EDUCAÇÃO FÍSICA E A FALTA DE MOTIVAÇÃO PELA SUA PRÁTICA

 

 

Edson de Souza Don Aquino

Maria das Dores Pereira da Silva

Teferson Cristian da Silva

 

 

RESUMO

O desinteresse pela Educação Física escolar não é um fato recente, pois foi algo construído historicamente com o transcorrer do processo de escolarização. E apesar de a Educação Física procurar a qualificação dos docentes e diferençarem-se suas propostas pedagógicas, muitos profissionais não impetram na edificação de um significado para a Educação Física escolar.

 

Palavra-chave: EDUCAÇÃO FÍSICA, ÂMBITO ESCOLAR, MOTIVAÇÃO

 

INTRODUÇÃO

 

A prática da Educação Física na escola nos envia como hipótese a melhoria na qualidade de vida do estudante, que de acordo com CORREIA (2009) deve dispor da aplicação de atividades lúdicas, de movimento, de incentivo ao trabalho em grupo, podendo nesse contexto ser adequada em questão de horários e de acordo com a necessidade a ser trabalhada.

PAIM (2009) fala que as crianças se anunciam através dos movimentos, sentimentos, emoções e pensamento, expandindo as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais. O movimento humano, portanto, vai além disso, ele trabalha movimentos e contempla a variedade de funções e manifestações do ato motor.

BRASIL (2006) diz que nos Parâmetros Curriculares Nacionais apresentam que a Educação Física escolar procura analisar e a selecionar informações, que o sujeito possa adquirir uma postura ativa na prática das atividades físicas, pelo desenvolvimento de sua consciência quanto à importância de uma vida ativa e saudável no exercício pleno da cidadania.

Dessa forma percebe-se que as aulas e as práticas da Educação Física escolar retornam-se completamente para a prática de esportes, e a missão do professor vai muito além de transformar as aulas em lugar de discussão e aprendizagem. Contudo é necessário que o aluno participe das aulas, mas percebe-se que os alunos excluir-se da frequência às aulas, exibindo um desinteresse pela aula prática, não havendo um empenho no intento educacional.

2 - REVISÃO DA LITERATURA

2.1 - Educação Física no recinto escolar

A Educação Física como disciplina escolar busca incorporar os temas da cultura corporal SOARES (1996). Ela nasceu como disciplina de ensino, na Europa em fins do século XVIII e início do XIX. Inicialmente chamada de “Ginástica”, até que passou a ser conteúdo obrigatório escolar.

No Brasil, a Educação Física foi introduzida nas escolas brasileiras em 1882, quando Rui Barbosa, defendeu a inclusão da ginástica nas escolas e a preparação dos professores de ginástica aos das outras disciplinas.

No entanto, na década de 80, esses objetivos começaram a ser contestados. Nesse contexto, as altercações acerca das suposições teóricos guias da Educação Física, receberam força e gerou mudanças nas políticas educacionais em vigor, (BRASIL, 1997).

BRASIL (1996), cita que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB nº 9394/96), no Título V, Capítulo II, Seção I, Art. 26, § 3º, constitui que a Educação Física carece ser “conectada à proposta pedagógica da escola, é elemento curricular da Educação Básica, acertar às faixas etárias e às condições da população escolar, estando facultativa nos cursos noturnos”, com isso alcançou o status de disciplina escolar.

Em 1998, o Ministério da Educação publicou os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, onde foram constituídos os objetivos e conteúdos a serem trabalhados no Ensino Fundamental.

BETTI & ZULIANI (2002) remetem que o atual currículo escolar satisfaz aos critérios de classe da noção que prevalece na ciência contemporânea, o que é compreensível que a tradição educacional brasileira apresente estabelecido, desde a década de1920, aeducação física como uma atividade complementar e relativamente independente nos currículos escolares.

