A imagem de um conceito.
Publicado em 28 de setembro de 2013 por Edjar Dias de Vasconcelos
A imagem de um conceito.
Sou apenas uma fotografia.
Nego tudo a seu respeito.
Apenas o seu conceito.
Nada mais.
O resto é o deixar de ser.
Além da fotografia.
Sou também o nome dela.
Por ser ela.
Tornei-me.
Uma fenomenologia.
Demasiadamente grande.
O que significa.
Não ser a fotografia.
A razão do não ser.
Absolutamente nada.
O dia que ela mesma.
Desmanchar a sua imagem.
Perdida no tempo histórico.
Não serei sequer o conceito dela.
O motivo do não ser.
É o que de fato sou.
Pelo menos potencialmente.
O significado da ausência.
Da imagem e do conceito.
Alguém poderia dizer.
Que loucura.
É o seu entendimento.
Nada disso é histórico.
Quando é a verdade.
Da ausência.
Perdida nesse mundo.
Por um instante de alienação.
Ser uma foto.
É um grande fato.
Histórico.
Pelo menos.
Por algum momento.
Ser e não ser.
Muito menos o não ser.
O que é a eternidade.
Apenas esse momento.
Vigorando silenciosamente.
O presente que se vive.
É o que se faz.
Permanentemente.
O futuro de uma ilusão.
Na intuição da ausência.
Do conceito.
Da epistemologia do mesmo.
A etimologia me define.
Estabelece a minha imagem.
Pequena frágil e solitária.
Como não sendo ela mesma.
Em um tempo prematuro.
Tudo foge acaba.
Como se não tivesse.
Existido tal realidade.
Que não requer sequer.
A memória.
Apenas a inexistência.
Do não significado.
Fotográfico.
O que sou mesmo.
É essa não existência.
Que nesse instante.
É o mundo da imaginação.
Não sou o que devo ser.
O que devo ser não sou.
Não é um jogo de palavras.
Mas o sentido profundo.
De não estar.
Apesar da manifestação.
A inexistência.
Do conceito recusado.
Da imagem.
Do que deverá deixar de ser.
Como se nunca antes.
Tivesse existido.
Então para um breve.
Futuro.
Que não será o futuro.
Sou apenas a negação.
Não só da fotografia.
Mas também do seu conceito.
Imaginar deus nesse momento.
É como pensar no tempo passando.
Tudo que devo dizer.
É a fluência do deixar.
Ser o que não poderá ser.
Então para que o ser.
Quando na verdade.
O significado do nome.
O mundo.
O vosso mundo.
Constituído pelo seu ser.
Deixa exatamente de ser.
Eternamente para não ser.
É a vossa ausência.
Da compreensão da sua razão.
Do seu mundo perdido.
Esquecido.
Na mais profunda ilusão.
Este é o meu ser.
Perdidamente.
No esquecimento.
Do deixar de poder ser.
Eternamente.
Edjar Dias de Vasconcelos.
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