A referência materna é muito importante na relação pais e filhos, pois é através dela que toda criança inicia sua aprendizagem em seu contexto social, garantindo à mãe o papel de primeira educadora.
A mulher enquanto ser biopsicossocial tem desempenhado ao longo da história um papel fundamental, em especial para preservação da espécie humana: o de ser mãe. E durante muito tempo este fenômeno vinha sendo abordado como algo natural, devendo estar desvinculado das condições sociais e imaginárias de cada mulher. Hoje, porém, podemos observar que nem tudo ocorre exatamente como se pensava no passado.
Diante da formação social do ser humano que se inicia no meio familiar e devido à desastrosa situação da sociedade contemporânea, percebeu-se que a criança antes de chegar à escola, passa através de trocas de informações e experiências retidas do exterior e estes surgem como defesa no meio social.

A família é certamente a mais antiga instituição da sociedade e seu surgimento recorre à satisfação de necessidades humanas básicas. Pode-se salientar sua existência devido a fatores biológicos (satisfação sexual, dependência materna, dependência mútua durante a gravidez etc) ou à função social que correspondesse aos interesses dos indivíduos. Sem esquecer tais fatores, "a história das sociedades registra a existência de famílias, ou seja, não existem sociedades sem algum tipo de organização familiar".

Considerando que a educação se dá primordialmente no nível familiar, é na relação com a mãe ou com quem exerce a maternagem que se dá a formação da criança. A formação e desenvolvimento de uma criança começa na linguagem sentimental exercida, sobretudo pela mãe. Essa linguagem marca a vida do bebê e são importantes para o desenvolvimento infantil, seja para o feto ou recém-nascido, uma vez que amplia a formação da consciência e da percepção de si mesmo.
A tendência do bebê a se integrar seria ajudada por dois conjuntos de experiências: de um lado o cuidado infantil, a existência de uma mãe suficientemente boa que o ajude a juntar os pedaços, fazendo se sentir uma pessoa inteira; por outro lado a colaboração das próprias experiências pulsionais agudas do bebê, que tendem a tornar a personalidade inteira, una, a partir do seu interior. Gradualmente, rostos vistos, sons ouvidos, cheiros sentidos são reunidos em um ser total, a ser chamado mãe.
Disto, concorda-se que há um pressuposto para absorção dessa linguagem pelo bebê: a sua capacidade infantil.
A memória, então, surge como elemento importantíssimo nessa relação de desenvolvimento e decodificação das emoções maternas.
De maneira geral, todas as emoções e sentimentos surgem como respostas internas e são resultantes de nossa interação no meio social. Por isso mesmo, somos de acordo com a autora de que não há ponto negativo para as reações e emoções desagradáveis da mãe, como raiva, ansiedade, depressão, dentro de certos limites. Desta forma, a criança sai de seu isolamento e encontra uma oportunidade de construir a consciência de si mesma, exigindo uma reação.
Acreditando que o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe, aponta ? se que e a solução contra isso é o indivíduo, homem raro que se constrói no ambiente familiar.

Na infância, portanto, a educação consiste através dos exercícios e das sensações que são capazes de instruir constantemente as crianças.
Sabe-se que educação é o exercício que o homem faz para aprender experiências que condicionam sua prática de acordo com um modelo adquirido.
Esta capacidade de aprendizagem dos seres vivos distingue-se, no homem, pelo desenvolvimento da linguagem.
Sentido fundamental exerce o papel da mãe como primeira educadora por estar em maior contato com a criança, não excluindo o pai e mais modernamente os avós, mesmo se esta trabalha fora do lar.
Essas leituras demonstram que a participação da mãe no processo de aprendizagem de seu filho é primordial, pois é através dela que a criança desenvolverá noções de símbolos e as normas sociais.