A gincana cultural como ferramenta de ensino-aprendizagem

 

The cultural gymkhana as a teaching and learning tool

                                                                                                       Iêda Maria Amorim Sales[1]

Olivette Rufino Borges Prado Aguiar [2]

Carlos César da Silva Júnior[3]

Maria do Perpetuo Socorro Amorim[4]

Resumo

Na arte de ensinar deve estar presente a motivação. O professor em sala de aula deve buscar sempre novos recursos para que haja aprendizado satisfatório de seus alunos e facilitar a construção do processo de formação, influenciando-os no desenvolvimento da motivação da aprendizagem, eis um dos papéis fundamentais do professor foi assim que com essa temática: A gincana cultural como ferramenta de ensino-aprendizagem buscou-se analisar a importância da gincana no aprendizado.  A utilização de recursos didáticos diversificados em sala de aula é importante, pois facilita a aprendizagem, mas nem todos os professores estão preparados para aplicá-los de forma satisfatória e dispostos a abandonar velhos hábitos adquiridos do ensino tradicional, utilizando quase que exclusivamente o livro didático, o quadro branco, enfim, dificultando a aprendizagem e tornando as aulas enfadonhas.  A gincana é um recurso que pode fazer inter-relação com as outras disciplinas, pois dá para adequar qualquer uma como tema ou estudo a ser trabalhado em uma gincana. Concluiu-se que os alunos quando motivados e com aulas dinâmicas e diferentes, demonstram maior interesse na aula e participam mais.

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Palavras-chave: Gincana, Aprendizagem, Recursos Didáticos, Interdisciplinaridade, Didática, Educação.

 

Abstract

The art of teaching must be present motivation. The teacher in the classroom should always seek new resources so that there is satisfactory student learning and facilitate the construction of the training process, influencing them in the development of motivation of learning, that is one of the fundamental roles of the teacher was so with this theme: The cultural gymkhana as a teaching and learning tool we sought to analyze the importance of the contest in learning. Using a variety of teaching resources in the classroom is important as it facilitates learning, but not all teachers are prepared to apply them satisfactorily and willing to abandon old habits acquired from the traditional teaching way, using almost exclusively the textbook , the whiteboard, in short, complicating learning and making the boring classes. The contest is a feature that can make inter-relationship with other disciplines as it gives to suit any theme or study to be worked on a scavenger hunt. It was concluded that when students motivated and dynamic and different classes, show greater interest in class and participate more.
 
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Keywords : Gymkhana, Learning, Teaching Resources, Interdisciplinary, Teaching, Education. 

 

 

1 INTRODUÇÃO

            O presente trabalho aborda a temática: A gincana cultural como ferramenta de ensino-aprendizagem e tem como objetivo geral analisar a importância da gincana cultural como ferramenta de ensino-aprendizagem e como objetivos específicos: descontruir velhos padrões de ensino para dar lugar ao novo pensando sempre no aprendizado dos alunos; discutir a importância de aulas mais diversificadas; perceber a necessidade de interação com outras modalidades de ensino, dentre eles, a gincana.

            Na escola passamos a maior parte do nosso dia, fazemos amigos, aprendemos, conhecemos novas pessoas, participamos da vida escolar.

A escola é o espaço social onde deve se desenvolver o ensino e a aprendizagem através da prática interdisciplinar, a atividade individual que passa para os trabalhos coletivos em busca da totalidade através da articulação dos fragmentos disciplinares e pensamentos individuais de cada participante do processo de ensino/aprendizagem, neste caso professor e aluno (FERREIRA, 2012, p. 15).

Com a nova mentalidade em relação às novas metodologias de ensino, temos a necessidade de programar modificações na maneira de aplicar o processo didático (FERREIRA, 2012, p. 15).

Toda gincana cultural tem objetivos determinados, por exemplo: A Gincana Cultural/Ambiental do Colégio Diocesano de Parnaíba acontece desde o ano 2012; seu objetivo é integrar o processo pedagógico a uma dimensão cultural e cidadã, promovendo a inclusão do educando no âmbito sócio educacional, tendo o desenvolvimento integral como aluno e participante ativo da sociedade (FAMÍLIA, 2015). 

