Não a condenem por possuir o hábito de adquirir imagens de santos pequenos. Adora as imagens que expressam mais o mundo da estética do que da fé. Acredita que a fé é individual. É egoísta no acreditar. Usa banir tanto o conjunto quanto a instituição.
Sua essência com Deus não é negociável. Expostas a imagens, foi escolhê-las entre dúvidas e preços ouviu a vendedora:
_ Você vai levar a santa? Um homem de outra religião disse que traz azar!
_ Qual azar?
_ Desfaz casamento!
_ Não quero! Pode realizar!
A vendedora muito expressiva mais uma vez deixou o ímpeto superar a profissão e sem dar conta lança uma pergunta intrigante:
_ Você não tem fé?
E ela , entre a cruz e a espada, num conflito existencial não teve resposta exata..Como não tem até hoje. Embora execute todos rituais de uma fiel.
Nas várias ramificações que buscam Deus,ficam latentes perguntas inevitáveis e fundamentais. Sem respostas , ficam elas, permeadas por rivalidades e não atingem o objetivo real.
Diante de tantas questões em aberto a religião é uma prova subjetiva. Não há professor que possa avaliá-la. Nos resta a dúvida vital do crer ou não crer, sem mencionar que a fé está intrinsecamente em nosso ser e nas suas inúmeras facetas que se apresentam. Não importa como, mas se apresentam.
Volto ao diálogo da loja e lhe respondo que a fé venceu a dúvida. Comprou a santa e seguiu em paz.