Michelly Karla Maria Fernandes Chaves[1]

Resumo: Este trabalho tem como objetivo discutir os conceitos e as contribuições de Edmund Husserl para o contexto da docência e pesquisa, na qual visa compreender o ser humano pesquisador, tendo como pressuposto o questionamento da reflexão fenomenológica. Este pressupõe a compreensão de que a pesquisa e a docência configuram-se como um diálogo entre o ser humano e sociedade, carregado de sentidos e significados que dá base a construção do conhecimento pelos sujeitos relacionando-o com seu mundo. Com isso, será iniciada uma reflexão sobre a fenomenologia de Husserl desde o seu contexto originário até os principais temas em que se fundamenta. Logo em seguida o texto abordará sobre a fenomenologia relacionada com o contexto da docência e pesquisa e os conceitos fenomenológicos.

Palavras-chave: Fenomenologia. Pesquisa. Docência. Educação.

Introdução

O presente artigo apresenta como proposta colocar em discussão, através de uma análise crítica, o tema a fenomenologia no contexto da docência e pesquisa que trás como principal reflexão as discussões de Husserl que estuda a fenomenologia como método compreensivo, pois busca explicitar a intenção específica da "visada" a maneira de como o homem dirige sua atenção implicada na percepção que cada ser humano tem ao entender o objeto a ser pensado, ou seja, o envolvimento dotado de uma consciência, pensante, uma história e a capacidade de se apreender objetos. Portanto, a consciência doa significados aos objetos, e é a central de significações ou matriz destes. Para tanto, deve-se sair do cotidiano para ir ao fenomenal, pois parte da experiência vivida não busca explicar, mas compreender os atos. Para pensar importante atuação da fenomenologia no contexto dialética da pesquisa é relevante às reflexões sobre a busca apreender a forma como as pessoas sentem, pensam e agemno cotidiano do espaço a ser pesquisado. Logo, Desta forma, a fenomenologia representa um método adequado ao estudo de fenômenos que requerem um outro "modo olhar", para além das concepções objetivas criados pelo pensamento oriundo pela ciência tradicional.

O que é a fenomenologia de Husserl? E a sua sistematização.

Edmund Husserl nasceu em 1859, e juntamente com Bérgson, exerceu grande influência no pensamento contemporâneo, foi discípulo de Brentano. Também seus conhecimentos obtiveram grandes contribuições de Carl Stump. Seus trabalhos acadêmicos foram construídos na universidade de Halle, Friburgo de Brisgóvia e Goettingen.

Husserl deu inicio aos seus trabalhos através da matemática, no qual publicou Filosofia da Aritmética. Nos anos de 1900 e 1901 ele escreveu sua obra principal, Investigação Logística, onde da ênfase aos fundamentos da lógica. Essa obra dividiu-se em dois processos o primeiro, Prolegônemos à lógica pura, que encara uma crítica ao psicologismo e ao relativismo. Entretanto, a segunda converte-se aos problemas particulares da filosofia da lógica. Outras obras que deram destaque a carreira de Husserl, foi Idéias Relativa a uma fenomenologia pura, nesse livro a discussão converte-se a filosofia para se estudada como estudo do conhecimento geral, concluindo as patentes dos idealistas. Essas abordagens encontam-se em desenvolvimento em outros dois livros Lógica formal e transcendental e Experiência e Juízo. A primeira obra de Edmund Husserl foi publicada em 1891, na qual se chamava de filosofia da aritmética, a mesma detinha como abordagem e analise o conceito do número, o método que usado no processo da matemática e o caráter conceitual e lógico.

Todavia, Fenomenologia (do grego phainesthai, aquilo que se apresenta ou que se mostra, e logos, explicação, estudo) afirma a importância dos fenômenos da consciência os quais devem ser estudados em si mesmos tudo que podemos saber do mundo resume-se a esses fenômenos, a esses objetos ideais que existem na mente, cada um designado por uma palavra que representa a sua essência, sua "significação".  Os objetos da Fenomenologia são dados absolutos apreendidos em intuição pura, com o propósito de descobrir estruturas essenciais dos atos (noesis) e as entidades objetivas que correspondem a elas (noema). A Fenomenologia representou uma reação à pretensão dos cientistas de eliminar a metafísica ela não pode ser confundida com o Fenomenalismo. Este não leva em conta a complexidade da estrutura intencional da consciência que o homem tem dos fenômenos.

