A igreja de Cristo no contexto pós-moderno: representações e finalidades

The church of Christ in a postmodern context: representations and purposes

Claudio José Bezerra de Aguiar[1]

Resumo

O presente trabalho se propõe a compreender o contexto pós-moderno e os desafios que este tem colocado para a igreja de Cristo, assim como o esforço desta em tentar conciliar-se com a situação atual. Neste trabalho árduo da igreja se observou um desvio do seu propósito original, de modo que foi necessário expor uma análise da sua verdadeira função de acordo com as escrituras sagradas, e se comparar com o contexto hodierno e realizar algumas conclusões que possam contribuir para uma reforma e conscientização da igreja atual.

O contexto pós-moderno é um desafio para igreja. Muitas de suas respostas para amenizar a dificuldade colocam a igreja numa situação crítica. Ao tentarem trazer a paz, carregam as pessoas para perdição, no conduzir os seres humanos para presença de Deus, os deixam mais distantes. No entanto, como igreja de Cristo, a sua responsabilidade é se apresentar diferente, transformar este mundo, levar a Palavra de Deus as pessoas e viver em amor. Mas, para atender seu propósito é preciso voltar à essência do cristianismo, e caminhar de acordo com a vontade de Deus.

Palavras chaves: pós-modernidade, igreja, dificuldade, mudança.

Abstract

The postmodern context is a challenge for the church. Many of his answers to ease the difficulty put the church in a critical situation. In attempting to bring peace, carry people to perdition, the lead human beings to God's presence, leave the farthest. However, as a church of Christ, your responsibility is to present different, transform this world, bring the Word of God and the people living in love. But to meet its purpose it is necessary to return to the essence of Christianity, and walk according to God's will.

Key words: post modernity, church, fix, change.

Introdução

 

Ao falar de igrejas pós-moderna, não se tem a pretensão de generalizar, como se todas estivessem na mesma situação. A crítica realçada neste artigo tem por objetivo mostrar a situação de muitas igrejas no presente contexto. Pois se reconhece que a essência da igreja está a se perder em meios as varias experiências de se manter a estrutura da igreja, ou a instituição. Portanto, a palavra igreja usada em decorrência não vem a denegrir a imagem de algumas igrejas, que em meios aos grandes desafios pós-moderno tem conseguido manter sua integridade.

A perspectiva de igreja apresentada no contexto pós-moderno está reduzindo o significado real de igreja a um simples clube social, onde pessoas se reúnem para descontrair e ouvir uma palavra motivacional. Se identificar como evangélico é apenas sinal de prestígio. Cantores de música “secular”(Luan Santana, Zezé de Camargo e Luciano, Gusttavo Lima, Michel Teló, Claudia Leite) estão investindo no setor gospel, por perceber ser um segmento lucrativo. Na realidade, a pessoa que é beneficiada com uma boa voz e um pouco de empolgação, tem grande chance de sair do “anonimato” e logo se tornar um “pop star”.

No entanto, o que a sociedade pode definir por igreja no contexto contemporâneo? Apenas um meio para ganhar dinheiro? Que diferença tem representado a igreja dentro da sociedade? Qual é a incumbência do povo de Deus? Estas perguntas necessitam de repostas, de esclarecimento a luz das escrituras.

A igreja é uma representação da presença de Deus neste mundo. Ao presenciar a igreja, o mundo (pessoas não vinculadas a igreja) devem sentir vontade de conhecer este Deus que é apresentado pela igreja. No entanto, comunidades, grupos de pessoas ou construções são intituladas por igrejas e deixam sua verdadeira função. Preocupam-se com o “secular” (construções belas, musicas atraentes, riquezas) e abandonam o essencial (mudança de comportamento, arrependimento). 

A igreja está neste mundo para fazer realmente diferença na vida das pessoas. Tirar o ser humano da sua condição de pecador e colocá-lo na situação de redimido. Trazer a consciência que o plano de Deus é trazer felicidades as pessoas, não só nesta vida, mas além dela. Pessoas alegres cumprem o plano de Deus para humanidade. Felizmente, existe um número elevado de igreja, um bom grupo de pessoas que se dizem evangélicos, mas doutro lado seu impacto na vida das pessoas é quase nenhum. Na sociedade pouca diferença realmente aparece, e no mundo a situação não é diferente, tudo leva a concluir que as igrejas pós-modernas estão levando as pessoas mais para longe de Deus, do que às aproximando dEle.

 

 

1 IGREJA NA PÓS-MODERNIDADE

 

1.1 Definição sintética de pós-modernidade no desafio para igreja

A pós- modernidade primordialmente se define pelo abandono, ou rejeição do conceito distinguido por modernidade. De acordo com Ayres os valores até então, aceitos como modelos a serem seguidos (liberdade, igualdade social, divisão de poderes políticos e justiça), passam a serrem rejeitados e os “princípios racionais supostamente universais, desenvolvidos na época do iluminismo (razão como princípio do conhecimento, razão como meio para alcançar a paz, verdades absolutas)”, começa a serem tratados com desconfiança. “A filosofia de perfil irracionalista do final do século XIX preparou terreno para a pós-modernidade. Mas a pós-modernidade, propriamente dita, tem origem nas primeiras décadas do século XX, e seu impacto maior ocorreu nas últimas décadas”.[2]

