Sabemos que a filosofia é uma ciência humana que busca a ordem das coisas no universo e que, esta busca, se faz necessária e ocorre através das várias atividades humana inclusive na atividade administrativa que, através dos filósofos da administração e suas teorias, pode ter sido responsável pelos primeiros passos que possibilitaram o surgimento do processo da segunda globalização que, conseqüentemente, possibilitou a efetivação da atual fase da globalização econômica cujo objetivo é controlar a produção do conhecimento científico para fins lucrativos.

A filosofia da administração, ou seja, os filósofos capitalistas, sempre buscaram uma forma que melhorasse a produtividade. Mas enquanto tratavam, separadamente, o conhecimento filosófico do ato de gerenciar mais se distanciavam de seus objetivos e, conseqüentemente, mais se distanciavam de sua procura. Pois para gerenciarmos um empreendimento é necessário ter capacidade de interpretar e utilizar o conhecimento científico a seu favor para que se possa encontrar soluções criativas.

A filosofia da administração sempre buscou a melhor maneira de fazer. Os filósofos capitalistas sempre perseguiram, numa busca incansável, a poção mágica da melhoria da produtividade. Daí o equívoco em que incorrem os administradores meramente tecnicista quando separam o conhecimento filosófico do ato de gerenciar. Afinal gerenciar qualquer empreendimento envolve a ciência e a arte de interpretar os fatos (hermenêutica) e descobrir soluções criativas (heurística), portanto, são procedimentos eminentemente filosóficos. (Bazanini, 2002, p. 15).

É sabido que os primeiros filósofos como Platão, Aristóteles, etc. sempre se interessavam no ato de administrar e que este ato "de bem administrar" não foi apenas privilégio dos gregos e sim também das culturas orientais. Porém foi a cultura grega que influenciou todo pensamento antigo e medieval inclusive a estrutura organizacional da Igreja Católica.

[...] os primeiros que filosofaram sempre tiveram como campo de interesse ao ato de administrar as cidades. [...] essa mesma preocupação de bem administrar não foi apenas privilégio dos antigos gregos, esteve presente também nas culturas orientais [...] a República de Platão os tópicos e a Arte Retórica de Aristóteles e seus seguidores, principalmente através da Summa Teológica de Tomás de Aquino, influenciaram todo pensamento antigo e medieval e, por conseqüência, a própria estrutura organizacional da Igreja Católica. (Bazanini, 2002, p. 15).

Foi este ato de administrar, durante a segunda faze da globalização (1850-1950), que fez surgir pensadores dedicados ao campo administrativo que enunciaram concepções de mundo assentada em determinada forma de conduta. Entre estes pensadores Taylor, primeiramente, foi quem se preocupou em criar um sistema educativo baseado na intensificação do rítimo de trabalho em busca de eficiência empresarial e, ressaltar, a perda que seu país vinha sofrendo com a vadiagem e a ineficiência dos trabalhadores em quase todos seus atos diários, que eram considerados normais para o empirismo da administração tradicional. Ele tinha a concepção de que a organização e a administração deveriam ser estudadas e tratadas cientificamente e não empiricamente (contrapondo-se a ideologia tradicionalista que absorvia a ideologia empirista) e foi esta concepção que o fez perceber racionalmente o desperdício de tempo na execução das tarefas por parte dos trabalhadores.

Taylor (1856-1915), considerado o pai da administração científica, [...] conservou os princípios da administração tradicional, entretanto foi além do empirismo reinante na Administração Tradicional, propiciando caráter de cientificidade e automação ao trabalho humano. [...] Taylor se preocupou em criar um sistema educativo baseado na intensificação do ritmo de trabalho em busca de eficiência empresarial e, em nível mais amplo, ressaltar a enorme perda que o país vinha sofrendo com a vadiagem e a ineficiência dos trabalhadores em quase todos os atos-diários. [...] para Taylor, a organização e a administração devem ser estudadas e tratadas cientificamente e não empiricamente. (Bazanini, 2002, p. 17).

