A Explicação do Fundamento da Essência da  Existência do Instinto e da Razão.

A pergunta fundamental existe ou não uma essência para existência humana, uma definição a priori, para o ser humano, a resposta é dada, veementemente tanto por Karl Marx com por Sartre.

 Podemos dizer anteriormente também pelo empirismo de Locke, o homem é a sua existência, define tão somente posteriormente.

 Ao nascer não tem absolutamente nada na cabeça de uma criança, não existe diferença de um objeto, a definição empírica dada, uma tábua rasa.

 Ela transformará como produto do seu meio. Superar o mesmo é eliminar pelo menos em parte o homem como produto da alienação.

 O homem não tem uma essência definida, o que se define, por exemplo, os linguistas, o homem é diverso com a invenção da linguagem.

  Definições meramente ideológicas, o homem passa a fazer parte das lógicas de invenções imaginativas, uma vez a mente estruturada de um determinado modo.

O homem age e comporta com tal fundamento, a não ser no uso das Ciências empíricas, como critério de uma possível verdade. Tudo comporta dessa forma por não existir a essência humana. Edjar.     

Não existe a essência explica Sartre, porque primeiro o homem existe, se realiza pela  existência e dessa maneira se define como homem, de acordo com a sua existência, suas circunstâncias específicas, desse modo se entende porque uma pessoa é de um jeito  e não de outro.    

Marx rejeita a concepção de uma natureza humana universal fundamentada numa essência, para ele o homem se define pelo trabalho e pela organização política do seu tempo histórico.

Exatamente por essa análise em cada tempo histórico, o homem tem determinadas concepções culturais, o homem antigo, medieval, moderno, contemporâneo.

  Se o homem tivesse uma essência, ele seria eternamente do mesmo modo, como são os animais, agiria tão somente pelo instinto.

 O que significa na prática, o homem tem também o instinto, sendo que o mesmo é instrumentalizado, contra o próprio homem, em defesa dos interesses econômicos.  

A respeito do homem, as condições econômicas que definem os modelos sociais em circunstancias determinadas, o homem é produto do seu meio, do seu tempo histórico.

 Motivo pelo qual não existe uma concepção essencialista da evolução humana, como desejam os metafísicos e com o mesmo entendimento, os criacionistas.  

Para Sartre só os animais são em si, isso é teria uma essência, manifesta sempre da mesma forma, porque para eles não existem o que denominamos de tempo histórico, o comportamento animal é, portanto, universal.

O homem é completamente diferente, isso por não ser uma espécie em si, mas um ser para si, o que significa aberto para a construção de novas realidades.

 O que entende que o homem tem consciência dele mesmo, ao contrário do mundo animal, o que se pode dizer aberto às diversas formas de realizações.

 O homem é um ser para si, como produto da linguagem ela fabrica as representações das ideologias, motivo pelos quais acreditamos nas coisas ou somos céticos em referências as mesmas.

Isso quer formular que o homem é responsável pela construção da sua existência, primeiro o homem existe e posteriormente de acordo com a sua existência se define.

 A ideia sartriana, a respeito da existência humana, coincide com o conceito marxista do homem.

Nessa lógica é possível falar da essência de um objeto qualquer ou de um animal, porque o referido, sempre vai comportar da mesma forma daqui um século.

 Mas o homem muda constantemente, cria sempre novas ideologias, o comportamento de uma ovelha no Brasil é o mesmo de outra ovelha em qualquer parte do mundo.  Não existem duas ovelhas, os homens são múltiplos com variedades de consciências.

Os animais têm sempre as características da sua espécie e dessa forma continuamente, Com efeito, o homem só teria uma essência se não tivesse a linguagem, porque ele seria entendido apenas pelo sua referência de instinto.

Portanto, não se pode falar de uma natureza humana, pela seguinte razão, o homem não é igualmente em todos os lugares, não pensa da mesma maneira e não tem os mesmos valores.

 O ser humano não é o que ele não propõe fazer, sendo exatamente o que ele faz como muito bem explicou Karl Marx.

Sendo desse modo, como se pode definir uma essência, o que na prática não existe e muito menos não poderia ser, o homem apenas um animal em permanente mecanismo de construção, de acordo com seu modo histórico de organização e produção, no uso indelével da linguagem.

Entender o homem é conseguir definir o mecanismo da sua linguagem, a estruturação do seu cérebro, a lógica do mecanismo do seu funcionamento.

 O que se complica muito, quando esse mecanismo transforma-se em procedimentos culturais errados, exemplo  uma nação não se prima pelo ético, muda se o comportamento para uma epidemia da imoralidade, referência típica a questão da corrupção.

 O povo passa agir se pelo instinto, imagina que a corrupção é um fenômeno apenas político, uma análise errada, pelo fato da mesma ser a institucionalização por um comportamento errado socialmente.

 A  corrupção política é apenas o reflexo de um modelo cultural existente.  O  fundamento é  inequívoco, portanto, difícil por ser uma estrutura de razão padronizada nacionalmente, a natureza da ação funciona não mais como mecanismo da razão, mas sim do instinto.       Edjar.   

Edjar Dias de Vasconcelos.