A HISTÓRIA E A ETNOGRAFIA DE BRASÍLIA LEGAL ASPECTOS ANTROPOLOGICOS E SOCIOLOGICOS.

Resumo: Este artigo tem como base um estudo antropológico e sociológico desenvolvido na linha de pesquisa etnográficas e históricas das relações sociais dos autóctone da Comunidade de Brasília Legal, desde sua fundação aos dias atuais. Esta pesquisa foi realizada pelos Acadêmicos do Curso de Licenciatura Plena em História do IV período da Faculdade de Itaituba, na Disciplina de Prática do ensino antropológico e sociológico, ministrado pelo Professor especialista Adailson dos santos sena. Trabalho da equipe: Monalisa, Jacilene, Joilma, Rosilene e Hélida. Equipe 2: Paulo, Alessandra, Geovanice, Gilvane e Gelsinete.

Palavras - chave: Comunidade- Brasília Legal- Etnografia.

CONTEXTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO DISTRITO DE BRASILIA LEGAL
A presença dos holandeses, franceses e ingleses, no estuário do rio Amazonas, concorreu para a permanência de portugueses no Pará e para a expedição de Francisco Caldeira Castelo Branco que, em 1616, fundou a cidade de Belém. Com a fundação da capitania, o governo expulsou os estrangeiros e saiu em expedições, para destruir os estabelecimentos criados. Quanto ao Município de Itaituba, a do capitão Pedro Teixeira, em 1626, é a mais importante, pois atingiu, pela primeira vez, o rio Tapajós, entrando em contato amigável com os nativos, em um sítio que, hoje em dia, é considerado como sendo a baía de Alter do Chão.
Em 1639, Pedro Teixeira retorna ao rio Tapajós, seguido dos Jesuítas.Um forte, na foz desse rio, foi estabelecido por Francisco da Costa Falcão, em 1697, tendo os Jesuítas instalado, sucessivamente, as aldeias de São José ou Matapus, em 1722, São Inácio ou Tupinambaranas, em 1737, e Borari e Arapiuns, que se destacaram pelo desenvolvimento apresentado. Na administração do governador e capitão-general Francisco Xavier de Mendonça Furtado, o governo iniciou o afastamento dos jesuítas dessas aldeias, situadas, na zona do Tapajós, e elevou à categoria de vila, com a denominação de Santarém, a aldeia dos Tapajós. Posteriormente, também ocorreram mudanças nas de Borari e Arapiuns, em 1757, com os nomes de Alter-do-Chão e Vila Franca e, em 1758, as de São Inácio e São José, com as denominações de Boim e Pinhel.
O surgimento da cidade está estreitamente relacionado ao processo de dominação que os portugueses impuseram à Amazônia. A dominação lusa, ao longo do rio Tapajós foi influenciada pelo interesse de impedir que os estrangeiros se estabelecessem ao longo das margens do rio Amazonas, e para alcançar esse objetivo, o governo português organizou inúmeras expedições, das quais a mais importante delas para região foi a do capitão Pedro Teixeira em 1626, que atingiu a foz do rio Tapajós. Em 1639, Pedro Teixeira retorna a esse rio na época, em que Itaituba já era aldeia dos índios mundurucu e faz com eles um pacto para eliminar os tapajó.
Segundo Mendonça (1976), Pedro Teixeira foi o primeiro estrangeiro a chegar à aldeia mundurucu. A partir dessa expedição, os índios tiveram seu primeiro contato com pessoas de uma cultura totalmente diferente da deles, que implicou, diretamente, na transformação do espaço em que viviam e na sua maneira de se relacionar com o mesmo.
Deu-se o início a criação dos aldeamentos coordenados pelos jesuítas que tinham a finalidade de marcar em definitivo a posse portuguesa no local. A partir de 1754, quando os aldeamentos estavam sob a administração do general Francisco Aguiar de Mendonça Furtado ocorreu o processo de afastamento dos jesuítas do comando dos aldeamentos que esses religiosos haviam fundado.
