A Familia Do Congado
Publicado em 10 de setembro de 2007 por wagner silva
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
MESTRADO EM EDUCAÇÃO, ARTE E HISTÓRIA DA CULTURA
WAGNER APARECIDO DA SILVA
ORIENTADOR: PROF. DR. SERGIO BAIRON
VIVA REI,VIVA A RAINHA,VIVA TAMBEM SEU CAPITÀO
A FAMILIA DO CONGADO EM CONSELHEIRO LAFAIETI MG
"Rei de congo veio de angola
Marinheiro de Guine,
Vossa Senhora de Belém
E Jesus Cristo de Nazaré??
INTRODUÇÀO
"Um pouco mais de nossa gente"
No Brasil existe varias manifestações folclóricas em todas as regiões grupos que lutam para difundir o folclore,e sua própria existência cultural , grupos devocionais de música e danças, eu destaco o congado, um bailado popular dramático afro-brasileiro, onde o negro adaptou elementos de raízes históricas,e de convívio social e de maneira involuntária difundido a sua própria cultura.
Segundo Mario de Andrade , os congados é um teatro musical, envolvendo um bailado dramático com suas hierarquias onde reis e rainhas e seus subordinados,cantam e dançam, a sua felicidade de libertação.
Este cortejo devocional aos santos católicos,com a fusão da cultura negra , ainda preservou a tradição de coroar um rei congo , ate os dias atuais , com todas suas filosofias e narrativas de transição oral, vinda de costumes tribais de Congo e Angola.
A coroação de um rei congo junto com toda sua hierarquia dentro da festa , nos remete dentro da história, ou seja, uma forma que o negro usou para se comunicar com a civilização branca,mantendo assim este ciclo,formando e dando base para a sua própria existência , de uma forma indireta ,alimentando as artes até hoje.
E hoje encontramos esses grupos dando vida e referencial de resistência histórica,mesmo com uma forte influencia da igreja católica.
Esse obscuro fato que liga, fé, som e dança, que às vezes confunde, mesmo,quem já este acostumado a acompanhar estes grupos,é difícil tecer qualquer comentário antecipado, deixando várias interpretações ,pois a .mistura dos rituais afro-brasileiros,e forte influencia dos santos católicos (Nossa Senhora do Rosário, São Benedito, Santa Ifigênia e Nossa Senhora Aparecida),trás não só o sentido da resistência mais também,o sentido místico,questionados por alguns pesquisadores .
Segundo alguns folcloristas , congo é um grupo que vai abrindo caminhos para outros grupos, os dançantes usam espadas e tem a conotação de desviar os olhares carregados de más intenções que possam atingir os soberanos os reis congos.
Como diz os mineiros ele é vassourinha ele vai à frente limpando os caminho com suas danças e indumentária e os chapéus cheios de fitas.
O grande interesse é a Percussão a sincoparão de diferentes naipes de tambores. A fila da direita faz um toque e da esquerda responde, isto cria uma estereofonia incrível. Podemos encontrar,vários grupos como estes em Minas Gerais,o interessante é a própria hierarquia estrutural entre eles e a sua própria denominação que dependendo da região onde se encontra.(congado,banda de congado,catopé,vilão,Moçambique etc...)
E foi justamente em uma de minhas viagens a Conselheiro Lafaiete,que encontrei esse maravilhoso universo, e fiquei maravilhado,e mais tarde eu descobri que sou neto de um capitão do congo.
A minha ligação e sintonia com tudo isso é mística, mais a minha função desde então,passa do emocional para o racional ,e minha contribuição agora, é a pesquisa das minhas próprias raízes.
CONSELHEIRO LAFAITE MINAS GERAIS
Conselheiro Lafaiete é uma das primeiras e mais importantes cidades de Minas Gerais. Por ela passou o caminho novo, depois a Estrada Real, que ligavam as riquezas do estado ao porto do Rio de Janeiro, então capital da colônia.
Estas veias de comunicação serviram para o trânsito de homens, animais, mercadorias e do tão desejado ouro.
