A HISTÓRIA DOS CASARÕES COLONIAIS DE ESTÂNCIA

INTRODUÇÃO

 Esse artigo tem como tema um estudo aprofundado na história dos casarões coloniais da cidade de Estância- Sergipe, também conhecida como cidade jardim título esse que foi dado por D. Pedro II em sua visita a cidade por volta de 1860.

No Brasil, a arquitetura colonial é realizada no ano de 1530 até aproximadamente o ano de 1830. Estância possui uma vasta gama cultural, sua riqueza popular encanta visitantes e os próprios moradores, cidade festeira nos períodos do carnaval e São João, também possui uma arquitetura privilegiada encontrada em pontes, igrejas e nos velhos casarões coloniais,

Estância com suas casas embrulhadas em azulejos, local ideal para saraus de música, encontro de professores, refúgio para intelectuais e artistas de todas as artes. Era ano de 1860 e o imperador visitava a província durante três dias de 19 a 21 de janeiro daquele ano, Estância foi sede do governo imperial, com a presença do imperador e sua comitiva.

Os visitantes hospedaram-se num sobrado de azulejos na Praça Barão do Rio Branco, hoje demolido, em sua estadia D. Pedro II da janela do casarão colonial avistava por toda extensão observando a vegetação e o colorido exuberante das centenas de flores, vindo Estância a ser denominada “cidade jardim de Sergipe”.

O imponente revestimento de azulejos portugueses surgiu na metade do século XIX, embelezando sobremaneira sobrados, casas, contrastando suas cores fortes com tons pastel instituídos no neoclássico.

Casarões com um ou dois pavimentos sendo o térreo para alojar o estabelecimento comercial do seu proprietário, enquanto que o superior destinava-se à habitação de sua família, esses casarões ou sobrados possui uma arquitetura muito interessante, suas fachadas eram revestidas com azulejos vindos de Portugal no século XIX, além dos azulejos vinham também às molduras muito utilizadas nas janelas e portas dos casarões, esses materiais eram usados pelas famílias estancianas para diferenciar as casas das famílias com poder aquisitivo privilegiado.

Também no século XIX começaram a surgir casarões, com influência holandesa, onde o sótão era habitável porém, com a adaptação que exemplificam o período neoclássico, como grades de ferro nas sacadas, vidros nas portas e janelas (que se tornou moda após a chegada da família real portuguesa no Brasil).

Grande parte dos antigos solares encontra-se em pouco estado de conservação: fachadas que abrigam pórticos de lojas comerciais e azulejos portugueses retirados para dar lugar à ardósia. Portão de alumínio e grades também desconfiguraram alguns lugares.

 O desafio é apresentar respostas, que possam provocar aos diversos setores da sociedade, a importância do significado cultural e histórico do indivíduo ativo e da história, não deixar desaparecer tal legado por falta de incentivos na maioria das vezes do poder público, é necessário resgatar o passado dos antigos casarões coloniais como forma de preservar o presente, e proporcionar sua permanência ao futuro. O resgate da história dos casarões e sobrados coloniais de Estância é uma reconstituição dos elementos e atores, que contribuíram para a formação dessa cidade.

Os casarões e sobrados de Estância merecem mais atenção por parte da iniciativa pública municipal e estadual, e que seja elaborado leis e diretrizes para que o patrimônio histórico encontrado no centro comercial não perca seu valor.

É na Rua capitão Salomão onde estão os principais modelos da arquitetura pomposa dos tempos áureos de Estância, assim como na Praça Barão do rio Branco nº 35 fica um dos principais casarões, hoje um dos únicos em bom estado de conservação da sua fachada, casarão do século XVIII onde se encontra o atual INSS, casarão da família D’Avila onde supostamente D. Pedro II teria passado a noite em sua visita a Estância. Esses casarões citados encontram-se todos no centro da cidade de Estância, próximos as igrejas, ao comércio, e onde acontece boa parte das atividades culturais, folclóricas e artísticas.

REFERÊNCIAS

HUE,J. Uma visão da arquitetura colonial no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Agir, 1999.

Carvalho, C; Nóbrega, C. M. Guia da Arquitetura Colonial in: Guia da Arquitetura Colonial, Neoclássica e Romântica no rio de Janeiro. Ed. Casa da Palavra, 2000.