A FORÇA DA CULTURA NO GERENCIAMENTO ORGANIZACIONAL DA EMPRESA
Publicado em 13 de dezembro de 2010 por Andre Gustavo Cosme dos Anjos
O presente artigo apresenta a cultura organizacional como foco para todo processo de mudança nas organizações. Ao mesmo tempo, pontua a importância da cultura organizacional como a base de conhecimento da empresa e sua história. Tem como objetivo geral identificar como se processa a cultura organizacional, a partir da percepção dos seus colaboradores. O método de pesquisa utilizado foi o bibliográfico e pesquisa de campo, que nos permitiu maior compreensão do tema, acrescentando novos conhecimentos para nossa vida acadêmica. A análise dos dados foi fundamentada nos teóricos Chiavenato (2004/2005) e Kanaane (1999), Vergara (2005, p.74); Ver Paul VIRTON. Les Dynamismes Sociaux, Éditions Ouvriéres, Paris [s.d.]. O estudo desse trabalho fala sobre a cultura organizacional vigente na Sotelha Ltda, empresa sediada na região metropolitana de Jaboatão dos Guararapes/PE. No momento em que esta completou 29 anos de sua fundação, e analisa, igualmente, as relações comunicacionais entre os setores da empresa, mostrando como se processam, a partir de uma hierarquização existente. O cenário empresarial precisa valorizar os indivíduos na organização e alterar substancialmente a cultura organizacional através da aprendizagem e da capacidade de inovar e recriar o futuro. Uma nova postura empresarial, valorizando os processos comunicacionais, alterando a relação "hierarquizada controladora" para a "relação processual", desta forma levará a organização a um novo patamar, o desenvolvimento e aprimoramento humano nas empresas, reconfigurando as relações de trabalho, a cultura organizacional e o gerenciamento dos indivíduos nas organizações.
INTRODUÇÃO
Uma organização é basicamente composta por pessoas, estrutura e Tecnologia. As pessoas representam o sistema social interno da organização e consistem de indivíduos e grupos de todos os tamanhos. Inerentes aos indivíduos estão suas necessidades, valores, competências, conhecimento, energia mental e física tornando o ambiente de trabalho dinâmico e único. As organizações existem em função das pessoas e para servi-las, não o contrário.
As formas como as pessoas se relacionam dentro de uma organização são em grande parte (pelo menos no sentido formal) definida pela estrutura organizacional adotada, ou seja, os níveis hierárquicos e as interações entre os mesmos. A estrutura formal é necessária para que o trabalho individual e em grupo seja eficazmente coordenado. A estrutura é a "coluna dorsal" da organização, estabelecendo funções, cargos e hierarquias, afetando o grau de cooperação interna, liberdade para contatos externos, fluxo entre as fronteiras departamentais, intensidade e direção de comunicação entre liderança e subordinados, formas e estratégias de negociação e o processo decisório, dentre outros.
Daí, surgiu a necessidade e o interesse pela temática através de estudos sobre Gestão Empresarial, onde cada organização deve ter como base uma cultura organizacional, onde novos pactos organizacionais se insiram de forma ostensiva, e novas formas de relacionamentos comunicacionais sejam desenvolvidas fazendo-se presente na empresa.
Este trabalho tem como objetivo geral identificar como se processa a cultura organizacional, a partir da percepção dos seus colaboradores; observar os processos de relacionamentos no âmbito de uma empresa de pequeno porte ? tendo como modelo a Sotelha Materiais de Construção Ltda e como objetivos específicos, .descrever o sistema organizacional; Identificar o modelo de liderança; analisar os programas de treinamento e desenvolvimento existentes na empresa e identificar os canais de ligação usados pela equipe de gestão de pessoas para sua atuação diante do público interno. Sabemos da importância do tema cultura organizacional, colocando em prática no nosso cotidiano, como também, observando a necessidade desta, em está inserida nas organizações como agente transformador de mudanças. Identificar como se processa a cultura organizacional, a partir da percepção dos seus colaboradores.
