INTRODUÇÃO

 

Apesar de Paulo ser muito conhecido dos irmãos de Corinto (At 18.1,8-11), apesar deles conhecerem sobre seu ministério e o seu testemunho, eles exigiram carta de recomendação a Paulo, contudo, esta exigência se deu em virtude do surgimento de falsos apóstolos.

Parece uma atitude simples a primeiro momento, entretanto, para o apostolo era  indevida, o fato de haver falsos mestres no meio deles não justificaria tal medida. Paulo então inicia uma nova luta, ele começa a defender toda sua carreira, era comum carta de recomendação aos irmãos que viajavam para lugares diferentes, e necessitavam das cartas para ter hospedagem e serem recebidos com alegria.

O que não era o caso de Paulo, ele era a ultima pessoa a necessitar da carta para visitar Corinto, ele fica inconformado e começa sua defesa.  

 

I. PAULO JUSTIFICA SUA AUTORRECOMENDAÇÃO (3.1,2)

 

1. A recomendação requerida (3.1). Era hábito dos judeus que viajavam com freqüência, levarem cartas de recomendação para que, assim, ao chegar a lugares onde não eram conhecidos, pudessem ser hospedados durante o período em que ali estivessem.

 

Este não era o caso de Paulo, pois o apóstolo era bem conhecido dos irmãos conríntios, a exigência de “carta de recomendação” dos irmãos em Corinto se deu em virtude do surgimento de falsos apóstolos que se diziam “mestres” da verdade apostólica,  daí os irmãos começaram a pedir carta a todos os missionários que surgiam na cidade. Entretanto, apesar de tal exigência alguns desses falsos mestres conseguiam forjar falsas cartas e se infiltravam na igreja de Corinto.

As cartas também eram um instrumento para testificar a veracidade dos cristãos que estavam em viagens em lugares desconhecidos para que os irmãos do respectivo lugar hospedasse o irmão visitante, inclusive o apóstolo Paulo as utilizou em outras ocasiões (Rm 16.1,2; 1 Co 16.10,11; Cl4.10). Sendo assim Paulo não acredita  que os irmãos estariam pedindo carta de recomendação para ele, pois já era conhecido de todos. A “carta de recomendação” que recomendaria Paulo, deveria ser expedida pelos anciãos de Jerusalém.    

 

Imagine o fundador da igreja, conhecido de todos, ter de cumprir a exigência de ser portador de "cartas de recomendação", apenas para satisfazer o espírito opositor que dominava alguns judeu-cristãos, que estavam com dúvidas acerca da autenticidade do seu apostolado! Algo injustificável.

 

Aqui temos os dois motivos suficientes para o apostolo não fazer uso da carta de recomendação, 1. fundador da igreja, 2. conhecido de todos. O objetivo das cartas era garantir a hospitalidade e de receber com alegria o seu portador.

Paulo então, começa a defender sua auto-recomendação.

 

2. Paulo defende sua auto-recomendação (3.1). Todos em Corinto sabiam que Paulo, mesmo não tendo sido um dos doze que estiveram com Jesus, recebera um chamado de Cristo para ser apóstolo.

 

Alguns irmãos (2.6) na igreja de Corinto desconfiavam do ministério de Paulo, entretanto, a maioria o reconhecia, Paulo havia testificado do seu encontro pessoal com Cristo (1 Co 15.1-11), e que, mesmo sendo como um apóstolo “fora do tempo”,  trabalhou mais do que os outros.

 

Note que Paulo sustenta a veracidade de que o seu chamado foi diretamente de Cristo, com a argumentação da realidade da ressurreição corpórea do próprio Jesus, listando inclusive uma lista dos irmãos que O viram antes dele. O objetivo da lista desses irmãos é simplesmente para servir de testemunhas caso fosse necessário para alguém, ele ainda fala que muitos deles ainda viviam. Portanto todos os irmãos de Corinto sabiam de fato quem era Paulo.  

 

Seu testemunho pessoal era a prova concreta de que não lhe era necessário nenhuma recomendação. Seus sofrimentos por Cristo evidenciavam seu apostolado entre os gentios e, especialmente em Corinto, dispensando portanto, qualquer tipo de recomendação por escrito.

 

Vimos aqui dois elementos que definem com precisão um verdadeiro apóstolo de Cristo.

Paulo tinha certeza absoluta do seu chamado e de sua transformação de vida (Gl 2.20), suas atitudes expressavam a sua consciência, como ele mesmo pregava (mudança de mente, gr metanoia, arrependimento que surge de dentro pra fora).

 

A mente de alguns irmãos de Corinto estavam como que fechadas, e não aproveitaram a espiritualidade do apostolo Paulo para crescerem na graça e no conhecimento. Hoje podemos aprender muito e crescer com esse homem de Deus, quando fazemos um paralelo entre o seu testemunho e o testemunho de muitos lideres eclesiásticos brasileiros independente da denominação.  

 

Testemunho pessoal, Paulo era perseguidor do evangelho (At 9.13;Fl 3.6) extremamente zeloso com a lei (Gl 1.14),consente a morte de Estevão (At 22.20), renuncia toda sua forma de viver (2 Co 6.10), passa a ser perseguido (1 Co 4.12) e por fim arriscando a própria vida por amor ao Evangelho de Cristo (At 9.16).

 

sofrimentos por Cristo, Nos dias atuais são poucos os que querem realmente pagar o preço, e nós sabemos o quanto é difícil pagar este preço; mas Paulo, pagava este preço (2 Co 6.4-10) com alegria (Fp 2.17;Cl 1.24), o segredo é que ele não perdia o alvo, ele era um homem empreendedor espiritualmente falando (Fp 3.14).  

 

Estes dois elementos é resultado do verdadeiro AMOR, que suporta (1 Co 13.7).

 

“As vezes fico imaginando se o tamanho da revelação que Paulo teve de Cristo foi maior que a que nós temos hoje ou se nós somos muito precarios no buscar a gloria de Deus”    

Porque estou zeloso de vós, com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo”  2 Co 11.2.

  

No texto de 2 Coríntios 5.11, o apóstolo Paulo faz uma defesa de sua atitude dizendo que "o temor que se deve ao Senhor" lhe dava condições de se auto-recomendar, porque a sua vida e ministério eram manifestos na consciência de cada um daqueles crentes.

 

Aqui o apostolo usa esse argumento, para mostrar sua sinceridade e transparência para como os irmãos conríntios, ou seja, que não necessita de artifícios para conquistar alguém, como os falsos apóstolos faziam (2 Co 2.17).

 

Paulo faz um argumento lógico e seqüencial em defesa da sua sinceridade quando afirma: que conhece o temor do Senhor -> é conhecido por Deus -> e espera ser conhecido pela consciência dos irmãos (2 Co 4.2). Em outras palavras, ele havia compreendido o temor do Senhor e esperava que os irmãos conríntios tivessem uma auto compreensão da sua pessoa – da mesma forma que nós compreendemos sem dificuldade que ele era um verdadeiro apostolo de Cristo.

 

A atitude paulina não tinha por objetivo ofender a ninguém, mas baseava-se na confiança do conhecimento que os coríntios tinham da sua pessoa e ministério.

 

A atitude de se auto-recomendar baseava-se na certeza que ele tinha, de que a maioria dos irmãos tinham-no como um verdadeiro apostolo.

 


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Dc. Alan Fabiano