Essa observação possibilitou perceber a irracionalidade e a ineficiência da prática, apenas pela prática. Seu método científico eliminou os movimentos inúteis enfatizando os úteis que simplificados, racionalizados ou difundidos com outros movimentos proporcionaram economia de tempo e de esforço ao operário. Este processo criou condições para uma reestruturação das operações industriais, pois a idéia básica era de que a eficiência aumenta com a especialização: tanto mais for especializado um operário, tanto maior será sua eficiência.

Seguindo a linha de Taylor "Henri Ford", que popularizou o automóvel, enriqueceu e, idealizou a linha de montagem, permitindo a produção em série e, com isto, o surgimento do método moderno de produção (fabricar grande quantidade de um determinado produto padronizado em mão-de-obra, desenho e produto, ao mínimo custo possível) que possibilitou a capacidade de consumo em massa. Esta nova forma de produção fez surgir "oprincípio de intensificação" que consistia na diminuição do tempo de produção com o emprego imediato dos equipamentos e da matéria-prima e a rápida colocação do produto no mercado, "oprincípio da produtividade" que valoriza a especialização e a linha de montagem e "o princípio metodológico" através da implantação da assistência técnica, do sistema de concessionária e política de preços. Com o plano de incentivo salarial, o modelo Taylorista buscava conciliar os interesses da empresa em obter um custo de produção cada vez mais reduzido e, conseqüentemente, maior rendimento pelos interesses dos operários em alcançar salários mais elevados.

Henry Ford (1863-1947) aplicou radicalmente os princípios de Taylor e [...] Racionalizando o processo de produção, idealizou a linha de montagem, o que lhe permitiu a produção em série, isto é, o moderno método que permite fabricar grandes quantidades de um determinado produto padronizado. [...] com o plano de incentivo salarial, o modelo Taylorista buscava conciliar os interesses da empresa em obter um custo de produção cada vez mais reduzido e, conseqüentemente, maior produtividade e também propiciar maior rendimento pelos interesses dos operários em alcançar salários mais elevados. (Bazanini, 2002, pp. 18-19).

A administração científica levou Taylor a julgar o que era bom para a empresa, era bom para os funcionários tornando o trabalhador americano a ser um dos mais bem pagos do mundo e detentor de elevado padrão de vida. Mas a rápida difusão da Administração Científica e sua negligência em relação aos aspectos humanos da produção fizeram com que acadêmicos da área de administração, chefiados por Elton Mayo, pai da teoria das relações humanas, através de dados comprobatórios experimentais, se opusessem ao método de Taylor anunciando que era preciso resgatar a dimensão humana e social do trabalho levando em conta as variáveis sociais e psicológicas para o bem-estar do trabalhador, completamente esquecido por parte dos administradores, pois as condições físicas e psicológicas dos trabalhadores eram precárias.

A partir daí veio à crítica a visão Taylorista, que tratava o ser humano com "homem econômico", fazendo com que os gerentes desenvolvessem habilidades humanas e sociais para facilitar a comunicação dentro dos grupos formais e informais da organização de trabalho. Isto provocou mudanças na Teoria da Administração.

George Elton Mayo (1880-1949) é considerado o pai da Teoria das Relações Humanas. Entendia que era preciso resgatar a dimensão humana e social do trabalho e para isso era preciso levar em conta as variáveis sociais e psicológicas para o bem estar do trabalhador e que eram, via de regra, completamente esquecida por parte dos administradores. (Bazanini, 2002, p. 19).

Chester I. Barnard atualizando a Teoria das Relações Humanas, durante a terceira e a atual faze da globalização (a partir de 1950, acelerada pelo colapso da URSS e a queda do muro de Berlin de 1989), afirmou que as pessoas formavam organizações para atingir metas comuns, enfatizando que o esforço cooperativo era a chave para o sucesso organizacional e a eficácia administrativa. Ele idealizou a Teoria da Aceitação da Autoridade sintetizando os pricípios da Administração Científica com a Teoria das relações Humanas afirmando que os funcionários eram quem determinavam se uma ordem gerencial era legitima e aceitável relacionada a metas e interesses pessoais dos indivíduos, ou seja, para ele a solução dos problemas organizacionais está em transformar os agentes que buscam metas conflitantes, estrategicamente, em um sistema cooperativo racional. Esta concepção vai alem dos métodos apenas intelectuais e das técnicas de discriminação de fatores da situação conduzindo a problemática a uma integração dos processos lógicos e não lógicos da atividade humana, ao conhecimento científico e comportamental e das funções gerencial e moral dos executivos.