Por influência do pós-modernismo presencia-se uma sociedade incapaz de se posicionar frente aos desafios apresentados (o que é a verdade? quem é certo ou errado? quais são as atitudes corretas de um cidadão?). Ayres confirma que “este tempo é marcado por superficialismo, relativismo, pluralismo e rejeição da verdade absoluta ou mesmo a completa aversão sobre o simples mencionar da verdade”. Não havendo verdade, não existe um padrão às pessoas que lhe sirva de referencial. O que torna cada pessoa juiz das suas próprias ações. De acordo com Miranda, o desconhecido, o estranho são figuras que fazem parte da vida das pessoas nesta época. O sentimento que a sociedade pós- moderna enfrenta é o da falta de liberdade, ou ao contrario uma liberdade excessiva que não consegue deixa as pessoas totalmente a vontade. A sociedade está contaminada “por uma epidemia silenciosa de insegurança e de angústia”.  A proposta “generosa e abundante de definições da realidade”, estão com a aparência de um “shopping bem sortido”, disponibiliza aos sujeitos “maior espaço para sua liberdade, mas, simultaneamente, descarregam sobre ele o difícil ônus de construir sua própria identidade sem lhe oferecer referências sólidas, objetivos comprovados, ideais aceitos pela sociedade que, outrora, lhes garantia honorabilidade e, sobretudo, credibilidade”.[3]

Esta situação demanda uma grande preocupação para igreja, visto que seus paradigmas são instituídos sob verdades absolutas. Na compreensão de Myatt e Ferreira a situação pós-moderna é desesperadora. Mas, eles não a veem como causa perdida, pois sempre nos momentos mais críticos da história, a igreja de Cristo “se levanta trazendo nova esperança. E, nestes momentos, a tarefa teológica se torna crítica para proclamar e defender a fé, e para nortear o povo de Deus na travessia dos campos de batalha que permanecem à frente.” O desafio é produzir uma teologia que valorize todo material teológico produzido pela igreja de Cristo dos tempos remotos até a atualidade, e contrapor com “os problemas de um mundo pós-moderno e globalizado, trazendo luz, vida e esperança para um povo cuja existência carece de um significado que somente se encontra no Senhor.”[4]

 

1.2 Igreja e o seu desafio no contexto pós-moderno

A igreja está diante de sério um problema (estabelecer uma identidade fiel com as Escrituras, e trazer auxílio para uma sociedade sem direção) que carece urgentemente de solução. Mas as providências que a igreja tem apresentado, não representam o que Cristo esperava de sua igreja. De acordo com Brian a pergunta desafiadora é:

Dónde está, entonces, el evangelio? Dónde están las buenas nuevas culturalmente encarnadas? Si el reino de los cielos está a la mano, por qué los pobres no oyen algunas buenas noticias entre las muchas malas noticias(Lucas 4:18-19). Por qué los cautivos aún no están en libertad? Por qué los ciegos de este mundo todavía no tienen ojos para ver? Cuándo se les devolverá a los oprimidos su dignidad? Cómo damos cuenta de nuestra falta,como miembros del cuerpo de Cristo, de mostrar los atributos de los ciudadanos del reino? Por qué no asociamos la palabra cristiano con imágenes de gente poniendo el mundo de cabeza?[5]

Perguntas realizadas num contexto diferente, mas pertinentes para o contexto pós-moderno brasileiro. Muitas são as igrejas, mas não aparecem os sinais do evangelho. As igrejas acreditam estar cumprindo seu dever, estão cheias e numerosas. Mas o pobre não enxergar nenhuma perspectiva de mudança, os oprimidos clamam por dignidade, os cativos esperam por liberdade. Como a igreja consegue cogitar que realiza sua tarefa nas condições que as pessoas estão (sem convicção da verdade) dentro da própria igreja e fora dela.

A igreja precisa de uma reforma e mudar suas atitudes. Ela tem que observar de novos horizontes, como Cunha anuncia, a igreja deve começar a ver as pessoas, como o que elas realmente são, seres humanos. Não pela sua utilidade, ou “como um utensílio ou mercadoria”.[6] Não é fácil estabelecer respostas cristãs que respeitem a cultura. No entanto, não é concebível à igreja apresentar respostas superficiais e equivocadas, que tem a aparência de levarem o povo para Deus, mas ao contrário, levam para um caminho totalmente o oposto.[7]

Na realidade, a igreja tem sua tradição histórica conformada pelo pensamento moderno, “tanto na teologia, quanto na eclesiologia”. Esta igreja, de certa forma no seu estado de inércia, “se sente em diversos aspectos o seu descompasso com esta nova geração pós-moderna.” O que trás a necessidade em tornar a “mensagem bíblica relevante para esta geração[8]. A igreja deve assumir sua responsabilidade de “ser igreja”, sair das quarto paredes, do seu culto fechado e ganhar o mundo.[9]

1.3 Propostas das igrejas para o contexto pós-moderno

No presente contexto, a igreja frente aos novos desafios tem procurado articular uma proposta que amenize as dificuldades e leve as pessoas a presença de Deus. As suas respostam são criativas, empolgantes, porém equivocadas. Mark em seu livro “O que é uma igreja saudável?" apresenta características que marcam a proposta da maioria das igrejas contemporâneas. Elas estão preocupadas com a qualidade da música, e apresentam musicas de alta qualidade. Seus “sermões são bons, mas não severos. Bíblicos, mas não enfadonhos; práticos, mas não legalistas”.[10] As igrejas procuram se igualar as pessoas e fazem o máximo para que se sintam bem, e procuraram fazer com que as pessoas experimentem que o ambiente é movido pelo “Espírito Santo.”[11]. Nas palavras de Cunha, fica nítido que a igreja está mais preocupada em proporcionar o que as pessoas querem, e não o que realmente elas precisam[12].

