A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E SUA INFLUÊNCIA NA APRENDIZAGEM DO ESTUDANTE[1]

 

                                                                                                                                                                                                                                                                                                    Daniele Lucini[2]

                                                                                                             Arnaldo Nogaro[3]

 

 

RESUMO: O dueto formação docente-sucesso escolar sempre inquietou professores e pesquisadores da área da educação. A indagação que move a investigação é: como a formação dos professores pode interferir na aprendizagem do estudante? Esta construção textual resulta de pesquisa junto a gestores de escolas com objetivo de compreender de que forma se dá a aprendizagem e refletir sobre a formação de professores; e, posteriormente, analisar sua implicação no sucesso/insucesso do aprendiz. Utilizou-se questionário para coleta de dados, respondido por gestores de duas escolas públicas e uma privada. A arquitetura do texto projeta inicialmente uma retomada do conceito “aprendizagem” considerando diferentes abordagens, após busca-se também refletir acerca da formação dos professores diante das exigências da Sociedade do Conhecimento e por fim, por meio da análise dos dados da pesquisa de campo, pretende-se enriquecer o debate sobre o assunto trazendo posicionamentos e considerações dos sujeitos participantes da pesquisa.

 

 Palavras-chave: Aprendizagem. Formação Docente. Fracasso Escolar.

 

 

INTRODUÇÃO

 

            O texto “A formação do professor e sua influência na aprendizagem do estudante”, apresenta resultados de investigação sobre os processos de formação de professores e suas implicações na aprendizagem do estudante. Fala-se e questiona-se muito acerca dos problemas de aprendizagem e comportamento dos estudantes nas escolas com muitas inquietações a esse respeito. Pergunta-se sobre o que fazer e atitudes a adotar para que se possa estabelecer ambiente e prática pedagógica que contribua com o desenvolvimento do discente e sua aprendizagem. Se o estudante não aprende de quem é a responsabilidade? Como ignorar o papel da escola e principalmente do professor nesta tarefa?

            A escola tem, dentre suas funções, a de educar transmitindo a seus estudantes um conjunto de conhecimentos que ultrapassem os aprendidos no meio familiar. Essa aprendizagem é mediada pelo professor, que deve não só deter o conhecimento, mas a capacidade de modificar o saber para que se transforme em algo ensinável e com sentido para seus discentes. O professor, dentro desta perspectiva, deve ter condições de fazer articulações entre os saberes escolares e o conhecimento do estudante, pois se ensinar fosse apenas questão de “dar aula”, cumprir horários e dar conta da listagem de conteúdos, tudo seria simples e qualquer pessoa poderia ocupar este lugar, no entanto, longe disso, busca-se e precisa-se de profissionais qualificados e em formação contínua.

            De todos os fatores que influenciam a qualidade do trabalho da escola, o professor é, sem dúvida, o mais determinante. A formação faz diferença. Dela resultam saberes, metodologias, recursos de que o professor precisa para contagiar o estudante instigando a curiosidade, provocando-o para ver e fazer coisas novas, mas este só lançará mão dessa prática quando estiver estimulado a fazê-la, e sem dúvida o estímulo parte da interação professor-estudante-conhecimento.

            A formação inicial e continuada de professores no Brasil possui trajetória histórica e sócio-epistemológica, marcada por diferentes tendências[4], emergentes de diferentes concepções de educação e sociedade. Com base nas leituras e entrevistas, queremos demonstrar como a formação do professor e modelos de formação são estratégicos para o resultado de seu trabalho, produzindo uma reflexão sobre práticas pedagógicas de sala de aula e sua influência no processo de aprendizagem do estudante, bem como pontuar a importância da atitude reflexiva para o desenvolvimento profissional.

            O olhar sobre práticas cotidianas dos professores diz que se tem muito que mudar culturalmente, bem como os processos de formação de nossos professores, para que saiam de seus cursos preparatórios mais ousados e comprometidos com a reconstrução e ressignificação do conhecimento. Há, também, que se pensar com seriedade na formação continuada para consolidarmos nova cultura da aprendizagem, como afirma Pozo (2002).

            O artigo está dividido em três seções. Na primeira, apresentamos concepções de aprendizagem; na segunda, tematiza-se a formação dos professores na Sociedade do Conhecimento e na terceira é feita análise dos dados obtidos na pesquisa, dando voz e vazão às falas dos sujeitos, sobre as implicações da formação docente no desempenho escolar do discente.