ANÁLISE DOS DADOS E DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL
O nosso estágio foi realizado numa empresa que atua na distribuição e venda no varejo de Materiais de Construção em geral a Sotelha e Materiais para Construção Ltda., localizada na Estrada da Batalha nº. 1521 ? Prazeres Jaboatão dos Guararapes-PE. É uma empresa que atua a 29 anos no mercado local, visando suprir as necessidades das construtoras, incorporadoras, armazéns de construções, usina de açúcar, indústrias e público em geral. Entre os serviços oferecidos pela empresa estão os de vendas de telhas Brasilit (o seu carro chefe), tijolos, tintas, caixa dágua e etc.
Trata-se de uma organização familiar dirigida pelos sócios que dividem participações igualitárias nas cotas do contrato social. Wanderson Lacerda é o responsável pela Diretoria Geral e de seus filhos que integram os Deptº Financeiro e de Contas a pagar.
A estrutura física da empresa está montada em um galpão que abrange uma área de 4.000 m2, onde possui um pátio externo para carga e descarga dos caminhões e da parte administrativa onde funciona o seu escritório, composta atualmente por 35 funcionários nos diversos setores tais como:
- 1 Diretor Geral;
- 2 Gerentes (1 de Vendas Externas e 1 de Vendas Internas que ficam na loja supervisionando mais 5 Vendedores, e 6 Trabalhadores Braçais no Pátio;
- 1 Chefe do Departamento Pessoal;
- 3 Motoristas dos Caminhões que fazem à logística da empresa e distribuem as mercadorias para todo o Brasil, conta com frota própria e terceirizada para maior rapidez;
- 1 Estoquista;
- 1 Almoxarife;
- 8 Vendedores Externos;
- 1 Setor de Crediário;
- 1 Setor Financeiro;
- 1 Copeira;
- 1 Caixa;
- 1 Office Boy.
Sua carteira de clientes fixos é composta basicamente por clientes diversos de materiais de construção. Hoje, no entanto a concorrência é grande e o mercado extenso, desta forma a capacitação nesse setor deve ser um diferencial. Nesse contexto atual, alguns fatores foram observados, pois a empresa não dispõe de programas de incentivo, de benefícios aos seus colaboradores e nem participa de contribuições de trabalhos sociais.
A pesquisa foi realizada na Sotelha e Materiais para Construção Ltda. A mesma apresenta a seguinte estrutura organizacional do layout produtivo da organização cuja a principal característica é a hierarquia exercida pelo seu gestor.
:
DIRETOR GERAL
DIRETOR ADM/FIN
GERENTE
DEPT. PESSOAL
OPERACIONAL
SUPERVISOR
OPERÁRIO (PEÃO)
Segundo Kanaane (1999, p. 32) "O trabalho quer como fonte de satisfação e realização, quer como fonte de sobrevivência, insere-se numa categoria mais ampla que reflete, entre outros pontos, a dicotomia entre o prazer e a sobrevivência".
Nesse aspecto foi observado que os Funcionários da empresa pesquisada sentem-se inseguros, e sem estímulos, acuados com problemas que surge na empresa entre os funcionários dos diversos setores, devido à falta de uma cultura organizacional presente entre os seus gestores, focando a falta de uma postura profissional coerente e flexível de seus gerentes, com isso acaba dificultando o acesso aos seus subordinados, a executarem as tarefas que lhe são designadas com empenho e satisfação.
Alguns elementos foram observados dentro da empresa em questão, quanto à cultura e Treinamento conforme relatamos abaixo:
A empresa mencionada não oferece qualquer tipo de benefício ou recompensa aos seus funcionários, exceto o Deptº. de vendas, que há premiação quando as cotas são atingidas em forma de comissão.
Existe dentro da empresa uma Hierarquia nos moldes do modelo mecanicista e de abordagem tradicional
- Como o Foco está fixado no chefe;
- Com uma cultura organizacional conservadora; está baseada em tradições, regras e procedimentos antigos já implantados e pouco modificado;
- Adoção contínua de soluções rotineiras e padronizadas;
- Processo decisorial realizada pelo gerente, onde as ordens são dadas e os funcionários executam, sem ao menos questionar as suas opiniões;
- O estilo gerencial é autoritário e autocrático.
Segundo Vergara (2005, p.74) há pessoas que, a despeito de ocuparem cargos de chefia, não exercem liderança. O máximo que conseguem é serem obedecido por coação, ou por interesses particulares das pessoas a quem chefia.
