1. INTRODUÇÃO 

Pouco ainda se percebe o incentivo da formação em libras na educação inclusiva nas instituições de ensino. Nunca, antes, impera um problema para o Estado, mas depois de chegarmos ao século XXI, verifica-se que a educação não pode ser relegada para apenas uma porção da sociedade, mas que há uma outra parte que precisa ser atendida, uma vez que a educação é um direito de todos.

Neste contexto, a língua de sinais é um ponto crucial neste processo de inclusão escolar, pois o deficiente auditivo necessita assistir as aulas na língua que ele conhece, que é a língua de sinais, mas esse direito não tem sido respeitado pelas autoridades políticas. Por isso, observamos, com esse trabalho, identificar as dificuldades vivenciadas pelas escolas quanto aos desafios de uma educação inclusiva. Da mesma forma, procurar estabelecer um parâmetro entre educação qualitativa e quantitativa, conhecer a formação do professor, identificar políticas públicas voltadas para a inclusão de deficientes auditivos. Daí, tentamos responder a uma pergunta inquietante:  A que meios recorrer para que o professor possa ter uma formação em libras, tendo, assim, uma segunda opção de linguagem utilizada em sala de aula? 

 

 

2 REFERENCIAL TEÓRICO

 

2.1 EIXO TEORICO

 

Pouco ainda se percebe o incentivo das Políticas Públicas de financiamento nas instituições de ensino e na formação de profissionais em libras. Que há grande necessidade, isso é evidente, mas há enormes dificuldades a enfrentar na prática por falta de capacitação de docentes.

Sem dúvida, políticas públicas suas, sinalizam para o bem estar do cidadão, e a escola é, ou deveria ser, uma extensão da família, onde deveria haver uma continuação da formação do caráter da criança nos níveis cultural, intelectual, psicológico, físico e espiritual. Para que isso ocorra, é preciso que se construam escolas que atendam essas necessidades, e profissionais preparados para trabalhar com az diferenças, como afirma Silva (2008, p. 25): “A nossa constituição garante desde 1988 o acesso de todos ao ensino fundamental sendo que, alunos com necessidades especiais devem receber atendimento especializado preferencialmente na escola, que não substitui o ensino regular”.        .

Nessa luta contra as diferenças, há um problema ou questão que tem dificultado a inclusão. Trata-se das instituições especializadas. A autora questiona que “Há (...) um movimento de resistência que tenta impedir a inclusão de caminhar: a força corporativa de instituições especializadas, principalmente em deficiência mental. Muita gente continua acreditando que o melhor é excluir, manter as crianças em escolas especiais, que dão o ensino adaptado” (SILVA, 2008, P. 25)  

                Mesmo com a falta de preparo da maioria dos professores, ao passar dos anos, percebemos a difusão e a utilização da língua brasileira de sinais presente tanto no dia-a-dia dos docentes nas escolas, quanto na vida dos pais de alunos surdos. Por isso

 

 

 

1Graduado em História Pós-Graduando do Curso Técnico e Interpretação em libras nas Faculdades Integradas Ipiranga [email protected]

 

 

o desafio enfrentado pelos educadores é grande não só em relação aos métodos pedagógicos utilizados e a sua eficácia, mas também em relação à pratica ou experiência do profissional e as condições físicas da instituição de ensino que abriga alunos com realidades diversas.

                Segundo Silva (2008) é uma contradição o próprio docente passar por esse processo de aprendizagem em viver as emoções e enfrentar vários conflitos para definir a sua metodologia pedagógica. O profissional também precisa estar mais próximo para acompanhar de perto o universo dos alunos no processo de aprendizagem.

                O docente por ser um agente transformador, diz Silva (2008), busca sempre novas oportunidades de aprendizagem, de enriquecer o seu conhecimento. Por isso, ele procura aprimorar sua formação acadêmica, participando de cursos de formação continuada que o capacitam para exercer funções específicas no âmbito educacional.

                Para Silva (2008) a política da inclusão faz parte de um contexto presente no dia-a-dia do sistema educacional, que é amparado em lei , mas ainda não é cumprido pois

 

A inclusão exige que a escola do ensino regular ofereça dinâmicas educacionais que envolvam todos os educandos, tendo a escola que se reestruturar de acordo com aquelas necessidades, ou seja, é preciso eliminar as barreiras arquitetônicas, capacitar profissionalmente os educadores, adaptarem os materiais didáticos, currículo e apoio psicopedagógico ao aluno, visando dessa forma, a educação (SILVA, 2008, p. 26).

