A Genialidade do Diálogo.

O Mundo das Estátuas.

Aqui está o caminho da sua libertação é só compreendê-lo, se ler até ao final, encontrarás o espírito da liberdade. Não será mais escravo.

Nicomedes.

O que é a loucura, a não ser a lógica assumida como se não fosse verdadeira. Portanto, o louco é aquele que absceda o sentido da normalidade.

O seminarista.

Entendo perfeitamente, a lógica é a loucura aceita, fundamento imposto ao senso comum, ou seja, aquilo que não deveria ser como consentimento universal. O cinismo pré-estabelecido como diaphonia cultural.

Nietzsche.

Porém disse com veemência, a respeito do universo e da vida em geral, não existe nenhuma finalidade de estar no mundo, qualquer entendimento contrário é apenas alienação ou seja o mais absoluto engano, fraqueza da razão. Não existe uma origem para o universo, não será melhor, mais belo ou imperfeito, por qualquer outro motivo, existe apenas uma determinação randômica para a sua existência.

O universo originou de si mesmo em cada instante se repete, num permanente retorno da matéria, mas a alma ou Deus é uma invenção maléfica da linguagem. Queiramos ou não somos o nada. Biologicamente sem diferença do mundo animal.

Nicomedes.

O que existe é apenas a matéria à vida é uma subestimação da mesma.

Edjar.

Acredito em bilhões de outros universos paralelos ao nosso, com decilhões de outros planetas e milhares deles com a mesma diversidade de vida encontrada na terra. O principio que originou a matéria no universo é o mesmo, da mesma forma a vida.

Apesar de tudo isso, não existe sentindo, finalidade, para nenhum dos mundos paralelos. Essa situação descrita é quase uma mistogogia.

Seminarista.

A prova para existência de uma única substancia é que existe apenas um DNA, o que significa o princípio que toda forma de vida vem de células comuns, as mesmas que produziram vírus e bactérias.

Somos parentes próximos das piores coisas que existem na natureza, que inclusive nos devoram, esse fato objetivo nega a existência de Deus, a vida é a mais absoluta ausência de finalidade.

Nicomedes.

Sorte daqueles que nunca nasceram e não terão que viver a ilusão apodítica de ser na verdade o nada.

Horácio.

Ebeu fugaces, Postume, Postume.

Labuntur anni.

Ai quão fugazes, Póstumo, póstumo, escoam os anos, tudo é distanciamento.

Heráclito de Éfeso.

Os opostos estão interligados pertencem a mesma realidade a melhor harmonia compõe da divergência, tudo resulta da luta, motivo do movimento, a trajetória que leva ao cume é a mesma que leva a derrocada, o bem e o mal são idênticos, motivo da dificuldade do discernimento apofântico.

O seminarista.

O verdadeiro mundo é outro, para o qual não tenho nenhum dever, e nesse mundo real, sou autor, teatro e palco ao mesmo tempo, por essa razão, sou motivo de graça, riso e divertimento.

Sou asseidade de um mundo inexistente por si mesmo, motivo do grande fascínio e o apavoramento da razão presbiofrênica.

Nicomedes.

Perguntou ao seminarista, por que São Irineu não deixou publicar nenhum dos evangelhos escritos pelo grupo de Jesus, denominou-se esses evangelhos de apócrifos e mandou publicar outros evangelhos de pessoas que sequer conheceram Jesus.

Respondeu o seminarista, por questões políticas. Voltou a perguntar Nicomedes, mas é muito estranho os discípulos terem escritos vários livros, entretanto o mestre não escreveu nenhum?

O seminarista.

Existe uma lenda e não sabemos se tem procedência, mas diz o receituário que Jesus como mestre também escreveu seus evangelhos, mas não foram publicados isso pelo fato de contestar as autoridades e defender praticas do bem comum.

Nicomedes.

Admito que seja verdade, acho muito estranho ter fé nas palavras de terceiros que disseram a respeito de Jesus, mas recusaram o que ele mesmo escreveu.

Estranho, estranhíssimo, o Vaticano tem mil segredos guardados, o pior que quando fizeram a reforma, os protestantes não questionaram esses segredos. Será que os segredos vão continuar eternamente? Se o leitor tiver curiosidade terá que ler até o fim O mundo das Estátuas.

O seminarista.

Estranho absolutamente deleitável, mas existem razões para não ensinar o que Jesus Cristo realmente escreveu, melhor para os ricos difundirem o que os outros disseram o que Jesus teria ensinado, dessa forma os pobres não teriam que fazer uma revolução.