Na pretensão de agradar o indivíduo, a igreja tem abandonado a “ortodoxia tradicional do cristianismo,” para tentar conciliar o pensamento cristão com o “pluralismo relativista da pós-modernidade”, e criar uma ambiente mais favorável para proclamação do evangelho. No entanto, o que ela tem criado é “uma religião hídrica e amigável ao extremo.”[13]

O resultado é incontestável, o crescimento numérico resalta. E a considerar o crescimento muitas igrejas confiam estar na direção certa.[14] Contudo, de acordo com Paul, a igreja apenas permanece equilibrada, o mesmo numero de pessoas que entram para fazer parte do corpo de Cristo, é o mesmo que sai. Isso porque, o conteúdo das ações realizadas pela igreja está sem consistência, suficiente para manter os crentes dentro da igreja.[15]

Um dos atrativos da igreja pós-moderna apresentado as pessoas, mas que não mostra sua essência completa, são os cânticos, denominados louvores de adoração à Deus. Estes hinos até mencionam Deus, mas de maneira distorcida[16]. Porque tiram a atenção de Deus, e passam para o adorador. Assim, Jeff define a adoração contemporânea: “a adoração moderna é para e sobre o adorador. Ela se esconde numa falsa declaração de adorar Deus quando os desejos pessoais são o alvo. A adoração popular hoje não é nada mais do que uma forma moderna da antiga adoração de Baal.”[17]

Outro fator do crescimento da igreja, mas com pouca profundidade é a pregação. Sob a alegação que as igrejas antigas eram fundamentalistas, o cristianismo moderno apresenta uma mensagem mais suave, sem grande rigorosidade e menos intolerante. O propósito da mensagem é trazer as pessoas para igreja, não importa como. [18] Conforme Washer, neste novo evangelho anunciado pelo pós-modernismo não há necessidade de arrependimento. Deus deseja o coração das pessoas, não o seu exterior. Os indivíduos acreditam que são salvos porque um preletor disse: depois da sua oração as pessoas estavam salvas para gloria de Deus. Não existe mais a obrigação por uma transformada. Muitos cristãos acreditam que serão salvas pela sinceridade com que aceitaram ao convite, se esquecem que conversão é mudança de vida, de atitudes.[19]Por isso a falta de temor de Deus na igreja é tão acentuada, os cristãos perderam na noção de julgamento e inferno, a teologia proclamada conduz à possibilidade de nunca ser um residente lá.[20]

No mais, outra proposta da igreja pós-moderna são as experiências com Deus. Conduzir os crentes num ambiente de “adoração” até que consiga experimentar o sobrenatural de Deus. As pessoas querem ouvir a voz de Deus, o sentir tocar em suas vidas mediante os esforços que realizam para adorá-lo. Isto é o que as comunidades eclesiásticas têm alvitrado. Quando não alcançam o esperado tentame ou são crentes “frios” (insensíveis ao Espírito Santo), ou igreja que não tem espiritualidade, então partem de comunidade em comunidade até encontrarem o ambiente perfeito. No dizer de Fromholz, as frases sobre “experiências de adoração” têm substituído a frase “vamos adorar Deus”.[21] As igrejas têm realizado uma trabalho árduo para obter crescimento, mas permanecem fora do caminho. Qual o problema com a pratica destas igrejas?

 

2 DIFICULDADES DA IGREJA NA PÓS-MODERNIDADE

2.1 Problemas das igrejas no contexto pós-moderno

Conforme exposto nas propostas da igreja no contexto pós-moderno, ficam evidentes alguns dos problemas resultantes destas medidas. Como adoração com falso pretexto, pregações superficiais e atenção extrema no indivíduo. Mas, permanecem outros problemas latentes na igreja que carecem atenção.

Conforme Ayres, a comunidade cristã está vinculada num “sistema hierarquizado”. Os indivíduos se tornam cristãos, posteriormente cogitam a igreja num esquema empresarial. Começam como membros, passam a auxiliar, depois a obreiros, seguem os passos, até chegarem a pastor. Observam os títulos, como cargos a serem alcançados. Assim focalizam seus esforços no secundário e esquecem o primordial, “levar a mensagem para aqueles que estão fora” da igreja. Esta tarefa não acarreta “status”, e a preocupação é ocupar um lugar melhor dentro do ministério.[22]

Na proposta de Ryle, uma vez que se confunde o corpo de Cristo com ministérios, não existe erros difíceis de a igreja cair. “Se você crê que o governo da Igreja é mais importante do que a sã doutrina, e que a Igreja com bispos (ou pastores) ensinando o que é falso é melhor do que a Igreja sem bispos (ou pastores) ensinando a verdade, ninguém poderá dizer onde você irá parar com respeito à religião!”.[23] A partir do argumento de Ryle em 1985, pode se perceber onde tem chegado a religião. Fromholz articula uma realidade da igreja, para ele “os sujeitos do reino de Deus trocaram suas bíblias há anos atrás por CD’s e DVD’s evangélicos, e assim se tornaram preguiçosos e burros, um povo que não sabe mais o que Deus espera deles”.[24] As igrejas são vistas como comércio. Pela expansão, podem ser consideradas multinacionais, com a preocupação em trazer satisfação para seus clientes, e visando como persuadir os clientes das concorrentes. Procuram investir na aparência para chamar a atenção e convencerem que eles são os melhores.[25] A religião está numa situação crítica, ao ponto de Paul asseverar: o mal da sociedade não é a política, os ladrões, o mal desta sociedade são os pastores e pregadores do evangelho que distorcem as escrituras e leva multidões a perdição.[26]

Não é por acaso que a igreja tem perdido o sentido de santidade. “Aquele que é santificado é separado para ser do Senhor. E aquele que é de Cristo é diferente do mundo. Ser diferente mostra o que você tem em seu interior.” [27] O pecado é um termo escusado na pós-modernidade. Os indivíduos não necessitam de transformação, chega dizer que pertence a uma igreja, e você é cristão.[28] De acordo com Jônatas, estas atitudes leva a considerar o que antes era “socialmente repudiado, hoje ser considerado como virtude”. E a ciência com seu avanço, extrai o pecado “da alçada teológica", e o transforma em “enfermidade psíquica.”[29]

Destarte, a igreja espera um avivamento que nunca virá. Porque buscam um “avivamento bíblico”, no entanto, procedem de “forma antibíblica”. Esperam que o Espírito Santo venha arrumar a bagunça que estão por fazer.[30] As pessoas estão apenas à procura de emoções. Partem de uma igreja para outra, em busca de satisfazer os seus desejos pessoais (alegria, paz, tranquilidade na alma, alívio).[31] Mas, o que encontram é tudo momentâneo, sentem até remorso, contudo, nenhum arrependimento sincero[32].  Conforme Jeff, “o problema é que hoje os homens têm massacrado a verdadeira essência da adoração, vendendo-a como algo momentâneo quando era sempre sobre a prática na vida.” [33] Infelizmente, enquanto não se voltarem aos princípios bíblicos, avivamento nenhum haverá.