Em 1758, o povoado de Santo Inácio de Loiola recebeu o nome de Boim e o de São José recebeu o nome de Pinhel. Naquele ano, o vale do Tapajós estava sob o domínio de José Nápoles Teles de Menezes que fundou a freguesia de Nossa Senhora da Conceição, hoje, a cidade de Aveiro. Em 1812, o explorador Miguel João de Castro subiu o rio Tapajós até o Mato Grosso e registrou em seu relatório de viagem que Itaituba era um centro da exploração e comércio de especiarias do Alto Tapajós.
No ano de 1835, o tenente Coronel Joaquim Caetano Corrêa, comandou um destacamento de voluntários para que se instalassem num trecho da margem esquerda do rio Tapajós fundando o povoado, hoje conhecido como Brasília Legal, que já funcionava como posto de resistência contra os impostos decorrentes da Cabanagem.
Em 1836, o tenente-coronel e topógrafo, Joaquim Caetano Corrêa mandou um pequeno destacamento para Itaituba, cujo objetivo era o empreendimento de trabalhos agrícolas, usando a força de trabalho indígena. Joaquim Caetano Corrêa idealizou as primeiras ruas, criou uma comarca,fez de Itaituba a primeira comuna do período da monarquia e retomou o nome original de Itaituba em homenagem à tribo mundurucu e é hoje considerado, oficialmente, o fundador de Itaituba.
Até 1853, Itaituba esteve sob a jurisdição de Pinhel. A partir desse ano, ficou sob a jurisdição de Boim. Em 16 de outubro de 1854, Brasília Legal foi elevada à categoria de Vila, pela Lei nº 266, nesse período seu território estendia-se até o Salto Augusto, término das terras do Grão Pará, que a Legislação provincial consagrou as divisões judiciárias e policiais.
No entanto, porém, Brasília Legal não alcançou o desenvolvimento esperado e perdeu o status de Vila dois anos depois. Em 15 de dezembro de 1856, pela Lei nº 290, a sede da vila foi transferida para Itaituba. A instalação da sede ocorreu no dia 03 de novembro de 1857. Neste dia foi criada a sede do município de Itaituba. No entanto, após vários impasses, Itaituba recebe o título de cidade, por força da Lei nº 684, de 23 de março de 1900, fato concretizado somente em 15 de dezembro de 1901.
Aliado ao movimento da Cabanagem, desenvolvido na província do Grão Pará, aos acontecimentos de 1835, fundou-se Brasília Legal no ano de 1836, posto de resistência onde estacionou um destacamento de voluntários. O primeiro nome da localidade era Ilha do Brás (ex foragido do período da cabanagem), porém com a chegada das tropas legalista, denominou-se Brasília Legal , o primeiro nome em função de um dos primeiros moradores e o segundo por ser um ponto estratégico para os Mercenários.
A população na época em Brasília Legal era muito pequena e o comércio alicerçado no extrativismo vegetal como: a borracha, o sernambi, breu, jutaicica, castanha-do-Pará, extração da copaíba, andiroba , a cultura do cacau; assim como também pequenos rebanhos bovinos. Seu porto era parada obrigatória de navios vindos de Belém, para apanhar lenhas que os moradores cortavam para as máquinas a vapor.
No verão atracavam na prainha, uma grande porção de areia localizado na ponta de cima da comunidade, quando chegava o inverno, estação que aumenta o volume das águas, ancoravam em frente o solar dos Bechara . Na subida deixavam mercadorias e na descida levavam os produtos regionais os quais eram vendidos na Capital do Estado. Assim, a histórica vila da região do Tapajós foi-se desenvolvendo pelo trabalho esforçante de seus filhos e as riquezas de seu solo.
