A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO E O MANEJO DOS ALUNOS DA SALA DE INCLUSÃO: UM ESTUDO ACERCA DO TEMA

RESUMO

Ao longo da evolução humana, a escola tenta evoluir acompanhando o desenvolvimento da ciência, tecnologia e novas formas de adquirir conhecimento. Como a escola não é uma instituição a parte da sociedade, com a evolução do conhecimento vem novas responsabilidades para a educação escolar, um dos problemas apresentado nesta nova realidade educacional é a inclusão de alunos com necessidades específicas e a formação do professor que atua com o público específico. O referido trabalho tem como objetivo de analisar a formação do profissional da educação e o manejo dos alunos da sala de inclusão. Para chegar a uma conclusão e alcançar o objetivo geral usamos como metodologia a pesquisa bibliográfica sobre os temas inclusão e a formação profissional da educação, especificamente o professor e poder propor novas visões e possíveis contribuições para os interessados no tema. Por fim concluiu-se que o professor pedagogo deve ter uma formação constante sobre a inclusão, mas não apenas conhecimento técnico. O professor deve ser uma pessoa humana em seu íntimo para poder entender a capacidade individual de cada aluno, principalmente dos que tem necessidades específicas. Nota-se que um professor com pensamentos e ações inclusivas deve ser desafiado constantemente para que saia da zona de conforto para que consiga unir a teoria e a prática em sua atuação diária. O conhecimento sobre inclusão é vasto e a cada dia autores, professores alimentam este sentimento de inclusão. Este estudo realizado pelos autores é apenas uma pontinha da construção do conhecimento, já que momentaneamente há a construção do processo de aprendizagem, novos olhares sobre observações e estudos relacionados ao tema.

INTRODUÇÃO

As discursões científicas sobre o papel de educar pela instituição escola nestes últimos anos estão ganhando notoriedade na mídia e nos ciclos de debate, tanto informal como formal para assuntos ou problemas de cunho escolar. Com isso o papel social da escola vem sendo alterado ao longo dos anos. Atualmente uma das principais funções sociais da escola é promover a inclusão de alunos com necessidades específicas no ambiente escolar.
Daí, surge o interesse em estudar, pesquisar e socializar o conhecimento na área de educação formal e seus problemas, que está imbuído na comunidade escolar, especificamente, envolvendo o professor que deve estar capacitado para receber alunos com necessidades educacionais específicos, tendo em vista que este profissional é a pessoa que despertará o interesse do aluno para o conhecimento historicamente construído ao longo dos séculos e proporcionar, com toda a equipe que faz parte do ambiente educacional a inclusão.
Sendo assim, o estudo tem como objetivo analisar a formação do profissional da educação e o manejo dos alunos da sala de inclusão, no sentido de levar ao conhecimento da comunidade escolar e interessados, para que possam minimizar os impactos causados pela ausência da inclusão para o aprendizado significativo.
Organizou-se o trabalho da seguinte forma.
Na primeira parte, referencial teórico, descreveu-se sobre a história da educação abordando a função social da escola e o histórico da inclusão, o que possibilitou significativamente a análise dos dados.
Na segunda parte, apresentou-se o entendimento dos autores sobre o profissional formado em pedagogia e sua trajetória ao longo da história até os dias atuais e qual é o seu papel para proporcionar a inclusão de alunos com necessidades educacionais específicas.
E, finalmente, a terceira parte, onde descreveu-se os resultados da pesquisa fundamentados nos autores citados na fundamentação teórica, através de texto que está nas considerações finais, onde discorreu sobre as reflexões e opiniões em torno da pesquisa realizada.


O Resgate Histórico da Educação Escolar X A Construção Histórica da Inclusão:


Enquanto a sociedade evolui na área tecnológica ou nas áreas sociais, novas atribuições são determinadas para a escola. Assim sendo, diante dessas mudanças a função social da escola, também se modifica.
Segundo Gadotti (1993), no período de produção primitivo não existia escola, e o homem colhia do meio em que vivia o que dava para sobreviver e a escola era confundida com a vida. A escola stricto senso nasceu da passagem do modo de produção primitivo para o modo escravista.
O momento histórico que ocorreu o nascimento da escola é o período neolítico. Com as transformações na sociedade, a escola como marco deste momento histórico nasceu desigual, e a sua função seria, encaminhar a criança para a fase adulta, através de rituais de iniciação em cerimônias religiosas, ensino das habilidades naturais, das expressões corporais e do desenvolvimento das artes e da cultura.
Observa-se que, ao longo da história, a educação, vem sempre sofrendo transformações de acordo com a necessidade da sociedade, que a idealizou. Isso nos mostra que a escola está em função da sociedade.
Como já havia sido comentado, a escola era desigual e não era diferente, das gregas e romanas, era para poucos e tinha como objetivo instruir seus alunos para a oratória, que era o ideal de homem para este modo. A educação grega queria incentivar a individualidade. A partir desta afirmação nasce um novo conceito de educação, que hoje em dia nós chamamos de Educação Liberal.
Com o nascimento do Feudalismo cria-se a terceira escola, que foi dirigida pela Igreja Católica tornando-se um aparelho ideológico do estado e sendo utilizado para difundir a sua boa nova. A partir de Constantino, o catolicismo torna-se a religião oficial e ao mesmo tempo estado. Neste período histórico quem educava era o estado, quem iria contra a verdade da Igreja seria perseguido e considerado um herege.
O Renascimento do século XV culminou em um novo modo de pensar (o advento de liberdade de espírito), neste período foram criadas as universidades. Os burgueses não mais acreditavam nos dogmas apresentado pela igreja. Os primeiros a se preocupar com a escola gratuita foram Lutero e seus seguidores.
A preocupação com a educação não é de hoje. As famílias gregas também se preocupavam com a educação dos seus filhos.
Os pais tinham a obrigação de cuidar que seus filhos se preparassem para eficazmente para a vida, mas dentro ambiente de liberdade. [...] de cultura, de uma organização política atenta sempre ao desenvolvimento harmônico da personalidade, (PILLETTI, 1999, p.30).
Estes ideais da educação clássica até hoje os educadores tentam manter vivos para realmente conseguir contribuir com a construção de uma sociedade justa com todos que habita este planeta, não importa se faz parte da flora ou fauna (é claro contando com nós que somos animais racionais).
Após discorrer de forma sucinta a história da educação no contexto geral, passa-se a descrever a história da educação no Brasil. O seu desenvolvimento educacional aconteceu tarde, devido à influência colonial e jesuíta. Nos anos 20 e 30 do século XX a educação vivencia um momento de mudanças, marcados pela pregação liberal da educação que defendia a sua gratuidade e a obrigatoriedade do ensino, bem como a laicidade e a coeducação.
Essa pregação opunha-se à concepção de educação representada pelos católicos.(GADOTTI, 1986) Por volta de 1924, os liberais se reúnem em torno de uma Associação, a ABEAssociação Brasileira de Educação, que culmina em março de 1932, com o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, elaborado por 23 educadores e 3 educadoras, todos de diferentes regiões do país, e de variadas formações, em meio a uma quase guerra civil, saem a público e lançam o Manifesto dirigido ao povo e ao governo, objetivando a reconstrução nacional pela Reconstrução Educacional no Brasil. Entre eles, Anísio Spinola Teixeira, Fernando de Azevedo, Paschoal Lemme, Almeida Jr. (AZEVEDO; LEMME, 1932).
O Manifesto defendia em especial o direito de todos a educação, de forma igual e portanto única para todos quantos procurassem a escola pública. (CURY, 1982).
Uma das conquistas dos pioneiros foi a incorporação na Constituição de 1934, o estabelecimento da gratuidade e obrigatoriedade do ensino primário e do ensino religioso facultativo. (GADOTTI, 1986).
A Constituição de 1946, fixa a necessidade de elaboração de novas leis e diretrizes para o ensino. Começa a longa gestação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, somente, sancionada em 1961. Lei 4.024/61.
Esta Lei representa a privatização do ensino, assim sendo a LDB, já nasceu ultrapassada. (GADOTTI, 1986).
Para corrigir as inadequações no sistema do ensino na LDB/61 é criada uma nova LDB nº 5692/71 e atualmente, a LDB em vigor a 9.394 de dezembro de 1996.
Uma conquista significativa nesse período é o Estatuto da Criança e do Adolescente, através da Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990, dispõe em seu art. 4º que,
É dever da família, da comunidade, da sociedade assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, a saúde, à alimentação à educação (grifo nosso), ao esporte ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. (2002,p.
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Isso implica em uma educação de qualidade fundada e construída nos princípios do respeito ao outro, a diversidade e ao meio ambiente.
Nesse breve percurso pela história da Educação no Brasil, é evidente, as lutas dos educadores em prol de um ideal de educação, no entanto, a escola ainda deixa muito a desejar no que conserve a um espaço capaz de promover plenamente o desenvolvimento intelectual e social dos que dela fazem parte, embora conste na Constituição de 1988, art. 205, e na LDB/ 1996 art. 2º, que a educação deve ser promovida e incentivada visando o pleno desenvolvimento da pessoa e seu preparo para o exercício da cidadania.

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