                                                      

 

1 REFLETINDO SOBRE A APRENDIZAGEM

                                                         

            A aprendizagem ocupa espaço significativo na produção do conhecimento teórico sobre educação. Pensar a aprendizagem se constitui desafio atual e urgente na medida em que se ouve vozes de diferentes direções proclamando a consolidação da sociedade do conhecimento. A aprendizagem está irmanada à História do Homem, à sua construção enquanto ser social capaz de enfrentamento e adaptação a novas situações. Do momento que se ensinou e aprendeu, de forma mais ou menos elaborada e organizada, começam surgir discussões em torno da aprendizagem, com seu estudo estando mais intimamente ligado ao desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência. Contudo, não se procede de forma uniforme e concordante. O estudo da aprendizagem centrou-se em diferentes aspectos, de acordo com diversas correntes da Psicologia, e com diferentes perspectivas que cada uma defendia.

            A Psicologia se preocupou, sobremaneira, com questões de aprendizagem, porém essa discussão estendeu-se a outros campos do saber humano. Assim, sempre que se for falar em aprendizagem tem-se necessidade de precisar a respeito do entendimento em relação a ela e o foco que se pretende dar. Fala-se muito em pedagogia, fracasso escolar, inclusão, exclusão e parece que se refere pouco a aprender e a processos de aprendizagem. Dá-se muita aula, amplia-se carga horária, mantém-se mais tempo os discentes “ocupados”, mas isto nem sempre significa maior aprendizado.      O que seria realmente aprender? Encontrou-se em Antunes (2002) uma primeira ideia sobre aprender. Significa reestruturar o sistema de pensamento com o qual compreendemos as coisas, pessoas e, naturalmente, o mundo. Para Morgan (1977), a aprendizagem é qualquer mudança relativamente permanente no comportamento, e que resulta de experiência ou prática. De acordo com Senge (2003), não são somente pessoas que aprendem, as organizações também aprendem, no entanto a

 

[...] dificuldade em falar em “organizações aprendentes” hoje em dia é que o termo “aprendizagem” perdeu o seu significado central no uso que hoje se faz dele. A maior parte das pessoas vira os olhos impacientemente quando ouve falar em “organizações aprendentes” e “aprendizagem”. Isso não é de admirar, porque na linguagem do dia-a-dia aprender se tornou sinônimo de “absorver informação”. [...] Através da aprendizagem, nós nos recriamos a nós mesmos. [...] nós nos tornamos capazes de fazer algo que nunca havíamos sido capazes de fazer antes. [...] nós percebemos o mundo e nossa relação para com ele. [...] nós estendemos a nossa capacidade de criar, de ser parte do processo gerativo da vida.  (SENGE, 2003, p. 13-14).

 

            Na ótica de Grossi (2004, p. 33), aprender não é conseguir se lembrar de ensinamentos transmitidos prontos em aula, mas dispor de esquemas de pensamento que permitam enfrentar problemas. “Esquemas de pensamento são os motores do funcionamento da inteligência, sabendo-se que ser inteligente não é nem dom nem lembrança genética.” A escola tem função primordial nesta empreitada, de desafiar o aprendiz a questionar, problematizar, desenvolver formas múltiplas de pensar. No entendimento de Demo (2004), a concepção de aprender implica saber pensar, construção de autonomia questionadora, cidadania participativa; ultrapassando vezos reprodutivos instrucionistas.

            Na visão de Nogaro (2005) aprender consciente é próprio do ser humano. Não há nada mais rico e fascinante do que a mente humana, que possui capacidade bem próxima do infinito, mas pode se perder na mais densa finitude quando não aprender a “jogar” antagonicamente com a realidade das experiências humanas, na qual ela é palco e figurino ao mesmo tempo (TREVISOL, 2003 apud NOGARO, 2005). Só o homem tem capacidade de pensar e repensar processos; de criar, interpretar e reinterpretar. Demo (2004 apud NOGARO, 2005), afirma que a aprendizagem funciona de dentro para fora, diferentemente de máquinas, computadores que necessitam de comando, que alguém os acione. A capacidade de construir, de dar formas diferentes às coisas é atributo humano, superando assim o tecnicismo e o mecanicismo. O ser humano, como ser inacabado, leva este mesmo movimento para a dinâmica da vida em outras dimensões. “Entre as dinâmicas mais fantásticas do desenvolvimento humano está a habilidade infinita de aprender e conhecer.” (DEMO, 2004, p. 17).

            A maioria das pessoas frequentou a escola que valoriza a memorização, acúmulo de informações e reprodução de conteúdos e ideias, onde todos deveriam aprender do mesmo jeito, fazendo tudo de acordo com regras estabelecidas pelo professor. Porém, hoje entende-se aprender de outras perspectivas, de maneiras diferentes e sabendo que é algo complexo, com outras exigências. A aprendizagem é processo que deve estar “vivo”, ao longo da vida, perene, em qualquer lugar e com qualquer pessoa. Para constituir-se como ser humano não basta ao homem nascer, é preciso também aprender. A genética nos predispõe fisiologicamente a ser humanos, porém só por meio da educação e da convivência social conseguimos sê-lo efetivamente. (SAVATER, 2000).