Na época de seu desenvolvimento não existia energia elétrica, mas mesmo assim o vilarejo era iluminados com possantes lampiões queimados a querosene. Ainda hoje, há um pouco daquela fase, dentre os quais tem o sobradinho, construção feita em estilo Português, neste local morava a família do senhor denominado Raú, como foi embora para Belém deu a casa para o senhor João Barreto. Este local também servia de diversão para os moradores, ou seja, era local de muita festa . A outra relíquia é o cartório que existe desde do ano de 1891 por onde passaram vários tabeliães um dos mais marcante foi o senhor Antônio Sarmento Sousa já falecido.
Atualmente a população brasiliense é de aproximadamente 1500 habitantes , evoluiu um pouco ,por não apresentar mão de obra suficiente ,porém muitas pessoas vão a procura de emprego em outra cidades, fato natural da nossa região. A maioria dos funcionários da localidade são da Prefeitura e serraria as outras rendas são dos aposentados, pescadores, comerciantes e agricultores. Umas das grandes economias é a agricultura, produzida nos núcleos de colonização, cultivadas por pessoas vindas de várias regiões do País, atraídos pela fertilidade da terra.
O meio de transporte mais predominante para locomover-se a outras cidades é o barco que diariamente conduz passageiros para Itaituba e Santarém. Encontra-se somente uma escola que atende alunos do Ensino Infantil ao Ensino Médio, para reduzir o trabalho infantil contamos com o apoio do Peti ( programa de erradicação do trabalho infantil ).Existe ainda um posto de saúde,cartório, correio, água encanada, energia 24horas do Linhão do Tucuruí, internet, prédio do comissionado da Polícia Civil , telefones públicos e fixo.
Com o objetivo de mostrar a importância econômica de Itaituba para a região amazônica, em 1914, Pereira Brasil, um dos maiores seringalistas do município, levou produtos Itaitubenses para uma exposição de produtos tropicais realizada em Londres. Ele também divulgou Itaituba no livro "O Rio Tapajós", exposto no Rio de Janeiro em 1913. Neste livro, ele fez um demonstrativo da economia Itaitubense, no período de 1893 a 1912, que era baseada no extrativismo vegetal e animal.
Hoje Brasília Legal está localizada á Sudoeste Paraense, com seus seguintes limites:
Norte - Santarém, Juruti e Belterra;
A Leste - Santarém e Rurópolis;
Ao Sul - Rurópolis e Itaituba;
A Oeste - Estado do Amazonas.
Sua distância compreende 794 Km da Capital, e suas formas de chegar a Brasília Legal pode ser por estrada ou fluvial.
Pesquisa Etnográfica de Campo em Brasília Legal
No dia 04 de Julho de 2011 às 13:00 horas, os acadêmicos do IV Período de História da Faculdade de Itaituba ? FAI, saíram do "Flutuante do Sr. Gessy" em Itaituba-PA., com destino à Brasília Legal. De nossa saída até a Vila de Barreiras passaram-se cerca de quatro horas. Descemos em Barreiras para fazermos um pequeno reconhecimento do local, onde podemos constatar na chegada a capela de São João; em frente da mesma há dois sinos de ferro com datas do ano de 1864. De regresso ao barco o professor Adailson Sena encontrou uma pequena machadinha e alguns fragmentos de que por lá, possivelmente, passaram pessoas do período de aldeamento da vila.

Continuamos nossa viagem, que duraram mais de cinco horas, cinco longas e cansativas horas. Finalmente chegamos ao nosso destino final: Brasília Legal. Ao desembarcarmos nos estalamos na residência da Sra. Maria Gorete Silva Azulay, mãe da nossa companheira de turma: Alessandra Silva Azulay. Depois, fomos ao mercado local para fazermos as compras, nossas amigas Rosilene e Hélida prepararam o jantar com ajuda do professor Adailson Sena. Após o jantar fomos ao "Trapiche", onde conversamos sobre vários assuntos da História e logo depois nos recolhemos.