Edjar.

Não sei o que futuro poderá pensar a meu respeito, imagino-me sendo apenas uma criança olhando desesperadamente para uma bela árvore cheia de flores, desabrochadas pela primavera.

O desabrochamento é o grande segredo. Entenda a metáfora. Nunca sonhei nem mesmo ser o perfume da flor, muito menos a flor.

Enquanto isso me ceifa ao brilho do sol, a dessuetude as margens dos caminhos, sem saber a possibilidade de compreender o descortinar da verdade, que comparada aos universos, são complexidades de interpretações.

Sou apenas o esclerônomo desejo de poder ser mais uma comparação.

Nietzsche.

A cada instante a vida quer nos dizer algo, mas não queremos escutar. Entretanto, existem duas coisas terríveis na natureza: uma é viver a vida, a outra, perdê-la ou seja a morte, o mais lastimável pó químico.

Edjar.

Pois tudo é apenas mudança de estado na preservação da matéria que será eternamente viva, porém, sem a alma, pois ela é, a imaginação da razão perturbada diante da situação limite da inexistência.

O seminarista.

No principio foi apenas a imaginação, posteriormente um grande desejo, por ultimo um sonho, hoje talvez restasse tão somente um dos sois, brilhando em um dos universos paralelos, em seu redor uma multidão de planetas girando, um deles foi habitado pelas estátuas, lá desenvolveram o magnífico diálogo.

O grande mistério. Quanto a mim sou apenas um dos aspecto da evolução de tudo isso.

Edjar.

O mundo foi revolucionado por um padre e um seminarista. Imaginar que a terra não é o centro do universo destrói todas as fantasias humanas. Copérnico o grande padre e cientista.

Confirmar que o homem não foi criado, mas que surgiu de uma célula comum às demais espécies, é transformar o homem em um simples bicho, retira do homem qualquer perspectiva de orgulho. Darwin o grande seminarista.

O seminarista.

É muita presunção do homem desejar ser diferente dos animais. A fraqueza do homem está em contemplar o nada, como se fosse Deus. Ainda pedir auxilio ao não real, como se realmente existisse. É cruel dedicar nossas forças ao que é apenas um delírio axiológico.

Nicomedes.

Existe uma verdade além da nossa imaginação, do nosso desejo e até da nossa realidade, essa verdade é avassaladora. Pensar ao contrário é enganar a si mesmo e negar à ação subsumida ao insubstituível caminho.

Heráclito.

Este mundo, igual para todos, sempre será um fogo eternamente vivo, acendendo e apagando-se constantemente.

Edjar.

Acreditar em algo completamente irreal é a atitude mais profunda de protesto daquilo que é verdadeiramente real.

O seminarista.

Não queira saber a verdade, ela é terrível apenas um super homem poderá suportar o seu fundamento, as pessoas comuns vão a loucura e praticarão suicídio. É melhor para grande maioria ter como fundamento a mentira, dessa forma evita em parte a bestialidade.

Camus.

Antes o sentido era descobrir .

Se a vida precisava ter algum significado.

Para ser vivida.

Agora, ao contrário, ficou evidente.

Que ela vivida melhor se não tiver.

Nenhum significado.

O que é realmente a absoluta ausência de significado.

Viver é com razão sentir a ilusão.

Nietzsche.

Viva o presente.

Não imagina o que será o futuro.

Tão somente o momento.

Pois apenas ele é eterno.

Consuma sua vida.

Deixe a energia fluir.

Morra no momento certo.

Tenha coragem para mudar.

Não prenda em ilusões.

Está vida é a sua vida eterna.

Edjar.

O futuro da Física está próximo a sua revelação.

O grande segredo será descoberto.

O princípio da origem e sua explicação.

De onde vieram as partículas.

Como o nada sem ser absolutamente, se fez matéria.

A origem química do universo.

Então com muita coragem aos dizeres.

Antes da manifestação, surgira tudo o que não teria que ser.

Foi assim o começo, ontem como hoje se define o tempo.

É necessário ler e interpretar corretamente.

Nicomedes.

O real é o irreal e o irreal é a sombra da imaginação conduzida pelo vento favônio igual a frescura do tempo, sobre a brisa dos sóis, que fumegam entre as ondas da mais absoluta estadia. Sabe o que significa isso, a compreensão dos metafóricos sinais.

Saramago.

Oculta a consciência de não ser.

Ou de ser num estar que me transcende.