            A verdade é que não existe um único modo de aprender, uma receita pronta, que funcionará com todos os seres humanos e, consequentemente, para todos os estudantes. É diferente e única para cada um, pois estes também são únicos e com diferentes habilidades, competências, dificuldade e especificidades que devem ser consideradas. Aprende-se o tempo todo, de jeito singular e em tempo específico. Cada pessoa tem um tempo de aprendizagem diferente e aprende de jeito próprio que é só seu. Respeitar o tempo de cada um é saber valorizar o indivíduo no mundo global do qual faz parte. É importante que tanto os pais, quanto os professores possam se valer desta informação quando se referirem a aprendizagem dos estudantes e filhos.

 

Não apenas nós docentes temos direito a nosso tempo de ensinar, também os alunos têm direito a que sejam respeitados seus tempos de aprendizagem e formação. São os tempos de educar muito mais complexos e delicados do que os tempos de ensinar. Educar exige fina sensibilidade para lidar com o tempo humano. Saber o que ensinar e em que tempos. Saber também o que aprender e em que tempos. (ARROYO, 2004, p. 213).

 

            Aprender de acordo com sua singularidade não significa isolar-se do mundo ou dispensar o auxílio de outros. Ninguém é ilha completa em si mesma, todo homem é fragmento do continente, uma parte do todo... (PORTILHO, 2009, p.15). É evidente a interdependência dos seres humanos, que diferentemente dos animais que aprendem por instinto, aprendem por meio da interação social, sofrem influências e transformações do convívio com os demais.       

 

As pesquisas cognitivistas mostram que, ainda que os sujeitos tenham capacidades ou inteligências para aprender, é necessário que o ambiente brinde oportunidades ao desenvolvimento de tais capacidades e inteligências, chamando a atenção principalmente a relação pedagógica professor e aluno. (PORTILHO, 2009, p 17).

         

            A aprendizagem, bem como a linguagem e outros valores que impregnam a conduta, são fatores que diferenciam o homem de outras espécies e ajudam a adaptar-se à cultura do meio social. “A função fundamental da aprendizagem humana é interiorizar ou incorporar a cultura, para assim fazer parte dela. Fazemo-nos pessoas à medida que interiorizamos a cultura.” (POZO, 2002, p.25 ).

             Os primeiros contatos dos seres humanos com o conhecimento e em consequência a aprendizagem, vem da família e do grupo social do qual o indivíduo faz parte, onde aprende a caminhar, falar, vestir-se, por exemplo, sendo ampliado e enriquecido na escola que tem como função educar transmitindo aos alunos um conjunto de conhecimentos que ultrapassem aqueles aprendidos em casa. Essa aprendizagem é mediada pelo professor, que deve não só deter o conhecimento, mas ter capacidade de modificar este saber para que se transforme em algo ensinável e com sentido para seus alunos.

            A aprendizagem não é algo que o ser humano faz de vez em quando, em locais especiais ou em períodos determinados da vida; faz parte da vida e os desafios enfrentados ajudam a ampliar o seu potencial.

 

A aprendizagem permite-nos prever o que combina com o que, o que vai acontecer em seguida, o que pode ocorrer se fizermos isto em vez daquilo. Portanto, a aprendizagem intervém no fluxo dos eventos para a nossa própria vantagem, de maneiras sempre mais sofisticadas e confiantes. (CLAXTON, 2005, p.16).

 

 

            Na ótica de Pozo (2002), a aprendizagem é sistema complexo composto por três subsistemas que interagem entre si: os resultados da aprendizagem, os processos e as condições práticas envolvidos por diferentes mecanismos de aprendizagem que são ativados dependendo da ação ou execução das diferentes funções realizadas diariamente. Não se aprende da mesma maneira a escrever num computador e a programá-lo ou a dirigir um carro e consertá-lo (POZO, 2002), cada ação ativa mecanismo diferente e exige diferentes aprendizagens.