Segundo Chiavenato (2004, p.72). "A estratégia organizacional não pode estar somente na cabeça dos dirigentes da organização. Ela precisa estar também na cabeça e no coração de todas as pessoas".
O perfil das características encontradas na cultura organizacional da empresa observada foi de uma cultura tradicional conforme abaixo:
- Autocrática e Imposítica.
- Centralizada em um só chefe.
- Mudanças Lentas e Progressivas.
- Focos em Lucros de Curto Prazo.
- Foco no Controle de Despesas.
Foi observado também na nossa pesquisa que a Sotelha e Materiais de Construção Ltda adota o estilo tradicional de empresa conforme descrito abaixo:
- Impositivo ? onde as ordens são impostas.
- Centralizada ? onde ordens são centralizadas e concentradas em um só chefe.
- Conservador ? Adota o estilo conservador avesso a qualquer risco.
- Trabalho - são realizados de forma isolada e individualista. Uma observação feita junto ao Dept. pessoal da empresa estudada foi o modo que esse setor se interage com seus funcionários, de forma restrita, limitando-se apenas ao contato físico só quando solicitado, geralmente ocorre quando os funcionários vão receber sua gratificação no final do mês; e os demais avisos são colocados no quadro.
As empresas que tem um perfil de uma cultura tradicional decorrente de vários fatores que causam uma resistência às mudanças, a comunicação que vem de cima pra baixo, da baixa expectativa das pessoas, incertezas sobre o desempenho quanto às metas e direção e sintomas de estresses e esgotamentos físicos.
Virton apresenta sua argumentação numa passagem da qual se extraiu o seguinte:
É, pois, o esforço humano global, pelo quais os membros de uma sociedade determinada se esforçam por dominar e utilizar, para fins que podem ser utilitários, estéticos, éticos ou religiosos, as forças mecânicas ou biológicas da natureza, as relações sociais que têm uns com os outros e as suas próprias forças naturais biológicas, fisiológicas, mentais, afetivas. A cultura compreende a soma e estruturação de todo o saber, o saber agir, e o saber viver conjunto dos homens que vivem em sociedade.
Para esse respeitado evolucionista filosófico, cada cultura é o presente estágio de uma longa e complexa evolução, psíquica e morfológica. Solução particular aos problemas da vida reflexiva.
Nessa mesma vertente de pensamento, Renato Ortiz referindo-se à cultura contemporânea afirma:
... a tradição antropológica culturalista tenta a todo custo evitar a idéia de conflito... O relativismo cultural é uma maneira cômoda de se evitar o drama da desigualdade (1994, p. 41).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Do ponto de vista da semiótica empresarial, salientamos que o estágio uma tarefa das mais fáceis de ser executada, principalmente quando nos deparamos com o estudo de uma empresa de pequeno porte, como a do nosso estágio, cujas informações foram indisponibilizadas. Mesmo assim, conseguimos colher o que achamos de mais importante para um bom relacionamento dentro de uma organização, favorecendo também o desenvolvimento de todo o processo de estágio.
Procuramos realizar uma pesquisa de forma criteriosa, transportando os dados coletados para o corpus deste trabalho, os quais foram analisados com base em conceitos históricos, sociológicos e éticos. Também discutidos nas aulas de gestão empresarial. Descobrimos que a Cultura organizacional demanda, de certo modo, uma abordagem muito mais aprofundada fazendo-se necessário conhecer muito bem a empresa. No âmbito da empresa estudada observou-se que a comunicação interpessoal, de certa forma, restringe-se às relações de trabalho, diferindo, substancialmente, o modo de trabalho, grosso modo, resume-se ao aspecto operacional da empresa. No caso da Sotelha e Materiais de Construção ? a leitura que se fez da comunicação interpessoal originou-se na observação da estrutura hierarquizada existente na corporação, com foco centrado no layout produtivo, onde permeiam as relações de dependência e de interdependência.
De um lado, os ocupantes de níveis hierárquicos mais inferiores ? peões ou braçal, como são alcunhados os operários menos qualificados ? são extremamente dependentes, convertendo-se em meros executores de ordens.
