"Seu Brasil", quando se cansou de precauções, mandou construir uma cerca com pesadas estacas de madeira e arame farpado. Do lado de dentro pôs 500 homens altos, fortes e bem dotados com armas de fogo, prontificados para assegurar a paz. Do lado de fora, outros 500 homens farejadores andavam atrás daqueles que não respondiam com o devido respeito às ordens do fazendeiro Brasil. Mas eram tantos, e alguns não deixavam rastros, que o batalhão não dava conta. Mais 500 contratados e Brasil pensou que o problema acabaria.
Agora, com mil homens a serviço da ordem, "Seu Brasil" não tinha mais com o que se preocupar, afinal, seus funcionários competentes haviam aprisionado quase todos os transgressores da fazenda. Já não mais havia motivos para proibir "todos os seus" de desfrutar o sabor da liberdade. Mas, outros "milhões de diabinhos" ainda estavam prontos pra martelar a cabeça do pobre Brasil.
O incômodo veio quando ele menos esperava. Sua cerca, assaz segura, estava completamente abarrotada por seres que, às vezes, "lembravam" humanos. O descontentamento foi crescendo progressivamente, junto às rebeliões, que mais tarde viriam a se tornar violentas. Seus filhos foram proibidos rigorosamente de andar na periferia do cercado. Os descendentes, enraivados, também mostraram, ainda que de forma alegórica, os seus descontentamentos. De fato, "Seu Brasil" estava numa "sinuca de bico".
Do outro lado da fazenda existe um lugar bem arborizado, à beira de um açude de águas claras, que é perfeito para botar em prática o meu plano, alegou Brasil. Mandou derrubar mais 1000 árvores, comprou mais 7 caminhões de arame farpado e contratou mais 500 homens para fazer a segurança interna do novo celeiro. O filho mais velho de Brasil fechou a porteira, depois que todos os seus irmãos já estavam dentro.