Movimentavam-se também os ideais, que encontraram na antiga Queluz de Minas uma valiosa fonte de força e inspiração.
Tudo começou no final do século XVII, quando chegaram os primeiros desbravadores. Em 1694 a bandeira de Manuel Camargo e Bartolomeu Bueno da Siqueira chegou à região, encontrando ali os amistosos índios Carijós. A expedição foi a primeira a levar amostras de ouro para o Rio de Janeiro.
Um verdadeiro alvoroço tomou conta da região e não tardou a notícia se espalhasse no Rio e São Paulo, trazendo levas de aventureiros. Eram muitas minas. Ouro Preto, Catas Altas, Guarapiranga, Congonhas do Campo etc...O Arraial dos Carijós logo se tornou um pouso obrigatório e entreposto.
A colonização de Lafaiete antecede a de Mariana e Ouro Preto. Em 1790 foi elevada à Vila Real de Queluz, emancipando-se da Vila de São José Del?Rei (atual Tiradentes). Foi a décima a ser criada na província de Minas. O nome foi inspirado no Palácio Real de Queluz, em Sintra , Portugal.
A importância política da vila era evidente. Em 1792, frustrada a Inconfidência Mineira, uma gameleira abrigou a perna direita do corpo esquartejado de Tiradentes, líder do Movimento que idealizava a Independência do Brasil. Parte da árvore ainda está de pé e pode ser visitada.
Queluz foi também palco da mais notável vitória das forças liberais sobre as tropas do império, em 1842. Os liberais lutavam contra a oligarquia conservadora que dominava o poder. Chegaram a instituir no local um governo provincial interino.
Lafaiete recebeu seu nome atual em 1934. è uma homenagem ao filho Lafayette Rodrigues Pereira, que foi ministro (1883) e um dos mais importantes conselheiros do Imperador D.Pedro II.
Toda a região de Conselheiro Lafaiete reúne um fabuloso acervo Histórico, artístico, artístico e natural. A localização estratégica continua fazendo da cidade um ponto privilegiado da história, negócios, turismo e ideais de Minas Gerais
FESTA DO CONGADO EM LAFAIETE
Além de se encontrar numa região que concentrou escravos em antigas fazendas, Conselheiros Lafaiete foi passagem de ouro e recebeu expressivas influências religiosas católicas. Ao mesmo tempo, tornou-se local de concentração de camadas populares pobres nascidas na própria cidade ou oriundas de cidades vizinhas menores.
Neste contexto, as bandas de Congado, que jamais desapareceram da região, começaram a se articular na periferia da cidade, existindo até hoje, apesar de todos os prejuízos sócio-culturais e sua degeneração folclórica.
Um exemplo da resistência é a realização do XXVI Festival de Congado de Lafaiete, realizado do dia 29 ao dia 31 de julho. Desde 1979 o evento vem reunindo congadeiros de todo o estado com uma programação variada. O resultado do empenho é o título que Lafaiete recebe. O município é considerado o segundo mais importante centro de Congado de Minas Gerais.
São onze grupos de Congado atuando em Conselheiro Lafaiete. Na tentativa de uma maior integração e difusão das tradições, esses grupos propõem a criação da "Irmandade de Congadeiros Nossa Senhora do Rosário".
Um pouco principalmente através de danças e cantos de raízes afros, revestidos de roupagem católica, principalmente pela devoção a Nossa Senhora do Rosário e aos santos protetor do congado.
De acordo com a tradição, o Congado sempre foi manifestação religioso-cultural de fé pela festa, mantida por pessoas de camadas sociais pobres, em geral negras.
A banda Dançante do Rosário de Santa Efigênia de Lafaiete é considerada a mais antiga da cidade e a sua rainha,que dentro dessa pesquisa chamarei carinhosamente de D. Zezé,a matriarca da família ,em questão. Uma das mais antigas representantes do congado e a atual vice-rainha do estado de Minas Gerais,e o seu filho geovane capitão da mesma congada e representante de todos congadeiros da cidade.e seu pai seu Sebastião capitão da congada nossa Senhora Aparecida,uma das mais bonitas e coreografadas congada da cidade.
