A História da fundação dos Jockeys no Brasil

A criação e a utilização do cavalo sempre ocupavam um lugar de destaque no cenário mundial. Nos cinco continentes, o cavalo teve um importante papel no desenvolvimento da economia da cultura e nas guerras de diversos países, principalmente na Europa.

As corridas de cavalo se originaram nas fazendas da Inglaterra, onde os senhores das terras, em busca de divertimento e distração, faziam correr seus animais. Essas corridas, por volta de 1500, eram tidas em alta conta, a tal ponto, que Henrique VIII as oficializou e criou leis especiais da proteção a raça equina.

Essas corridas tornaram-se a atividade favorita do rei da Inglaterra, King Chales II, motivo pelo qual até hoje se atribui a esse esporte, como “o esporte dos reis”. Com o passar do tempo, o Jockey Club passou a se profissionalizar abrindo espaço a jóqueis e treinadores profissionais, além de se regulamentar de maneira uniforme, dividindo as corridas por categoria de cavalo, sexo e idade, atribuindo pesos diferentes aos jóqueis, de maneira a equilibrar os páreos. Finalmente, em 1791 foi criado o Stud Book Inglês, que confere a segurança de origem, genealógica e identificação de cada cavalo PSI[1], não só na Inglaterra como em outros países o cavalo PSI só pode competir se estiver registrado em algum Stud Book, pelo mundo.

Na América, as corridas de cavalos tiveram um desenvolvimento tardio, dado que até a chegada dos colonos europeus esse continente não possuía equinos. Após a independência dos EUA em 1776, os primeiros PSI foram importados da Grã-Bretanha, aprimorando o esporte na região, sendo que em 1890, 314 pistas de corridas estavam ativas no país. Diversos outros países mostram um desenvolvimento significante no decorrer do século passado, sendo que os hipódromos se multiplicaram pelo mundo com relevante importância para o Canadá na América do Norte, Argentina na America do Sul, África do Sul na África, Austrália e Nova Zelândia na Oceania e Japão, Hong Kong e Emirados Árabes na Ásia, sendo que nesse último, acontece o milionário Festival de Dubai World Cup, dia em que são distribuídos US$ 21 milhões aos competidores. Ainda por questões religiosas nos Emirados Árabes não são permitidos a exploração de apostas nas corridas.

A divulgação da raça cresce e chega ao Brasil com os comerciantes e industriais ingleses, querendo ampliar suas estruturas, resolvem vir para o Brasil onde se instalariam e também suas indústrias. Nasce assim um novo tipo de sociedade. Essa é a principal sociedade que investe no cavalo de corrida em terras brasileiras (CARVALHO, p 25 1998).

No Brasil, o surgimento das corridas de PSI está diretamente ligado à história e fundação dos Jockeys Clubs. Inicialmente no Rio de Janeiro, um grupo de criadores de cavalos se reuniu liderados pelo conde Herberg: o major João Guilherme Suckow, o Dr. Costa Ferraz e Henrique Possolo. Estes fundaram em 16 de julho de 1868 o Jockey Clube Brasileiro. Com grande interesse pelo turfe na época, surgiu um paralelo, no dia 6 de março de 1885 o Derby Club, tendo na sua presidência o Dr. Paulo de Frontin. Foi instalado numa grande área onde, hoje, se situa o Estádio do Maracanã (CARVALHO, 1998).

As corridas de cavalo se originaram nas fazendas da Inglaterra, onde os senhores das terras, em busca de divertimento e distração, faziam correr seus animais. Essas corridas, por volta de 1500, eram tidas em alta conta, a tal ponto, que Henrique VIII as oficializou e criou leis especiais da proteção a raça equina.(Associação de criadores e proprietários de cavalos de corrida do Paraná – ACPCCP 2007).

O primeiro hipódromo originou-se de uma sociedade anônima com o capital de 40 contos de reis, que adquiriu um terreno alagadiço, entre São Francisco Xavier e Benfica, onde se instalou o “Prado Fluminense” sendo o primeiro no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro. Este sobreviveu pouco mais de três anos e um dos fundadores reembolsou os acionistas tornando – se possuidor de patrimônio imobiliário, e este teve encerrado as primeiras manifestações turísticas.

O Jockey Club Fluminense, é a segunda entidade dedicada ao Turfe no Rio de Janeiro, fundada em 1854 teve como seu único presidente General Polydoro da Fonseca Quintanilha Jordão.

Para ser considerada uma entidade, o Jockey Club passou três etapas em que as entidades turfísticas julgaram se o clube seria a terceira, já que a primeira e a segunda são, respectivamente, o Hipódromo Fluminense e o Derby Club.

No dia 11 de julho de 1926 foi inaugurado o Hipódromo Brasileiro, hoje conhecido como Hipódromo da Gávea. No dia 6 de agosto de 1933, foi realizado o primeiro Grande prêmio Brasil com dotação de 300 contos de réis, tendo sido vencedor o cavalo Mossoró, que segundo se comenta quase foi levado no colo pela multidão que estava presente no hipódromo. Concomitantemente foi instituído o Sweepstake, a famosa loteria, que tanto sucesso havia alcançado na Europa. (Site Jockey Club Brasileiro). [2]

Em 1920 as instalações do Jockey Club passam a ter a capacidade para 2800 pessoas e , em 1923, é criado o Grande Prêmio São Paulo, até hoje um das disputas mais importantes do turfe Brasileiro.

