A ideia de paz perpétua em Kant

Esdras Sales Braga1

 

Immanuel Kant ao propor em sua filosofia um estatuto de privilégio para racionalidade, como sendo ela a fomentadora para o saber e centralidade de seu discurso, pois se trata um filósofo iluminista. Para a compreensão da temática sobre os critérios da Paz Universal deve-se recorrer a dois conceitos de seu discurso. O primeiro desenvolvido no discurso em resposta o questionamento sobre o Esclarecimento que é a concepção de maioridade, que por ele constitui o real progresso para a sociedade. O outro conceito se deve a sua Crítica à Razão Pura, que seguindo esta mesma lógica estabelecerá uma distinção no uso da razão que pode possuir uma relação pessoal e outra comum.

Desse modo, teórico observa-se uma intrínseca relação entre a teoria e a prática presente em ambos os conceitos e de grande importância para a compreensão de Paz perpétua. Retornando o que fora apresentado anteriormente, para o autor o prevalecimento do homem em sua menoridade é culpa dele próprio, pois acaba tornando-se uma incapacidade do indivíduo de conduzir-se por si, tendo ter o auxílio de outro para abastecer-lhe de respostas. A solução retrata de superar os obstáculos apostando no pleno uso da razão. Nas considerações de seu discurso observa-se que se tudo fosse devidamente esclarecido, e transmitido para o conhecimento público, a sociedade passaria a entender de quais objetos devem se apreender a importância devida. Para essa tarefa deve-se compreender a sociedade enquanto objeto que se constitui a luz da razão.

O problema desenvolvido na proposta epistemológica de Kant está na resposta dos limites da razão. Na sociedade de sua época já existiam questionamentos sobre o poder político e suas determinações. Para o filósofo não se devem nutrir a descrença no poder civil, pois o erro não se encontra na busca pelo saber, mas deve-se basear-se no livre uso que se faz da razão. Será essa dualidade entre liberdade e razão que fornecerá a garantia para coerência do discurso de Kant que será permanente em toda sua conjectura sobre a

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1 - Alunos do Curso de Filosofia licenciatura da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.·.

paz perpétua, sendo esses dois pontos uma lógica que torna ainda mais sólido esse ideário. De posse desses conceitos podem ser prevista a questão da paz perpétua que abrange o sentido de universalidade proposto no discurso de Kant. Sobre este quesito comporta o ideário de encaminhamento para o bem, algo que compete ao discurso à categoria de racional. Ora, se todos conseguem expressar-se de modo racional, ou seja, atingindo a sua maioridade, logo as nações enquanto unidas alcançam o estatuto de livres, o que as faz encaminharem-se para a paz. Esse procedimento pode ser interrompido, mas jamais ele pode ser quebrado, pois se trata de algo contínuo e resultante da providencia, ou seja, a confiança no progresso que é adquirido pelo firme uso da razão. Com estes fatores são possíveis de explicar as noções fundamentais de paz perpétua na contemporaneidade.

 

Bibliografia

KANT, Immanuel. À paz perpétua. Trad Marco A. Zingano. Porto Alegre; São Paulo: L&PM, 1989.