Chester I. Barnard (1886-1961) escritor e presidente da New Jersey Bell, propiciou uma importante contribuição à Escola Comportamental. Atualizando a Teoria das Relações Humanas afirmou que as pessoas formam organizações para realizar metas em comum, enfatizando que o esforço cooperativo era a chave para o sucesso organizacional e a eficácia administrativa. [...] formulou a teoria da aceitação da autoridade, sistematizando os princípios da Administração Científica com a Teoria das Relações Humanas, na qual afirmava que os funcionários determinam se uma ordem gerencial é legítima e aceitável relacionadas às metas e interesse pessoais dos indivíduos.(Bazanini, 2002, pp. 19-20).

Assim, Drucker propôs a necessidade da rapidez e adaptabilidade do executivo às nuances da sociedade do conhecimento que trás a idéia de que um modelo mental não deve ser um dogma, limitação e nem radicalmente progmático, sendo necessário torná-lo orgânico, dinâmico e criativo. Pois o processo decisório de uma organização é o reflexo de seus modelos mentais. Atualmente para que se desenvolva uma nova concepção em uma organização é necessário um aprendizado de uma estratégia educacional objetivando mudar crenças, atitudes, valores e estrutura das organizações para que possam se adaptar aos novos mercados, as novas tecnologias, aos novos desafios e ao ritmo de mudanças. A estratégia empresarial representa o modelo mental de uma organização tendo como fundamentação o estabelecimento dos objetivos e missões primordiais da empresa.

[...] a elaboração de uma estratégia é o ponto chave para que uma organização atinja o êxito desejado. Por isto o Planejamento Estratégico em uma organização não é apenas uma afirmação das aspirações, busca acima de tudo transformar essa aspiração em realidade (Bazanini, 2002, p. 20).

Essa aplicabilidade do conhecimento científico ao desenvolvimento das tecnologias de produção permitiu também o aumento sempre crescente da produtividade dos processos e as novas tecnologias estão tendo grandes impactos sociais e econômicos, à medida que são aplicadas à gestão das organizações. Essa nova forma de conceber o conhecimento está causando profundas transformações afetando a ciência, as humanidades, a tecnologia e a administração dos negócios como um todo, pois o reconhecimento da necessidade de uma teoria do conhecimento fez refletir a importância da inclusão, nos currículos escolares, de algumas disciplinas como psicologia, sociologia e, principalmente, a filosofia.

Essa nova forma de conceber o conhecimento está dando início a profundas transformações, afetando não apenas a ciência e as humanidades, mas a tecnologia e a administração dos negócios, como um todo. (Bazanini, 2002, p. 21)

É sabido que após o surgimento das teorias dos filósofos da administração como Taylor, Henry Ford, Chester I. Bernard e Ducker houve um grande aumento da produtividade industrial em todo mundo ocasionando uma revolução produtiva possibilitada pelo surgimento dos diversos tipos de máquinas. Esse aumento da produtividade industrial provocou o ressurgimento do capitalismo monopolista no período da segunda fase da globalização só que, desta vez, de forma diferente das motivações dinásticas-mercantís e mais intenso a ponto de fazer surgir uma nova fase do capitalismo chamado de capitalismo monopolista pós-moderno (o neoliberalismo), regido não pelos administradores das corporações mercantis e os funcionários reais e sim pela burguesia industrial e bancária Pois;

O capitalismo monopolista liberal dos anos 20 renasce, agora, renovado e ampliado na escala planetária pelas conquistas da revolução científica e tecnológica e, certamente, mais vulnerável. Mais vulnerável porque a globalização, fundada na ideologia neoliberal e na expansão do capital financeiro e monopolista transnacional, resulta na verdade, de uma profunda crise mundial de superprodução, não resolvida.(Magalhães: 2004, p. 1).