No amanhecer do dia 05 de Julho por volta das 6:30 horas, Gelsinete, Joilma e Adailson Sena preparam o café. Durante o café da manhã o professor dividiu a turma em duas equipes: Equipe 1: Monalisa, Jacilene, Joilma, Rosilene e Hélida. Equipe 2: Paulo, Alessandra, Geovanice, Gilvane e Gelsinete. Onde o primeiro grupo ficou encarregado de pesquisar a colaboração do ribeirinho no crescimento da comunidade, e o segundo o comportamento da comunidade. Os integrantes, da equipe 2, saíram em direção a residência de Sra. Maria de Nazaré Macambira Sarmento, segundo ela a comunidade é muito dividida entre o Catolicismo e o Protestantismo. A mesma é casada com o Sr. Lazaro Catarino Oliveira, 72 anos, nascido e criado na comunidade, filho de costureira. O Sr. Lazaro largou os estudos para ser pescador para poder ajudar a mãe e no sustento familiar dos irmãos mais novos, o mesmo conta que desde de que se entende por gente o Santo da comunidade é São João Batista e foi um dos maiores pescadores de Pirarucu da época, hoje pescador aposentado.

Andando pelas ruas avistamos um alicerce de construção abandonada que chamou nossa atenção, ao lado estava sentado o Sr. Luiz Lopes Tavares (Pacu), de 73 anos, pescador aposentado. Ele contou que foi criado na comunidade e que a construção do piso a beira da orla, era de madeira usada para secar Cacau na época da exploração, e que logo depois construída de concreto, isso a mais ou menos uns vinte anos atrás.
O objetivo Principal é o levantamento, estudo e entrevistas do Comportamento da Comunidade. Tendo em conta os aspectos: Social, Econômico, Político e Religioso.
Os pontos de estudo:
Religioso:Na comunidade encontram-se um Templo Católico, cujo padroeiro é São João Batista. E mais 4 Templos evangélicos: Assembléia de Deus, da convenção Betânia, Congregação Cristã do Brasil, Igreja Batista e a Igreja Presbiteriana Renovada.
O Templo Católico, cujo honor é dedicado ao santo são João Batista, primo de Jesus e é comemorado no dia 24 de junho, cuja data vem dos inícios da fundação do Distrito em 1836 e é ovacionado por motivo de sua Natividade. Segundo os dados de nossa pesquisa, também era celebrado a festa de Santa Luzia, comemorado no dia 13 de dezembro. Sob a orientação do padre (Mas não se sabe qual), foi determinado celebrar apenas um só santo e ficou com são João Batista.
Segundo o Sr. Luiz Lopes Tavares (Pacu), em entrevista, relatou que em meados do período da história da Comunidade, desde sua fundação, havia uma venda de santos na Comunidade e foi justamente comprado a Imagem de são João Batista, pelo Sr. Matias, antigo morador do Distrito.
O Templo Católico foi reformado por necessidade de atender o número de fiéis da Comunidade e por esse mesmo motivo foi construído o Salão Paroquial para melhor festejar o santo. Entre os animadores, destaca-se o Sr. Antônio Sarmento de Souza (In Memória), zeloso e piedoso ministro da Eucaristia. A Sra. Maria de Nazaré Macambira Sarmento, primeira professora catequista, exerceu o cargo de professora na Escola Estadual Professora Maria da Silva Nunes (hoje escola municipal), anima as celebrações tocando a "Maraca" e é uma das moradoras mais antigas da Comunidade e que nos relatou os encontros da "Semana Catequética", realizada na Comunidade de Boim.
Social: é realizado o novenário (nove noites) ao glorioso padroeiro. Com brincadeiras, arraias, festa dançante, vendas de comidas típicas, bingos e leilões. Todo lucro é revestido em prol da Área da Igreja e do Salão Paroquial (Pinturas, Reforma da Praça da Capela, sacristia, Salão Paroquial).