DELIMITAÇÃO/OBJETIVOS
O presente pré-projeto destina-se a investigação de uma família e as transformação do congado em Conselheiro Lafaiete MG, traçando um grande paralelo com a família em questão .A pesquisa será realizada através dos levantamentos de dados coletados com entrevistas, fotografias , filmagens e conversas,com o cruzamento de uma bibliografia do tema ,tanto do congado,quanto a que se refere a família..
-Levantar elementos simbólicos de religiosidade e artísticos cruzando com informações dos referenciais teóricos a partir de outras pesquisas realizadas anteriormente.
-Pesquisas de campo ,entrevistas ,filmagens e fotografias
-Mostrar a fonte onde beberam alguns artistas de projeção nacional,como MILTON NASCIMENTO ,BERIMBRAL etc.
-Analisar essa transmissão oral passada dentro da família
A pesquisa acontecera,no período de 2007 a 2008
-Analisar a história do negro por viés artitico/religioso e cultural
-Naturalizar as relações étnicas raciais .
JUSTIFICATIVA
A temática tem uma relevância muito grande por se tratar de um tema dentro da historia da cultura . O mesmo apresenta uma investigação muito interessante, pois questiona as mudanças que ocorrem dentro da família,e como a oralidade e a resistência , possibilita uma nova abordagem das questões sociais e culturais ,onde talvez possamos contribuir para o reconhecimento da historia do negro e naturalizar as relações étnicas raciais.
Essa discussão está inserida dentro de um contexto histórico e artístico,fazendo assim uma abordagem interdisciplinar,mais não podemos descartar o seu aproveitamento educacional ,por ter um caráter pontual que é a própria construção da história do Brasil.
Segundo Marina de Mello e Souza ,toda transmissão de poder real requer ritos particulares executados por determinados agentes,envolvendo gestos,falas e insígnias estabelecidas pelas tradições especificas. A identificação entre realeza e divindade,as insígnias atribuidoras de poder e os ritos que consolidam estão presentes em todas as sociedades nas quais existem um rei ou seu equivalente ,agente aglutinador de uma dada comunidade.
DONA ZEZE RAINHA,GEOVANE CAPITÃO E SEU SEBASTIÃO CAPITÃO,cabem também uma analise de poder dentro da família.
METODOLOGIA
O desenvolvimento do trabalho será através da análise bibliográfica sobre a temática. Avaliando quais são os referenciais teóricos já existentes e quais são as aproximações sobre os questionamentos propostos pelo tema, tentado elucidá-los.
Os questionamentos advindos das questões levantadas na introdução serão investigados a partir da revisão bibliográfica onde o objetivo principal são os estudos relacionados à família.
A produção da redação da pesquisa será, portanto, baseada em uma reflexão bibliográfica e crítica do objeto de estudo.
BIBLIOGRAFIA
SOUZA,Marina de Mello e.Reis Negros no Brasil Escravistas , Historia da Festa de Coroação de Reis Congos Minas Gerais: Ufmg,2002
SILVA,Valdemar Felix da .Congada de São Benedito um Auto de Conversão na Lapa
Música,dança e religiosidade:Puc, São Paulo,2002
MONTENEGRO,Antonio Torres. História Oral e Memória,A cultura popular revisitada:São Paulo: Contexto,1994
PONTES,Hugo.O congado em Oliveira .Minas Gerais :Sulinas,2003
ANDRADE,Mario.Dancas Dramáticas do Brasil,São Paulo:Itatiaia,1982
NEVES,Guilherme Santos .Bandas de Congos:São Paulo : Funarte,1980
RIBEIRO,Maria de Lurdes Borges Ribeiro.Mocambique São Paulo :Funarte,1980
LUCAS, Glaura.Os Sons do Rosário.O Congado Mineiro dos Arturos e Jatobá :Minas Gerais:Ufmg:Humanitas,2002
MESTRADO EM EDUCAÇÃO, ARTE E HISTÓRIA DA CULTURA
WAGNER APARECIDO DA SILVA
ORIENTADOR: PROF. DR. SERGIO BAIRON
VIVA REI,VIVA A RAINHA,VIVA TAMBEM SEU CAPITÀO
A FAMILIA DO CONGADO EM CONSELHEIRO LAFAIETI MG
"Rei de congo veio de angola
Marinheiro de Guine,
Vossa Senhora de Belém
E Jesus Cristo de Nazaré??
