A HISTÓRIA INFANTIL E O SEU CONCEITO

 

            Os primeiros livros para crianças surgem no final do século XVII escritos por professores e pedagogos, e no Brasil no final do século XIX, com objetivo de ensinar valores, ajudar a enfrentar a realidade social e propiciar adoção de hábitos. Desta forma a história infantil não resulta de trabalho elaborado por crianças, mas fruto da inteligência já amadurecida de quem conhece por estudo, ou intuição as qualidades ou requisitos que devemos encontrar numa narrativa destinada a crianças.

            Os pais, os mestres, os educadores, todos quantos tenham qualquer parcela na formação intelectual e moral dos pequeninos de hoje, serão os homens do futuro, estão convencidos de que essas narrações, que tanto envelam, divertem, instruem e edificam o mundo da criançada, constituem em nossos dias objeto de acurados estudos, observações, e pesquisas, cujo fim essencial consiste em tirar todo o partido possível de tão atraente atividade, separando-se o joio do trigo, aprimorando o quer for bome suprindo as toxinas da ignorância ou o que a malícia humana haja enxertado.

            Para Freire (1989, p.37), no momento em que a criança começa a se comunicar, ela representa suas ações e, para isso, “penetra num mundo extremamente diferente do mundo dos adultos, que é o mundo da fantasia, do faz de conta.”.

            Assim pode-se dizer que a literatura infantil, são os livros que promovem a emoção, o prazer, o entretenimento, a fantasia, identificação e o interesse da criançada (Leo Cunha, 1998), já para Coelho (1995), a literatura infantil tem papel de agente formador, capaz de transformar seus leitores, seja no diálogo estimulado pela escola, que tem importante papel de incentivar a leitura, oral ou escrita.

            A história infantil é um capítulo da literatura infantil, que é parte da literatura geral, ou seja, a história infantil é a narrativa de um ou mais episódios verídicos ou não, com enredo simples ou complexo, que possa ser apresentado ao público infantil, juvenil eou adolescente.

            Os estudiosos da leitura em voz alta defendem que para que o leitor consiga uma boa leitura é preciso que haja a interação do leitor com o texto, devido a isso a leitura deve ser parte do cotidiano do mesmo, deve ser sua paixão, pois só desta forma conseguirá levar aos ouvintes a magia eo prazer que a história proporciona, perfazendo uma atividade formativa. Assim a literatura para si e para os outros passa a se distinguir, sendo a segunda “um encontro entre as pessoas envolvidas na comunicação... uma pessoa que dá voz a um texto e outra que ao escutá-lo, a enxerga.”.

            O ouvinte ao escutar a história a visualiza, vivenciando, imaginando, criando pela recitação oral, sua própria vivência, sua própria história, tornada a arte do contador numa atividade lúdica, de transmissão do conhecimento e de transformação social.

            Neste momento de imaginação, a criança altera o significado dos objetos, dos acontecimentos e das ações para expressar seus sonhos e fantasias, e assumir papéis ativos no contexto social. Pela imaginação, a criança aprende a lidar com as novas sensações, a compreender sentimentos e a descobrir o seu papel na vida real, como visto a leitura possibilita o processo de construção do conhecimento.

            Segundo Abramovich (1995), o primeiro contato da criança com as histórias, acontece com pais, avós e outros familiares que contam histórias de vida, dos contos de fadase até improvisadas, além da cumplicidade no momento de humor, de descontração.

            A leitura possibilita o riso o experimento de situações vivenciadas pelos personagens, à interação com o jeito de escrever do autor além da cumplicidade no momento de humor, de descontração e divertimento, esclarecendo as dificuldades ou descobrimento um caminho para suas soluções, motivando a imaginação e a curiosidade para busca de respostas para solucionar os problemas ali elencados.

 

A história é importante alimento da imaginação. Permite auto-identificação favorecendo a aceitação de situações desagradáveis e ajuda a resolver conflitos, acenando com a esperança. Agrada a todos de modo geral, sem distinção de idade, de classe social, de circunstância de vida (COELHO)

 

            Através da história o ouvinte pode sentir emoções como raiva, tristeza, irritação, medo, bem estar, segurança, poder, dentre outros, aprendendo a ver o mundo com olhos de tolerância, e cria hipóteses para a resolução de sues problemas e, ao representar diferentes personagens, toma atitudes além de comportamento habitual de sua idade, pois busca alternativas pra transformar a realidade. Na sua visualização ou recriação, realiza desejos e cria situações que satisfaça alguma necessidade interior, usando capacidades como observação, imitação e o principal, a imaginação.