Estudar e investigar sobre a temática proposta foi importante para nos aprofundarmos nos conhecimentos que nos foi dado dentro do contexto da Gestão Empresarial Educacional. Promovendo assim uma interação humana dentro e fora da organização. Estaremos desta forma fazendo um canal entre a teoria e a prática, acrescentando ainda mais significados a nossa formação profissional no campo da Pedagogia Empresarial.
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, Idalberto. Administração: Teoria, Processo e Prática. São Paulo: McGraw Hill, 1987.
____________. Gestão de Pessoas: O Novo Papel dos Recursos Humanos nas Organizações. 2ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
KANAANE, Roberto. Comportamento Humano nas Organizações. O Homem Rumo ao Século XXI. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2007.
ORTIZ, Renato. Mundialização e Cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.
VERGARA, Sylvia Constant. Gestão de Pessoas. 4ª ed. São Paulo: Atlas. 2005
VIRTON, Paul. Les Dynamismes Sociaux. Paris, Éditions Ouvriéres [s.n.]
INTRODUÇÃO
Uma organização é basicamente composta por pessoas, estrutura e Tecnologia. As pessoas representam o sistema social interno da organização e consistem de indivíduos e grupos de todos os tamanhos. Inerentes aos indivíduos estão suas necessidades, valores, competências, conhecimento, energia mental e física tornando o ambiente de trabalho dinâmico e único. As organizações existem em função das pessoas e para servi-las, não o contrário.
As formas como as pessoas se relacionam dentro de uma organização são em grande parte (pelo menos no sentido formal) definida pela estrutura organizacional adotada, ou seja, os níveis hierárquicos e as interações entre os mesmos. A estrutura formal é necessária para que o trabalho individual e em grupo seja eficazmente coordenado. A estrutura é a "coluna dorsal" da organização, estabelecendo funções, cargos e hierarquias, afetando o grau de cooperação interna, liberdade para contatos externos, fluxo entre as fronteiras departamentais, intensidade e direção de comunicação entre liderança e subordinados, formas e estratégias de negociação e o processo decisório, dentre outros.
Daí, surgiu a necessidade e o interesse pela temática através de estudos sobre Gestão Empresarial, onde cada organização deve ter como base uma cultura organizacional, onde novos pactos organizacionais se insiram de forma ostensiva, e novas formas de relacionamentos comunicacionais sejam desenvolvidas fazendo-se presente na empresa.
Este trabalho tem como objetivo geral identificar como se processa a cultura organizacional, a partir da percepção dos seus colaboradores; observar os processos de relacionamentos no âmbito de uma empresa de pequeno porte ? tendo como modelo a Sotelha Materiais de Construção Ltda e como objetivos específicos, .descrever o sistema organizacional; Identificar o modelo de liderança; analisar os programas de treinamento e desenvolvimento existentes na empresa e identificar os canais de ligação usados pela equipe de gestão de pessoas para sua atuação diante do público interno. Sabemos da importância do tema cultura organizacional, colocando em prática no nosso cotidiano, como também, observando a necessidade desta, em está inserida nas organizações como agente transformador de mudanças. Identificar como se processa a cultura organizacional, a partir da percepção dos seus colaboradores.
ANÁLISE DOS DADOS E DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL
O nosso estágio foi realizado numa empresa que atua na distribuição e venda no varejo de Materiais de Construção em geral a Sotelha e Materiais para Construção Ltda., localizada na Estrada da Batalha nº. 1521 ? Prazeres Jaboatão dos Guararapes-PE. É uma empresa que atua a 29 anos no mercado local, visando suprir as necessidades das construtoras, incorporadoras, armazéns de construções, usina de açúcar, indústrias e público em geral. Entre os serviços oferecidos pela empresa estão os de vendas de telhas Brasilit (o seu carro chefe), tijolos, tintas, caixa dágua e etc.
Trata-se de uma organização familiar dirigida pelos sócios que dividem participações igualitárias nas cotas do contrato social. Wanderson Lacerda é o responsável pela Diretoria Geral e de seus filhos que integram os Deptº Financeiro e de Contas a pagar.
