A identidade indígena na literatura brasileira
Publicado em 19 de julho de 2012 por Juliano Ramos Santos
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
AUTORIZAÇÃO: DECRETO Nº92937/86 DOU 18.07.86 – RECONHECIMENTO: PORTARIA Nº909/95, DOU 01.08.95
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS – DCHT
CAMPUS XXI – IPIAÚ
JULIANO RAMOS
A IDENTIDADE INDÍGENA NA LITERATURA BRASILEIRA
Ipiaú – BA
2007
JULIANO RAMOS
A IDENTIDADE INDÍGENA NA LITERATURA BRASILEIRA
Ipiaú - BA
2007
“A literatura é o fio luminoso que nos conduz a todas as terras, a todos os climas, a todos os tempos, ns desvenda os mistérios, fala nos das glórias , da guerra, da beleza e do amor”
Cecil Meira
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO............................................................................5
2- JUSTIFICATIVA .............................................................................7
3- OBJETIVOS.....................................................................................8
4- CONTEÚDOS..................................................................................8
5- METODOLOGIA............................................................................9
6-CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES ..........................................14
7- AVALIAÇÃO..................................................................................29
8- RECURSOS
9 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................30
10- ANEXOS
INTRODUÇÃO
A cultura é tudo o que o homem constrói, e transforma da natureza. É tudo o que envolve a forma do conhecimento e expressão. Mesmo que essa criação seja para o beneficio ou destruição dos seres. Todo ato cultural vive por essência sobre fronteiras, ele não funciona só, a exemplo temos a cultura indígena e a portuguesa , assim como os europeus usaram o termo selvagem referindo-se aos nativos, os índios também analisaram a forma estranha dos portugueses se vestirem dentre outros costumes.
Alfredo Bosi (1978, p.239), crítico literário, muito apropriadamente observou o modo como José de Alencar delineia paisagens européias para em seguida destruí-las. Tomemos do crítico duas observações pertinentes:
“O quadro de um Brasil colônia criado a imagem e semelhança de uma comunidade feudal aparece quase em estado puro n’ O Guarani de Alencar. Mas a intuição do romancista foi além dos preconceitos do intérprete da nossa história; e o “quase”fez brechas tão largas no corpo do romance que o castelo de Dom Antônio de Mariz acabou em ruínas antes que a narração chegasse a seu término.”
A partir do Romantismo é que nossa literatura identifica uma identidade cultural na tentativa da busca pela nacionalidade. Alencar descreve o índio brasileiro idealizado com moldes europeu. De acordo com os estudos de Ligia Chiappini e Maria Stella Bresciani (2002, p.16) ao observarem a construção da história brasileira, ora a identidade nacional busca a utopia projetada pelos europeus, ora por uma negação.
E segundo Alfredo Bosi (1994, p.11):
A colônia é, de início, o objeto de uma cultura, o “outro” em relação á metrópole: em nosso caso, foi a terra a ser ocupada, o pau-brasil a ser explorado, a cana - de -açúcar a ser cultivada, o ouro a ser extraído; uma palavra, a matéria-prima a ser carreada ao mercado externo. A colônia só deixa de o ser quando passa a sujeito da sua história. Mas essa passagem fez-se no Brasil por um lento processo de aculturação do português e do negro à terra e às raças naturais; e fez-se com naturais crises e desequilíbrios.
Esse projeto apresenta uma proposta de valorizar a “Identidade Indígena na Literatura Brasileira”, a contribuição da miscigenação para a formação da nossa cultura reconhecendo a diversidade como parte inseparável da identidade nacional.
O mini-curso está composto de duas etapas, assim, especificadas: período de co-participação e preparação do projeto e período de regência que será efetuado na Universidade Estadual da Bahia – UNEB,campus XXI, durante três dias com carga horária de 15 (quinze) horas, que terá como clientela alunos do curso Universidade para todos no turno matutino.