            Viajando pelo mundo da Fantasia, o ouvinte vive num mundo de faz de conta repleto de seres imaginários. Nele, habitam fadas, bruxas, super-heróis e terríveis monstros. Essas representações darão início a um faz de conta quealém de ajudá-la a compreender situações conflitantes, ajuda a entender eassimilar os papéis sociais que fazem parte de nossa cultura (o que é ser pai, mãe, filho, professor, médico, etc.), desse modo que as crianças aprendem a viver: esbanjam criatividade, desenvolvendo o intelecto; realizam desejos e sensações, trabalhando o emocional; e ao criarem historinhas que se passam na escola, nos hospitais, nos supermercados, na rua ou mesmo em casa, familiarizam-se com a vida, aprendendo a lidar com regras e normas sociais.

 

As histórias nos servem para ensinar uma porção de coisas a respeito dos ouvintes, pois nos um vasto material de estudo, portanto devemos registrar os comentários, guardar os desenhos, comparar, analisar as diversas manifestações de expressão relacionadas às histórias. Há quem contem história para enfatizar mensagens, transmitir conhecimento, disciplinar, até fazer uma espécie de chantagem “se ficarem quietos, conto uma história”. Quando o universo é que funciona. A história aquieta serena, prende à atenção, informa, socializa, educa. Quando menor a preocupação em alcançar tais objetivos explicitamente, maior será a influência do contador de histórias. O compromisso do narrador é com a história, enquanto fonte de satisfação de necessidades básicas dos ouvintes. (COELHO, 2001)

 

Clarissa Pinkola (1998) ressalta que o contador de histórias é uma combinação de pesquisador, curandeiro, especialista em linguagem, narrador, inspirador, interlocutor de Deus e viajante do tempo. E este tem uma importante tarefa a cumprir, o que determinará o seu sucesso ou seu fracasso, a de conhecimento do seu público, sua realidade social, seus costumes, para que assim possa direcionar o conteúdo das histórias de acordo com o público alvo.

            Para tanto como afirma Coelho, a história é um alimento da imaginação da criança e precisa ser dosada conforme sua estrutura cerebral... Esta também é assimilada de acordo com o desenvolvimento da criança e por um sistema muito mais delicado e especial. Entende-se que o contador deve olhar sua prática sempre com responsabilidade e reflexão acerca de suas atitudes, pois como vimos à leitura infantil é importantíssima para o crescimento intelectuale social da criança.

            De acordo com Mukhina o processo inicial do desenvolvimento da criança compreende as seguintes fases: o perceptivo, o linguístico, o intelectual, a atenção, a memória e a imaginação, sendo que todas elas acompanham o desenvolvimento gráfico anterior à escrita, pois a criança ao ler ou ouvir uma história deve ser levada, incentivada a reproduzir mesmo que por meio de desenhos de maneira prazerosa aquilo que viu ou ouviu.

            Na revista Guia do Educador, as pedagogas Gislaine Rossler Rodrigues Gobbo e Maria do Carmo Kobayashi, colocam que “a leitura deve fazer parte do cotidiano escolar”, que a mesma deve ser diária e que não necessariamente deve ser de apenas livros infantis, podemos ingressar também textos informativos, escolhidos de maneira que possam interessar as crianças, permitindo que estatenham contato com vários tipos linguísticos, tendo em vista que estes tem objetivos específicos.

            Diante desta vasta discussão, entende-se que a literatura infantil está vinculada à questão da Educação, e consequentemente da escola, embora o livro literário supere o interesse desata instituição, uma vez que busca não apenas o desenvolvimento de ensino-aprendizagem, mas um desenvolvimento intelectual que vai além desse processo, pois torna o indivíduo um cidadão que mais tarde estará à frente dos vários setores da sociedade.

            Notamos nas crianças ao ler histórias às fantasias que passam em sua mente. A fantasia é componente indispensável do texto dirigido à infância, devido a isso o realismo parece não existir nos livros infantis.

            Para Palo e Oliveira a literatura infantil tem uma função utilitária pedagógica.

