Introdução

Desde sua criação a Escola tem um papel fundamental na sociedade, o qual seu objetivo era doutrinar o processo de desenvolvimento educacional das crianças até a fase adulta, a fim de se criar uma rotina regrada, alienada e submissa aos padrões estabelecidos por entidades privadas. E com isso, se adequar facilmente ao ambiente industrial.

Livro relacionado:

Ao longo desse tempo, foram usado diversos modelos de ensino, desde a inserção de matérias específicas à manifestações e reformas constitucional até chegar aos moldes usados hoje, tanto de Escolas publicas como em instituições privadas, de ensino fundamental I e II, médio e técnico. O que parece ser um processo de evolução é na verdade um declínio da formação intelectual da sociedade estamos regredindo ao ponto de uma criança da 4º série não saber ler e escrever, contribuindo para o alto índice de analfabetos no Brasil. Jovens estão concluindo o ciclo de aprendizagem sem ter uma identidade, ou seja, são engolidos pela sociedade capitalista que exige cada vez mais qualificação para preencher uma vaga de trabalho.

O mundo atual, com tantas mudanças e novas demandas, exige, dos indivíduos, habilidades e atitudes diferentes das observadas em épocas anteriores. Surgem alguns questionamentos, de qual seria o papel da Escola hoje, como instrumento de Ensino e de que forma a mesma utiliza métodos para levar este conhecimento aos alunos. Saber equilibrar a aceleração global, o aprender dos alunos e a satisfação dos professores é uma tarefa que nasce neste contexto novo. 

1 – A Função da Escola

A Escola é um dos lugares socialmente instituídos para a criança se inserir na cultura urbana, para que se relacione com o outro e com o conhecimento. É parte de uma dinâmica, onde o sujeito organiza e interpreta suas relações com o mundo interno e externo. É nela que aprendemos, a ler e a escrever, dois objetos socioculturais fundamentais numa sociedade letrada. Não ler e escrever, hoje, significa não dispor dos instrumentos básicos para inserção e participação social, para a constituição da cidadania.

A Escola tem um papel realmente importante na vida de uma pessoa porque é na Escola começa a ter uma Educação profissional de qualidade e também é por ela que todo mundo começa a formar a sua própria opinião e assim poder tomar decisões por contar própria sem contar que a Escola é responsável por formar profissionais para o mercado de trabalho. Por meio dela os jovens podem decidir qual vai ser o seu futuro.

Ela se situa de forma cada vez mais evidente em meio a um interesse de classes distintas com necessidades distintas. É vista com vários olhos, tanto como objeto educacional quanto um refúgio. Muitos pais pensam que a Escola se torna um meio de estar se livrando dos seus filhos e querem a Escola dêem a Educação adequada para eles. A incoerência social da Escola é fruto da Incoerência social da Sociedade, frutos da ganância e ambição de muitos.

Como função social a Escola é um local onde visa a inserção do cidadão na sociedade, através da interelação pessoal e da capacitação para atuar no grupo que convive. Forma cidadãos críticos e bem informados, em condições de compreender e atuar no mundo em que vive.

"É na Escola que se constrói parte da identidade de ser e pertencer ao mundo; nela adquirem-se os modelos de aprendizagem, a aquisição de princípios éticos e morais que permeiam a sociedade; na Escola depositam-se expectativas, bem como as dúvidas, inseguranças e perspectivas em relação ao futuro e às suas próprias potencialidades". (BORSA, 2007, pª 02).

A Escola tem um compromisso com a Educação, devendo atuar forma abrangente, não só tendo como objetivo a instrução. Deve manter uma visão holística, procurando avaliar, para melhorar, todos os aspetos dos quais o ser humano é constituído. Deve prover os indivíduos não só, nem principalmente, de conhecimentos, idéias, habilidades e capacidades formais, mas também, de disposições, atitudes, interesses e pautas de comportamento. Assim,  tem como objetivo básico a socialização dos alunos para prepará-los para sua incorporação no mundo do trabalho e que se incorporem à vida adulta e pública.

A Escola não foi inventada nem para o aluno, nem para o professor, nem para o político, nem para o pedagogo, nem para o sociólogo. A Escola foi inventada para que os que não sabem possam aprender com os que sabem. Ou seja, para o Ensino.

A possibilidade de formar o cidadão para o mercado de trabalho e para a vida está diretamente ligada à freqüência Escolar, à superação das exigências impostas nas instituições, às adaptações aos ritos de passagem. Portanto, as Escolas contribuem para que as sociedades se perpetuem, pois transmitem valores morais que integram as sociedades. Mas elas também podem exercer um papel decisivo nas mudanças sociais.

2 - A formação do aluno

A educação contemporânea não deve se limitar a formar alunos para dominar determinados conteúdos, mas sim que saibam pensar, refletir, propor soluções sobre problemas e questões atuais, trabalhar e cooperar uns com os outros. A escola deve favorecer a formação de seres críticos e participativos, conscientes de seu papel nas mudanças sociais.