            Segundo Marchesi (2006), a aprendizagem é processo dinâmico no qual o aluno faz relações entre o que já sabe com a informação recebida. Aprender não é atividade espontânea e casual, escreve o autor, na qual basta receber nova informação para que ocorra a aprendizagem. É processo que envolve diferentes variáveis, tais como: interesse, atenção, motivação, existência de conhecimento prévio, o contexto em que se dão as aprendizagens, esforço por parte de quem aprende e de quem ensina. No pensar de Vygotsky (2002), o processo de aprendizagem adequadamente organizado é capaz de ativar processos de desenvolvimento. A investigação mostra sem lugar a dúvida que o que se acha na zona do desenvolvimento próximo num determinado estágio se realiza e passa no estágio seguinte ao nível de desenvolvimento atual. Com outras palavras o que a criança consegue fazer hoje em colaboração será capaz de fazê-lo por si mesma amanhã. Por isso, parece verossímil que a instrução e o desenvolvimento na escola guardem a mesma relação que a zona de desenvolvimento próximo e o nível de desenvolvimento atual.  

            Para que a aprendizagem se efetue é necessário mobilização em direção ao que se deseja aprender. “A possibilidade de um aprendiz ser mais competente do que outro está na habilidade em tomar consciência e desenvolver o controle de sua própria aprendizagem.” (PORTILHO, 2009, p.14 ). Os indivíduos são agentes ativos, buscando construir seus conhecimentos dentro de contexto significativo, ou seja, aprender exige envolver-se.

            Não seria ousado demais dizer que se está vivendo a Sociedade do Conhecimento, num mundo cada vez mais acelerado com mais informações, ligadas à exigente demanda de novos conhecimentos, saberes e habilidades que requer dos estudantes e dos professores integração de conhecimentos que vai além da simples e tradicional repetição dos mesmos. Isto exige repensar o papel do professor na promoção de aprendizagem significativa e, consequentemente do seu próprio papel social.

           

2 A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

 

A questão da profissionalização docente é polêmica em diferentes esferas educacionais no mundo. No Brasil, a discussão não se diferencia; ela permeia fóruns de debates com um dado ainda mais grave, ou seja, além das condições de trabalho serem difíceis há a realidade histórica do magistério absorver em seus quadros forte contingente de profissionais de áreas diversas, sem a qualificação necessária. Esse fator contribui para intensificar o debate e concorre para a queda do pretendido status da carreira[5].

A formação de professores converteu-se em área de crescente preocupação e interesse para pesquisadores e formadores. A formação do professor é processo contínuo; o momento do ingresso ao curso de formação inicial é apenas um marco numa trajetória de crescimento onde, somados aos constituintes da história de vida do indivíduo, irão conjugar-se conhecimentos de determinada área específica, teorias pedagógicas e elementos práticos oriundos da atividade docente que, em conjunto, formam a base sobre a qual a profissão se alicerça.

Há que se ter consciência de que o começo de uma formação vai exigir muito envolvimento e comprometimento dos profissionais da educação. Vivencia-se um mundo de constantes mudanças educacionais com nova geração de alunos nas escolas, o que faz o professor repensar a prática, procurando estar em constante formação, cada vez mais atualizado e envolvido com a aprendizagem dos alunos. Pois:

 

 

Quando pensamos no ensino, vislumbramos um professor que ao lado do conhecimento específico de sua área, seja portador de habilidades convincentes de educar e organizar a prática pedagógica que realiza em sua ação docente. Além disso esperamos ver no professor o reflexo de um profissional comprometido com as mudanças exigidas de cada individuo, uma caminhada que auxilia na organização de suas propostas, para atuar, participar e transformar sua realidade. (RIVERO, 2004, p.85).

O processo formativo deve propor situações que possibilitem troca de saberes entre professores, através de projetos articulados por reflexão conjunta. A formação continuada é uma forma eficaz dos professores atingirem o nível de excelência, pois tecnologias mudam, informações mudam provocando mudanças na escola e no jeito de ser e de pensar dos estudantes; sendo necessário que professores questionem o saber tendo-o como algo inacabado e possível de ser reconstruído. Pois:

[...] não basta que cada qual acumule do começo ao fim da vida uma determinada quantidade de conhecimento de que se possa abastecer indefinidamente. É, antes, necessário estar a altura de aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, todas as ocasiões de atualizar, aprofundar e enriquecer esses conhecimentos, e de se adaptar a um mundo de mudanças. (RIVERO, 2004, p. 151)

 

Masetto (1994, p. 96) aponta características que deve possuir a formação do professor:

Inquietação, curiosidade e pesquisa. O conhecimento não está acabado; exploração de "seu" saber provindo da experiência através da pesquisa e reflexão sobre a mesma; domínio de área específica e percepção do lugar desse conhecimento específico num ambiente mais geral; superação da fragmentação do conhecimento em direção ao holismo, ao interrelacionamento dos saberes, a interdisciplinaridade; identificação, exploração e respeito aos novos espaços de conhecimento (telemática); domínio, valorização e uso dos novos recursos de acesso ao conhecimento (informática); abertura para uma formação continuada.