E o que dizer das igrejas influenciadas pelo pós-modernismo, que não tem atribuído valor a interpretação exegética da Bíblia. Segundo eles, cada pessoa tem a capacidade de interpretar as escrituras com o auxílio do Espírito Santo. No entanto, não levam em consideração que o estado emocional, sentimental, o contexto em que a pessoa que faz a leitura está inserida exercem grande influência sobre a interpretação. O que pode levar a deduzir das Escrituras algo que Deus nunca pretendeu dizer.[34]Nada obstante, ser um resultado de pastores mal nutridos na palavra de Deus[35].  Fora parte, o abuso de cobrar para dar aquilo que de graça receberam.[36]

Estes problemas apresentados na igreja pós-moderna, não são todas as dificuldades existentes. Mas, servem para ilustrar como algo realmente não está certo. Uma realidade de acordo com o pensamento de ELiff: “A situação em nossas igrejas é muito precária.”[37]Doravante, os estudiosos sinceros das escrituras não podem fechar os olhos para dura realidade. Destarte, se prosseguirá a análise ao discorrer sobre o assunto mais importante que a igreja pós-moderna tem negligenciado.      

 

2.2 Negligencia da igreja pós-moderna

Até o presente momento se observou que a igreja está preocupada com sua aparência, crescimento (quantitativo), adoração, proclamação da palavra de Deus, experiências divinas e avivamento. Todos estes temas são pertinentes, se abordados de maneira correta. Porém, da forma tratada no contexto contemporâneo acabam lesivos a igreja. Mas, o que os tornam nocivos? A essência que a igreja negligência. E este particular é as Escrituras.

De acordo com Hernandes Dias Lopes, muitas igrejas têm se descuidado da palavra de Deus. Realizam muitos, no entanto, sem essência alguma. Pregam a palavra de Deus, entretanto sem os devidos cuidados (leitura exegética). Não se aprofundam no que Deus verdadeiramente deseja comunicar a sua igreja pelas Escrituras. Realizam uma leitura superficial, e aplicam segundo seu bel prazer. Colocam palavras na boca de Deus, que ele nunca proferiu. Conseguem o crescimento, contudo sem qualidade, um crescimento superficial, como a mensagem proclamada. As Escrituras têm uma mensagem para a sociedade contemporânea, apesar disso, ela primeiramente foi uma mensagem destinada a um povo específico, num contexto determinado, sob varias influências (social, cultural, religiosa e particular). O pastor (pregador) deve identificar esta mensagem para aquela época, com seus adendos, para depois transferir para o contexto atual. Destarte conseguirá realizar uma aplicação coerente. Todavia, este trabalho demanda tempo e esforço. No entanto, os pastores contemporâneos estão muito “ocupados” para se prenderem. Ou será preguiça, falta de vocação, ou apenas negligência?[38]

O mesmo problema ocorre com os louvores. Eles são belos, animadores, mas em sua maioria falta a essências das escrituras. E quando aplicam a Bíblia, cometem o mesmo equivoco da mensagem, usam de acordo com seu entendimento, anunciando uma interpretação distorcida e superficial, outras vezes cantam heresias, e cismam adorar a Deus. O louvor é um tema discorrido em toda a Bíblia, com grande importância para igreja hodierna, mas deve ser usado e aplicado corretamente. Do contrário, em vez de colocar a pessoa próxima de Deus, a afasta cada vez mais. [39] Nas palavras de Jesus aos escribas e fariseus, estas pessoas na busca de ganhar uma alma (pessoa), com os seus preceitos errados, quando ganham, tornam a pessoas duas vezes “filhos do inferno” pior que eles (Mt. 23.15).

Conforme Washer, dentro das próprias igrejas existem pastores não conhecem a Deus. Por isso criam um deus que se adéqua as suas necessidades. No entanto, este não é o Deus das escrituras. Em suas cogitações simplificam Deus apenas para a vida eterna, se esquecendo que conhecimento de Deus começa na conversão e se estende além da eternidade.[40] Esta é a mensagem das Escrituras, mas quando negligenciada transformam a Bíblia num livro de autoajuda. E um livro motivacional não é a palavra de Deus. Assim, não há necessidade de disciplina (como ato corretivo para salvação),[41]o ensino das escrituras não é importante (abandono do discipulado),[42]a condição pecaminosa do homem não lhe acusa e o pecado não incomoda.[43] Que modelo de igreja a sociedade pós-moderna conhece? O que se espera realmente da igreja? Na sequencia desta análise apresentar-se-á uma proposta de igreja conforme as escrituras e algumas de suas evidências.

