UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS
CURSO LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA










PROJETO DE PESQUISA
A HUMANIZAÇÃO NO ENSINO: VALORES SOCIAIS
















GARANHUNS
2008

MARIA APARECIDA VIEIRA DE MELO












PROJETO DE PESQUISA
A HUMANIZAÇÃO NO ENSINO: VALORES SOCIAIS




Projeto de pesquisa apresentado para desenvolvimento de trabalho de conclusão de curso, elaborado como requisito avaliativo na disciplina de Planejamento Educacional, Pesquisa e Extensão.





GARANHUNS
2009

SUMÁRIO


INTRODUÇÃO 04

II. JUSTIFICATIVA 04

III. OBJETIVOS

3.1. Geral 05

3.2 Específicos 06

IV. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 06

V. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 09

VI. ASPECTOS ÉTICOS 09

VII. CRONOGRAMA 10

VIII. REFERÊNCIAS 10

APÊNDICES 12









INTRODUÇÃO

O ser humano é social por natureza, fazemos parte e formamos grupos sociais com as mais diversificadas crenças, origens e personalidades. É neste convívio social que nos tornamos seres humanos. As relações humanas são complexas e fundamentais na realização do processo de ensino, interação e aprendizagem. A escola também é co-responsável no processo da formação moral, social e intelectual. A participação social enraíza-se neste ambiente, proporcionando-nos a convivência com o outro e a diversidade.
Com o objetivo de compreender como se dá a prática docente no ato da formação integral do ser humano, tendo como ponte a os valores sociais, é que se propõe o desenvolvimento desse estudo. Partindo da hipótese que durante o período escolar são poucos educadores que demonstram algum interesse em uma relação mais consistente com os educados, que possibilite ser construtora da mais brilhante tarefa, a de ser gente, é que justifico a importância de se discutir esse tema vinculado à prática pedagógica.
Estando ciente da importância da educação para a formação integral do ser humano, destaco o seguinte questionamento: Qual o papel do educador no processo de formação de valores que facilitem o convívio social?


II. JUSTIFICATIVA

Hoje em dia tem-se observado, através dos meios de comunicação de massa, a presença de atos de desumanização no ambiente escolar: conflitos entre educador e este com os colegas, educandos armados, uso de drogas, fenômenos "bullying" e atritos que podem levar a conseqüência graves. Todos esses fatores são caracterizados pela violência.
Há também a violência velada que é mais sutil mais perigosa podendo acarretar o desenvolvimento dos instintos violentos, gerador da desumanização, motivados por essa violência velada, pela insatisfação de bens matérias, pelo consumismo exagerado, ou pelo desrespeito à coletividade e a diversidades.
A violência de ambas as partes educador e educando que muitas vezes acabam provocando o fracasso escolar ou mesmo a desestruturação social, levando alunos, inclusive, à marginalização, destacando os valores humanos essenciais para o processo humanístico. Esses são os principais motivos que faz propor este estudo, voltado para a humanização no ensino.
É notório que a prática pedagógica está em descompasso, visto que grande parte da sensibilidade dos valores sociais está defasada, fato que promove um ambiente hostil, frio e severo aos educados. A educação deve ser voltada para a formação integral do ser humano, buscando promover os valores como: justiça, diálogo, autonomia, ética, dignidade, tolerância, responsabilidade entre tantos outros que tornam a convivência entre os seres humanos possíveis e agradáveis.
Acreditamos que as dificuldades, os conflitos e a intolerância que gradativamente se apoderam do mundo são resultados dessa total inversão de valores que predomina na sociedade. Também defendo e reitero que o aprendizado é decorrente de uma relação segura e empática entre o educador e o educando e deste com os colegas. È nesse ambiente que são despertados os mais diversos sentimentos que podem levar a uma perfeita interação dos seres humanos. E, assim, ocorrer à reciprocidade dos atos e atitudes dos valores sociais, pois o processo de humanização pode integrar-se no ato da formação do ser humano como sujeito livre, sereno, satisfeito, solidário, sábio, que ama a vida e tudo que a promove, reafirmando a importância de um estudo mais detalhado sobre a humanização como fator básico das relações.


III OBJETIVOS:

3.1 - Geral: Observar se o professor inclui questões e reflexões referentes aos valores sociais na sua proposta pedagógica.

.
3.2 - Específicos:

3.2.1 - Identificar como ocorre a relação docente e discente.
3.2.2 - Analisar se há prática metodológica voltada para os valores sociais.
3.2.3 ? Observar como vem sendo a formação dos valores sociais, a partir do ponto de vista do aluno.

