De tudo o que sentimos, o que nos torna maiores é a nossa visão de nós mesmos.

Muito das vezes nos vemos maiores do que somos, mais importantes, mais imponentes.

Isso não é nenhum problema, pois somos humanos, e assim nos comportamos por defesa, por necessidade ou até ignorânica, mas, nesse caso específico, não por escolha própria.

A sociedade em que vivemos, o meio no qual estamos inseridos, muitas vezes nos afronta, nos culpa, acusa e deprime. E assim, por instinto, nos defendemos.

Outras vezes não tivemos a oportunidade de nos preparar para enfrentar alguns obstáculos da vida, e, ignorantes, inflamos a nós mesmos, inconscientemente cônscios de nossa pequenez. Buscamos então diminuir o outro.

Refletindo sobre tais fatos que, se não afligem a mim ou a você, com certeza afligem a alguém próximo, aprendi a enxergar-nos como uma Grande Taça.

Chegamos ao mundo como uma Grande Taça: vazia, polida, brilhante, cravejada de diamantes.

Em pouco tempo, o meio derrama líquidos diversos em nós, acaba com nosso polimento e rouba nossos diamantes. E nos vemos obrigados a fazer uma escolha... escolhemos polir a nós mesmos, derramar os líquidos que foram derramados em nós e repor nossos diamantes ou escolhemos deixar tudo como está?

A escolha mais acertada, como tudo na vida, talvez seja também a mais árdua, mais trabalhosa, mais dolorosa. Mas, como sempre, a escolha mais acertada trará o melhor prêmio.

Muitos escolhem deixar tudo como está, pois assim (pensam que) evitam pecar. Mas qual não é o pecado daquele que, por escolha, permite que as coisas aconteçam à margem de seu conhecimento ou intervenção? Errar por inação é tanto ou mais grave que errar na tentativa de corrigir o rumo das coisas. Não participar para poder criticar ou culpar a outrém tem sabor de maldade e cheiro de podridão. O conhecimento do mal nos torna ainda mais responsáveis por buscar, aconselhar e incentivar o bem.

Não vou me aprofundar sobre essa busca, sobre esse trabalho, até porque aqui não é o melhor lugar, mas posso garantir que no final encontraremos a tal Grande Taça, que somos nós mesmos, tão polida, brilhante e cravejada de diamantes que nos fará ter a certeza de que valeu a pena.

A Grande Taça é a recompensa da vida, pois somos nós mesmos melhorados por nosso próprio esforço e dedicação!