3 REPRESENTAÇÃO E FINALIDADE DA IGREJA DE CRISTO NA PÓS-MODERNIDADE

 

3.1 Igreja de Cristo

Um dos termos que mais tem gerado conflitos, e a palavra “igreja”. Um vocábulo bem conhecido, e que tem assumido varias designação. Ryle menciona que para o inglês culto, normalmente tratar de igreja é fazer referência a “igreja Episcopal estabelecida em seu país”. O católico conecta o termo a única igreja “verdadeira” a “Igreja Romana”. Outros, como os cristãos da Inglaterra, a expressão esta relacionada diretamente a construção onde as pessoas se reúnem para apresentar culto a Deus.[44] Nenhuma destas definições servem como cerne da Igreja de Cristo. O termo igreja está distorcido e deve-se voltar para sua essência bíblica.[45]

A igreja de Jesus são as pessoas que proclamam o seu nome. No discurso de Paul, “a igreja é a verdadeira representação do corpo de Cristo. A legítima noiva do cordeiro.” Falar que a igreja do Senhor é corrupta, está perdida e contaminada pelo pecado é um grande equívoco. Não se deve confundir a igreja de Cristo com as pseudo-igrejas que se intitulam como do Mestre. A igreja cristã é uma, e verdadeira em sua essência. No evangelho de Mateus (7.15) Jesus advertia seus seguidores para se guardarem dos falsos pastores (profetas), por que eles vêem disfarçados de igreja (ovelhas), mas na verdade são lobos devoradores, só querem seu dinheiro, não estão preocupados com vocês. Quando as igrejas deixam a palavra de Deus de lado, não podem mais serem consideradas como igrejas verdadeiras, não passam de falsas igrejas[46].

Não existe uma igreja terrena que possa se considerar como a única igreja de Jesus. A igreja é uma comunidade de pessoas falhas, que nas considerações do apostolo Paulo (1Co. 10.12) aquele que pensa estar de pé cuide para não cair. Não existe igreja perfeita, todas estão sujeitas a desaparecer. As Escrituras não concedem nenhum respaldo para esse argumento, igreja terrena que permanecerá para sempre. Ryle apresenta algumas igrejas importantes que desapareceram: “Onde estão as Igrejas da África em que Agostinho e Cipriano costumavam pregar? Onde se encontram as Igrejas da Ásia Menor, de muitas das quais fala o Novo Testamento? Todas se acabaram, desapareceram sem ao menos deixar vestígios. Outras das que existem estão tão corrompidas.”[47]

Razão pela qual a igreja de Cristo não está vinculada a uma denominação, não está presa a pessoas falhas e não se limita no espaço geográfico. A igreja de Cristo é espiritual e invisível, esta é a igreja que irá se encontrar com Cristo nas alturas. A sua igreja é a soma de todos aqueles (pessoas crentes), que em todo lugar do globo terrestre decidiram “fazer a vontade do Pai que está nos céus (Jo. 7.17)”. As cerimônias, os templos e doutrinas não passam de uma “casca”, que cobre o precioso fruto. A casca tem as suas funções, mas ela “morre, o miolo não”. “Assim, serve a Igreja visível para o Corpo Místico de Cristo. É dentro de seus muros e sob seus preceitos que geralmente renascem os crentes, e renascem na fé, na esperança e na caridade.”[48]

Para ser igreja de Jesus Cristo importa transparecer a “imagen de Dios como ministros de reconciliación.” As pessoas que não conhecem o Senhor, devem conhecê-lo por suas atitudes, por sua postura e comportamento. O cristão reconciliará o mundo com Cristo.[49]Deste modo, ele está unido no compromisso com Cristo e com sua igreja. Em conformidade com o argumento de Stott, o cristão carece “ter a mesma perspectiva da igreja que Jesus tinha, e redescobrir a visão de uma igreja viva, renovada pelo Espírito Santo, tal como foi nos seus primeiros tempos.” O propósito de Deus nunca foi de salvar alguém para viver isoladamente. Ele projetou a igreja para ser uma nova comunidade e redimida. “Planejou-a na eternidade passada, e a está levando a cabo no processo histórico do presente, e será aperfeiçoada na eternidade que virá.” A igreja esta no cerne do plano de salvação. Cristo entregou sua vida “não só para nos redimir de toda iniqüidade, mas também para reunir e purificar para si mesmo um povo entusiasmado pelas boas obras.”[50]

A finalidade da igreja como imagem de Deus é se representante do seu reino. Jesus Cristo com sua vitória sobre a morte na cruz do calvário institui a inauguração do “reino de Deus.” A vitória de Jesus inicia a “restaurar la obediencia de los súbditos de Dios que fueron una vez rebeldes.”[51]Tornar-se um emissário do “reino de Deus”, é transformar o planeta num lugar sagrado. A igreja tem sua representatividade, mas não é exclusivamente nela que o servo do Senhor tem sua atuação. O mundo precisa conhecer Deus por intermédio das atitudes de seus súditos que comprovem sua existência. O que torna todos os lugares sagrados, não há dualismo (sagrado e secular), a escola, trabalho e sociedade são todos lugares que a igreja de Cristo deve permanecer fiel e integra.[52]

Jesus Cristo é o centro da igreja, ele é o projeto de Deus para salvação da humanidade caída.[53] A sua presença é real na igreja por meio do Espírito Santo. Este habita na vida das pessoas que pertencem a adequada igreja[54]. Estas pessoas formam o corpo de Cristo, e manifestam sua presença neste mundo. O Novo Testamento demonstra que o corpo e constituído por vários membros, e não existe individualismo (1Co 12.7-31). Todos trabalham numa contribuição singular para todo o corpo.[55]Nas palavras de Paul, “Jesus deu sua vida pela igreja, uma igreja pura, linda e imaculada. Se você quer dar a sua vida por algo no ministério, dê a sua vida à igreja: a igreja, uma comunhão de crentes, uma congregação local. Isso é a igreja.”[56]

3.2 Representações da Igreja de Cristo

Ser igreja de Cristo representa deixar marcas singulares que a diferenciem das pseudo igrejas. Não se refere apenas em fazer parte de um grupo de pessoas que comungam o mesmo pensamento. Constituir igreja exprime deixar sinais inegáveis das escrituras, de transformação, amor e serviço ao próximo. Isso equivale a igreja. Deste modo, na sequência se ponderará algumas evidencias inconfundíveis da igreja fiel.