 Quando se fala em formação continuada precisamos ter clareza sobre o que significa realmente formação e de que forma ela ocorre. Percebe-se então quão profundo e importante é este conceito, quando relacionado aos profissionais da educação, devendo constituir-se em espaço de produção de novos conhecimentos, de troca de saberes, de repensar e refazer a prática do professor, construindo novas competências para o educador.

            Há sentido de falarmos em formação? A insistência não passaria de uma utopia idealista diante das necessidades pragmáticas da sociedade do mercado? Há que se resgatar seu sentido “pedagógico” (bildung), por vezes tão criticado por aqueles que desfecham discursos impregnados de “modernismos”, onde a mesma não passa de elenco de informações, que mais deformam do que formam, até mesmo porque o termo “formação”, nesta concepção, acaba por estar mais vinculado a um saber fazer profissional do que uma sólida formação profissional. “Poderia se dizer que, em sua acepção mais habitual, ela remete a um processo de preparação, às vezes genérica, às vezes especializada, com a intenção de capacitar os indivíduos para a realização de certas atividades.” (ZABALZA, 2004, p. 38).

            Formação adquire importância na medida em que está vinculada a crescimento e a aperfeiçoamento das pessoas, ou seja, “[...] os processos deliberados que visam influenciar, direta ou indiretamente, as pessoas no que tange ao processo de construir a si mesmas.” (ZABALZA, 2004, p. 39). Em síntese, a ação dos elementos que compõem a vida acadêmica deveria garantir aos estudantes diferentes dimensões formativas, dentre as quais poderíamos destacar três: dinâmica geral do desenvolvimento pessoal; aprimoramento dos conhecimentos e capacidades dos indivíduos e referência ao mercado de trabalho. Em outras palavras, contribuir para refinamento da sensibilidade humana e aumentar as possibilidades dos sujeitos se construírem como seres em processo na dimensão pessoal e profissional.

 

3 O TRABALHO DO PROFESSOR ENQUANTO DIFERENCIAL PARA A APRENDIZAGEM DO ALUNO   

 

            O desenvolvimento da pesquisa[6] utilizou para coleta dos dados entrevista com gestores de três escolas com finalidade de buscar percepções sobre o desempenho do professor. Objetivou investigar a importância da formação dos professores e suas implicações no processo de ensino-aprendizagem do estudante. A coleta abrangeu doze (12) sujeitos[7]: diretores, vice-diretores, coordenadores pedagógicos e orientadores educacionais de duas escolas da rede pública municipal e uma particular, localizadas no Alto Uruguai Gaúcho. As escolas foram escolhidas com o objetivo de ter amostra significativa e fidedigna que permitisse verificar, em diferentes realidades, as percepções sobre o trabalho do professor.

 

a)      A formação do Professore[8]

 

            Abordamos a formação do professor para encontrarmos elementos com a finalidade de estabelecer comparativo entre formação do professor e atuação ou desempenho como docente. As respostas enfatizam a importância da boa formação do professor, no entanto, não deixam de mencionar lacunas e aspectos que devem ser melhorados. Quanto à formação dos professores vejo como um aspecto fundamental para o exercício da docência. Sabe-se que muitos professores não possuem esta visão e passam anos sem buscar um aperfeiçoamento[9]. (Sujeito D).

            Os sujeitos apontam que a formação teórica está coerente e apropriada, mas constatam necessidade de mais atividade prática quando do período da formação. Também verificam falta do exercício de escrita e elaboração. Para Demo (2004), cada vez mais exige-se que haja elaboração com mão própria se quisermos chegar ao conhecimento e ao saber pensar do aluno. O que realmente está faltando é a prática de aulas, isto é, os professores têm conteúdos, falta como apresentar isso aos alunos, como ter a habilidade de “manejo” do conhecimento e do aluno. (Sujeito F). “Um bom projeto instrucional é aquele que aproxima os diversos componentes da aprendizagem em vez de distanciar uns de outros ou deixar que funcione cada um por sua conta” (POZO, 2002, p. 90).

            A perspectiva de formação global do estudante é lembrada quando os sujeitos expressam que o professor ainda olha muito para sua disciplina ou para aspectos isolados da vida e do conhecimento do estudante, sem cuidado maior com a totalidade que é o ser humano. Nesta direção Zabalza (2004) enfatiza afirmativamente que cada vez mais, busca-se um tipo de formação que permita um desenvolvimento global da pessoa, potencializando sua maturidade e sua capacidade de compromisso social e ético.  Hoje o que se busca dentro de uma escola é proporcionar uma educação integral aos alunos, e nisso as nossas instituições de formação de professores muitas vezes falham. (Sujeito J).