INTRODUÇÀO
"Um pouco mais de nossa gente"
No Brasil existe varias manifestações folclóricas em todas as regiões grupos que lutam para difundir o folclore,e sua própria existência cultural , grupos devocionais de música e danças, eu destaco o congado, um bailado popular dramático afro-brasileiro, onde o negro adaptou elementos de raízes históricas,e de convívio social e de maneira involuntária difundido a sua própria cultura.
Segundo Mario de Andrade , os congados é um teatro musical, envolvendo um bailado dramático com suas hierarquias onde reis e rainhas e seus subordinados,cantam e dançam, a sua felicidade de libertação.
Este cortejo devocional aos santos católicos,com a fusão da cultura negra , ainda preservou a tradição de coroar um rei congo , ate os dias atuais , com todas suas filosofias e narrativas de transição oral, vinda de costumes tribais de Congo e Angola.
A coroação de um rei congo junto com toda sua hierarquia dentro da festa , nos remete dentro da história, ou seja, uma forma que o negro usou para se comunicar com a civilização branca,mantendo assim este ciclo,formando e dando base para a sua própria existência , de uma forma indireta ,alimentando as artes até hoje.
E hoje encontramos esses grupos dando vida e referencial de resistência histórica,mesmo com uma forte influencia da igreja católica.
Esse obscuro fato que liga, fé, som e dança, que às vezes confunde, mesmo,quem já este acostumado a acompanhar estes grupos,é difícil tecer qualquer comentário antecipado, deixando várias interpretações ,pois a .mistura dos rituais afro-brasileiros,e forte influencia dos santos católicos (Nossa Senhora do Rosário, São Benedito, Santa Ifigênia e Nossa Senhora Aparecida),trás não só o sentido da resistência mais também,o sentido místico,questionados por alguns pesquisadores .
Segundo alguns folcloristas , congo é um grupo que vai abrindo caminhos para outros grupos, os dançantes usam espadas e tem a conotação de desviar os olhares carregados de más intenções que possam atingir os soberanos os reis congos.
Como diz os mineiros ele é vassourinha ele vai à frente limpando os caminho com suas danças e indumentária e os chapéus cheios de fitas.
O grande interesse é a Percussão a sincoparão de diferentes naipes de tambores. A fila da direita faz um toque e da esquerda responde, isto cria uma estereofonia incrível. Podemos encontrar,vários grupos como estes em Minas Gerais,o interessante é a própria hierarquia estrutural entre eles e a sua própria denominação que dependendo da região onde se encontra.(congado,banda de congado,catopé,vilão,Moçambique etc...)
E foi justamente em uma de minhas viagens a Conselheiro Lafaiete,que encontrei esse maravilhoso universo, e fiquei maravilhado,e mais tarde eu descobri que sou neto de um capitão do congo.
A minha ligação e sintonia com tudo isso é mística, mais a minha função desde então,passa do emocional para o racional ,e minha contribuição agora, é a pesquisa das minhas próprias raízes.
CONSELHEIRO LAFAITE MINAS GERAIS
Conselheiro Lafaiete é uma das primeiras e mais importantes cidades de Minas Gerais. Por ela passou o caminho novo, depois a Estrada Real, que ligavam as riquezas do estado ao porto do Rio de Janeiro, então capital da colônia.
Estas veias de comunicação serviram para o trânsito de homens, animais, mercadorias e do tão desejado ouro.