3.2.1 Escrituras

Martinho Lutero percebeu que a igreja estava distante das Escrituras, e muitas de suas atitudes não condiziam com ela. E cinco séculos passado, ele clamava por uma volta a autoridade das Escrituras, por uma reforma na igreja.[57]A Bíblia é a Palavra de Deus, e a igreja de Cristo tem sua atitudes, posturas e confissão de fé apoiados no que ela os apresenta. Por isso, uma igreja que procura diligentemente fazer a vontade de Deus, ela estuda as Escrituras.[58]

Eliff articula que, a igreja precisa conhecer os escritos sagrados. Não existe outro caminho para o Espírito Santo trabalhar. Paulo demonstra, (Rm. 10.17) “a fé é pelo ouvir e o ouvir a palavra de Jesus Cristo”. Não resta outra possibilidade para ter ciência da vontade de Deus se não for pelas Escrituras[59]. No dizer de Koehler, a igreja que procede em conformidade com propósito de Deus está amparada em parâmetros, o conhecimento da lei divina (escrituras), e o proceder em concordância a ela.[60]

A igreja primitiva é o modelo ideal de igreja pautada na Palavra de Deus. Ao receber o Espírito Santo, os primeiros cristãos não resumiram a promessa a este evento. Eles compreenderam que o Espírito, os ajudaria a conhecerem a verdade, e para entenderem estudaram e ensinaram. Assim Stott profere, “uma igreja cheia do Espírito é uma igreja bíblica, uma igreja neotestamentária, uma igreja apostólica. Nela se ensina as Escrituras. Os pais ensinam a Bíblia aos filhos. Os membros da igreja lêem e refletem sobre as Escrituras todos os dias.” [61]

Brain vai indicar a obrigação de escutar o Espírito Santo quando remete as pessoas em direção a palavra de Deus.[62] Ele iluminar o caminho para salvação, pela palavra o indivíduo tem informação da morte, ressurreição e o caminho para regeneração da sua vida. [63]As escrituras têm suficiente para levar a pessoa aos céus, para estar junto de Cristo Jesus Senhor seus dos céus e da terra, assim como da sua igreja. 

3.2.2 Transformação

A igreja que tem as Escrituras no centro de sua conduta, sua postura é diferenciada da maioria das igrejas pós-modernas. A pessoa entra na igreja de uma forma e sai diferente, porque o conhecimento das escrituras produz transformação. Para Jeff, “não tem como passar tempo na presença de Deus sem uma mudança notável. Quando Jacó saiu da presença de Deus, ele saiu mancando; quando Moisés desceu do monte depois de dias na presença de Deus, seu rosto saiu brilhando.” A presença de Deus é manifesta pregação bíblica, na adoração cristocentrica, em toda atividade realizada de acordo com as Escrituras.[64]  

A transformação é uma evidência de base escriturística. Ela ocorre a medida que a pessoa entende que ele não é mais tona do seu próprio corpo. A Bíblia remete o individuo a um posicionamento diante da verdade revelada. No confronto, a posição de inércia é impossível. Por isso que nas igrejas contemporâneas não ocorre transformação, pois não existe confronto. No entanto, alocada diante de um desafio a pessoa fica duas alternativas, ela nega, ou aceita. Ao aceitar, ela procede como Policarpo, “nuestro Señor Jesucristo es el salvador de nuestras almas y piloto de nuestros cuerpos y pastor de la iglesia universal que se halla por todo el mundo (135 d.C.).”[65]  

Reconhecer o senhorio de Cristo é uma transformação na maneira de pensar e agir. Essa atitude coloca o homem diante das suas fraquezas e condição pecaminosa. A igreja de Cristo reconhece sua dependência, e acusa, aponta e mostra o pecado. Visto que ela e não deseja um alívio momentâneo, mas frutos que permaneçam para vida eterna.[66]Assim, a igreja de Cristo evidencia-se pela transformação das pessoas e da sociedade em que está inserida.

3.2.3 Amor

Na igreja que vive as escrituras, a transformação não é teoria. Pessoas transformadas manifestam essência de Deus, João (4.8) mostra que “Deus é amor”. Brian inclui, “para los primeros cristianos, el corazón de su fe consistía en una relación de amor obediente con Cristo.”[67]Os primeiros cristão entenderam bem esta mensagem e obedeciam. Aquele que tem um encontro com as escritura e tem a vida transformada, naturalmente vive no amor, compartilha amor e ensina amar. John Stott exibiu, os que amam vivem em comunhão, e estes denotam a presença de uma igreja viva.[68]

De acordo com as escrituras, adoração verdadeira existe apenas no amor. O amor leva a canção, a oração e a vida do cidadão diante da presença do Senhor. Quando o amor está presente na igreja, ela reconhece que para Deus todas as coisas concluem em amor. A sua salvação, vida, transformação, coexistem pelo amor de Deus. Sua adoração é uma gratidão à Deus, ela não esta preocupada em receber, sentir ou experimentar algo diferente.[69] Fromholz, expões que, conforme o apostolo Paulo adoração não é levantar as mãos, nem cantar louvores ao Seu nome, nem se prostra fisicamente diante dele. Muito mais que isso é amá-lo incondicionalmente, “um sacrifício vivo. Em outras palavras, quando eu rendo a minha vida a Ele.”[70]

Uma igreja rendida a Cristo pelo amor reconhece a necessidade da disciplina. Tanto no Novo Testamento, como no Antigo, Deus constantemente provou seu amor com o seu povo por intermédio de correções. Assim como um pai corrige aos filhos que ele quer bem, do mesmo modo, a igreja que ama corrige seus membros.[71] Amar não significa cobrir os pecados, antes é acusá-los, para que exista arrependimento.[72] Tolerar o comportamento incorreto é falta de amor e está incoerente com as escrituras, pois torna os fieis e infiéis iguais,[73] além de incentivar o pecado.[74] Por isso, o amor disciplina para que existam “arrependimento e restauração do ofensor.”[75]