A doutrina da educação incide em ampliar teorias da prática educativas conexas com as oportunas elucidações que os profissionais dão do que estão fazendo, que aprimorem a qualidade de seu conhecimento nessas praticas, e, portanto, permitindo-lhes desempenhar melhor (CARR,1996)

Contudo o grande problema segundo BARROS (1992) da Educação Física é a inexistente relação entre teoria e prática nos programas, que se segue na carência de conteúdo teórico que contorna a prática intuitiva. As aulas de educação física estão perdendo a definição. Os alunos avaliam a educação física como exercício explicita de modalidades esportivas e as freqüentam somente para prazer e descontração, afirma LORENZ & TIBEAU (2003).

Ainda seguindo adiante, PICCOLI (2002) assinala as aptidões necessárias do profissional de educação física do século XXI, para o autor é necessário esse profissional ter: competência cientifica, competência pedagógica e competência pessoal, criatividade e responsabilidade, capacidade de iniciativa e disponibilidade para trabalhar em equipes multidisciplinares.

 

2.2 - O Ensino Fundamental I e II na Educação física

 

No Ensino Fundamental I que acata de 1º a 5º ano, o PCN diz que os alunos têm ampla precisão de se movimentar e estão também se habituando à requisição de períodos mais extensos de concentração em atividades escolares (BRASIL, 1997). É nessa etapa que o aluno necessita de uma estimulação apropriada e diversificada, que incitara a parte psicomotora do aluno aonde guarda estreitas afinidades com o desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da criança. O tutor deve priorizar o desenvolvimento das habilidades motoras básicas.

 

4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo BRASIL (2004) o Plano Nacional da Educação situa que: “a fundação progressiva do Ensino Fundamental de nove anos, com a abrangência das crianças de seis anos, necessita se dar em concordância com a universalização do atendimento na faixa etária de7 a14 anos.

Os pretextos que levam o sujeito a participar das aulas de Educação Física na escola alistam-se a fatores pessoais, fatores ambientais e às próprias características da prática escolhida. “A adesão pode ser percebida como o auge de um desenvolvimento continuo, norte ao aprendizado do exercício físico encravada no habitual de uma pessoa”, (SABA, 2001).

Desta forma, observa-se que 80% dos alunos não participam das aulas, e que 20% dizem que às vezes frequentam. Verifica-se com isso que embora os problemas apresentados posteriormente, os alunos da pesquisa buscam um modo para conseguir assiduidade nas aulas, colaborando com sua prática curricular.

 

Figura 4. Percentual da frequência dos alunos nas aulas práticas de educação física, da Escola Estadual Desembargador Olegário Moreira de Barros, município de Nortelândia, Mato Grosso

Para as que responderam NÃO na questão anterior (figura 4), a Figura 5 exibe os autênticos pretextos dos alunos para não tomarem parte das aulas práticas de educação física dispostas na escola. As informações apresentadas acima marcam como fator saliente para que o aluno não participe das aulas práticas a ocorrência de morarem em zona rural (28%), e, em contrapeso, (24%) alegam não gostar dessa aula, além disso 16% expõem que a causa é a precisão de trabalhar e 12% responderam que não gostam de nenhum tipo de esporte ou não gostam do professor.

 

Figura 5. Percentual dos motivos apontados pelos alunos por não participarem das aulas de Educação Física.

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Então, FREIRE (1996) afirma que a motivação pode ser analisada como incitação para que o aluno seja incitado a participação e ao ensino, por isso o autor diz que “doutrinar não é transferir conhecimento, mas criar probabilidades para o cultivo ou a sua construção”.

                Desta forma, BONAMIGO et al. (1982) nos remete o real papel do professor que deve ser de interventor intencional, ou seja, não deve constituir uma educação autoritária, mas uma educação que permita ao aluno, por meio de táticas postas pelo professor, estabelecer o seu próprio conhecimento, com a reestruturação e reelaboração das definições que são impressos ao individuo pelo seu meio sócio-cultural.

                Desta maneira, a atratividade é de suma valor para que o aluno compartilhe das atividades curriculares da disciplina de Educação Física, não como uma obrigatoriedade, mas sim pelo anseio e ambição em participar (GUEDES, 2004). Assim, uma aula de Educação Física deve privilegiar a intenção de cada ser que, aplicando as experiências particulares, poderá experimentar uma nova situação de modo único e significativo.