 

Dentro do contexto da literatura infantil, a função pedagógica implica a ação educativa do livro sobre a criança. De um lado, relação comunicativa leitor-obra, tendo por intermediário o pedagógico, que dirige e orienta o uso da informação; de outro, a cadeia de mediadores que interceptam a relação livro-criança: família, escola, biblioteca e o próprio mercado editorial, agentes controladores de usos que dificultam à criança a decisão e escolha do que e como ler. (Palo e Oliveira, 1986,)

 

            Como dito anteriormente, o livro sobrepõe à criança valores que são emitidos através da história que este lê ouve e, interpreta, é por isso que este tem função pedagógica sobre as crianças e são utilizados por muitos educadores, como coadjuvantes no processo de formação como aborda Palo e Oliveira.

Extremamente pragmática, essa função pedagógica tem em vista uma interferência sobre o universo do usuário através do livro infantil, da ação de sua linguagem, servindo-se da força material que as palavras e imagens possuem, como signos que são, de atuar sobre a mente daquele que as usa; no caso, a criança. (Palo e  Oliveira, 1986.

 

 

            É importante também saber o tipo de interferência queremos nas nossas crianças, desta forma faz-se necessário uma cautela na hora da escolha do que ler para as crianças e cabe ao educador, pais, e outras pessoas envolvidas nesse processo analisar a obra, a qual a criança irá se interagir, permitindo que a criança possa manusear o livro de forma segura, que contribua para o seu crescimento, ajudando-a a superar os problemas de aprendizagem, de comportamento, de interação e de vivência.

            Sabemos que a história deve agradar a criança precisa do condimento da alegria, da mobilidade, da surpresa, do interesse em face das situações ou desfechos imprevisíveis.

            Por isso a necessidade contar histórias que contenham fantasia, onde as crianças possam imaginar, pois se contarmos histórias sem magia, não chamará atenção e as crianças acabarão se frustrando e tendo uma desmotivação, o que dificultará o trabalho com textos normalmente.

            A vivência prazerosa com textos de diversos tipos possibilita ao ouvinte, leitor, a busca diária de leitura e assim, a criança se tornará um amante dos livros, leitor de todos os tipos linguísticos.

 

REFERÊNCIAS

 

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil- Gostosuras e Bobices. São Paulo: Scipione, 1995.

 

COELHO, B. Contar histórias, uma arte sem idade. São Paulo: Ática, 1995.

Os primeiros livros para crianças surgem no final do século XVII escritos por professores e pedagogos, e no Brasil no final do século XIX, com objetivo de ensinar valores, ajudar a enfrentar a realidade social e propiciar adoção de hábitos. Desta forma a história infantil não resulta de trabalho elaborado por crianças, mas fruto da inteligência já amadurecida de quem conhece por estudo, ou intuição as qualidades ou requisitos que devemos encontrar numa narrativa destinada a crianças.

            Os pais, os mestres, os educadores, todos quantos tenham qualquer parcela na formação intelectual e moral dos pequeninos de hoje, serão os homens do futuro, estão convencidos de que essas narrações, que tanto envelam, divertem, instruem e edificam o mundo da criançada, constituem em nossos dias objeto de acurados estudos, observações, e pesquisas, cujo fim essencial consiste em tirar todo o partido possível de tão atraente atividade, separando-se o joio do trigo, aprimorando o quer for bome suprindo as toxinas da ignorância ou o que a malícia humana haja enxertado.

            Para Freire (1989, p.37), no momento em que a criança começa a se comunicar, ela representa suas ações e, para isso, “penetra num mundo extremamente diferente do mundo dos adultos, que é o mundo da fantasia, do faz de conta.”.

            Assim pode-se dizer que a literatura infantil, são os livros que promovem a emoção, o prazer, o entretenimento, a fantasia, identificação e o interesse da criançada (Leo Cunha, 1998), já para Coelho (1995), a literatura infantil tem papel de agente formador, capaz de transformar seus leitores, seja no diálogo estimulado pela escola, que tem importante papel de incentivar a leitura, oral ou escrita.

            A história infantil é um capítulo da literatura infantil, que é parte da literatura geral, ou seja, a história infantil é a narrativa de um ou mais episódios verídicos ou não, com enredo simples ou complexo, que possa ser apresentado ao público infantil, juvenil eou adolescente.

