A FAMÍLIA PARTICIPATIVA NA EDUCAÇÃO DO ALUNO

A participação da família na escola, como instituição agregada à família, construiu-se lentamente, diante de pressões científicas e das exigências da sociedade urbana. Assim que se encerrou a fase da colonização no Brasil passou a existir a necessidade de uma organização voltada à formação moral e mental dos indivíduos. Essa missão se mostrou impossível de ser levada a se processar apenas no âmbito doméstico. Por outro lado, a escola passou a se isentar de assumir as necessidades do aluno, sem a participação familiar.

Por outro lado, passou-se a entender que o aluno depende, em grande parte, do bom convívio familiar para o êxito na sua trajetória escolar. A escola então passou a depender da família como agregada à educação, tanto com relação à sua participação, quanto ao aspecto de harmonia fora dos muros da escola, dando origem ao êxito ou fracasso escolar.

A família e a escola são parceiros fundamentais no desenvolvimento de ações que favoreceram o sucesso escolar e social das crianças, formando uma equipe. A educação transcorre tanto o ambiente escolar quanto o familiar, a interação entre ambos é muito importante para o sucesso do processo ensino-aprendizagem.

Sendo assim, o rendimento escolar do educando, será de modo satisfatório quando escola e família andarem em parceria, pois, a influência dos dois fatores possui papel essencial para a formação dos sujeitos.

Acredita-se que os pais têm um importante papel em fortalecer a autoestima da criança, dando estímulos positivos, estabelecendo relações saudáveis, prazerosas e produtivas para que essa sensação se transforme em retorno somador para o desenvolvimento pessoal.

Para que a criança vá bem, ela precisa de um ambiente afetivamente equilibrado, onde receba amor autêntico capaz de satisfazer suas necessidades emocionais, pois a criança reflete na escola o que ela vivencia em seu ambiente familiar.

 

Investigar a importância da família para o processo da aprendizagem escolar, principalmente a sua influência no desenvolvimento das crianças, podendo contribuir para o sucesso ou o fracasso ao longo de sua vida escolar.

Descrever as principais características e significado do conceito de sucesso e fracasso escolar;

Identificar as causas e consequências do fracasso escolar;

Destacar a influência que a família pode exercer para o sucesso ou fracasso da vida escolar de seus filhos.

O tema foi escolhido tendo como base a observação realizada durante o período de Estágio Supervisionado dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, onde nos deparamos com algumas situações, nas quais os pais são participativos na vida escolar de seus filhos. Foi percebido que o incentivo à elaboração de atividades em casa, participação de reuniões e outras condutas dos pais com relação à escola, tornam o desenvolvimento escolar mais efetivo.

O fracasso escolar sempre fez parte das inquietações das equipes pedagógicas dos pais, do meio social e os alunos provenientes das classes mais desassistidas são os mais atingidos pela falta de êxito nas escolas. O insucessona trajetória escolar pode ser definido como uma situação na qual o aluno não atende às expectativas em seu desenvolvimento no aprendizado e isso, quase sempre gera evasão escolar. .

Ireland (2007) conceitua a aprendizagem como um risco, dando possibilidade ao aluno, fracassar ou obter êxito em sua caminhada em busca da aprendizagem. Embora as situações negativas sejam motivo de preocupação, as dificuldades para assimilar os conhecimentos repassados pela escola sempre existiram. Em muitos casos, o insucesso pode ser atribuído à questão pedagógica, mas uma grande parcela é movida pelas circunstâncias econômicas e sociais.

Com relação ao fracasso escolar, no século XVIII, era normal o analfabetismo, a escola era algo distante, o ensino era rudimentar e, diante disso não havia nenhum tipo de preocupação com fracasso ou êxito na vida escolar. A falta de frequência às aulas era tolerada pelos pais e professores, não sendo motivadora a nenhum tipo de repreensão e considerava-se que qualquer coisa que se aprendesse na escola seria suficiente para vida futura.(IRELAND, 2007).

Até início do século XX, não existia nenhuma preocupação com a vida escolar. Entretanto, a partir de 1970, assim que crianças a partir de quatro anos passaram a entrar na escola, pioneiras observações deram conta do fracasso dos alunos. A possibilidade do insucesso escolar então começou a fazer parte do cotidiano das equipes pedagógicas e dos familiares dos alunos, uma vez que os currículos começaram a apresentar um grau maior de dificuldade (PATTO, 2006).

Destaca Fernandes (2007) que é comum a consideração de que o fracasso escolar provém de questões familiares e em virtude das disparidades sociais. No entanto, Patto (2006) observa que tal afirmação pode não ser totalmente uma verdade, pois existem crianças pertencentes a famílias problemáticas e paupérrimas que são ótimos alunos. Devem ser analisadas muitas outras causas, tais como, desinteresse dos alunos, dificuldade cognitiva e muitos outros obstáculos que se formam, prejudicando a aprendizagem e gerando a falta de êxito na escola.

Embora existam fatores que comprovadamente podem ser responsabilizado pelo fracasso escolar, a ausência de estabilidade emocional da criança, em vista de um mau convívio entre os familiares, pode tomar o lugar do espaço dos valores estáveis, fazendo com o aluno se afaste da escola, deixando de ter interesse pelos estudos. As famílias desagregadas em muitos casos, por questões financeiras, não repassam motivação aos filhos os incentivando a edificarem seus ideais. A falta de estímulo faz com que, diante do primeiro sinal de fracasso, a criança desista dos estudos (WEIL, 2004).

Um dos principais pontos a se destacado, no que se refere ao êxito ou fracasso escolar é a relação que se forma entre família e escola. Embora as responsabilidades não sejam totalmente idênticas, umelo que se forma entre as duas contribui para a vida escolar do aluno. A escola deve aumentar a interação entre a criança e a família, favorecendo o processo educativo e a formação dacriança. Por isso, pais integrados à escola representam um fator de grande importância para que ambos, pais e escola, falem uma só língua, auxiliando na aprendizagem do educando (MARINOTI, 2000).

Destaca Marinoti (2000) que é dever da instituição estabelecer um livre diálogo com as famílias, tratando-as como parceiras, assumindo um trabalho acolhedor às expressões mais diversas das crianças junto às suas famílias, respeitando as diversidades, uma vez que cada família é constituída de experiências, histórias e diálogos diversos, ficando a cargo da instituição desenvolver a capacidade de observar, ouvir e também aprender com essas famílias. A participação da família na escola compreende estar atento às dificuldades e êxitos conquistados.

Família e escola, para Sutter (2007), são alicerces nos quais se apóia a figura do ser humano. Quanto mais consistente for a parceria entre as duas, mais positivos e significativos serão os resultados na formação do aluno. A participação dos pais na educação dos filhos deve ser permanente e fazer parte de uma história, pois este vínculo entre escola e família não deve se constituir simplesmente uma obrigação, mas na importância de que este relacionamento se reveste.

Será iniciada a pesquisa com um levantamento bibliográfico, buscando elementos teóricos sobre a relação escola família e sua importância no êxito ou fracasso escolar dos alunos, uma vez que a influência do rendimento dos educandos depende de maneira substancial deste vínculo. Serão efetuadas buscas por fontes de pesquisa criteriosas quanto aos trabalhos que publicam, uma vez que se tem uma preocupação em utilizar bons referenciais teóricos.

Serão utilizados também questionários para serem aplicados aos pais ou responsáveis, aos docentes e discentes numa escola da rede Municipal de Alegre, tendo como objetivo, identificar como a participação dos pais na vida escolar dos filhos influencia no seu rendimento escolar.