Para muitos profissionais que encontram-se fora do mercado de trabalho, a tarefa mais difícil de recolocar-se no ambiente laboral, não é lidar com a concorrência, com a falta de conhecimento técnico, nem mesmo a falta de experiência. Mas sim, a dificuldade de controlar o seu QE (Quociente Emocional).

Fácil é ver a aflição dos candidatos à uma vaga de emprego quando expostos a uma entrevista com o profissional de Recursos Humanos, com o psicólogo da empresa ou expostos a um grupo de desconhecidos ao encarar a terrível dinâmica coletiva;

 Parece que tudo aquilo que foi ensaiado na frente do espelho antes de sair de casa, desapareceu de suas mentes. Parece que os olhos famigerados do recrutador estão ali, atentos, aguardando o primeiro deslize;

 A cada resultado negativo, a tensão para a próxima entrevista aumenta; e mais um desastre começa a ser construído; antes mesmo do início da entrevista;

A falta de preparo emocional dos candidatos às vagas de emprego é sem dúvida o maior vilão neste contexto.

A falta de preparo humano de alguns profissionais de RH também desequilibram esta balança. Muitos "recrutadores" são treinados para identificar oscilações na voz do entrevistado, gestos de insegurança, desvio de olhares; por ironia, muitos são incapazes de entender o que se passa no coração e na mente de uma pessoa, pois sim, mais do que um candidato, eis que sentado naquela cadeira está um ser humano, repleto de sentimentos, medos e fragilidades.

 Cabe mais humanidade para quem trabalha com o profissional humano. Principalmente em tempos onde o desemprego assola uma parcela gigante da população brasileira.

Afinal de contas, nada é mais complexo e mais valioso para uma empresa do que seus funcionários. As empresas de valor estão começando a entender que o bem mais precioso que elas possuem é a informação e a criatividade; recursos estes, só encontrados no cérebro humano e insubstituíveis por qualquer máquina ou sistema tecnológico;

 Quando o ser humano ganhar o valor que merece dentro das organizações, as organizações vão passar a lucrar mais; pois a matemática é simples: funcionário bem tratado e bem treinado é um funcionário eficiente e motivado; funcionário eficiente e motivado é um funcionário que trabalha com mais qualidade e empenho, gerando produtos (bens / serviços) melhores; desta forma, atraindo uma fatia maior de clientes para a organização, o que chamamos de Market Share. Com mais clientes, mais lucro; hoje em dia sabemos da importância do pós venda, assim, com um serviço de pós venda bem realizado por profissionais eficientes e motivados, os clientes voltam e o lucro não para!

 

O problema é que vivemos em uma cultura administrativa míope; isto é, não se consegue ver com nitidez aquilo que está a mais de um palmo de distância dos olhos. A visão sistêmica de futuro e de sinergia intra-organizacional é uma raridade entre os gestores e empresários; os que entendem que a boa gestão começa e termina nas pessoas, tem um diferencial competitivo muito mais vantajoso do que qualquer grande promoção em massa ou arrojados sistemas de gestão de processos (não que alianças e parcerias financeiras, bem como atenção aos processo executáveis não sejam importantes).

 Seja mais do que chefe, seja mais do que líder... seja você o verdadeiro gestor da boa gestão.