            Os estudiosos da leitura em voz alta defendem que para que o leitor consiga uma boa leitura é preciso que haja a interação do leitor com o texto, devido a isso a leitura deve ser parte do cotidiano do mesmo, deve ser sua paixão, pois só desta forma conseguirá levar aos ouvintes a magia eo prazer que a história proporciona, perfazendo uma atividade formativa. Assim a literatura para si e para os outros passa a se distinguir, sendo a segunda “um encontro entre as pessoas envolvidas na comunicação... uma pessoa que dá voz a um texto e outra que ao escutá-lo, a enxerga.”

            O ouvinte ao escutar a história a visualiza, vivenciando, imaginando, criando pela recitação oral, sua própria vivência, sua própria história, tornada a arte do contador numa atividade lúdica, de transmissão do conhecimento e de transformação social.

            Neste momento de imaginação, a criança altera o significado dos objetos, dos acontecimentos e das ações para expressar seus sonhos e fantasias, e assumir papéis ativos no contexto social. Pela imaginação, a criança aprende a lidar com as novas sensações, a compreender sentimentos e a descobrir o seu papel na vida real, como visto a leitura possibilita o processo de construção do conhecimento.

            Segundo Abramovich (1995), o primeiro contato da criança com as histórias, acontece com pais, avós e outros familiares que contam histórias de vida, dos contos de fadase até improvisadas, além da cumplicidade no momento de humor, de descontração.

            A leitura possibilita o riso o experimento de situações vivenciadas pelos personagens, à interação com o jeito de escrever do autor além da cumplicidade no momento de humor, de descontração e divertimento, esclarecendo as dificuldades ou descobrimento um caminho para suas soluções, motivando a imaginação e a curiosidade para busca de respostas para solucionar os problemas ali elencados.

 

A história é importante alimento da imaginação. Permite auto-identificação favorecendo a aceitação de situações desagradáveis e ajuda a resolver conflitos, acenando com a esperança. Agrada a todos de modo geral, sem distinção de idade, de classe social, de circunstância de vida (COELHO)

 

            Através da história o ouvinte pode sentir emoções como raiva, tristeza, irritação, medo, bem estar, segurança, poder, dentre outros, aprendendo a ver o  mundo com olhos de tolerância, e cria hipóteses para a resolução de sues problemas e, ao representar diferentes personagens, toma atitudes além de comportamento habitual de sua idade, pois busca alternativas pra transformar a realidade. Na sua visualização ou recriação, realiza desejos e cria situações que satisfaça alguma necessidade interior, usando capacidades como observação, imitação e o principal, a imaginação.

            Viajando pelo mundo da Fantasia, o ouvinte vive num mundo de faz de conta repleto de seres imaginários. Nele, habitam fadas, bruxas, super-heróis e terríveis monstros. Essas representações darão início a um faz de conta quealém de ajudá-la a compreender situações conflitantes, ajuda a entender eassimilar os papéis sociais que fazem parte de nossa cultura (o que é ser pai, mãe, filho, professor, médico, etc.), desse modo que as crianças aprendem a viver: esbanjam criatividade, desenvolvendo o intelecto; realizam desejos e sensações, trabalhando o emocional; e ao criarem historinhas que se passam na escola, nos hospitais, nos supermercados, na rua ou mesmo em casa, familiarizam-se com a vida, aprendendo a lidar com regras e normas sociais.

 

As histórias nos servem para ensinar uma porção de coisas a respeito dos ouvintes, pois nos um vasto material de estudo, portanto devemos registrar os comentários, guardar os desenhos, comparar, analisar as diversas manifestações de expressão relacionadas às histórias. Há quem contem história para enfatizar mensagens, transmitir conhecimento, disciplinar, até fazer uma espécie de chantagem “se ficarem quietos, conto uma história”. Quando o universo é que funciona. A história aquieta, serena, prende à atenção, informa, socializa, educa. Quando menor a preocupação em alcançar tais objetivos explicitamente, maior será a influência do contador de histórias. O compromisso do narrador é com a história, enquanto fonte de satisfação de necessidades básicas dos ouvintes. (COELHO, 2001)

 

Clarissa Pinkola (1998) ressalta que o contador de histórias é uma combinação de pesquisador, curandeiro, especialista em linguagem, narrador, inspirador, interlocutor de Deus e viajante do tempo. E este tem uma importante tarefa a cumprir, o que determinará o seu sucesso ou seu fracasso, a de conhecimento do seu público, sua realidade social, seus costumes, para que assim possa direcionar o conteúdo das histórias de acordo com o público alvo.