A estrutura física da empresa está montada em um galpão que abrange uma área de 4.000 m2, onde possui um pátio externo para carga e descarga dos caminhões e da parte administrativa onde funciona o seu escritório, composta atualmente por 35 funcionários nos diversos setores tais como:
- 1 Diretor Geral;
- 2 Gerentes (1 de Vendas Externas e 1 de Vendas Internas que ficam na loja supervisionando mais 5 Vendedores, e 6 Trabalhadores Braçais no Pátio;
- 1 Chefe do Departamento Pessoal;
- 3 Motoristas dos Caminhões que fazem à logística da empresa e distribuem as mercadorias para todo o Brasil, conta com frota própria e terceirizada para maior rapidez;
- 1 Estoquista;
- 1 Almoxarife;
- 8 Vendedores Externos;
- 1 Setor de Crediário;
- 1 Setor Financeiro;
- 1 Copeira;
- 1 Caixa;
- 1 Office Boy.
Sua carteira de clientes fixos é composta basicamente por clientes diversos de materiais de construção. Hoje, no entanto a concorrência é grande e o mercado extenso, desta forma a capacitação nesse setor deve ser um diferencial. Nesse contexto atual, alguns fatores foram observados, pois a empresa não dispõe de programas de incentivo, de benefícios aos seus colaboradores e nem participa de contribuições de trabalhos sociais.
A pesquisa foi realizada na Sotelha e Materiais para Construção Ltda. A mesma apresenta a seguinte estrutura organizacional do layout produtivo da organização cuja a principal característica é a hierarquia exercida pelo seu gestor.
:
DIRETOR GERAL
DIRETOR ADM/FIN
GERENTE
DEPT. PESSOAL
OPERACIONAL
SUPERVISOR
OPERÁRIO (PEÃO)
Segundo Kanaane (1999, p. 32) "O trabalho quer como fonte de satisfação e realização, quer como fonte de sobrevivência, insere-se numa categoria mais ampla que reflete, entre outros pontos, a dicotomia entre o prazer e a sobrevivência".
Nesse aspecto foi observado que os Funcionários da empresa pesquisada sentem-se inseguros, e sem estímulos, acuados com problemas que surge na empresa entre os funcionários dos diversos setores, devido à falta de uma cultura organizacional presente entre os seus gestores, focando a falta de uma postura profissional coerente e flexível de seus gerentes, com isso acaba dificultando o acesso aos seus subordinados, a executarem as tarefas que lhe são designadas com empenho e satisfação.
Alguns elementos foram observados dentro da empresa em questão, quanto à cultura e Treinamento conforme relatamos abaixo:
A empresa mencionada não oferece qualquer tipo de benefício ou recompensa aos seus funcionários, exceto o Deptº. de vendas, que há premiação quando as cotas são atingidas em forma de comissão.
Existe dentro da empresa uma Hierarquia nos moldes do modelo mecanicista e de abordagem tradicional
- Como o Foco está fixado no chefe;
- Com uma cultura organizacional conservadora; está baseada em tradições, regras e procedimentos antigos já implantados e pouco modificado;
- Adoção contínua de soluções rotineiras e padronizadas;
- Processo decisorial realizada pelo gerente, onde as ordens são dadas e os funcionários executam, sem ao menos questionar as suas opiniões;
- O estilo gerencial é autoritário e autocrático.
Segundo Vergara (2005, p.74) há pessoas que, a despeito de ocuparem cargos de chefia, não exercem liderança. O máximo que conseguem é serem obedecido por coação, ou por interesses particulares das pessoas a quem chefia.
Segundo Chiavenato (2004, p.72). "A estratégia organizacional não pode estar somente na cabeça dos dirigentes da organização. Ela precisa estar também na cabeça e no coração de todas as pessoas".
O perfil das características encontradas na cultura organizacional da empresa observada foi de uma cultura tradicional conforme abaixo:
- Autocrática e Imposítica.
- Centralizada em um só chefe.
- Mudanças Lentas e Progressivas.
- Focos em Lucros de Curto Prazo.
- Foco no Controle de Despesas.
Foi observado também na nossa pesquisa que a Sotelha e Materiais de Construção Ltda adota o estilo tradicional de empresa conforme descrito abaixo:
- Impositivo ? onde as ordens são impostas.
- Centralizada ? onde ordens são centralizadas e concentradas em um só chefe.
- Conservador ? Adota o estilo conservador avesso a qualquer risco.