A atual fase do Jockey Club começou em dezembro de 1940, com a última disputa realizada no Prado da Mooca. Luiz Nazareno assume o cargo de presidente com novas ideias a respeito da construção do novo hipódromo, recebe a proposta da Companhia Imobiliária Cidade Jardim e do Banco do Comércio e das Indústrias de São Paulo para construir um novo prado em uma área que seria doada, na região às margens do Rio Pinheiros (LIBERATORE, p25 1994).

Na revista Turf Fomento O Centenário do Jockey Club São Paulo, edição especial 1975 p.16-18, após uma série de requisitos dentro da lei, houve doações para a construção do novo hipódromo, que foi realizada apenas anos mais tarde. Essa inauguração acontece em 25 de janeiro de 1941, com o então presidente do clube Luis Nazareno Teixeira. Em 1941 é inaugurado do outro lado da cidade, o novo e moderno hipódromo de Cidade Jardim. A sede social do clube, no entanto, sempre esteve próxima ao seu local de origem. Da Rua do Rosário mudou-se para Rua São Bento, depois para a rua XV de novembro, Praça Antônio Prado e finalmente, nos anos 60, para a Rua Boa Vista, 280.

As primeiras corridas foram na praia do Botafogo, porém, surge então um problema, pois quando a maré subia, não havia corridas.

Para resolver então construir a primeira instituição que foi o Derby Clube e depois vieram outros Jockeys Clubes, com o sucesso do hipódromo da Gávea resolveram fazer a fusão de todos.

O primeiro foi Mooca, sendo inaugurado com a primeira corrida no dia 29 de outubro de 1876, chamado Clube de Corridas Paulistano, contanto com 73 sócios. Assim começaram as corridas em São Paulo e com uma trajetória com altos e baixos. Em 1900 as apostas já começaram a decair.

Paralelamente ao hipódromo, foi construída a sede social do clube que ficava no centro da cidade na Rua do Rosário.

Após algum tempo por problemas desconhecidos muda-se para a Rua São Bento. Essa mudança ainda não é a ultima, pois ainda teve mais três sendo a da Rua 15 de novembro, a da Praça Antonio Prado e finalmente nos anos 60 vai sua sede que perdura até hoje, na Rua Boa Vista, 280.

Após uma série de requisitos dentro da lei as doações do novo hipódromo passam-se alguns anos, até a construção do mesmo. Essa inauguração acontece em 25 de janeiro de 1941 com o presidente do clube sendo Luiz Nazareno Teixeira.

Na véspera, contudo, o novo campo de corridas recebeu a benção solene, ministrada pelo então Arcebispo Metropolitano de São Paulo, Dom José Gaspar de Affonesca e Silva, seguindo-se, na presença de altas autoridades civis e militares, a palavra do presidente do clube, Luiz Nazareno de Assumpção, que, além de um histórico das negociações que precederam ao ato, afirmou;

Ao ver caírem do céu sobre este recinto, pelas mãos autorizadas de V.Exa.Revma, o Arcebispo Metropolitano de São Paulo, as bênçãos de Deus. Nosso Senhor, o Jockey Club de São Paulo, sentido e falando através daqueles que nestes últimos anos arcaram com a responsabilidade de sua administração e dos que mais de perto por esta se interessaram, experimenta a emoção estonteante dos que um dia sonhara e vira realizado do seu sonho (LIBERATORE, 1994, p.19).

 

O Jockey Club sonhava construir um novo hipódromo, em terreno que ele não possuía e com recursos que ele não tinha. Sonhava obter do Estado os terrenos do Ibirapuera e do Município, o domínio que lhe completasse a propriedade sobre a área do velho hipódromo, a fim de que, vendida esta, proviessem os recursos para a construção do novo.

Em 31 de março de 1955 Jânio Quadros é eleito o novo governador de São Paulo. Foi o inicio desse governo que o turfe começou a decair, no Brasil.

Para Dr. Samir Abujamra-Hipólogo e ex. presidente da Comissão de Corridas do Jockey Club de São Paulo, em entrevista no dia dois de abril de 2012 diz que: o turf começou a decair na época em que Jânio Quadros proibiu as corridas de ocorrerem mais do que quadro vezes por semana, mudando para acontecer somente aos domingos.

Além disso, proibiu a entrada de menores de 18 anos nas dependências do Jockey, sendo assim poucas crianças e jovens podiam acompanhar os pais e assim não criaram gosto pelo turfe. Essa é a grande diferença entre o Brasil e a Argentina, em que a cultura de ir as corridas é muito forte.

A falta de costume das idas às corridas de cavalos no Brasil deve-se a uma história de altos e  baixos políticos.

Referencia Bibliográfica

  • ·         CARVALHO, Ney O. Jockey Club Brasileiro 130 anos. Rio de Janeiro: Imprinta Gráfica e Editora, 1998.
  • ·         LIBERATORE, Caetano B. Memórias Jockey Club de São Paulo. São Paulo, 1994.
  • ·         BUENO, Eduardo O Turfe no Brasil Histórias & Vitórias, 2006
  • ·         COSTA, Cássio O Turfe de outrora, 1961

Periódicos

  • ·         Revista: Turfe e Fomento 1875-1975 Centenário do Jockey Club de São Paulo: Ed. Especial.

 

 

 



[1] PSI- Puro sangue inglês

[2]http://www.jcb.com.br acesso em 01/05/2013