A Escola deve passar aos alunos uma visão panorâmica sobre o mundo em que vivemos, devemos aprender na Escola uma visão global de todas as ciências que envolve o conhecimento do universo com astronomia, geografia, botânica, zoologia, química, física, línguas, matemática.

A Escola também deve preparar o aluno para o convívio com outros humanos, ensinando-os a arte da tolerância, dos limites sociais, do direito, das regras sociais de convivência, do princípio da hierarquia.

O conhecimento produzido pela humanidade traduz-se, na Escola, nas diferentes disciplinas (História, Geografia, Ciências, Línguas) e deve receber um tratamento didático adequado para que possa ser assimilado, entendido e recriado pelos alunos.

Educar uma pessoa que já é educada torna-se uma tarefa árdua, porque, no momento em que uma criança chega à sala de aula, já é portadora de certos conhecimentos que adquiriu junto a sua comunidade. Transformar e/ou acrescentar mais conhecimentos é a tarefa do profissional da Educação que trabalha com esse indivíduo. Isso se torna difícil, pois apenas se faz o papel de mediador, não de transformador de conhecimentos. A criança apenas irá complementar sua sabedoria.

Uma escola deve favorecer a formação de cidadãos conscientes e atuantes, possibilitar o desenvolvimento da capacidade de pensar, raciocinar, descobrir e resolver problemas, de forma envolvente e que possibilite a satisfação interna de seus alunos.

Alunos e professores ao pesquisarem em conjunto aprendem a criticar, a ver mais claramente, a pensarem em um nível mais elevado. O aluno pode desenvolver uma consciência critica e cidadã, capaz de identificar as forças de opressão que estão ao seu redor. O professor desenvolve maior autoridade sobre o seu próprio trabalho e pensamento.

2.1 – A Educação segundo os Grandes Pensadores.  

Platão (427 – 347 a.C.). O objetivo final da Educação era a formação do homem moral, vivendo em um Estado justo.

Aristóteles (384 – 322 a.C.). Cabe a Educação a formação do caráter do aluno.

Jean – Jacques Rousseau (1712 – 1778). A reforma da educação é que possibilitaria uma reforma do sistema político e social. A educação não somente mudaria as pessoas particulares, mas também a toda a sociedade, pois trata-se de educar o cidadão para que ele ajude a forjar uma nova sociedade.

Johann Heinrich Pestalozzi (1746 – 1827). A escola idealizada por Pestalozzi deveria ser não só uma extensão do lar, como inspirar-se no ambiente familiar, para oferecer uma atmosfera de segurança e afeto.

Johann Friedrich Herbart (1776 – 1841). Em Herbart, o processo educativo se baseia, em seus objetivos e meios, na Ética e na Psicologia, respectivamente. A principal função da educação em uma sociedade é a aquisição de idéias por parte dos alunos.

Karl Marx (1818-1883). Via na função da Escola a tarefa de preparar os alunos para a vida política e social do seu país. É um ideal revolucionário que contribuiu para formação de "monstros" sociais como o comunismo soviético.

Émile Durkheim (1858-1917). Ensinar o aluno a cultura daquela sociedade em que ele vive, educando-o para o trabalho e pregar a moral daquele grupo. A Escola deve disciplinar o homem para a vida.

Karl Mannheim (1893-1947). A Escola existe em uma visão conservadora para ensinar sobre temas importantes, preparar o aluno para a vida e para uma carreira profissional, estimulando-o no desempenho das suas tarefas.

John Dewey (1859 – 1952). A Escola é um espaço onde as pessoas se encontram para educar e ser educadas. O objetivo da Escola deveria ser ensinar a criança a viver no mundo. A Escola deve proporcionar práticas conjuntas promover situações de cooperação, em vez de lidar com as crianças de forma isolada.

Maria Montessori (1870 – 1952). Os princípios fundamentais do sistema Montessori são: a atividade, a individualidade e a liberdade. Enfatizando os aspectos biológicos, pois, considerando que a vida é desenvolvimento, achava que era função de educação favorecer esse desenvolvimento.  Os estímulos externos formariam o espírito da criança, precisando, portanto ser determinados. 

Alexander Neill (1883 – 1973). A criança tinha a possibilidade de escolher e decidir o que aprender e como aprender, respeitando seu ritmo e interesse.

Célestin Freinet (1896 – 1966): Por acreditar que o interesse da criança não estava na Escola e sim fora dela, Freinet idealizou uma atividade (aula – passeio) com o objetivo de trazer motivação, ação e vida para a Escola.

Jean Piaget (1896 – 1980). A Escola deve partir dos esquemas de assimilação da criança, propondo atividades desafiadoras que provoquem desequilíbrios e reequilibrações sucessivas, promovendo a descoberta e a construção do conhecimento. A Escola tem um papel essencial na construção desse ser; ela deveria dirigir o ensino não para etapas intelectuais já alcançadas, mas sim, para etapas ainda não alcançadas pelos alunos, funcionando como incentivadora de novas conquistas, do desenvolvimento potencial do aluno.

[...]