A Fenomenologia, diferentemente do Fenomenalismo, examina a relação entre a consciência e o Ser. Para o Fenomenalismo, tudo que existe são as sensações ou possibilidades permanentes de sensações, que é aquilo a que chamam fenômeno. O fenomenólogo, diferentemente do fenomenalista, precisa prestar atenção cuidadosa ao que ocorre nos atos da consciência, que são o que ele chama fenômeno.

A fenomenologia para Husserl almeja o estudo das essências, isto é, respondo-as na existência, pois ela não existe independente do objeto sendo invariável. A mesma é a ciência das essências, que são maneiras que relatam o fenômeno, por isso, não é adquirida da comparação e da abstração dos objetos em si. Com isso, é necessário ao retorno da coisa mesma, que busca filosofar seguindo os problemas que estão na vivência da consciência prescindido o mundo exterior e às discussões feitas por outros teóricos, essas teorias podem ser de grande ajudas para se chegar aos fenômenos, ou seja, a coisa mesma.

Para Martins (et al, 1984, p. 61):

Retorno às coisas mesmas não se identifica, pois, como voltar ao objeto da ciência, nem como voltar-se para dentro de si, para o interior da consciência, a um subjetivismo. Retornar as coisas mesmas é voltar-se para este mundo prévio a todo o conhecimento, do qual o conhecimento fala sempre e com relação ao qual toda determinação científica é abstrata, significativa e dependente, assim como a geografia com relação à paisagem onde aprendemos de início o que é uma floresta, um campo, um riacho.

A redução transcendental visa à apreensão do objeto de maneira geral, isto é, sempre com "intencionalidade", que busca objeto para a consciência. Contudo, o mundo é visto como um correlato da consciência, não no sentido de Kant, mas fazendo com que o mundo seja permanente ao sujeito. Para Edmund Husserl, transcendental quer relatar as possibilidades de entreolhar o mundo em sua realidade transparente. Logo, essa redução precisa acrescentar as questões cientificas, a qual pressupõe a certeza do mundo ao seu redor. Por essa redução existe a consideração que há u mundo correlato à existência e consciência que tenta explicar as estruturas dessa correlação entre o noético e noemático.

Segundo Dartigues (2003, p.25):

A redução fenomenológica fez, com efeito, aparecer como resíduo que não pode ser reduzido, a vivência de consciência. Mas esta vivência é vivida por um sujeito, ao qual se referem os objetos do mundo e de onde vêm as significações. A análise da consciência, voltando-se para seu lado-sujeito ou noético, se torna então análise da vida do sujeito no qual e para a qual se constitui o sentido do mundo.

O ego transcendental, trás em seu bojo a tese relativa ao mundo como uma realidade em si, e ao eu empírico, a subjetividade a qual liga os indivíduos as suas experiências de existência, como os sentimentos, inteligência. A suspensão da tese do mundo e da subjetividade deixa com resíduo o eu transcendental, porém, essa redução não pode vir a ser entendida como uma filosofia de bases idealista, pois a consciência tem caráter objetivo, ou seja, objeto significativo, vivência objetiva que tem com foco o elemento real. Percebe-se então que a relação que se tem entre o sujeito e objeto são dados de maneira correlata, pois a relação posta á intencional da consciência. Entende-se que a tarefa da fenomenologia é explicar o ego transcendental e a análise intencional que revela acerca do objeto que se constitui como o significante e competente.

Husserl (2000, p.18) afirma que:

É evidente - para mim que filosofo - que o seu ser precede gnesiologicamente todo o ser objetivo. Em certo sentido, ele é mesmo fundamento e o solo sobre o qual se joga todo o conhecimento objectivo, o bom e o mau.

Com isso, percebe-se que a fenomenologia transcendental, se constitui como a vivência da consciência, pois é dada como o fenômeno puro, no qual analisa as vivências intencionais da consciência para poder perceber os fenômenos em seu sentido. O método de Husserl pretende estabelecer uma base segura, na qual possa liberta-se das hipóteses, para todas as formas de ciências. Esse método não tem caracterização dedutiva nem empírica, pois pretende esclarecer o discutido. Logo, não se explica com base a leis nem deduz a partir de princípios, mas considera imediatamente o que está detido na consciência. Husserl rejeita os atos plantonistas, o qual para ele está só teria veracidade se os objetos que os compõem fosse uma realidade. Ele também critica os positivistas, pois os mesmos confundem o observar como um todo com o empírico. Não compreendendo que os objetos sensíveis e individuais possuem sua determinada essência.