Movimentavam-se também os ideais, que encontraram na antiga Queluz de Minas uma valiosa fonte de força e inspiração.
Tudo começou no final do século XVII, quando chegaram os primeiros desbravadores. Em 1694 a bandeira de Manuel Camargo e Bartolomeu Bueno da Siqueira chegou à região, encontrando ali os amistosos índios Carijós. A expedição foi a primeira a levar amostras de ouro para o Rio de Janeiro.
Um verdadeiro alvoroço tomou conta da região e não tardou a notícia se espalhasse no Rio e São Paulo, trazendo levas de aventureiros. Eram muitas minas. Ouro Preto, Catas Altas, Guarapiranga, Congonhas do Campo etc...O Arraial dos Carijós logo se tornou um pouso obrigatório e entreposto.
A colonização de Lafaiete antecede a de Mariana e Ouro Preto. Em 1790 foi elevada à Vila Real de Queluz, emancipando-se da Vila de São José Del?Rei (atual Tiradentes). Foi a décima a ser criada na província de Minas. O nome foi inspirado no Palácio Real de Queluz, em Sintra , Portugal.
A importância política da vila era evidente. Em 1792, frustrada a Inconfidência Mineira, uma gameleira abrigou a perna direita do corpo esquartejado de Tiradentes, líder do Movimento que idealizava a Independência do Brasil. Parte da árvore ainda está de pé e pode ser visitada.
Queluz foi também palco da mais notável vitória das forças liberais sobre as tropas do império, em 1842. Os liberais lutavam contra a oligarquia conservadora que dominava o poder. Chegaram a instituir no local um governo provincial interino.
Lafaiete recebeu seu nome atual em 1934. è uma homenagem ao filho Lafayette Rodrigues Pereira, que foi ministro (1883) e um dos mais importantes conselheiros do Imperador D.Pedro II.
Toda a região de Conselheiro Lafaiete reúne um fabuloso acervo Histórico, artístico, artístico e natural. A localização estratégica continua fazendo da cidade um ponto privilegiado da história, negócios, turismo e ideais de Minas Gerais
FESTA DO CONGADO EM LAFAIETE
Além de se encontrar numa região que concentrou escravos em antigas fazendas, Conselheiros Lafaiete foi passagem de ouro e recebeu expressivas influências religiosas católicas. Ao mesmo tempo, tornou-se local de concentração de camadas populares pobres nascidas na própria cidade ou oriundas de cidades vizinhas menores.
Neste contexto, as bandas de Congado, que jamais desapareceram da região, começaram a se articular na periferia da cidade, existindo até hoje, apesar de todos os prejuízos sócio-culturais e sua degeneração folclórica.
Um exemplo da resistência é a realização do XXVI Festival de Congado de Lafaiete, realizado do dia 29 ao dia 31 de julho. Desde 1979 o evento vem reunindo congadeiros de todo o estado com uma programação variada. O resultado do empenho é o título que Lafaiete recebe. O município é considerado o segundo mais importante centro de Congado de Minas Gerais.
São onze grupos de Congado atuando em Conselheiro Lafaiete. Na tentativa de uma maior integração e difusão das tradições, esses grupos propõem a criação da "Irmandade de Congadeiros Nossa Senhora do Rosário".
Um pouco principalmente através de danças e cantos de raízes afros, revestidos de roupagem católica, principalmente pela devoção a Nossa Senhora do Rosário e aos santos protetor do congado.
De acordo com a tradição, o Congado sempre foi manifestação religioso-cultural de fé pela festa, mantida por pessoas de camadas sociais pobres, em geral negras.
A banda Dançante do Rosário de Santa Efigênia de Lafaiete é considerada a mais antiga da cidade e a sua rainha,que dentro dessa pesquisa chamarei carinhosamente de D. Zezé,a matriarca da família ,em questão. Uma das mais antigas representantes do congado e a atual vice-rainha do estado de Minas Gerais,e o seu filho geovane capitão da mesma congada e representante de todos congadeiros da cidade.e seu pai seu Sebastião capitão da congada nossa Senhora Aparecida,uma das mais bonitas e coreografadas congada da cidade.
