A formação educacional sob o ponto de vista da oposição ocidental: entre o corpo, imaginação, paixão e razão, entendimento, conhecimento.


"Se as experiências emocionais constituem a base das capacidades intelectuais, da criatividade e do senso moral, é para essas experiências que devemos conceder a mais alta prioridade em nosso projeto de educação. A plena liberdade que esta teoria propõe exige o esforço de nossas mentes para que possamos construir, dentro de casa ou da escola, um primeiro passo para a humanidade integral. Basta querer." (ANTUNES)


De acordo com Silveira (2009) não há um único ponto de vista filosófico sobre educação. Sabe-se que a educação baseia-se em uma filosofia de vida, na intervenção de um indivíduo sobre o outro e como tal, é influenciada pelo ponto de vista predominante em cada lugar do mundo. Assim sendo a educação ocidental tem sido referida como absoluta e racional.
Fala-se muito em educação de qualidade, mas há atualmente uma crescente valorização da educação como caminho para melhoria de vida e empregabilidade.
O neoliberalismo proclama a educação para a competividade do mercado, mas estaria a escola efetivamente preparada para isso? De que maneira tem atuado? Ocorre que, a educação escolar ocidental não leva o aluno a refletir, é mecânica. Neste sentido, a crise do paradigma dominante abre espaço para um novo discurso que talvez apontasse soluções para as questões que afligem o cotidiano escolar.
Além de ser um transmissor de conhecimentos, o professor tem a responsabilidade de inserir outros valores aos alunos, através de uma educação mais antropológica que objetive a formação do homem nas esferas política, social, cultural e educativa, mas considerando o homem um ser racional.
A Paidéia se preocupa com o constante processo de transformação do homem e deve ser entendida como a educação do homem de acordo com a verdadeira forma humana, isto é, como homem e como cidadão.
A democracia grega deixou importante legado para o futuro da filosofia,
"Em primeiro lugar, a democracia afirmava a igualdade de todos os homens adultos perante as leis e o direito de todos de participar diretamente do governo da cidade, da polis. Em segundo lugar, e como conseqüência, a democracia, sendo direta e não por eleição de representantes no governo, garantia a todos a participação no governo e os que dele participavam tinham direito de exprimir, discutir e defender em público suas opiniões sobre as decisões que a cidade deveria tomar. Surgia assim, a figura do cidadão". (CHAUÍ, 1995, p. 36).
Silveira (2009) declara que a pessoa que não enfrenta a Paidéia, fica presa ao cárcere da mediocridade.
A Paidéia ainda hoje é válida à educação atual, é modelo de educação para docentes preocupados com a prática da liberdade de paixões e desejos submetidos à razão e na formação de homens que tenham completo o domínio de si mesmo, aliado à sabedoria. Esse conceito de educação propõe o desenvolvimento do corpo através de movimentos, de ginástica, de gestos e a música, a leitura e o canto para o desenvolvimento do espírito.
Paulo Freire com muita propriedade declara que educar nada mais é do que humanizar, dessa maneira, o ideal é que o intelecto e o afeto formem a base para a aquisição do conhecimento, constituindo uma educação genuinamente holística.
Que os educadores reflitam sobre esse pensamento!


Referências

ANTUNES, Celso. A teoria das inteligências libertadoras. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. SP: Ática, 1995.
SILVEIRA, Paulo Henrique Fernandes http://filosofia/ideologia-sabedoria/19/artigo147860-1asp