- Trabalho - são realizados de forma isolada e individualista. Uma observação feita junto ao Dept. pessoal da empresa estudada foi o modo que esse setor se interage com seus funcionários, de forma restrita, limitando-se apenas ao contato físico só quando solicitado, geralmente ocorre quando os funcionários vão receber sua gratificação no final do mês; e os demais avisos são colocados no quadro.
As empresas que tem um perfil de uma cultura tradicional decorrente de vários fatores que causam uma resistência às mudanças, a comunicação que vem de cima pra baixo, da baixa expectativa das pessoas, incertezas sobre o desempenho quanto às metas e direção e sintomas de estresses e esgotamentos físicos.
Virton apresenta sua argumentação numa passagem da qual se extraiu o seguinte:
É, pois, o esforço humano global, pelo quais os membros de uma sociedade determinada se esforçam por dominar e utilizar, para fins que podem ser utilitários, estéticos, éticos ou religiosos, as forças mecânicas ou biológicas da natureza, as relações sociais que têm uns com os outros e as suas próprias forças naturais biológicas, fisiológicas, mentais, afetivas. A cultura compreende a soma e estruturação de todo o saber, o saber agir, e o saber viver conjunto dos homens que vivem em sociedade.
Para esse respeitado evolucionista filosófico, cada cultura é o presente estágio de uma longa e complexa evolução, psíquica e morfológica. Solução particular aos problemas da vida reflexiva.
Nessa mesma vertente de pensamento, Renato Ortiz referindo-se à cultura contemporânea afirma:
... a tradição antropológica culturalista tenta a todo custo evitar a idéia de conflito... O relativismo cultural é uma maneira cômoda de se evitar o drama da desigualdade (1994, p. 41).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Do ponto de vista da semiótica empresarial, salientamos que o estágio uma tarefa das mais fáceis de ser executada, principalmente quando nos deparamos com o estudo de uma empresa de pequeno porte, como a do nosso estágio, cujas informações foram indisponibilizadas. Mesmo assim, conseguimos colher o que achamos de mais importante para um bom relacionamento dentro de uma organização, favorecendo também o desenvolvimento de todo o processo de estágio.
Procuramos realizar uma pesquisa de forma criteriosa, transportando os dados coletados para o corpus deste trabalho, os quais foram analisados com base em conceitos históricos, sociológicos e éticos. Também discutidos nas aulas de gestão empresarial. Descobrimos que a Cultura organizacional demanda, de certo modo, uma abordagem muito mais aprofundada fazendo-se necessário conhecer muito bem a empresa. No âmbito da empresa estudada observou-se que a comunicação interpessoal, de certa forma, restringe-se às relações de trabalho, diferindo, substancialmente, o modo de trabalho, grosso modo, resume-se ao aspecto operacional da empresa. No caso da Sotelha e Materiais de Construção ? a leitura que se fez da comunicação interpessoal originou-se na observação da estrutura hierarquizada existente na corporação, com foco centrado no layout produtivo, onde permeiam as relações de dependência e de interdependência.
De um lado, os ocupantes de níveis hierárquicos mais inferiores ? peões ou braçal, como são alcunhados os operários menos qualificados ? são extremamente dependentes, convertendo-se em meros executores de ordens.
Estudar e investigar sobre a temática proposta foi importante para nos aprofundarmos nos conhecimentos que nos foi dado dentro do contexto da Gestão Empresarial Educacional. Promovendo assim uma interação humana dentro e fora da organização. Estaremos desta forma fazendo um canal entre a teoria e a prática, acrescentando ainda mais significados a nossa formação profissional no campo da Pedagogia Empresarial.
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, Idalberto. Administração: Teoria, Processo e Prática. São Paulo: McGraw Hill, 1987.
____________. Gestão de Pessoas: O Novo Papel dos Recursos Humanos nas Organizações. 2ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
KANAANE, Roberto. Comportamento Humano nas Organizações. O Homem Rumo ao Século XXI. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2007.
ORTIZ, Renato. Mundialização e Cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.
VERGARA, Sylvia Constant. Gestão de Pessoas. 4ª ed. São Paulo: Atlas. 2005
VIRTON, Paul. Les Dynamismes Sociaux. Paris, Éditions Ouvriéres [s.n.]