 

                Convém lembrar que a inclusão tem um significado muito abrangente e envolve não só as pessoas portadoras de necessidades especiais como surdos, cegos, altistas, deficientes físicos, mas também crianças excluídas. Por este motivo Baumel (1998, p. 6. apud SILVA 2008, p. 25) acrescenta que “abordar a formação de professores para a escola inclusiva exige, antes de mais nada, desvelar o significado do termo inclusão e sua implicação na escola regular”.

                Para os portadores de deficiência auditiva, neste caso, o direito a uma educação igualitária torna-se um pouco mais difícil de ser atendido, uma vez que existem poucos profissionais capacitados na linguagem dos sinais para atender à demanda de alunos surdos-mudos (Silva, 2008). 

2.2 EIXO TEÓRICO 

Os elementos principais de uma escola são o professor e o aluno. Sem eles a escola não existe, não tem significado. Portanto, o mecanismo fundamental para a formação moral, ética e intelectual do aluno é o professor. Ele é o canal, pelo qual, o ensino-aprendizagem chega até o aluno, seja surdo ou não. “Nesta perspectiva entra em vigência a lei nº 10.09 de 23 de março de 1994, que garante a acessibilidade aos portadores de necessidades especiais nos vários espaços, permitindo o acesso de todos na sociedade” (FERREIRA, 2008, P. 44).

Neste sentido, a educação inclusiva deve fazer parte do projeto político pedagógico das escolas públicas, a fim de inserir o portador de deficiência auditiva no seu quadro de alunos regulares.

O docente, por outro lado, deve estar atualizando-se constantemente, buscando novas fontes de conhecimento, trabalhando melhor as diferenças em sala de aula, e isso só é possível com reciclagem, capacitação, aprimoramento através de cursos de pós-graduação em linguagem de sinais, a fim de que possam comunicar-se diretamente com os alunos surdos dentro ou fora do espaço escolar (SILVA, 2008).

No Brasil, a política de inclusão tem sido adotada desde o ensino fundamental. Essas experiências, segundo Ferreira (2008, p. 44) “permitem perceber a dificuldade de acesso à língua portuguesa enfrentada pelos alunos surdos, e as dificuldades sentidas pelos professores para a comunicação com os alunos surdos”

Conforme Silva (2008, p. 26) “a escola para todos, em termos gerais, exige que a comunidade participe combatendo as atitudes discriminatórias e criando condições para que os portadores de necessidades educacionais especiais passem a ter sucesso na vida”.

Os alunos dito “normais” devem ser orientados no modo de tratamento para com seus colegas surdos. Se possível, devem ser incentivados a aprenderem a linguagem de sinais, e tratá-los como tratam os demais colegas. Por isso, segundo Silva (2008), quanto à educação inclusiva, o educador deve esforçar-se o máximo em aprender a lidar com as diferenças, romper com os preconceitos e estar preparado para viver outras realidades educacionais que, mais cedo ou mais tarde, chamariam a atenção da sociedade, como pode ser observado no fragmento: “As pessoas preocupadas com o ensino exigem reforma, reestruturação e renovação das escolas. Os alunos, os pais, os professores e os diretores que estão ativamente envolvidos no trabalho cotidiano de incluir alunos com deficiências importantes, representam uma força cultural poderosa para a renovação da escola” (STAIN BACK, 1999, p. 49 apud SILVA, 2008, p. 26).

Segundo o texto apresenta, o trabalho em equipe é fundamental “para que o processo de inclusão de alunos especiais se efetive” (Silva, 2008, p. 26). Daí a importância de realizar cursos de capacitação que beneficie a aprendizagem de todos os alunos. Porém, o art. 18 da lei nº 10.09 vicutada anteriormente, “garante a responsabilidade do poder público sobre os direitos de cada cidadão ao acesso livre nos espaços sociais” (FERREIRA, 2008, p. 45).

Quando o professor passa a compreender a necessidade de uma capacitação adequada para o ensino-aprendizagem de alunos especiais, como os surdos, ele vai em busca desse aperfeiçoamento, seja através de curso de reciclagem, ou adequando o plano de aula a nova realidade escolar (SILVA, 2008).

Os docentes também devem ajudar por meio de suas experiências pessoais, procurando interessar-se pelo que eles chamam de “diferente”, de forma que o ensino-aprendizagem envolva a todos: alunos e professores, fazendo o possível para que o deficiente auditivo se sinta como parte integrante da sala de aula.