Por isso, pretende-se com essa temática, permitir ao aluno observar, por meio de comparações de textos de romances, poesias e com a música popular dos séculos XX e XXI,a evolução das características estilísticas e ideológicas no universo da literatura romântica e contemporânea brasileira, levando-o a refletir sobre a valiosa contribuição indígena para a formação cultural do Brasil.
O encontro com a Literatura para a maioria dos alunos se dá de forma obrigatória no Ensino Médio quando segue uma trajetória denominada por Tânia Maria Piacentini de “concepção enciclopédica de literatura” ao percorrerem a história literária século por século, pois acredita-se que assim agindo, o educador adquirirá uma “bagagem mínima”. Para isso, seleciona-se um corpus literário que o aluno deve “conhecer”, mesmo se não estiverem condições. São geralmente trabalhados interpretações e trechos que sobressaem os critérios estéticos ou humanísticos. Tal método de ensino respalda-se na concepção de uma literatura de domínio artístico privilegiado, no qual desvaloriza-se o sentido moral e o sentimento de beleza, esquecendo-se da formação social, como se fosse um domínio isolado.
O estudo da literatura deve valorizar as questões culturais. Refletir acerca da pluralidade e da construção de identidades dos alunos, ressaltando as diversidades existentes entre as pessoas e valorizando as diferenças.
Quanto à produção textual Koch (2000) afirma que ser este “uma atividade consciente, criativa, que compreende o desenvolvimento de estratégias concretas de ação e a escolha de meios adequados à realização dos objetivos”. Isso quer dizer que uma das finalidades da produção escrita é a reflexão crítica da realidade que leva a transformação individual e coletiva, mediante atividades bem elaboradas e planejadas, nas quais a pesquisa, a socialização e a falta de preconceito estejam presentes, e o autor do texto desempenhe seu papel com autoridade e responsabilidade, tornando-se agente do seu próprio texto numa verdadeira atividade interacional”.
Sobre essa ótica, a atividade de produzir textos está para a produção de discursos numa verdadeira interação comunicativa, na qual o escritor tem algo a dizer, uma razão para fazê-la, há um destinatário para o texto escrito. O autor é o locutor agente do seu próprio texto, ele é responsável pelo que escreve.
Pretendemos por meio da temática “Identidade Indígena na Literatura Brasileira”, criar condições para que o ouvinte desenvolva um trabalho de intertextualidade, partindo da apreciação e do entrelaçamento de textos diversos, para que faça comparações e desenvolva sua capacidade de imaginação, análise e reflexão.
JUSTIFICATIVA
O trabalho se justifica pela necessidade de lidar com a temática do preconceito e da discriminação racial/étnica sobre a questão da valorização da cultura indígena na literatura brasileira.
Historicamente, registra-se dificuldade em se trabalhar a pluralidade cultural na escola, onde muitas vezes, há manifestações do racismo, da discriminação social e étnica, por parte de professores, de alunos, da equipe escolar, ainda que de maneira involuntária.
De acordo com o texto “Pluralidade Cultural”, a cultura é um extenso e contínuo processo de seleção e filtragem de conhecimentos e experiências, não somente de um indivíduo, mas, sobretudo de um grupo social. Sendo assim, a escola deve valorizar a riqueza da diversidade cultural que marca a sociedade, rejeitando quaisquer mecanismos discriminatórios contra grupos socialmente marginalizados, viabilizando as diferenças étnicas, sexuais, físicas, regionais etc.
Segundo Silva (2002, p.33-34), o homem é um sujeito marcado por suas experiências e interações com o mundo e com outros homens, por isso, só existe em relação ao outro. O homem é por natureza, essencialmente social e para tanto precisa comunicar-se. Nesse caso podemos constatar que o indivíduo precisa se comunicar para estar inserido no meio social, não importa de que maneira seja desenvolvida essa comunicação. A língua indígena é um componente integrante da sua identidade cultural, que tem sido extinta ao longo dos anos.