            Como estratégica diante das transformações na ciência, na tecnologia e na produção do conhecimento foi referida a formação continuada. A percepção dos sujeitos é que isso não se constitui como máxima definitiva entre professores, muitos não perceberam como algo intrínseco a seu trabalho e agem com certo descaso em relação a este aspecto da profissão. Também vejo que toda a formação depende do sujeito estar ou não comprometido com a profissão. (Sujeito A)

            Para os gestores entrevistados, vivemos numa sociedade complexa em que inúmeras transformações vêm ocorrendo e questões consideradas básicas como a educação, limites, disciplina, valores morais e éticos, dentre outros, acabam sendo visto pelas famílias como responsabilidade única da escola. Estabelece-se uma cisão entre educar e aquisição de conhecimento, pois percebem o [...] educar, sobretudo, como função social da família e construir conhecimento como função social da escola. (Sujeito C).      

 

b) Abordagem metodológica do professor

 

            O domínio do conhecimento é importante, mas a forma como o conhecimento é transmitido, linguagem utilizada, recursos, exemplos, enfim, o que costumeiramente chamamos de recursos metodológicos do professor são determinantes, pois podem inibir ou auxiliar a aprendizagem do estudante. Todos os sujeitos da pesquisa acreditam que estímulo e incentivo estão associados ao método utilizado pelo professor, e que deste depende seu sucesso. Ressaltam diferenças entre modos de aplicar e organizar aulas de um professor para outro. As diferenças entre  metodologias de um e outro professor são visivelmente percebidas. Existe o professor que busca novos caminhos, alternativas para que a aprendizagem ocorra. Outros, no entanto, não buscam recursos diferentes e usam sempre as mesmas metodologias e, portanto, não estimulam os alunos à pesquisa. (Sujeito B).

O desafio da formação dos professores [...] é ter uma orientação distinta para sua função, é transformá-los em profissionais da “aprendizagem”, em vez de especialistas que conhecem bem um tema e sabem explicá-lo, deixando a tarefa de aprender como função exclusiva do aluno, o qual terá de esforçar-se muito até assimilar, de fato, o que o professor lhe ensinou. (ZABALZA, 2004, p. 169).

 

            A metodologia utilizada pelo professor é o diferencial perante a classe, é a partir dela que estudantes vão sentir prazer ou não pelo estudo abrangendo não somente o planejamento, mas a interação com os discentes. Cada professor tem uma maneira diferente do fazer pedagógico, que vai desde o tom de voz, afetividade, capacidade de síntese, domínio do conteúdo, criatividade das aulas, organização, trato pessoal. Em outras palavras cada professor tem a sua “ imagem”. (Sujeito I).

            A importância da metodologia fica evidente quando os sujeitos da pesquisa mencionam o valor e a interação do professor diante da aprendizagem da turma.  O professor bem preparado envolve os alunos, torna as aulas mais agradáveis e consequentemente há mais interação e aprendizagem. Quando não inovam os alunos cansam e não há motivação para a aprendizagem. (Sujeito A).

 

c) Fatores da atuação diferenciada do professor

 

             A falta de motivação dos professores foi referida pelos respondentes como uma das causas pelas quais não se sentem encorajados a buscar qualificação e inovação nas suas práticas. A falta de incentivo dos governantes representa um desestímulo para suas carreiras e se acomodam de forma a não buscar novas metodologias. ( Sujeito C).

            Excesso de trabalho e baixa remuneração os faz desacreditar da profissão. Fatores externos e internos levam-nos ao desencantamento, tais como [...] acomodação, salário baixo, não busca de formação continuada, alta carga horária. (Sujeito E). Infelizmente a imagem que se faz do professor e de sua valorização, seja ela através da remuneração ou do reconhecimento social, é vergonhosa, porém cabe à categoria trabalhar para desconstruir esta percepção de senso comum através do comprometimento social e da redescoberta pelo prazer do exercício da docência. Para Savater (2000, p. 23), o trabalho de educar deve estar imbuído de esperança, pois enquanto “[...} educadores, porém, não nos resta outro remédio senão sermos otimistas, infelizmente.” Pois, [...] o primeiro fator que diferencia o professor em sua atuação é a questão pessoal mesmo. É a formação pessoal, ética, profissional. Geralmente os alunos se aproximam mais por quem é mais empático, tem melhor humor, pois se consegue maior resultado quando se trabalha com alegria. (Sujeito G).