A citação acima relata que a atual fase da globalização foi fundada na ideologia neoliberal e na expansão do capital financeiro e monopolista transnacional. Este relato me permite afirmar que a globalização não só foi impulsionada pelo neoliberalismo como também veio a se efetivar no séc. XX conforme também relata a citação abaixo;

Porém, a globalização efetivou-se no final do séc. XX, logo após a queda do socialismo no leste europeu e na União Soviética. O neoliberalismo, que ganhou força na década de 1970, impulsionou o processo de globalização econômica. (Copyright: 2004, p. 1)

Esse impulso dado à globalização da economia, pelo neoliberalismo, fez com que cada vez mais as grandes corporações investissem pesado na produção do conhecimento científico a fim de manterem seus países de origem sempre na hegemonia econômica mundial através do monopólio tecnológico, pois os países que iniciaram o processo de globalização, dês das grandes navegações, até a fase atual, ainda continuam dando as cartas na economia mundo.

O processo produtivo mundial é formado de umas 400-450 grandes corporações (a maioria delas produtora de automóveis e ligadas ao petróleo e às comunicações) que têm seus investimentos espalhados pelos 5 continentes. A nacionalidade delas é majoritariamente americana, japonesa, alemã, inglesa, francesa, suíça, italiana e holandesa. Portanto pode-se afirmar sem erros que os países que assumiram o controle da primeira fase da globalização (a de 1450-1850), a pesar da descolonização e dos desgastes das duas guerras mundiais, ainda continuam obtendo os frutos do que conquistaram no passado. A razão disso é que detêm o monopólio da tecnologia e seus orçamentos, estatais e privados, dedicam imensas verbas para a ciência pura e aplicada.(Schilling: 2002, p. 4)

Pelo exposto procurei mostrar que a segunda fase do processo de globalização da economia possibilitou o homem adentrar na fase atual da globalização, que vem ocorrendo lentamente dês das grandes navegações e, que a partir do momento em que Taylor criou o sistema educativo baseado na intensificação do rítimo de trabalho em busca de eficiência empresarial, ou seja, a partir do momento em que suaconcepção de que a organização e a administração deveriam ser estudadas e tratadas cientificamente passou a ser utilizada na prática pelos empreendedores houve um aumento paulatinamente da produção ao ponto de se chegar numa revolução produtiva responsável pelo surgimento do neoliberalismo (capitalismo monopolista pós-moderno) que impulsionou o processo de globalização econômica que traz, em pleno séc. XXI, o controle sobre a produção doconhecimento devido a sua importância estratégica, principalmente para a produção de novas tecnologias, pois quem domina o conhecimento tem condições de atrair para seu negócio as melhores condições que possibilite um maior desenvolvimento e o aumento dos lucros, explicando assim, o domínio, por parte dos capitalistas, sobre o conhecimento científico produzido por algumas universidades e outros órgãos competentes em todo mundo. 

Referência Bibliográfica.

BAZANINI, Roberto. Filósofos do Capitalismo: A busca da "melhor maneira de fazer". Maio/agosto-2002. Disponível em < www.mundocultural.com.br/artigos/colunista.asp?artigo=830-13k- >

SCHILLING, Voltaire. Globalização ontem e hoje. 2002. Disponível em < http://educaterra.terra.com.br/voltaire/atualidade/globalizacao7.htm#inicio >

MAGALHÃES, Mauro L. Estertores Neoliberais. 2004. Disponível em < http://www.eduquenet.net/estertoresneoliberais.htm >

COPYRIGTH. Globalização: Características da globalização na economia de mercado contemporânea, Aldeia global, blocos econômicos, relações comerciais e financeiras internacionais, concorrência comercial, as multinacionais, internet e a importância da língua inglesa; origens da globalização e suas características. 2004. Disponível em < http://www.suapesquisa.com/globalização/ >