Cabe ao professor trabalhar o multiculturalismo, mostrando que não há uma cultura melhor que outra, existe culturas diferentes. No terreno cientifico filosófico, a antropologia e o marxismo contribuíram para romper com a idéia de que a cultura deve seguir um padrão, que vivemos numa sociedade de conflitos, onde a cultura é um processo de ruptura e não de continuidade.
OBJETIVO GERAL
Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais das nações indígenas, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de etnia ou outras características individuais e sociais.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- Compreender a importância da cultura indígena na formação da literatura brasileira.
- Valorizar a linguagem indígena como componente integrante da sua identidade.
- Reconhecer a diversidade cultural como um traço fundamental na construção de uma identidade nacional.
- Refletir sobre como tem sido trabalhada a cultura indígena no âmbito escolar.
- Perceber a visão do índio idealizado versus a verdadeira face.
- Identificar a intertextualidade das letras das músicas: “Um Índio” de Caetano Veloso e “Índios” de Legião Urbana com o Filme “O Guarani”.
CONTEÚDOS
- Pluralidade cultural e a idealização do índio.
- Romantismo: origem, momento histórico, características e biografia de José de Alencar.
- O índio idealizado versus a verdadeira face.
- Intertextualidade do filme “O Guarani” com músicas da atualidade.
METODOLOGIA
O atual mini-curso tem suas bases metodológicas numa modalidade de pesquisa que requer o envolvimento do pesquisador e do grupo que representa a situação problema: Pesquisa-ação. Segundo Prestes (2005, p.25) a pesquisa-ação caracteriza-se por uma interação efetiva e ampla entre pesquisadores e pesquisados.
Este projeto possui o interesse de examinar fragmentos do romance “Iracema” e “O guarani”, ambos de José de Alencar que nos mostra uma visão do índio idealizado; O filme “O Guarani” baseado no romance intitulado com o mesmo nome, em contrapartida letras de música de Legião Urbana e Caetano Veloso mostrando a verdadeira face, poesia “Identidade Indígena” de Generino Gabriel relatando por meio da poesia a forma brutal como foi imposta a cultura européia ao índio e um documentário para refletirmos sobre a cultura indígena e a extinção de sua língua proporcionando a valorização da mesma.
O mini-curso será ministrado para alunos da primeira série do ensino médio. As atividades serão realizadas por meio de transparências e filmes. Os recursos utilizados serão: TV, CD, vídeo, retro projetor, papéis diversos, lápis, caneta, entre outros.
O mini-curso será realizado por alunos da UNEB CAMPUS XXI – IPIAÚ/BA, VI Semestre, orientado pela professora Harlley Silva Costa e pelo professor Domingos Ailton. Sendo que a aluna Maria da Conceição Silva Santos e o aluno Juliano Ramos atuarão na aplicação do projeto.
Com a metodologia aplicada espera-se, que mesmo não tendo respostas fidedignas se obtenham resultados satisfatórios ou total êxito.
A seguir, apresentaremos as atividades que serão desenvolvidas:
1° DIA
- Dinâmica de socialização (o abraço);
- Exposição oral e escrita do contexto histórico social do Romantismo;
- Leitura e discussão oral do fragmento do romance indianista “O Guarani” de José de Alencar;
- Roteiro para observação do filme;
- Apreciação do filme “O Guarani”;
- Discussão contextualizada sobre o filme;
- Mensagem.
2° DIA
- Dinâmica inicial (Par ideal);
- Exposição sobre a figura do índio idealizado versus a verdadeira face.
- Apreciação do documentário relatando a realidade do índio no Brasil atualmente.
- Discussão sobre o perfil do índio na literatura brasileira na tentativa de busca da identidade nacional
- Leitura e comparação de fragmentos do romance Iracema e O Guarani e o poema contemporâneo “A Identidade indígena” de Generino Gabriel
- Produção de textos a partir do poema estudado
3° DIA
- Intertextualidade do filme “O Guarani” com músicas “Um Índio” de Caetano Veloso;
- Gênero musical;
- Círculo para reflexão;
- Avaliação oral e escrita dos trabalhos desenvolvidos;
- Apresentação de trabalhos desenvolvidos pelos alunos durante o estágio;
- Dinâmica do presente.