DELIMITAÇÃO/OBJETIVOS
O presente pré-projeto destina-se a investigação de uma família e as transformação do congado em Conselheiro Lafaiete MG, traçando um grande paralelo com a família em questão .A pesquisa será realizada através dos levantamentos de dados coletados com entrevistas, fotografias , filmagens e conversas,com o cruzamento de uma bibliografia do tema ,tanto do congado,quanto a que se refere a família..
-Levantar elementos simbólicos de religiosidade e artísticos cruzando com informações dos referenciais teóricos a partir de outras pesquisas realizadas anteriormente.
-Pesquisas de campo ,entrevistas ,filmagens e fotografias
-Mostrar a fonte onde beberam alguns artistas de projeção nacional,como MILTON NASCIMENTO ,BERIMBRAL etc.
-Analisar essa transmissão oral passada dentro da família
A pesquisa acontecera,no período de 2007 a 2008
-Analisar a história do negro por viés artitico/religioso e cultural
-Naturalizar as relações étnicas raciais .
JUSTIFICATIVA
A temática tem uma relevância muito grande por se tratar de um tema dentro da historia da cultura . O mesmo apresenta uma investigação muito interessante, pois questiona as mudanças que ocorrem dentro da família,e como a oralidade e a resistência , possibilita uma nova abordagem das questões sociais e culturais ,onde talvez possamos contribuir para o reconhecimento da historia do negro e naturalizar as relações étnicas raciais.
Essa discussão está inserida dentro de um contexto histórico e artístico,fazendo assim uma abordagem interdisciplinar,mais não podemos descartar o seu aproveitamento educacional ,por ter um caráter pontual que é a própria construção da história do Brasil.
Segundo Marina de Mello e Souza ,toda transmissão de poder real requer ritos particulares executados por determinados agentes,envolvendo gestos,falas e insígnias estabelecidas pelas tradições especificas. A identificação entre realeza e divindade,as insígnias atribuidoras de poder e os ritos que consolidam estão presentes em todas as sociedades nas quais existem um rei ou seu equivalente ,agente aglutinador de uma dada comunidade.
DONA ZEZE RAINHA,GEOVANE CAPITÃO E SEU SEBASTIÃO CAPITÃO,cabem também uma analise de poder dentro da família.
METODOLOGIA
O desenvolvimento do trabalho será através da análise bibliográfica sobre a temática. Avaliando quais são os referenciais teóricos já existentes e quais são as aproximações sobre os questionamentos propostos pelo tema, tentado elucidá-los.
Os questionamentos advindos das questões levantadas na introdução serão investigados a partir da revisão bibliográfica onde o objetivo principal são os estudos relacionados à família.
A produção da redação da pesquisa será, portanto, baseada em uma reflexão bibliográfica e crítica do objeto de estudo.
BIBLIOGRAFIA
SOUZA,Marina de Mello e.Reis Negros no Brasil Escravistas , Historia da Festa de Coroação de Reis Congos Minas Gerais: Ufmg,2002
SILVA,Valdemar Felix da .Congada de São Benedito um Auto de Conversão na Lapa
Música,dança e religiosidade:Puc, São Paulo,2002
MONTENEGRO,Antonio Torres. História Oral e Memória,A cultura popular revisitada:São Paulo: Contexto,1994
PONTES,Hugo.O congado em Oliveira .Minas Gerais :Sulinas,2003
ANDRADE,Mario.Dancas Dramáticas do Brasil,São Paulo:Itatiaia,1982
NEVES,Guilherme Santos .Bandas de Congos:São Paulo : Funarte,1980
RIBEIRO,Maria de Lurdes Borges Ribeiro.Mocambique São Paulo :Funarte,1980
LUCAS, Glaura.Os Sons do Rosário.O Congado Mineiro dos Arturos e Jatobá :Minas Gerais:Ufmg:Humanitas,2002