 

d) Causas do bom desempenho do professor em sala de aula

 

            A diferença entre a fala dos professores e sua forma de agir é fator de grande impacto na educação e no desempenho do estudante. Torna-se fundamental ter disponibilidade de material, acesso fácil às tecnologias, realizar passeios históricos e culturais, adotar bons livros e ter número adequado de estudantes em sala de aula, mas estas não são as principais causas do sucesso dos discentes nos estudos. O bom desempenho também passa pelo professor e a forma como ministra as aulas. O professor, assim como outra profissão precisa mostrar empenho, dedicar-se ao que faz, motivar-se, ir em busca de respostas, estar atento e preocupado com problemas de seus alunos, mostrar-se flexível e disponível, estar constantemente buscando formação continuada, por isso acho que não existe um segredo, mas várias características que fazem do professor alguém inspirador e que faz a diferença . (Sujeito H). De acordo com Demo (2004), o bom professor consegue conversar com o aluno de tal sorte a lhe mostrar que seu desempenho não é satisfatório, procura entender as razões do mau desempenho, e, sobretudo, apresenta-se como apoio para resgatar as oportunidades.

             Boa formação docente permite que ele adquira confiança e gosto pela pesquisa que abre portas para o desenvolvimento humano e profissional. O que determina um melhor desempenho do professor em sala de aula são as inquietudes, o planejamento e a busca constante de aperfeiçoamento, leituras, pesquisas, trocas de experiências e o comprometimento com a educação. (Sujeito F).

            Afinidade com o que faz é determinante para que professores transformem as crianças em aprendizes exitosos, pois atitudes do professor serão refletidas em sala de aula. [...] além do domínio de conteúdo é fundamental a criatividade, o uso de vários meios pedagógicos – para ter aulas bem preparadas. Para isso é preciso afinidade com o que se faz. (Sujeito J).

 

e) Planejamento e organização didática do professor

 

            Rivero (2004), considera que dentro dos parâmetros atuais faz-se necessário formar professores que venham refletir sobre a própria prática, na expectativa de que possam analisar e interpretar a própria atividade didático-pedagógica, tornando a reflexão instrumento de desenvolvimento de pensamento e ação. O planejamento conduz a ação do professor. Se o professor planejar suas aulas estando convicto dos objetivos que deseja alcançar com aquela aula é certo que haverá aprendizagem por parte dos alunos. (Sujeito A). Segundo Pozo (2002) não haverá aprendizes estratégicos sem mestres estratégicos.

Se os mestres não concebem seu trabalho de ensinar ou instruir como uma tarefa complexa e aberta, como um problema, diante do qual é preciso adotar estratégias conforme as metas concretas, se ensinar é uma tarefa monótona [...] em vez de uma tarefa diversificada e divertida, dificilmente os aprendizes abandonarão a rotina de aprendizagem monótona. (POZO, 2002, p. 244).

 

            Administrar o tempo e agir com flexibilidade são alternativas para satisfazer diferentes exigências encontradas em meio a tanta diversidade. Porque a sala de aula é heterogênea. Portanto nem todos aprendem de forma igual (Sujeito L), ou seja [...] o professor como orientador e facilitador, determina meios e ações que possibilitarão ao aluno maior ou menor trânsito nas respectivas áreas do conhecimento. (Sujeito D).

      

f) Mudanças necessárias na formação do professor e na forma como desenvolver seu trabalho

 

            Diante de mudanças e avanços educacionais, cabe também às instituições de formação de professores reestruturarem ou reformularem seus objetivos, teorias, currículos e práticas para suprir demandas da sociedade. Formar professores é ousar, na ótica de Savater (2000) a educação é valiosa e válida, mas também é um ato de coragem, um passo à frente da valentia humana.

             A maior queixa dos professores atualmente é a dicotomia teoria-prática em sala de aula, muita coisa do que aprendem está muito distante da realidade que encontram. Os cursos de formação de professores, além de fornecerem informações teóricas, deveriam ter preocupação maior quanto a pratica pedagógica desse aluno, depois de formado, dentro da sala de aula. (Sujeito B).

            Estágios e práticas em sala de aula, durante a formação acadêmica, são fundamentais. Para os respondentes, se os acadêmicos pudessem vivenciar durante tempo considerável a experiência de ser professor evitaria possíveis frustrações futuras. Hoje para ser professor precisa primeiramente passar por formação acadêmica. Mas nem sempre a pessoa que termina o curso está pronta para enfrentar a sala de aula. Muitos fazem o curso por não ter outra opção ou por necessidade vão para as escolas e fracassam na sala de aula. Afirmo isso porque percebo que teoria e prática são bem distintas. As entidades formadoras deveriam acompanhar mais os estágios e estes, estenderem-se por mais tempo, pois isso permitiria que professor decidisse se está na profissão certa. Vejo muitos colegas frustrados porque não gostam do que fazem e estão na escola pela estabilidade. (Sujeito D).