Os procedimentos para a execução das metodologias acima listados, encontram-se nos planejamentos diários nas páginas (posteriores) seguintes:
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DATA: 20.08.07
DISCIPLINA: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira
Ministrantes: Juliano Ramos e Maria da Conceição
PLANO DIÁRIO Nº 01
Tema do Projeto: Identidade Indígena na Literatura Brasileira
OBJETIVOS:
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CONTEÚDO:
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PROCEDIMENTOS:
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C.H. 20 min.
20 min.
30 min.
10 min.
130 min.
20 min.
10 min. |
RECURSOS Papel ofício;
Texto xerocado;
Texto xerocado;
Papel ofício;
TV, DVD;
Roteiro para observação e análise do filme “O Guarani”
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AVALIAÇÃO: Participação ativa dos alunos nas atividades propostas observando os seguintes critérios de argumentação consciente e reciprocidade.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DATA: 21.08.07
DISCIPLINA: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira
Ministrantes: Juliano Ramos e Maria da Conceição
PLANO DIÁRIO Nº 02
Tema do Projeto: Identidade Indígena na Literatura Brasileira
OBJETIVOS:
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CONTEÚDO:
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PROCEDIMENTOS:
- Dinâmica inicial (par ideal);
- Apreciação do documentário;
- Discussão e contextualização da figura do índio no documentário;
- Leitura e análise da poesia ;
- Produção de texto descritivo
- Leitura e comentários dos textos produzidos.
- Audição da música Índios de Legião urbana
- Intertextualidade da musica Índios com a poesia identidade indígena
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C.H.
20 min.
40 min.
20 min.
15 min.
15 min.
20 min.
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RECURSOS
Papel oficio;
TV E DVD
Textos xerocados;
Papel ofício;
Aparelho de som, CD;
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AVALIAÇÃO: : Participação ativa dos alunos nas atividades propostas observando os seguintes critérios de argumentação consciente e reciprocidade.
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DATA: 22.08.07
DISCIPLINA: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira
Ministrantes: Juliano Ramos e Maria da Conceição
PLANO DIÁRIO Nº 03
Tema do Projeto Identidade Indígena na Literatura Brasileira
OBJETIVOS: - Avaliar o desempenho dos ouvintes durante o período trabalhado. - Divulgar o conhecimento adquirido durante o período de estágio.
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CONTEÚDO: - Avaliação;
- Culminância do projeto – apresentação.
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PROCEDIMENTOS:
-Intertextualidade do filme “o Guarani” com a música “Um Índio” de Caetano Veloso; Circulo para reflexão; -Avaliação oral e escrita dos trabalhos desenvolvidos.
- Apresentação das atividades realizadas pelos alunos durante o período de estágio;
- Dinâmica do presente |
C.H.
20 min.
40min. 120 min.
30 min. |
RECURSOS
Letra da música e retro projetor
Frases escritas; Texto xerocado;
Painel.
Bombons
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CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES
DATA |
DIA |
C. H. |
CONTEÚDO |
20/08/2007 |
1º |
05h/aula |
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21/08/2007 |
2º |
05h/aula |
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22/08/2007 |
3º |
05h/aula |
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RECURSOS
HUMANOS:
- Alunos da primeira série do Ensino Médio do Colégio Estadual de Ipiaú.
MATERIAIS:
* de consumo –
- cópias de textos;
- cartolinas;
- pincéis atômicos;
- papel madeira;
- revistas;
- gravuras;
- cola;
- pincel para quadro branco;
- caixa de papel;
Permanente –
- quadro branco;
- retro projetor;
- DVD;
- TV;
- aparelho de som;
- tesoura, entre outros.
AVALIAÇÃO
Avaliar é uma tarefa muito complexa, e tanto é assim que ocupa uma parte considerável nas discussões sobre como melhorar o trabalho desenvolvido pelo professor e como garantir a assimilação do conteúdo ministrado ao aluno.