No entanto, não se deve esquecer que o professor apresenta resistências nas suas convicções quanto às mudanças educativas no contexto da inclusão. O caminho a percorrer deve ser o de suprimir as dificuldades em concretizar um novo modelo de educação que satisfaça a necessidade de todos (SILVA, 2008). O fragmento seguinte conclui este pensamento: “Algumas poucas escolas, atentas a essa problemática, têm permitido ou proposto a inserção do intérprete de LIBRAS em sala de aula, buscando uma possível solução para os problemas de incomunicabilidade e desentendimento que enfrentam cotidianamente” (FERREIRA, 2008, p. 57).

A falta de profissionais capacitados para lidar com alunos especiais tem dificultado o processo de inclusão nas escolas. Neste contexto, não se pode deixar de responsabilizar em grande parte o Estado, uma vez que há poucos profissionais selecionados para fazerem curso de Libras com bolsas de estudo pagas pelo Estado. Uma simples visita a algumas escolas públicas revelaria, certamente, a ausência de professores com formação em Libras. Isso demonstra descaso e falta de preparo do Estado para resolver o problema.

De acordo com Carvalho (2003, p. 50 apud Silva, 2008, p. 28): “para a maioria dos administradores, a inclusão está associada à expansão da matrícula, traduzida, estatisticamente, pelo aumento das vagas nas escolas, ou pelo número de alunos portadores de deficiência nas turmas do ensino regular, sem a ênfase necessária à qualidade da resposta educativa da escola para todos”.     

De modo algum, as estatísticas acima, diagnosticadas por meio do aumento de matrículas nas escolas, apontam realmente para uma inclusão de qualidade. Inclusão não significa maior número de alunos, mas maior qualidade no atendimento aos alunos, aos professores e a toda a funcionalidade da escola, uma vez que, “o sistema de ensino seja público ou particular, reflete sempre a sociedade em que está inserido” (WEISS, 2001, p. 138 apud SILVA, 2008, p. 33).  

3. METODOLOGIA 

                O método a ser utilizado é uma aula didática em data show através de vídeos e filmes que estimulem a interação professor e aluno, o uso das imagens iconográficas de sinais em libras por meio de cartazes incentivando o aluno a novas formas de aprendizagem de forma educativa, porém esses recursos devem estar relacionados com a realidade dos alunos em sala de aula atendendo as suas necessidades especificas de aprender. 

4 CONCLUSÃO 

                Lembramos aqui as palavras de Weiss (2001, p. 138) que diz que “o sistema de ensino seja público ou particular, reflete sempre a sociedade em que está inserido”. Assim a sociedade a que pertencemos é essencialmente capitalista, antiética que tem perdido seus valores e princípios na luta pela sobrevivência e, em decorrência, a corrupção tem alimentado a miséria, e esta, por sua vez, a violência.

                Não só a educação inclusiva para portadores de deficiência auditiva tem tido seus direitos extraviados, mas a própria educação de alunos ditos “normais” tem sido seriamente atingida. A escola tem refletido nos últimos anos, tudo o que se encontra fora dela. Ela é parte integrante da sociedade, por isso reflete a sociedade: insegurança, medo, competição, falta de preparo, discriminação.

                A conclusão que se chega é que sem investimento sério na educação, melhorando os recursos materiais, a estrutura das escolas, equipando-as com materiais didáticos de última geração, computadores, internet, salas climatizadas, aulas práticas, com os alunos ficando em tempo integral na escola e professores com tempo disponível para ensinar e estudar, incentivados, com premiações, a buscarem formação contínua, e, assim, também, a formação em libras, capacitando-as para atenderem alunos com necessidades especiais, - será impossível obter algum sucesso na educação inclusiva para deficientes auditivos. 

REFERENCIAS 

SILVA, Cláudia Lúcia Rocha da. Libras: A capacitação de docentes para a inclusão de alunos surdos. Curso de especialização em Técnicas de tradução e interpretação da língua de sinais-Libras/Língua Portuguesa pela Universidada Estadual Vale do Acaraú. Belém, 2008. 

FERREIRA, Rosangela da Silva. O intérprete de libras e o processo interativo com o surdo. Curso de especialização em Técnicas de Tradução e Interpretação da língua de sinais – Libras/Língua Portuguesa pela Faculdade Ipiranga. Belém, 2008.