3.2.4 Serviço ao próximo

Igreja marcada pela Palavra de Deus, transformada pelo Espírito Santo, e que apresenta o amor em sua essência é impossível não servir ao próximo. O próximo é aquele que está do seu lado, pode ser um alcoólatra, uma meretriz, um traficante, um ladrão, ou uma pessoa de bem. Independente de que esteja ao seu lado, a igreja de Cristo está pronta para servir de alguma forma. Porque está é uma das marcas mais evidente da igreja, nas palavras de Mark, “uma igreja saudável”.[76]

O amor de Jesus na prática da igreja impulsiona suas atividades, existência, e propósito sempre visando o próximo, não como um cliente a ser conquistado, mas, como uma pessoa carente de salvação. Coerente com as Escrituras, a igreja opera com “misericórdia e bondade, entendendo que não é possível criar mérito diante de Deus com tais atos, mas que através de tais atitudes, o amor de Deus é derramado na sociedade e o Reino de Deus é implantado, através de boas obras e da declaração das boas novas.[77]

A igreja cristã sabe que servir ao próximo é uma obra a ser realizada. Porém não se gloria por tal obra. As obras não são esforços a serem feitos, do contrário, é uma ação natural de uma igreja que está intrinsecamente relacionada com Cristo, que vive o seu amor. Em hipótese alguma, ela acredita na possibilidade destas atitudes trazerem salvação. Servir e viver para o próximo são manifestações daquele que “os salvou das trevas para sua maravilhosa luz. (1Pe. 2.9)”.[78]

A preocupação com as outras pessoas transforma a igreja de Cristo, conforme John, em “uma igreja evangelizadora.” A vida do próximo é valiosa e não pode ser considerado como qualquer objeto. O preço pago pela humanidade foi um valor altíssimo, que homem nenhum conseguiria pagar. Jesus, o Deus eterno se tornou homem, e morreu numa cruz, para conceder ao mais vil pecador o privilégio de ser filho de Deus, e participante das bênçãos espirituais. Jesus constitui uma igreja viva, não uma denominação fechada. Assim como Jesus, a igreja proclama as boas novas de salvação. Servir ao próximo é mostrar para ele o verdadeiro caminho, “Jesus”.[79]

CONCLUSÃO

 

O que as pessoas pensam a respeito da igreja está muito longe da verdadeira igreja de Cristo apresentada no Novo testamento. A situação da igreja está precária, e muitas vezes as pessoas tendem a fechar os olhos para esta realidade. Para muitos na sociedade a igreja é um lugar com pessoas que dizem evangélicos e se reúnem para adorar a Deus. Neste lugar elas realizam suas orações, cantam algumas musicas e ouvem uma mensagem motivacional para continuarem a lutar para morarem um lugar melhor. Será que está é a imagem de igreja que Jesus deseja que os cristãos representem?

A igreja está preocupada com a qualidade. Quer fazer o melhor para Deus e de toda forma busca o crescimento no número de pessoas que fazem parte da congregação. Investem uma quantidade significativa de dinheiro em construção, eventos, e missão, tudo para glória de Deus. Será que construções magníficas e templos gigantescos são o que Deus realmente está interessado? Com certeza as pessoas se sentem confortáveis na igreja, e este é o propósito, proporcionar o melhor ambiente para adoração. Mas, não será apenas isto que a igreja esta a oferecer as pessoas? Será que Deus não está esperando que a igreja de mais que conforto para as pessoas?  No entanto, este ponto é o menos importante quando se trata da igreja de Cristo desfalecendo. Mesmo certos que as portas do inferno não prevalecerão contra igreja de Cristo, a reforma protestante foi necessária para socorrer a igreja de Cristo quando sua luz quase não brilhava mais. Do mesmo modo, a essência da igreja atual está se perdendo e é preciso abrir a visão para ver o que está errado.

As igrejas pós-modernas estão oferecendo o que as pessoas realmente querem, satisfação momentânea, alguns minutos de alívio e conforto. Deixaram de lado as suas Bíblias e trocaram CDs, e DVDs, com mensagem que cumprem este propósito. Todavia, a igreja de Cristo, que não é a mesma da pós-modernidade, clama como Lutero “só as Escrituras nos bastas”. A igreja de Cristo unida é o corpo e a representação fiel da presença de Jesus nesta terra. No entanto, cada cristão individual é a igreja de Cristo onde ele estiver, no trabalho, na rua, com os amigos.

Na pós-modernidade, os cristãos não devem esperar que a denominação da qual ele faça parte venha mudar. Eles devem lembrar que eles fazem parte de uma igreja maior que uma denominação, a igreja de Cristo. A responsabilidade é de cada crente individual, independente do ministério, realizar sua incumbência como igreja do Senhor para construção de um mundo melhor. O compromisso de ter uma vida pautada nas escrituras, uma vida transformada, viver em amor e servir ao próximo é de cada uma que tenha a certeza de fazer parte da imensurável igreja do Mestre Jesus Cristo. O que as pessoas estão precisando não é de belos hinos, pregações motivacionais, templos magníficos, a sociedade precisa é de uma igreja que conheça as escrituras e viva-a em sua prática diária.

 

 

REFERÊNCIAS

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FERREIRA, Franklin & MYATT, Alan. Teologia sistemática: uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual. São Paulo: Edições Vida Nova, 2007.

FROMHOLZ, Jeff. Neo-baalismo: quando adoração não é...  São Paulo: GB, 1998.

KOEHLER, Edward W.A. Sumário da doutrina cristã. Porto Alegre: Editora Concórdia, 2002.

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LOPES, Hernandes Dias, A importância da pregação expositiva para o crescimento da igreja. São Paulo:  Candeia, 2004.

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RYLE, J. C. O que é a igreja. São Paulo: CEP, 1985.

STOTT, John. Sinais de uma igreja viva. Costa Rica: IINDEF, 1995.

WALSH, BRIAN J. et al. Lá visión tranformadora: la conformación de uma cosmovisión cristiana. Barcelona: CLIE, 2006.