O Programa do PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), vem favorecer as crianças carentes e beneficiá-las com o "Bolsa-Família". O trabalho atende nas áreas de saúde, educação, lazer, cultura e esporte. As atividades se concentram na própria comunidade e é adaptado de acordo com os horários das atividades escolares.
O Posto Policial, atende as ocorrências do Distrito e redondeza. Conta com um pequeno carro (D-20), e um pequeno número de militares. Encontramos na Comunidade de Brasília Legal, pequenos Quiosques (Com comidas variadas, bebidas e etc.). Como opção de lazer tanto para os moradores como aos visitantes.
Localizamos o campo de futebol, como forma de lazer na Comunidade. Bem como o Trapiche, construído em maio de 2003, como local de desembarque e embarque de lanchas, barcos, rabetas e voadeiras. Já os moradores, aproveitam para o banho. A vista de Brasília Legal é uma ótima opção para ver o Pôr do sol, banhos, namoro, pescarias, lojas e quiosques.
Econômico: Entrevistamos o Sr. Marzo Elvis Serrão de Araújo, funcionário público da ADEPARÀ (Agencia de Defesa Agropecuária do Estado do Pará), partilhou sobre os investimentos por parte dos Governos Federal, Estadual e Municipal no Distrito. Destacamos: o fornecimento e acompanhamento de veterinários nas fazendas; a orientação aos proprietários em suas criações bovinas, suína, eqüino, caprino, bubalino e etc.
Economicamente o distrito se mantém da Pecuária, Agricultura e da Pesca. A Pecuária se destaca por exportar grande número de gados a outros estados e países. Esse número chega a 300.
Brasília Legal conta com um pequeno estabelecimento comercial que vende combustível. Também possuí um posto dos correios.
Político: A comunidade é constituída perante a Lei, com CNPJ, legislações e documentos sob a lei municipal de Aveiro-PA., pela Associação dos Moradores de Brasília Legal (AMBRALE). Porém, hoje, se encontra deresgularizada diante dos órgãos do Município, e o Conselho dessa Associação se encontra bastante desgastada e desacreditada pela Comunidade local por não dá apoio e incentivo como deveria receber à Comunidade. Recentemente a Comunidade elegeu seu novo prefeito, cujo, eleito foi Ronilson de Araújo Prado, do partido do PR, número 22.
Brasília Legal conta hoje com a Rede de Eletricidade (CELPA), com água potável encanada, um antigo Grupo de Gerador de Energia Elétrica e um Posto Médico, com a presença de uma médica a cada quinze dias, enfermeiras, parteiras e agentes de saúde.
A segunda etapa do trabalho de campo foi no único cartório da localidade. Onde fomos recebidos pelo tabelião Adelson Raimundo da Silva Souza. Que nos permitiu ter acesso aos livros de registros de nascimento casamento e registro de compra e venda de imóveis.No primeiro registro de nascimento não houve a presença do nome da criança, apenas dos pais e das testemunhas. O sujeito oculto era filho de Ighinacio Alves Serão e mãe Francisca Pires Serão, natural da freguesia de Boim. No segundo registro foi constatado a presença do nome da criança. O mesmo foi registra aos 19 dias do mês de março de 1901 no 3° dia da Republica neste distrito de paz da paróquia de Brasília Legal município de Aveiros. O nome da criança Henrique, filho de Lucinda da Silva do Lago e Bernardo Antônio do Lago, natural de Itaituba.
Um dos primeiros casamentos realizados no cartório foi do senhor Jorge Antônio Patrício, filho de Eufênia Roza Gordinho e de Jair. Casou-se com 29 anos de idade. Casou-se com Thelma Maria de Almeida, filha de Raimunda Maria Arihangela e de icognitu.casou-se com 17 anos de idade, a cerimônia realizada nesta paróquia de Brasília Legal.Escrivão Joaquim Alves Serão.
