com a percepção mais aguçada, com suas crescentes dificuldades e com as constantes notícias que atravessam os oceanos em fração de segundos, relatando os levantes de protestos que eclodem aqui e ali, revelando um descontentamento generalizado; as crises econômico-financeiras que brotam na Europa a cada dia, e, mais recentemente, nos Estados Unidos. Opa! algo está errado.

O pior desta situação, é que novas formas do adoecer psíquico tem se instalado na vida das pessoas, nas famílias, na sociedade como um todo. Haja vista sua manifestação nas diversas formas das chamadas doenças da modernidade, ansiedade, depressão, pânico, crescente abuso e uso de álcool e drogas, principalmente entre os jovens e, medo da violência oriundo dos atrevidos tipos de assaltos, praticados contra um dos pilares de sustentação do capitalismo e do direito do cidadão,o patrimônio pessoal.

Não há dúvidas que o sistema capitalista está com problemas, que até mesmo para um leigo é possível perceber, porque sente na própria pele, assim como sente as novas formar do adoecer.

A questão não é simples, mas relativamente fácil de entender, não tenho o capital, mas tenho a força de trabalho para vender, mas vender pra quem? Não há empregos suficientes e, o que mais assusta agora, existe uma ameaça às empresas, fonte geradora de empregos e de alimentação da vida social. Além de sua imensurável importância como facilitadora e provedora de recursos para satisfação das necessidades e sobrevivência das pessoas.

O risco do colapso financeiro mundial, bate à porta diariamente. Sintomas e sinais de doenças, antes nunca observadas com tamanha frequência e quantidade de doentes crescem a cada dia, levando as pessoas à procura da auto-medicação (álcool e drogas), alimentação compulssiva, alterações comportamentais, manifestação da agressividade de todos os tipos, formas e em todas as faixas etárias, etc, etc. etc.

Vivemos um período de grande turbulência.

É necessário muita clama e reflexão por parte de todos, mas, principalemente, por aqueles que são detentores do poder, dos governantes, pois, nossa história é marcada por duas grandes guerras desencadeadas pela busca da expansão de poder e pelas crises do capitalismo.

Freud afirmava que o homem tem tendência a compulsão à repetição. Espero que as duas grandes guerras tenha sido apenas uma coincidência.