 

WASHER, Paul. 10 acusações contra igreja moderna. São José dos Campos: FIEL, 2011.

 



[1] Mestrando pela Faculdade Batista do Paraná. [email protected] 

[2] AYRES, Jonas. A igreja no horizonte pós-moderno. São José dos Pinhais: NAPEC, 2011, p. 4.

[3] MIRANDA, Mário de França. A igreja numa sociedade fragmentada. São Paulo: Edições Loyola, 2006, p264.

[4] FERREIRA, Franklin & MYATT, Alan. Teologia sistemática: uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual. São Paulo: Edições Vida Nova, 2007, p. 4.

[5] “Onde está então o evangelho? Onde estão as boas novas culturalmente encarnadas? Se o reino dos céus está alarmando, porque os pobres não vêem algumas boas noticias entre as muitas más noticias (Lucas 4.18-19). Porque os cativos não estão em liberdade? Porque os cegos deste mudo todavia não tem olhos para ver? Quando se devolverá aos oprimidos sua dignidade? Como damos conta de nossas faltas, como membros do corpo de Cristo, de mostrar os atributos de cidadãos do reino? Porque  não associamos a palavra cristão com as imagens  de gente colocando o mundo a cabeça?” (tradução própria).

 WALSH, BRIAN J. et al. Lá visión tranformadora: la conformación de uma cosmovisión cristiana. Barcelona: CLIE, 2006, p77.

[6] CUNHA, Jônatas. Igrejas UTIs. São Paulo: NAÓS, 2009, p.8.

[7] WALSH, 2006, p. 70.

[8] AYRES, 2011, p. 4.

[9] AYRES, 2011, p. 5.

[10] MARK, Dever. O que é uma igreja saudável? São José dos Campos: FIEL, 2009, p. 13.

[11] MARK, 2009, p. 14.

[12] CUNHA, 2009, p.7.

[13] AYRES, 2011, p. 3.

[14] AYRES, 2011, p. 19.

[15] WASHER, Paul. 10 acusações contra igreja moderna. São José dos Campos: FIEL, 2011, p. 77.

[16] FROMHOLZ, Jeff. Neo-baalismo: quando adoração não é...  São Paulo: GB, 1998, p. 10.

[17] FROMHOLZ, 1998, p. 36.

[18] AYRES, 2011, p. 12.

[19] WASHER, 2011, p. 42.

[20] FROMHOLZ, 1998, p. 15.

[21] FROMHOLZ, 1998, p. 33.

[22] AYRES, 2011, p. 22.

[23] RYLE, J. C. O que é a igreja. São Paulo: CEP, 1985, p.13.

[24] FROMHOLZ, 1998, p. 10.

[25] FROMHOLZ, 1998, p. 45.

[26] WASHER, 2011, p. 34.

[27] WASHER, 2011, p. 83.

[28] ELIFF, Jim et al. Disciplina na igreja: um manual de disciplina para igreja de hoje. São José dos Campos: FIEL, 2006, p. 64.

[29] CUNHA, 2009, p.7.

[30] ELIFF, 2006, p. 9.

[31] FROMHOLZ, 1998, p. 34.

[32] FROMHOLZ, 1998, p. 8.

[33] FROMHOLZ, 1998, p. 36.

[34] AYRES, 2011, p. 18.

[35] WASHER, 2011, p. 95.

[36] FROMHOLZ, 1998, p. 17.

[37] ELIFF, 2006, p. 93.

[38]LOPES, Hernandes Dias, A importância da pregação expositiva para o crescimento da igreja. São Paulo:  Candeia, 2004, p. 11-33.

[39] WASHER, 2011, p. 88.

[40] WASHER, 2011, p. 24.

[41] ELIFF, 2006, p. 6.

[42] WASHER, 2011, p. 77.

[43] ELIFF, 2006, p. 15.

[44] RYLE, 1985, p. 5.

[45] ELIFF, 2006, p. 60.

[46] WASHER, 2011, p. 68.

[47] RYLE, 1985, p. 10.

[48] RYLE, 1985, p. 11.

[49] WALSH, 2006, p. 71.

[50] STOTT, John. Sinais de uma igreja viva. Costa Rica: IINDEF, 1995, p. 4.

[51] WALSH, 2006, p. 75.

[52] WALSH, 2006, p. 80.

[53] WALSH, 2006, p. 58.

[54] WALSH, 2006, p. 68.

[55] WALSH, 2006, p. 71.

[56] WASHER, 2011, p. 60.

[57] AYRES, 2011, p. 23.

[58] STOTT, 1995, p. 5.

[59] ELIFF, 2006, p. 18.

[60] KOEHLER, Edward W.A. Sumário da doutrina cristã. Porto Alegre: Editora Concórdia, 2002, p. 122.

[61] STOTT, 1995, p. 7.

[62] WALSH, 2006, p. 73.

[63] WASHER, 2011, p. 40.

[64] FROMHOLZ, 1998, p. 8.

[65] GRAY, Brain. Diccionario de la iglesia primitiva: las doctrinas ypráticas de cristianos que vivieron durante los primeros trescientos años de historia Del cristianismo. Huancayo: La Iglesia Primitia, 2010, p. 135.

[66] ELIFF, 2006, p. 30.

[67] GRAY, 2010, p. 7.

[68] STOTT, 1995, p. 6.

[69] FROMHOLZ, 1998, p. 35.

[70] FROMHOLZ, 1998, p. 41.

[71] ELIFF, 2006, p. 6.

[72] ELIFF, 2006, p. 19.

[73] ELIFF, 2006, p. 17.

[74] ELIFF, 2006, p. 16.

[75] ELIFF, 2006, p. 15.

[76] MARK, 2009, p. 19.

[77] AYRES, 2011, p. 25.

[78] WASHER, 2011, p83.

[79] STOTT, 1995, p. 8.