Por se tratar de um projeto de caráter intensivo, a prática avaliativa se constituirá numa análise reflexiva, processual sobre a exposição oral e escrita realizada, de modo que levará em conta a participação ativa dos alunos nas atividades propostas.
O ato de avaliar, por sua constituição, destina-se a um diagnóstico e, por isso mesmo, à inclusão; este não pode ser utilizado como um julgamento, mas sim como um processo amoroso.
Portanto, a avaliação terá objetivo de proporcionar a autocompreensão, tanto do ministrante quanto do ouvinte, mediantes atos avaliativos, que sejam aliados na construção de resultados satisfatórios de aprendizagem, a partir de um processo contínuo que busque atender às necessidades dos ouvintes, e proporcione a participação ativa desses nas atividades desenvolvidas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOSI, Alfredo. HISTÓRIA CONCISA DA LITERATURA BRASILEIRA. Cultrix. São Paulo: 1994.
BOSI, Alfredo. Imagens do Romantismo no Brasil. São Paulo, 1978.( falta a editora)
CHIAPPINI, Lígia e BRESCIANI, Maria Stella [orgs]. Literatura e Cultura no Brasil: identidades e fronteiras. Cortez . São Paulo,2002.
KOCH, Igedire Villaça. O texto e a construção dos sentidos. 4ª ed. São Paulo: Contexto, 2001.
MEIRA, Cécil. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA LITERATURA. 4ªed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1974.
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO MÉDIA E TECNOLÓGICA. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio: Brasília: MEC, 2002.
SILVA, Daniele Nuns Henrique. Como brincam as crianças surdas. : Plexus. São Paulo:2002.
ANEXOS
O par ideal (ANEXO 04)
No dia anterior, os alunos deverão ser instruídos a trazerem um doce. Na hora da dinâmica, ao som de uma música passará uma caixinha contendo as frases abaixo relacionadas. Cada aluno deverá pegar uma, fazer a leitura em voz alta na frente da classe para que seja feita a identificação do seu par e a troca dos doces.
Eu sou uma panela procurando uma tampa.
Eu sou uma tampa procurando uma panela.
Eu sou um garfo procurando uma faca.
Eu sou uma faca procurando um garfo.
Eu sou uma agulha procurando uma linha.
Eu sou uma linha procurando uma agulha.
Eu sou um coelho procurando uma toca.
Eu sou uma toca procurando um coelho.
Eu sou o dia procurando a noite.
Eu sou a noite procurando o dia.
Eu sou a Mônica procurando o meu coelhinho.
Eu sou o coelhinho procurando a Mônica.
Eu sou um vampiro procurando um pescoço.
Eu sou um pescoço procurando um vampiro.
Eu sou um chapéu procurando uma cabeça.
Eu sou uma cabeça procurando um chapéu.
Eu sou uma tampa procurando um balaio.
Eu sou um balaio procurando uma tampa.
Eu sou uma orelha procurando um brinco.
Eu sou um brinco procurando uma orelha.
Eu sou umpé procurando um sapato.
Eu sou um sapato procurando um pé.
Eu sou o céu procurando uma estrela.
Eu sou uma estrela procurando o céu
Eu sou um jarro procurando uma flor.
Eu sou uma flor procurando um jarro.
Eu sou um dedo procurando um anel.
Eu sou um anel procurando um dedo.
Eu sou um pão procurando manteiga.
Eu sou a manteiga procurando um pão.
Eu sou um café procurando o leite.
Eu sou o leite procurando o café.
Eu sou uma mala procurando uma alça.
Eu sou uma alça procurando uma mala.
Eu sou uma criança procurando um brinquedo.
Eu sou um brinquedo procurando uma criança.
Eu sou uma pipa procurando o vento.
Eu sou o vento procurando uma pipa.
Eu sou um aluno procurando uma escola.
Eu sou uma escola procurando um aluno.
Eu sou o chulé procurando o pé.
Eu sou o pé procurando o chulé.