Numa rede de presenças e ausências.

Numa fuga para o ponto de partida.

Um perto que é tão longe.

Um longe daqui.

Uma ânsia de estar e de temer.

A semente que de ser surpreende.

Edjar.

O mundo é feito de coisas tão pequenas que nos repreendem, como sinais do obscuro infinito preclusivo a cada partícula. A essencialidade do que é precípuo.

O seminarista.

Tudo que se realiza completamente torna se opressão, com efeito, é necessário a preclusão do destino. Existe uma onda que sinaliza os sonhos além do destino, necessário é conhecer a força da imaginação.

Nietzsche.

Imagino que a vida seja apenas um pêndulo sem nenhum significado, prende-se entre dois vácuos semelhantes, a escuridão antes do nascimento é a continuidade após a morte, o que é a luz a não ser ataraxia do medo.

O seminarista.

Tudo é absolutamente sem sentindo antes de você nascer e da mesma forma continuará após deixar de ser. O que era não era, o que está sendo nunca foi e jamais será, portanto, o presente não tem existência.

Nietzsche.

Não existe vida após a morte, a finalidade para a qual essa vida aponta um possível tribunal de julgamento apocalíptico. O momento existe para sempre e você sozinho é o seu público.

O seminarista.

A vida sempre nega a possibilidade de escolha porque somos apenas um incidente, desnecessário a ela mesma.

Nietzsche.

O que é a verdade? Um batalhão móvel de metáforas, metonímias, antropomorfismos, enfim uma soma de relações humanas que foram enfatizadas poética e retoricamente, transportadas, enfeitadas, e que, após longo uso, parecem a um povo sólido, canônico e obrigatório.

Edjar.

É apenas um polimorfismo arrispedado.

Bertrand Russell.

Para muita gente, antes morrer que pensar. É isso que fazem.

O seminarista.

A natureza pelo seu próprio capricho criou uma série de excreções cujo o único objetivo é derreterem nela mesma. Eu sou uma delas e terei que ser derretido eternamente até mesmo quando não for absolutamente nada. Esse ato é incrivelmente dolorido e retira do homem, o sentido objetivo da vida.

Edjar.

A vida não tem nenhum sentido, a finalidade de todas as coisas é o caminho para o eterno desmanchar, a lógica da natureza é a putrefação, o ser é em sua essência em última instância o aniquilamento.

Porque o universo é em sua natureza apenas a deterioração, entretanto tudo volta ser novo, apenas com finalidade de conservar o que é velho e deteriorar a natureza da mudança.

Pascal.

O silêncio eterno desses espaços infinitos me apavora.

O seminarista.

O universo é apenas um escalavro cheio de energias negras as quais transformarão em novos bigs bangs.

Edjar.

Todas as coisas se remetem a um mesmo princípio a uma única fonte como origem, apesar da diversidade, a origem tem uma fonte apenas, o início de tudo teve seu começo no nada é para lá que necessariamente temos que voltar e ser aquilo que sempre fomos a priori ou seja, o que não é, o que jamais poderá ser.

Nicomedes.

O ser apesar da existência é na perspectiva do futuro a inexistência, isso porque a inexistência precedeu a existência na forma daquilo que nunca fora . Mas a essência do ser predomina na ipseidade do que ainda está sendo.

Heráclito de Éfeso.

A verdadeira constituição das coisas gosta de ocultar -se. O mundo é apenas o movimento de um único segredo.

Saramago.

O enxergar costuma-se ser na sua natureza uma grande cegueira. Essa cegueira é branca e não escura como se pensava no passado.

Bachelard.

O espírito jamais poderá ser jovem, pelo contrário representa sempre a força da idade, isso porque fundamenta sempre no preconceito, seja qual for à natureza do tempo.

Erasmo.

Vede, primeiramente com que previdência a natureza, essa terna mãe do gênero humano, teve cuidadosamente de semear em toda parte o condimento da loucura.

Edjar.

Quem realmente é normal aponte um por favor.

O seminarista.

Qual é a grande loucura que não seja a razão.

Nicomedes.

O fato de que ninguém imerso em uma cultura dispor de escolhas. Isso nos iguala aos bichos apesar da inteligência.

Edjar.

A respeito da substância ultima de cada essência esconde o mais absoluto segredo. A lexicologia prende-se ao aspecto formal abstrato de medo inexaurível ao destino comum das coisas.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Obs.: São partes que serão publicadas de um livro escrito pelo mesmo autor: O Suposto Diálogo.