Dartigues (2003, p.26) relata que:

Sujeito transcendental é a essência do eu concreto e, portanto, só se distingue dele como aquilo que condiciona a "ego-idade" (Ichheit) do eu concreto, o fato que, em sua multiplicidade, as vivências que fluem na consciência se referem sempre a mesma fonte, é obvio que ele não poderia ser acessível senão no eu concreto

A "intencionalidade" vem para explicar a fenomenologia de Edmund Husserl, pois o mesmo afirma que intencionalidade tem como caracterização a consciência como um todo, isto é, através da presentificação do ato de conhecer na consciência, com base em um fenômeno universal. A intencionalidade trata-se de uma abertura cognosciva e se apresenta como uma abertura para os fenômenos em um significado mais realista em relação à manifestação dos objetos, pois ultrapassa o fenômeno psíquico de percepção interna, no qual a fenomenologia volta-se na ciência da essência das vivências puras. A realidade é concebida vivências concebidas com atos puros. Por isso, que as análises na vivência intencional tem o sujeito como essencialmente referido ao objeto e o objeto dado ao sujeito puro. Husserl concebe a intencionalidade de duas maneiras a primeira com base na primeira investigação e na quinta investigação.

Martins (2003, p.65) comenta:

Na "primeira Investigação", a intencionalidade é colocada no âmbito da expressão. A palavra para Husserl é sempre significativa, não pode ser reduzida ao seu caráter físico. Há uma unidade entre o som verbal e a intenção significativa (...). Na "Quinta Investigação", Husserl estabelece a noção de intencionalidade, partindo de três noções da consciência: 1) a consciência como consciência fenomenológica do real, do eu empírica como entrelaçamento das vivências psíquicas na unidade do seu curso; 2) a consciência como percepção interna das vivências psíquicas próprias; e 3) a consciência como nome coletivo para a dita classe de atos psíquicos ou vivências intencionais.

A concepção de intencionalidade na concepção de Husserl é entendida como um modo de estabelecer a relação entre subjetividade e objetividade. A primeira é vista como atos transcendentais, no entanto, a segunda refere-se aos objetos ideais. Esse entendimento se respalda, tendo como ponto de partida fundamentação da gnosiologia, na qual não seria possível sem o entendimento do que seria a idéia de lógica pura.

Sendo assim, como afirma Merleau-Ponty (apud MARTINS et al, 1984, p.66):

A intencionalidade é uma relação dialética onde surge um sentido. "Porque estamos no mundo, estamos condenados ao sentido e não podemos fazer nada ou nada dizer que não tenha um nome da história". (Prefácio p. XVI.) E será o mundo da percepção que se nos revelará como o "berço das significações, sentido de todos os sentidos e o solo de todos os pensamentos".

A redução eidética, é conhecida como objeto do ideal, noema, ou seja, objeto da percepção, onde busca encontra o objeto verdadeiro. Logo, dar-se conta dos objetos ideais, uma realidade criada na consciência, não é suficiente ao contrário: os vários atos da consciência  precisam ser conhecidas nas suas essências, que são as experiências da consciência de um indivíduo, no qual deverá ter em comum com experiências semelhantes nos outros. A redução fenomenológica vem com objetivo de fazer com que a filosofia utilize de maneira total com base na idéia mencionada por Descartes, de claridade  apodítica, a certeza concreta. Os objetos da ciência rigorosa têm que ser essências atemporais, cuja atemporalidade é garantida por sua idealidade, fora do mundo cambiável e transiente da ciência empírica. Logo, a fenomenologia busca se efetua como redução fenomenológica e assim permiti atingir a essência do fenômeno. A redução ou epoché é conceituada pela busca do fenômeno enquanto algo puro e livre dos elementos que compõem o pessoal, o cultural e que, portanto promoverá o alcance da essência, isto é aquilo que leva ao objeto se o que realmente ele é em si e não outra coisa.

Para Dartigues (2003, p. 30):

Husserl chama "redução eidética" não se obtém, pois, através de manipulações, mas de um esforço de pensamento que se exerce sobre o fenômeno cujo sentido se busca, qualquer que seja por outro lado a maneira pela qual dele tratam as ciências empíricas.