Eu sou a dentadura procurando uma boca.
Eu sou a boca procurando a dentadura.
Eu sou um CD procurando uma música.
Eu sou uma música procurando um CD.
Eu sou um xampu procurando os cabelos.
Eu sou os cabelos procurando um xampu.
Legião Urbana - Índios
Quem me dera, ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro que entreguei
A quem conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Explicar o que ninguém consegue entender:
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
E fala demais, por não ter nada a dizer
Quem me dera, ao menos uma vez,
Que o mais simples fosse visto como o mais importante,
Mas nos deram espelhos
E vimos uma mundo doente.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês
É só maldade então, deixar um Deus tão triste.
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda - assim pude trazer você de volta para mim,
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim
E é só você que tem a cura do meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos obrigado.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Como a mais bela tribo, dos mais belos índios,
Não ser atacado por ser inocente.
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho,
Entenda - assim pude trazer você de volta para mim
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim
E é só você que tem a cura do meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Nos deram espelhos e vimos um mundo doente -
Tentei chorar e não consegui
Caetano Veloso - Um Índio
Um índio descerá de uma estrela colorida brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no hemisfério sul da américa num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros, das fontes, de água límpida
Mais avançado que a mais avançadas das mais avançadas das tecnologias
| Virá
| Impávido que nem Muhammad Ali
| Virá que eu vi
| Apaixonadamente como Peri
| Virá que eu vi
| Tranqüilo e infalível como Bruce Lee
| Virá que eu vi
| O axé do afoxé Filhos de Ghandi
| Virá
Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto, em cheiro,
em sombra, em luz, em som, magnífico
Num ponto eqüidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto sim, resplandecente, descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer assim de um modo explícito
( | )
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto quando terá sido o óbvio
COLÉGIO ESTADUAL DE IPIAÚ - CEI
DISCENTE:_________________________________________________
ROTEIRO PARA ANÁLISE DO FILME
1) NÍVEL DE CONTEÚDO:
a) Qual o assunto abordado no filme?
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b) Que relações existem entre o assunto do filme e o que está sendo estudado?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
c) Que relações existem entre o assunto do filme e o meio em que vivemos?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2) NÍVEL DE SENTIMENTO:
a) O que foi bonito?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
b) O que foi excitante?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
c) O que provocou medo?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
d) O que comoveu?
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e) Aspectos positivos e negativos
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
f) O que você mudaria?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3) COM ESSA FRASE POSSO RESUMIR O FILME:
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4) Como é representada a figura do índio no Filme?
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Abraços
O toque é provavelmente a coisa mais importante que podemos dar uns aos outros. Se um bebê não é tomado no colo pode não sobreviver. Jamais superamos a necessidade de ter alguém que nos envolva nos braços ou que nos aperte a mão.
Todos precisamos de um toque humano, ao contrário,murchamos e morremos.Mas não é estranho que aquilo de que mais necessitamos seja tantas vezes a única coisa de temos medo?Chegou até mim um trecho de e-mail contendo apenas uma citação a respeito do abraço. O autor é desconhecido, mas o texto é forte:
O abraço
Abraçar é um gesto saudável. Ajuda o sistema imunológico do corpo, mantendo você mais saudável.
Cura a depressão, diminui o estresse, favorece o sono. É revigorante, rejuvenescedor e não tem efeitos colaterais indesejáveis.
O abraço é nada mais nada menos que uma droga miraculosa. O abraço é praticamente perfeito: não tem peças moveis, não gasta pilha, não precisa de revisões periódicas, consome pouco, gera muita energia, não inflaciona, não engorda, não paga mensalidade, não requer seguro e é a prova de roubo, não tributável, não poluente e – evidentemente – plenamente retribuível!
Que mais se pode dizer? É gostoso ganhar um abraço. Ele transmite milhões de coisas. Não seria maravilhoso fazermos uma promessa de dar dez abraços por dia? Crianças parece não ter grandes problemas de receber sua quota de abraços. E quanto a você?