 

 

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

            A formação inicial e continuada é indispensável e decisiva para professores, pois dessa forma se preparam para enfrentar dificuldades, adversidades e diversidades que possam aparecer durante a vida profissional, porém é necessário que cada sujeito se comprometa com a qualificação tendo em vista sua necessidade e urgência. Estímulo e prazer pelo aprender, demonstrados pelo aluno, são, também, consequência dos bons exemplos dos mestres.

            Outra consideração importante a ser descrita diz respeito à metodologia dos professores, pois somente possuir conhecimento sem saber de que forma transmitir, com clareza, para os estudantes produz pouco efeito no que diz respeito à aprendizagem. Um excelente profissional busca estratégias e diferentes metodologia para levar os estudantes à obtenção do saber que deseja, sem medir esforços.

            Muitos dos entrevistados responsabilizam instituições formadoras de professores pela incapacidade de professores obterem êxito depois de formados, alegando que teoria e prática estão distantes, ou são insuficientes. Cabe, portanto, às escolas formadoras reflexão e exame acurado sobre seu trabalho para que seja, se necessário, reorientado dentro das perspectivas que o contexto deste século exige. Também cabe questionamento aos respondentes: é possível separar teoria e prática? Mas isso já seria objeto de produção de outro debate e outro texto.

            Dentre todos os fatores elencados é unânime, entre professores, falas de amor, carinho e respeito pela profissão. Charlot (2005) considera que o trabalho do professor não é somente transmitir ou fazer aprender saberes, mas por meio dos saberes, humanizar, socializar, ajudar o sujeito singular acontecer. Gostar do que faz é uma forma de contagiar os discentes, estimulando-os e dando sentido ao conhecimento. Quando o estudante sente que seu educador trabalha com alegria, disposição e comprometimento se considera valorizado e acolhido.

            Formação inicial e continuada, metodologia, planejamento e organização didática, acompanhadas de reconhecimento, respeito e condições de trabalho favoráveis são imprescindíveis para o bom trabalho do professor e para a aprendizagem do estudante. Trabalhar em ambiente de profícuo, com comprometimento e motivação estimula o professor e consequentemente os estudantes. Portanto, para se ter educação com qualidade e aprendizes envolvidos deve-se ampliar o investimento na formação de professores, pois é de entendimento comum de que são, em grande parte, os grandes responsáveis pela vida escolar de cada estudante que entra em sua sala de aula, como já se havia escrito antes, fracasso escolar não é culpa do professor, mas é, certamente, problema com o qual ele tem que se preocupar.

 

THE TEACHER’S EDUCATION AND ITS INFLUENCE ON THE STUDENT’S LEARNING

 

ABSTRACT: The teacher training–school success duet has always disquieted teachers and researchers within the education field. The question that addresses this research is: how teacher training can interfere on the student’s learning? This textual construction results from a research with school managers in order to understand how learning takes place and to reflect upon teacher’s training. Then it is intended to analyze its implication on the success / failure of the apprentice. For data collection, a questionnaire was used, which was responded by education managers from two school public schools and from one private school. The architecture of the text originally projected a retaken of the "learning" concept considering different approaches. It was also aimed at reflecting upon the training of teachers before the demands of the Society of Knowledge and finally, through the analysis of data from field research, it was intended to enrich the debate about the topic of the subjects’ positions and considerations.

 

Key-words: Learning. Teaching Education. School Failure.

 

 

REFERÊNCIAS

 

 

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[1] Artigo publicado na Revista  “Série Pesquisas em Ciências Humans, v. 4” – URI- Fredrico Westphalen, 2011.

[2] Licenciada em Pedagogia pela URI-Campus de Erechim. [email protected]

[3] Professor da URI –Campus de Erechim. Doutor em Educação – UFRGS. [email protected]

[4] Poderíamos citar a Tradicional, Escolanovista, Tecnicista e outras.

[5] É evidente que outros fatores concorrem para a desvalorização docente, entretanto não pretendemos entrar no mérito dessa discussão no momento.

[6] Esta pesquisa está registrada no Comitê de Bioética da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - URI. Os entrevistados assinaram o termo de consentimento livre esclarecido.

[7] A escolha dos sujeitos foi dirigida para quem ocupava o cargo citado no momento da pesquisa. Para evitar a identificação e exposição dos sujeitos que participaram da pesquisa utilizamos letras como forma de fazer referência aos mesmos, sem nos preocuparmos com a diferenciação entre escola particular e pública, pois este não é objeto deste estudo.

[8] Para coleta de dados utilizamos uma entrevista-roteiro e as respostas foram gravadas. Os dados foram trabalhados a partir da definição de categorias de análise, que serão tematizadas na sequência.

 

[9] Para diferenciar as falas dos sujeitos das citações de autores utilizaremos o recurso de letra itálico.