            As gincanas culturais geralmente acontecem uma vez por ano, é uma oportunidade a mais de integralização entre escola, comunidade e família, é uma forma diferente e divertida de aprender. Conta também com o lado solidário, pois é arrecadado alimentos não perecíveis ou leites desnatados para ser distribuídos para algum abrigo.

             Desenvolver a socialização entre crianças de forma salutar e para o convívio harmonioso é uma tarefa que necessita lançar mão de técnicas e procedimentos diversificados, que vão além do simples conhecimento didático do domínio educacional, no qual, podemos incluir as dinâmicas de grupo e a as atividades lúdicas, que combinadas, passam a ser um repertório de extrema importância nos seio escolar, e amplia a capacidade dos alunos de abstraírem sua realidade, de somarem esforços com um único objetivo, trabalhando em equipe e quebrar o paradigma da individualidade tão presente hoje, por inúmeros fatores que entranharam em nossa sociedade e influenciam negativamente a condição humanista do ser humano (CÓRDOLA, 2011).

            Neste trabalho de cunho bibliográfico discutimos a importância da gincana como uma forma de aprendizagem, onde alunos e professores juntos aprendem e ensinam brincando.

2 GINCANA: CONCEITOS E ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Gincana é um conjunto de tarefas disputadas entre grupos diversos, com o mesmo objetivo final. As gincanas podem ser realizadas por diversos tipos de competições onde os concorrentes enfrentam várias provas, com obstáculos que dificultam as tarefas (On line: SIGNIFICADOS. http://www.significados.com.br/gincana/ ).

Com a gincana há uma interação maior entre alunos e professores, os assuntos abordados são mais fáceis de ser assimilados e compreendidos, é uma festa de informações, onde todos participam alegremente e o resultado é sempre motivador, há o empenho de todos em mostrar sempre o melhor.

A gincana é uma forma de ensinar, pois nós como professores necessitamos cada vez mais transformar nossas aulas em algo dinâmico para que haja o resultado esperado que é a aprendizagem. Para Sampaio (2010, p. 31 apud CÓRDULA, 2013), necessitamos, como professores e pesquisadores, encontrar caminhos para transformar a educação, resgatando a humanescência perdida, ou seja, “aprender a condição humana, aprendendo a aprender a ser”, rompendo a formação contemporânea, para buscar meios que atinjam a vida do educando, a partir da sua própria vivência e propiciando sua formação para a vida.

As estratégias de ensino são o modo de organizar o saber didático, apresentando diversas técnicas e recursos que possibilitem o alcance dos objetivos propostos para a atividade (FREITAS, 2007, p. 14).

As atividades extraclasses podem ser também uma opção para desenvolver a interação entre conhecimentos distintos e relações interpessoais, o que vai consolidar o processo de ensino/aprendizagem (FERREIRA, 2012, p. 16).

3 A GINCANA COMO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

            A gincana é um recurso didático e muito auxilia no processo ensino-aprendizagem. Segundo Souza (2007, p.111), “Recurso didático é todo material utilizado como auxílio no ensino-aprendizagem do conteúdo proposto para ser aplicado, pelo professor, a seus alunos”. .

Qualquer atividade em que se tenha motricidade com desenvolvimento psicomotor, gerando aprendizado (cognição) e momentos prazerosos de felicidade junto ao alunado, é uma atividade lúdica. Os jogos e as dinâmicas são um repertório que enriquecem as aulas e contextualizam o processo de ensino (CÓRDULA, 2013).  

A globalização, as novas tecnologias exigem que sejam empregadas novas metodologias no processo de ensino/aprendizagem (Ferreira, 2012, p. 7).

 Há ainda professores que utilizam a metodologia tradicional, aulas expositivas, leitura do livro texto e a resolução dos problemas do livro, tornando a aula enfadonha e a disciplina, muitas vezes, sendo mal vista pelos alunos.

A metodologia tradicional, segundo Hoehnke; Koch; Lutz (2005 apud Castoldi; Polinarski, 2009, p. 689), pode levar a vários problemas, pois essa metodologia leva os alunos a: imitação, por parte dos alunos em relação ao professor; obediência completa dos alunos pelo professor levando a uma submissão; a repetição, bem notada quando o professor coloca os alunos a resolverem questões; e controle total do aluno pelo professor, onde o professor acaba construindo no aluno aquilo que ele quer e não o que o aluno quer para ele, ou seja, influenciando na sua formação, além de nas aulas tradicionalistas as atividades quase nunca tem algum contato com a realidade. Isto tudo leva o aluno a um esvaziamento das capacidades criativas individuais e acabam se tornando competências puramente mecânicas.