            Para tanto como afirma Coelho, a história é um alimento da imaginação da criança e precisa ser dosada conforme sua estrutura cerebral... Esta também é assimilada de acordo com o desenvolvimento da criança e por um sistema muito mais delicado e especial. Entende-se que o contador deve olhar sua prática sempre com responsabilidade e reflexão acerca de suas atitudes, pois como vimos à leitura infantil é importantíssima para o crescimento intelectuale social da criança.

            De acordo com Mukhina o processo inicial do desenvolvimento da criança compreende as seguintes fases: o perceptivo, o linguístico, o intelectual, a atenção, a memória e a imaginação, sendo que todas elas acompanham o desenvolvimento gráfico anterior a escrita, pois a criança ao ler ou ouvir uma história deve ser levada, incentivada a reproduzir mesmo que por meio de desenhos de maneira prazerosa aquilo que viu ou ouviu.

            Na revista Guia do Educador, as pedagogas Gislaine Rossler Rodrigues Gobbo e Maria do Carmo Kobayashi, colocam que “a leitura deve fazer parte do cotidiano escolar”, que a mesma deve ser diária e que não necessariamente deve ser de apenas livros infantis, podemos ingressar também textos informativos, escolhidos de maneira que possam interessar as crianças, permitindo que estatenham contato com vários tipos linguísticos, tendo em vista que estes tem objetivos específicos.

            Diante desta vasta discussão, entende-se que a literatura infantil está vinculada à questão da Educação, e consequentemente da escola, embora o livro literário supere o interesse desata instituição, uma vez que busca não apenas o desenvolvimento de ensino-aprendizagem, mas um desenvolvimento intelectual que vai além desse processo, pois torna  o indivíduo um cidadão que mais tarde estará à frente dos vários setores da sociedade.

            Notamos nas crianças ao ler histórias as fantasias que passam em sua mente. A fantasia é componente indispensável do texto dirigido à infância, devido a isso o realismo parece não existir nos livros infantis.

            Para Palo e Oliveira a literatura infantil tem uma função utilitária pedagógica.

 

Dentro do contexto da literatura infantil, a função pedagógica implica a ação educativa do livro sobre a criança. De um lado, relação comunicativa leitor-obra, tendo por intermediário o pedagógico, que dirige e orienta o uso da informação; de outro, a cadeia de mediadores que interceptam a relação livro-criança: família, escola, biblioteca e o próprio mercado editorial, agentes controladores de usos que dificultam à criança a decisão e escolha do que e como ler. (Palo e Oliveira, 1986,)

 

            Como dito anteriormente, o livro sobrepõe à criança valores que são emitidos através da história que este lê ouve e, interpreta, é por isso que este tem função pedagógica sobre as crianças e são utilizados por muitos educadores, como coadjuvantes no processo de formação como aborda Palo e Oliveira.

 

Extremamente pragmática, essa função pedagógica tem em vista uma interferência sobre o universo do usuário através do livro infantil, da ação de sua linguagem, servindo-se da força material que as palavras e imagens possuem, como signos que são, de atuar sobre a mente daquele que as usa; no caso, a criança. (Palo e  Oliveira, 1986.

 

 

            É importante também saber o tipo de interferência queremos nas nossas crianças, desta forma faz-se necessário uma cautela na hora da escolha do que ler para as crianças e cabe ao educador, pais, e outras pessoas envolvidas nesse processo analisar a obra, a qual a criança irá se interagir, permitindo que a criança possa manusear o livro de forma segura, que contribua para o seu crescimento, ajudando-a a superar os problemas de aprendizagem, de comportamento, de interação e de vivência.

            Sabemos que a história deve agradar a criança precisa do condimento da alegria, da mobilidade, da surpresa, do interesse em face das situações ou desfechos imprevisíveis.

            Por isso a necessidade  contar histórias que contenham fantasia, onde as crianças possam imaginar, pois se contarmos histórias sem magia, não chamará atenção e as crianças acabarão se frustrando e tendo uma desmotivação, o que dificultará o trabalho com textos normalmente.

            A vivência prazerosa com textos de diversos tipos, possibilita ao ouvinte, leitor, a busca diária de leitura e assim, a criança se tornará um amante dos livros, leitor de todos os tipos linguísticos.