O sentido e a significação da consciência, trás várias idéias abordadas pelo pensador Edmund Husserl, pois para o mesmo o sentido e a significação, são ajudados pela consciência que dá sentido ao objeto, na qual a consciência proporciona o equilíbrio entre a eidética e a consciência transcendental. A significação compreende inúmeros fatos que irão levar a um acontecimento do mundo é um fato de origina vários egos, construindo uma relação de interação, na qual a significação reúne uma grande quantidade de pessoas, entretanto, fazendo com que as mesmas construam a história.

A significação está interligada com o passado e o futuro, no qual faz com que o ser humano idealize e construa fatos, acontecimentos a partir das experiências intersubjetivas. Para Husserl as ciências fundam-se na experiência de uma pensar pré-reflexivo ou pré-científico, pois tem bases na subjetividade, mas precisa fazer com que a mesma alcance o sentido significativo do ser no mundo.

Segundo Dartigues (2003, p. 14)

O discurso filosófico deve sempre permanecer em contato com a intuição se não quiser se dissolver em especulações vazias. Esse retorno incessante à intuição originária, "fonte de direito para o conhecimento", Husserl o chama o princípio dos princípios. "Significações que não fossem vivificadas senão por intuições longínquas e imprecisas, inautênticas – se é que isso acontece através de intuições quaisquer – não poderiam nos satisfazer. Nós queremos voltar às coisas mesmas".

Contudo, entende-se que a intuição traduz grandes significados na teoria de Husserl, pois diferente de Kant, que propõem a intuição sensível, no qual o objeto é captado pelo ser o primeiro aborda que a intuição é o ir ao encontro às coisas mesmas, que precisa da presença do objeto. A intuição da essência e as do ser, pois o objeto terá o papel principal da descrição com base na consciência, no qual no mesmo se criara um núcleo constante que no processo das mudanças imaginárias ele continuara firme. O "olhar" da essência é um ato de intuição, ou seja, um ato de conhecimento, que age sem entremear e que intermédia os objetos para ficarem relacionados.

Com base em Dartigues (2003, p.14):

Falar de uma visão das essências não significará, pois devotar-se a uma contemplação mística que permitiria a alguns iniciados ver o que o comum dos mortais vê, mas ao contrário, ressaltar que o sentido de um fenômeno lhe é imanente e pode ser percebido, de alguma maneira, por transparência.

Para Edmund Husserl, há tipos de intuição, no qual ele chama de perceptiva, do vivido, do outro e das essências. Contudo, a analogia desses atos da consciência intuitiva são significações preenchidas, ou seja, seguem a ordem da presença. Esse preenchimento dar-se de duas formas, a primeira é o apreender pela imaginação as imagens, pela a sua vivacidade. Entretanto, a segunda compõe-se pela percepção que pode atuar com objeto de maneira sensível ou categorial.

Husserl (1992, p.20) afirma que:

Num sentido, cabe decerto dizer que a intuição contribui para a significação do enunciado do perceber: precisamente no sentido em que, sem auxílio de intuição, a significação não poderia desdobra-se em uma relação determinada à objetividade visada. Por outro lado, não se quer dizer com isso que o próprio ato de intuição seja suporte de significação, ou que, no sentido próprio, traga contribuições para a significação, contribuições estas que já se encontrassem, a título de componentes, numa significação acabada.

Portanto, o método fenomenológico de Edmund Husserl afirma Contrariamente a todas as tendências no mundo intelectual de sua época, Husserl propôs que a filosofia detivesse as bases e condições de uma ciência rigorosa. Todavia, a mesma deveria dar rigor ao raciocínio filosófico em relação a coisas tão e variáveis como as coisas do mundo concreto. A vitória do método científico e que ele pode estabelecer uma "verdade provisória" útil, que será verdade até que um fato novo mostre uma outra realidade. Para evitar que a verdade filosófica também fosse provisória, a solução, para Husserl, é que ela deveria referir-se às coisas como se apresentam na experiência de consciência, estudadas em suas essências, em seus verdadeiros significados, de um modo livre de teorias e pressuposições, transparente de seus problemas do mundo real, do mundo empírico, objeto da ciência. Visando restabelecer a "lógica pura" e dar rigor à filosofia, argumenta a respeito do principio da contradição na Lógica.

A contribuição da fenomenologia de Husserl para a docência e pesquisa.