O primeiro tabelião responsável pelo cartório de Brasília Legal do único ofício de Itaituba, pertencente ao município de Aveiros, foi Joaquim Alves Serão. Hoje continua sob jurisdição de Itaituba, tendo como tabelião atual Adelson Raimundo da Silva Souza, que nos cedeu às informações aqui já presente, e as mesmas foram de grande valia para a pesquisa realizada. Que contribuirá com a história de Brasília Legal.
Após termino da pesquisa feita no cartório nos dirigimos ao encontro de alguns moradores antigos da localidade, e encontramos o senhor Valério que relatou ter sido remanescente soldado da borracha, o mesmo nasceu em fordilândia e reside em Brasília legal desde dos 12 anos de idade. Com o senhor Valério também conhecido como (Vavá), obtivemos a informação de que seu cunhado o senhor Martiniano Henrique da Luz Oliveira, nascido em 1924 conhecido como (Matito) que também foi remanescente soldado da borracha.
Em busca de mais informações o grupo se dirigiu a uma das moradias mais antiga da comunidade, um casarão construído em estilo colonial. E em uma conversa amigável com os donos do casarão, Maria das Graças Campos Barreto e João dos Santos Barreto Filho ambos irmãos, descobrimos que são 8 irmãos e seus nomes são Wilson Campos Barreto, Raimundo Campos Barreto, Maria Zélia Campos Barreto, Ivaldo Campos Barreto e Moacir Campos Barreto, porem os dois últimos já faleceram.Tivemos a informação também de que o primeiro morador do casarão foi seu avô cujo o nome era Isidoro dos Santos Barreto Neto. Algo muito interessante que foi relatado é que seu avô foi uma autoridade policial conhecido como capitão Isidoro.
Em relação aos comercio da localidade. Visitamos uma antiga construção onde era realizado o comercio, o mesmo era o maior mercado exportador e importador da região de Itaituba, na época do auge da borracha por volta de 1836. O nome de um dos principais comerciantes da era Valdomiro José Vasques, natural do Curí, que também trabalhava como aviador dono de um seringal onde trabalhavam entorno de 80 homens. Além da seringa o comercio também girava entorno do coro de jacaré, capivara, ariranha, gato maracajá , onça , produtos como o açúcar e outras miudezas . Além do senhor Valdomiro José Vasques existiam outros comerciantes que contribuíram com a economia do local como, Anacléto e Jacó Cobim .è importante saber que Valdomiro, pessoa que foi muito importante para história de Brasília Legal era casado com Maria Pereira Vasques . Esta informações foram cedidas por Jetúlio Valfredo Ferreira Vasques , natural do Pará - Curí ,nascido em 29-05-1945.
Outro ponto da pesquisa foi com base no foco da linguagem, costume, hábitos e culinárias, no intuito de sabermos a colaboração dos ribeirinhos para o crescimento e desenvolvimento da população local.
Srº Anacleto Salustiano da Costa Neto filho da terra, exerce a função de vigia do Terminal Hidroviário (trapiche), relatou-nos com empolgação sobre a História local, a participação dele no time de futebol do distrito o SAMPIDÓRIO, "nome dado em homenagem a um time da Itália", segundo Anacleto esse time é o que mais recebeu títulos. E nos relata que anteriormente as pessoas viviam mais da pesca e da caça, da fabricação da farinha para sua alimentação, com a chegada de alguns maranhenses foi-se trabalhando coma agricultura para o consumo local. Disse srº Anacleto "participo às vezes da igreja, e dos festejos que ocorrem todos os anos em homenagem ao santo padroeiro do nosso distrito São João Batista, onde acontecem as quadrilhas, torneios, vendas de comidas típicas e danças, onde recebemos pessoas de outras comunidades vizinhas."