Para que haja aprendizagem o professor utiliza-se de diferentes metodologias de acordo com o nível cognitivo e intelectual de seus alunos. Para inserir determinado conteúdo ele pode usar diferentes recursos, inclusive a gincana cultural.

Para que os recursos didáticos possam promover uma aprendizagem significativa, é necessário que o professor esteja preparado, capacitado, ter criatividade para explorar os recursos que estão ao seu alcance, com o objetivo de aproveitar todos os benefícios que os mesmos possam proporcionar. O professor deve se planejar para que a aplicação desses recursos não se torne meramente uma ação recreativa, eles devem ser usados dentro do processo de ensino-aprendizagem, contribuindo para assimilação do conteúdo ministrado na disciplina, por parte dos alunos (SILVA et al 2012).

A metodologia interdisciplinar pode e deve transpor a sala de aula, ocorrendo através de aulas ao ar livre, num espaço urbano, numa escola de samba, etc. Essa interação busca a formação de um cidadão crítico e autônomo (FERREIRA, 2012, p. 11).

De acordo com Piaget (1971, p. 185):

Os jogos de regras são jogos de combinações sensório - motoras (corridas, jogos de bola de gude ou com bolas, etc.) ou intelectuais (cartaz, xadrez, etc.), em que há competição dos indivíduos e regulamentados quer por código transmitido de geração em geração , quer por acordos momentâneos. (PIAGET, 1971)

            As gincanas são jogos onde há competições entre turmas e é um momento de aprender a trabalhar em grupo, em equipe.

            É importante ressaltar que a avaliação ou aplicação de um projeto didático deve levar em conta principalmente a aprendizagem (FERREIRA, 2012, p. 12).

            Assim, pode-se considerar que uma aula aliada a recursos didático-pedagógicos torna-se mais motivadora e menos cansativa, quando comparada com a aula expositiva tradicional, normalmente utilizada nas salas de aula do ensino fundamental, médio e até superior (CASTOLDI; POLINARSKI, 2009, p. 689).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ideia de trabalhar essa temática partiu da necessidade de alguns professores entenderem a importância da utilização de diferentes e variados recursos visando facilitar e melhorar o aprendizado dos alunos. Professores há que não gostam muito da ideia de uma aula diferente, acham cansativa, desnecessária e que demanda muito tempo, por isso preferem ficar no comodismo de suas velhas aulas, não entendendo que as pessoas mais interessadas são os alunos e estes, gostam de aulas diferentes, bem trabalhadas e a utilização de recursos diferentes.

Não dá mais para ver nossos alunos como meros expectadores, sentados, quietos recebendo informações. Os alunos de hoje são mais exigentes, críticos e leitores.

A motivação e a diversidade de recursos trazem aulas diferentes e enriquecedoras possibilitando facilmente a aprendizagem. Professor que interage com o alunado garante maior apreensão do conteúdo a ser ministrado. E, consequentemente há uma quebra da rotina da sala de aula padronizada com a leitura do livro, cópias do quadro, carteiras em fileiras, onde os alunos se mantêm  sentados de frente para o professor sendo mero expectadores, assimilando o conteúdo ministrado de forma quase tradicional. Todo dia, praticamente a mesma coisa, leitura, escrita, correção, assim, não há interesse que perdure.

É difícil para nós estarmos sentados praticamente 5 horas, sem conversarmos, nos mexermos, imagine para os alunos, em uma sala muitas vezes quente e lotada.

Portanto, a prática de aulas diferentes, utilizando-se recurso como a gincana leva os alunos para fora da sala, para outro ambiente e estes, convivem mais abertamente com outros colegas. É um momento de troca de informações, interagir conteúdos, buscar informações, passar esses conhecimentos para quem participa da gincana. É uma verdadeira aula, um show de aprendizado, de experiências trocadas, de informações recebidas.

