A arbitrariedade do governo era tamanha como descreve Piletti (1997), quanto à relação Escola-Estado:

"Os avanços populares também foram contidos na área da educação. Numerosas escolas foram invadidas pela polícia, muitos professores e estudantes foram presos e exilados e todas as escolas passaram a ser observadas por agentes dos órgãos de informação do governo, sob o controle do Serviço Nacional de Informações (SNI)". (PILETTI, 1997, p.201)


Portanto o governo utilizava a escola para doutrinar crianças, jovens e adultos os castigando severamente alguém que se propusesse a intervir aos seus comandos e interesses. Neste momento à escola passou a seguir normas, no mesmo compasso os professores aderiram ao modelo pelo qual eram tratados resultando num educador que passou a assumir a postura de ditador em sala de aula, silenciando e doutrinando alunos os tormando possíveis seguidores, como máquinas que apenas obedecem e servem aos seus comandos, um depósito de conhecimento.
Ainda que os professores também tenham sido silenciados, de tal modo que obscureceu nossa vida cultural, silenciando os intelectuais e artistas em consequência intimidando professores e alunos. Piletti (1997), ao questionar a função da educação e da escola no Regime Militar afirma que:

"A partir de 1964, a educação brasileira, da mesma forma que os outros setores da vida nacional, passou a ser vítima do autoritarismo que se instalou no país. Reformas foram efetuadas em todos os níveis de ensino, impostas de cima para baixo, sem a participação dos maiores interessados ? alunos, professores e outros setores da sociedade. Os resultados são os que vemos em quase todas as nossas escolas: elevados índices de repetência e evasão escolar, escolas com deficiência de recursos materiais e humanos, professores pessimamente remunerados e sem motivação para trabalhar, elevadas taxas de analfabetismo." ( PILETTI,1997, p.114)

Talvez daí tenha se iniciado o grande problema que temos hoje com a educação, o que presenciamos hoje nas escolas públicas e justamente o que Piletti descreve como fracasso escolar, alto nível de repetência e um grande descompromisso de alguns educadores com uma educação de maior e melhor qualidade. As mudanças ocorridas na educação principalmente as relações que ocorreram no âmbito da escola pública a partir do aparato criado pelos militares com a finalidade de conter as manifestações contrárias ao regime e manter-se sem maiores resistências no poder, agravaram significativamente a situação da escola pública nos dias de hoje.