IV. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

De acordo com a perspectiva freiriana não há educação sem amor. Sabiamente ele foi ao âmago da importância da humanização para o ser humano em toda a sua vida, uma vez que o ato de educar passa a ter sentido na medida em que se propõe a "conduzir" um ser humano para a condição de ser "melhor", de mais humanização. Paulo Freire (1970, P.95) afirma que "é preciso ter fé na sua vocação de ser mais, que não é privilegio de alguns, mas direito dos homens". Contudo, o ser humano não nasce pronto, ele está sempre imergido no processo do desenvolvimento cognitivo, psíquico, intelectual, e principalmente, quanto ao fator social.
. Educar para provocar a inteligência, não usar o conhecimento pronto, mas proporcionar a construção do mesmo, este que vai além das formas e fórmulas.
Segundo Freire (1996, P.70) "a autonomia vai-se construindo na experiência de várias e inúmeras decisões que vão sendo tomadas". O educador deve oportunizar ao educando vivências de autocontrole, autonomia, através da produção do conhecimento. Deve provocar neles o espírito empreendedor, aventureiro, critico, proporcionando maior autonomia e cooperação no processo humanístico.
Freire (1997:85) destaca com propriedade que "o homem se depara com barreiras sociais, porém, só conseguem vence-las através da reflexão critica". É justamente este o papel da educação: formar seres reflexivos, críticos, para atuar na sociedade como cidadões conscientes dos seus direitos e deveres.
Ainda no pensamento de Freire (1970:15), concordamos com ele quando afirma que "o sonho pelo qual brigo exige que eu encontre em mim a coragem de lutar ao lado da coragem de amar". Na verdade as grandes conquistas sociais, dentre elas os direitos humanos, foi reflexo de pensadores que queriam "ser melhor", ser tratado como pessoas que pensam, amam, odeiam, ganham, perdem, não são números ou tampouco recipientes, mas sim, seres vistos como construtores do conhecimento, questionadores, críticos e reflexivos.
É de Freire (1970:115) ainda a afirmação que "se nada ficar destas páginas, algo, pelo menos, espero que permaneça: nossa confiança no povo, nossa fé nos homens, e na criação de um mundo em que sejamos menos difícil de amar". Na realidade, para tal façanha a sociedade, a escola e a família precisa se reeducar e reassumir suas responsabilidades, pois cada um é co-responsável inevitavelmente por todos, considerando a "teoria da co-responsabilidade inevitável" (Cury, 2005, P.115), isto é somos agentes do processo existencial de todos.
Para Vygotsky, citado por Oliveira (1994, P. 47), "as potencialidades do indivíduo devem ser levadas em conta durante o processo de ensino, interação e aprendizagem". A partir da convivência com outras pessoas mais experientes, as potencialidades do aprendiz são transformadas em situações que ativam nele esquemas processuais cognitivos ou comportamentais, fazendo com que este convívio produza novas potencialidades num processo dialético continuo e necessário.
Delors (1998, P. 90) argumenta que "a educação passa por quatro pilares de aprendizagem". Na verdade para poder dar resposta ao conjunto das suas missões, a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens fundamentais que, ao longo da vida serão de algum modo, para cada individuo. Os pilares da educação são: aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da compreensão, aprender a fazer para poder agir sobre o meio envolvente, aprender a viver juntos em todas as atividades humanas, e por fim aprender a ser, via essencial que integra os três procedentes.
Situando o processo de aprendizagem, Penteado (1980, P.20), afirma que "a aprendizagem é obtida a partir de situações de cooperação, trabalhos coletivos, e conhecimentos prévios de cada um". Acrescento a isso que é necessário ter consciência de que fatores emocionais, variáveis ambientais, relação entre educador e este com os colegas são exemplos de interferência no resultado apresentado pelo educando.
Para Arroyo (2007, P. 50), "o importante não é o que se aprende, mas a forma de aprendê-lo". Com isto, pecebe-se que o que intermedia o ensinar e o aprender são o como. Este facilitará o processo simultâneo do ensino, interação e principalmente a aprendizagem. É nesse sentido que o processo humanístico civilizatório dar-se em uma trama complexa de relacionamentos com os outros seres humanos, isto é, todos nós somos humanos, mas precisamos aprendê-lo a sê-lo. Para tal o ambiente escolar desempenha um papel culminante, pois é neste meio que interagimos com os mais diversos tipos de gente, em busca do auto-conhecimento, no palco da existência humana.
É por acreditarmos nesta filosofia pedagógica, que desenvolvemos este estudo sob o foco da educação, concebendo-a como à base de tudo. Ciente de que a prática pedagógica não é estática e unidirecional, a sala de aula não é apenas um lugar para transmitir conteúdos teóricos, mas é também local de aprendizado de valores e comportamentos, de aquisição de uma mentalidade científica, lógica e participativa, que poderá possibilitar ao ser humano, bem orientado, interpretar e transformar a sociedade em beneficio do bem estar coletivo e pessoal é que propomos rediscutir o ensino pelo foco da humanização.


V. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta é uma pesquisa qualitativa, pois não pretendemos quantificar dados, mas analisá-los qualitativamente. É também uma pesquisa etnográfica, porque para a obtenção dos dados serão feitas observações no contexto escolar, que se dará em 4 (quatro) idas ao campo para observar como se desenvolve a prática docente e discente, e como a questão dos valores sociais acontecem.
Além disso, também irei utilizar questionários (ver apêndice 1 e 2), que serão aplicados na escola Jerônimo Gueiros, a quatro docentes, ao gestor da escola, a priori, e a cinco discentes, cujo objetivo é coletar opiniões a respeito da importância da humanização do ensino no processo para os valore humanos. Com base na construção teórica aqui revista, analisaremos os dados selecionados para este estudo.

VII ? ASPECTOS ÉTICOS

As pessoas envolvidas na pesquisa não sofrerão danos alguns. Gestores, docentes e discentes do contexto escolar, referido acima, a temática selecionada não versa sobre temas considerados tabus sociais.
Ao contrário esta temática em estudo só trará benefícios, na medida em que se faz necessário destacar a importância de se construir um ambiente escolar onde se possam ter emoções significativas nas relações entre todos os integrantes que forma o contexto escolar.


VII-CRONOGRAMA


Data 2008.1 2008.2 2009.1 2009.2 2010.1 2010.2
Revisão da Leitura X X X X
Elaboração do Projeto X X X
Coleta de Dados X X
Análise dos Dados X X
Redação da Monografia 1° Versão X X
Redação da Monografia Versão Definitiva X X
Entrega da Monografia X



VIII - REFERÊNCIAS

ARROYO, Miguel G. Oficio de mestre: imagens e auto-imagens. 9º ed. Petrópolis: Vozes, 2007.
CURY, Augusto J. Nunca Desista de Seus Sonhos. Rio de Janeiro: Sextane, 2007.
______, O Futuro da Humanidade: A Saga de Um Pensador. Rio de Janeiro: Sextane, 2005.
DELLORS, Jaques (org). Educação, um tesouro a descobrir. (Relatório Para UNESCO da Comissão Internacional Sobre Educação Para O Século XXI). Brasília: MEC/UNESCO, 1998.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia ? Saberes Necessários: A Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997.
______,Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970.

______,Pedagogia da Liberdade. São Paulo: Paz e Terra, 1992. P.70

______,Medo e Ousadia do Professor. Rio de Janeiro, 1997, P. 115.
OLIVEIRA, Marta Kohl de. Aprendizado e Desenvolvimento: Um Processo Sócio ? Histórico. São Paulo. SPICIONE, 1994.
PENTEADO, Wilma Millan Alves. Psicologia e Ensino. São Paulo: Pape livros, 1980.


























































APÊNDICE 1




















UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA


1. IDENTIFICAÇÃO: ________________________________________________

1.1 NOME (OPCIONAL) _______________________________________________

1.2 LOCAL ______________________________; DATA ____/____/____; N°_____.

1.3 PESQUISADOR: MARIA APARECIDA VIEIRA DE MELO



"A palavra é um dos principais meios de humanização".

(Fábio de Melo)

"Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo".
(Paulo Freire)


1-Como você percebe o poder da palavra em sua prática em sala de aula?




2- Em que momento é possível educar? Por quê?




3- Como você faz para resolver conflitos em sala de aula, entre discentes ? discentes ou entre estes com docentes?




4- Se a juventude é o presente da sociedade e não o futuro, por que os jovens estão desmotivados para ir pra escola?




5- Opine sobre seus métodos de ensino e como você vê seus discentes enquanto aprendizes?






















APÊNDICE


UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
UNIDADE ACADÊMICA DE GARANHUNS
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA


1. IDENTIFICAÇÃO: ________________________________________________

1.1 NOME (OPCIONAL) _______________________________________________

1.2 LOCAL ___________________________; DATA ____/____/____; N°____.

1.3 PESQUISADOR: MARIA APARECIDA VIEIRA DE MELO






1- A sua convivência no ambiente escolar é harmoniosa? Justifique:





2- Você se relaciona bem com seus colegas e professores de turma? Justifique:








3- Como é sua convivência em casa, você se relaciona bem com seus pais?





4- Como você faz pra resolver "brigas" em casa e na escola?




5- Você gosta da forma como o/a professor (a) ensina? Por quê?