5 REFERÊNCIAS

 

CASTOLDI, Rafael; POLINARSKI, Celso Aparecido. 2009. A Utilização de Recursos Didático-Pedagógicos na Motivação da Aprendizagem. Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciência e Tecnologia – PPGECT. I Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia – 2009 ISBN: 978-85-7014-048-7 684. Disponível em: http://atividadeparaeducacaoespecial.com/wp-content/uploads/2014/09/recursos-didatico-pedag%C3%B3gicos.pdf . Acesso em 19 dez. 2015.

 

 

CÓRDULA, Eduardo Beltrão de Lucena. 2011. DINÂMICA DA ECOSOCIALIZAÇÃO COMPARTILHADA. Disponível em : http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=978&class=02 . Acesso em: 19 dez. 2015.

_____. 2013. Brincar e aprender: o lúdico como metodologia de ensino. Disponível em: http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0373.html . Acesso em: 19 dez. 2015.

 

 

FAMILIA COLEGIO DIOCESANO PROMOVE GINCANA CULTURAL. 2015. Disponível em: Disponível em: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.1025483700849953.1073742241.167375169994148&type=3 . Acesso em: 19 dez.. 2015.

FERREIRA, Manuel Nunes. 2012. A MÚSICA COMO RECURSO DIDÁTICO NA

AULA DE GEOGRAFIA. Disponível em: http://bdm.unb.br/bitstream/10483/7051/1/2012_ManuelNunesFerreira.pdf . Acesso em : 19 dez. 2015.

FREITAS, Olga. 2007. Equipamentos e materiais didáticos. Disponível em : http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/profunc/equip_mat_dit.pdf . Acesso em 19 dez. 2015.

HOEHNKE, K.; KOCH, V.; LUTZ, U. O Objectivismo na Filosofia e na Metodologia do Ensino. Lisboa, 2005. Disponível em .

http://www.fask.unimainz.de/user/kiraly/Portugues/gruppe1/grundlagen­­­­_objektivismus.html  . Acesso em 19 dez. 2015.

PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: imagem, jogo e sonho,

imagem e representação. Tradução de Álvaro Cabral e Christiano Monteira

Oiticica. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

SIGNIFICADOS. Disponível em:

http://www.significados.com.br/gincana/  . Acesso em: 19 dez. 2015.

SOUZA, S. E. O uso de recursos didáticos no ensino escolar. In: I ENCONTRO DE PESQUISA EM EDUCAÇAO, IV JORNADA DE PRÁTICA DE ENSINO, XIII SEMANA DE PEDAGOGIA DA UEM: “INFANCIA E PRATICAS EDUCATIVAS”. Maringá, PR, 2007. Disponível em: .http://www.pec.uem/revistas/arqmudi/volume_11/suplemento_02/artigos/019.pdf. Acesso em: 19 dez 2015.

SILVA, Maria do Amparo dos Santos; SOARES, Isack Rocha; ALVES, Flávia Chini;  SANTOS, Maria de Nazaré Bandeira dos. 2012. Utilização de Recursos Didáticos no processo de ensino e aprendizagem de Ciências

Naturais em turmas de 8º e 9º anos de uma Escola Pública de Teresina no Piauí. ISBN 978–85–62830–10-5 – VII CONNEPI  - 2012.

Disponível em : http://propi.ifto.edu.br/ocs/index.php/connepi/vii/paper/viewFile/3849/2734 . Acesso em 19 dez. 2015.



[1] Licenciatura Plena em Educação Artística pela UFPI. Especialista em Artes pela Faculdade Integrada de Jacarepaguá - FIJ. Mestranda em Mestrado Internacional em Educação pela Anne Sullivan University. E-mail: [email protected]. Fones: 86 988177418.

[2] Especialista em Ensino pela Universidade Federal do Piauí – UFPI ; Mestre em Educação - UFPI e Doutora – UFRN.

[3] Bacharel em Física pela Universidade Federal do Piauí – UFPI. Mestrando em Física pela UNB – Brasília. E – mail: [email protected]. Fone: 86 99804 0525.

[4] Bacharel em Direito pela Faculdade das Atividades Empresariais de Teresina – FAETE. Especialista em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Signorelli. Mestranda em Mestrado Internacional em Educação pela Anne Sullivan University. E-mail: [email protected]. Fones: 86 99934 6212.