A educação tem grandes significados para a fenomenologia de Edmund Husserl, pois ela busca a criar nos discentes perspectivas, na qual a vida é transitória e precisa estimula-ló a tomar consciência de si mesmo. Logo, o aluno aprende com base em seu individual, pois o educador é aquele que detém a possibilidade de despertar a decisão sobre sua própria essência e também não é aquele que dá tudo pronto, transmitindo conhecimentos, mas deixar que o aluno escolhas as suas iniciativas, porém, não deve impor um modo de ver as coisas, muito menos formar opinião. Além disso, outro fato significativo é que aprendizagem seria mais significativa, na visão filosófica se no contexto educacional a utilização da aprendizagem como um meio de como um meio para o desenvolvimento pessoal e a auto-realização. Ao invés do estudante dar determinadas matérias, construídas curricularmente esta deve ficar sujeita ao educando, pois ele deve elaborar mentalmente verdades para si mesmo, não verdades em abstrato, mas suas verdades e idéias.

O educador, não deverá ser um representante de currículos pré-elaborados, mas um despertador das curiosidades e verdades que os discentes trazem em sua bagagem cultura. Sabe-se que o currículo pautado no processo educacional trás em seu bojo a visão positivista, pois que "alimenta" as técnicas do sistema para que alunos e professores as reproduzam. Com isso, a construção do conhecimento e o conhecer dependem do mundo cultural dos sujeitos envolvidos e de sua interpretação, enquanto forma de entender a busca dos significados da intencionalidade dos sujeitos.

Na pesquisa a fenomenologia contribui de maneira primordial, pois ela visa um filosofar dialético com base na consciência no objeto, ou seja, ter precisão dos sujeitos e fatos que se quer chegar o sujeito e objeto, no qual precisam está interligado no momento da pesquisa. Neste caso, a pesquisa precisa está consciente e adepta as mudanças. Além disso, é preciso no momento do ato da pesquisa buscar trazer algo novo para que o pesquisador esteja sempre aberto a algo novo, no qual se constitui em alternativa de investigação que contribui efetivamente para um novo olhar sobre os seres, os espaços e o vivido.

Portanto, no processo da pesquisa com base na fenomenologia o principal objeto é o diálogo entre o pesquisador e o pesquisado na medida, no qual auxilia a descrever as experiências vividas, sem liderar a discussão. Com isso, o pesquisador precisar estabelecer distância entre suas crenças, valores e opiniões preconcebidas sobre o fenômeno que vem a ser pesquisado, ou seja, ele precisa está puro para analisar os dados de maneira crítica e dialética.

Considerações Finais

O processo da fenomenologia de Husserl é de suma importância para a construção filosófica e educacional, pois trás vários questionamentos para serem pensado com base nessa temática, ou seja, as docentes, pesquisadores, discentes e a sociedade como um todo refletir a cerca das problemáticas que são levantadas. Com isso, a fenomenologia faz com que o ser humano reflita e construa o seu fazer e seja construtor e formador de seus conhecimentos de maneira dialética e hermenêutica, essas ações irão por vez, permitindo que homens e mulheres transformem o seu contexto em um espaço cada vez mais autônomo, criativo e emancipatório.

Logo, os conhecimentos fenomenológicos possibilitam a construção de indivíduos críticos, a sociedade torna-se cada vez mais democrática e consolida os seres humanos de maneira dialética, isto é, conscientes de seus objetos.

Pode-se considerar que deve se almejar uma busca dos processos fenomenológicos no contexto educacional, formação docente, pesquisa para que haja uma ação compromissada com os sujeitos que nelas atuam com o objetivo de preserva a investigação e a curiosidade dos sujeitos que nelas atuam e criando seres filósofos e emancipados.

REFERÊNCIAS:

DARTIGUES, André. O que é Fenomenologia? 8.ed. São Paulo: Centauro, 2003.

HUSSERL, Edmund.A Idéia da Fenomenologia.1 ed.Rio de Janeiro: edições 70.2000.

HUSSERL, Edmund. Conferências de Paris. 1 ed. Rio de Janeiro:edições 70. 2000.

HUSSERL, Edmund. Investigações Lógicas Sexta Investigação (Elementos de uma Elucidação Fenomenológica do conhecimento). 5 ed. São Paulo: Nova cultura.1992.

MARTINS, Joel, DICHTCHEKENIAN, Beirão (orgs). Temas Fundamentais de Fenomenologia. São Paulo: Moraes. 1984.



[1] Pedagoga, especialista em Docência no ensino superior e Filosofia da educação pela UFPA. E-mail: [email protected]