Dessa forma a Educação Física passa a ter a finalidade de agregar e colocar o aluno do Ensino Fundamental e Médio no mundo da cultura física, desenvolvendo o cidadão que vai desfrutar, compartilhar, dar, refletir e modificar as formas culturais da atividade física (BETTI, 1991). E, portanto não basta apenas incentivar o aluno a participar da aula é preciso ensinar para ele o motivo daquela atividade, quais os benefícios, levar o aluno a ter uma mente criativa, instinto e motivação para criar e participar das aulas de forma interessada e que cria nele seu próprio conhecimento advindo de suas vivencias.

 

CONCLUSÃO

Devido a esse projeto vimos quais os motivos que os alunos não participam das aulas de educação física. Então mostramos aqui, que é preciso os professores mostrarem a seus discentes o motivo deles estarem participando as aulas de educação física.

 Não basta melhorar a condição física do aluno, é preciso ensiná-lo a construir um programa de condicionamento físico, mesmo porque o professor não estará sempre ao seu lado para dizer-lhe o que fazer”.

É preciso levar o aluno a descobrir os motivos para praticar uma atividade física, favorecer o desenvolvimento de atitudes positivas em relação à atividade física, levar à aprendizagem de comportamentos adequados, ao conhecimento, à compreensão e análise de seu intelecto de todas as informações relacionadas às conquistas materiais e espirituais da cultura física, dirigir sua vontade e sua emoção para a prática e apreciação do corpoem movimento. Assim, a especificidade dos objetivos da Educação Física reencontra o seu lugar, conferindo à Educação Física uma função pedagógico-social.

 

 

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

BETTI, M. & ZULIANI, L. R. Educação Física Escolar: Uma proposta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. São Paulo. v. 1. n. 1. p. 73-81. anual. 2002.

______. Educação Física e sociedade. São Paulo: Movimento, 1991.

______. et  ZULIANI, Luiz Roberto. Educação Física Escolar: Uma proposta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte. Editora Mackenzie. São Paulo: 2002. Ano 1, nº1,p73-81.

BONAMIGO et al. Como ajudar a criança no seu desenvolvimento. Porto Alegre - RS, Editora da Universidade UFGRS, 1982

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9394/96 de 20 de dezembro de 1996. Brasília – DF. 1996.

______. Parecer CNE Nº 5/97- Proposta de Regulamentação da Lei nº 9.394/96. Brasília. 1997.

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______. Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física. 3º e 4º Ciclos do Ensino Fundamental. 3ª ed. Brasília: MEC/SEF, 1998.

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______. Ensino Fundamental 9 anos. Orientações Gerais. Brasília-DF:Julho/2004

______. Linguagem, códigos e suas tecnologias / Secretaria de Educação Básica. – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006.

______.Parâmetros Curriculares Nacionais. Educação Física. Brasília: 2006.

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CORREIA, W. R. Educação física no ensino médio: questões impertinentes. São Paulo: Plêiade, 2009. 195 p.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 17 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

GUEDES, D. P. Fundamentos e princípios pedagógicos da Educação Física: uma perspectiva no campo da educação para a saúde. In: DARIDO, S. C. & MAITINO, E. M. (orgs). Pedagogia cidadã: cadernos de formação: Educação Física. São Paulo: UNESP/Pró-reitoria de Graduação, 2004, p.33-42. 

PAIM, M. C. C. et al. Na busca de aulas de Educação Física mais participativas. Jornada de pesquisa e Extensão da ULBRA Santa Maria, 2009.

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PICCOLI, J. C. J. O perfil profissiográfico em educação física para o século XXI: reflexão de uma nova perspectiva. Motus corporis, Rio de Janeiro. v. 9, n. 2. p. 55-62. Nov. 2002.

SOARES, C. L. Educação Física escolar: conhecimento e especificidade. Revista Paulista de Educação Física. supl.2, p.6-12, São Paulo, 1996.

__________. Imagens da educação no corpo: estudo a partir da ginástica francesa no século XIX. Campinas: Autores Associados, 1998.