Continuando a pesquisa partimos para a próxima entrevista. Encontramos D. Maria Gorete Silva Azulay, tendo 50 anos de idade, natural de Brasília Legal casada com o Srº Abraham Silva Azulay que é descendente de judeu, comerciante. A mesma relata sobre a História do distrito e a participação de sua família no social e político. Segundo Dona Gorete seu sogro era judeu praticante, as pessoas não davam tanta importância a sua religião e acabavam por zombar dele, porém, seu esposo não manteve os costumes religiosos. No ano de 2002 o senhor Abraham se candidatou a vereador vindo a exercer o cargo durante quatro anos. Dona Gorete lembra-se de sua mocidade com emoção, e fala de como era os costumes e as danças folclóricas de sua época como quadrilha, danças em homenagem aos pássaros, que ao passar do tempo, foi caindo no esquecimento da população. Devido ser católica contribui com o dízimo e grupos sócias da comunidade.
A terceira entrevistada foi da srª Fagna Sarmento Sousa, 32 anos já é a terceira geração da família Sarmento que é uma das mais tradicionais famílias do distrito. Família que gera renda comercial no Distrito. A mesma confirma ainda que seja natural de Brasília Legal, onde somente com 21 anos saiu de sua cidade natal para estudar em outro Estado mais precisamente em Manaus, podendo assim observar o contraste de cultura, onde aos poucos foi se adaptando, porém, não deixou de lado suas raízes e costumes.
Na quarta entrevista falamos com o srº Angelito Santos Souza, natural de Estado do Maranhão, mora a dois anos em Brasília Legal, onde trabalha como diretor de esportes naquela localidade, segundo ele a prefeitura de Aveiro patrocina o material de apoio para que o mesmo possa desenvolver seu trabalho. Começou a se envolver com esporte a partir da criação de um time de futebol, o "Coríntias" que é formado por jovens e adultos, daí por diante surgiram vários outros como: FORÇA JOVEM, SAMPIDÓRIO, VASCO, BL.
No período dos festejos de São João Batista eles organizavam o torneio de futebol onde todo o dinheiro arrecadado é doado para a igreja.
No esporte é formada uma comissão para manter os times tradicionais, para o desenvolvimento social econômico e cultural, cuja comissão é formada:
PRESIDENTE ? Angelito;
TÉCNICO ? Neto;
PREPARADOR FÍSICO ? Professor Antonildo;
APOIO ? Srº Aprígio.
O objetivo dessa comissão é manter os times tradicionais e a cultura esportiva da região, fazendo com que haja o desenvolvimento social econômico e cultural.
A conclusão do trabalho deu-se ao visitar o cemitério local e observar as sepulturas dos judeus para se ter uma comprovação da participação dessa cultura nessa comunidade.










Considerações Finais: Com base nas consultas de sites da internet e pesquisas feitas neste trabalho podemos perceber que Brasília Legal é uma comunidade de grande riqueza histórica e cultural tanto para quem vem conhecer como aqueles que já estão presentes.

























REFERENCIAS:
Fonte: SEPOF-PA, Portal Amazônia 15/07/2011
Anacleto Salustiano da Costa Neto.
Angelito Santos Souza.
Entrevista com o Sr. Marzo Elvis Serrão de Araújo.
Lazaro Catarino Oliveira, 72 anos e é natural de Brasília Legal, é pescador e filho de costureira.
João dos Santos Barreto Filho.
Jetúlio Valfredo Ferreira Vaques , natural do Pará - Curí ,nascido em 29-05-1945.
Luiz Lopes Tavares (Pacu), 73 anos.
Tabelião do cartório de Brasília Legal do único ofício Adelson Raimundo da Silva Souza.
Maria de Nazaré Macambira Sarmento, 66 anos e é morado a há mais de 60 anos.
Maria das Graças Campos Barreto.
Maria Gorete Silva Azulay.
Oracilda Olalis Porto Costa, 55 anos e é natural do Curi e reside há 33 anos em Brasília Legal.
Fagna Sarmento Sousa.
Valério também conhecido como (Vavá).