A Evolução sexual desde o auto-erotismo até a heterossexualidade

 

Introdução

O presente trabalho busca expor de forma clara algumas fases da adolescência, buscando definir e explicar através de uma pesquisa bibliográfica, alguns dos conflitos que tanto a família quanto o próprio adolescente enfrentam em meio à sociedade que estão inseridos.

A evolução sexual acontece em todas as fases da vida, porém de diferentes maneiras, especificamente na fase da adolescência a sexualidade ganha mais força e importância. Discorremos sobre o período em que o adolescente passa a conhecer melhor a sociedade e suas atitudes para com os indivíduos, como o mesmo tende a passar por um processo de adaptação às regras que lhes são pré impostas e como isso irá influenciá-lo.

Abordamos também a sexualidade na adolescência que se divide entre os períodos de masturbação, homossexualidade e bissexualidade formando assim a sua identificação sexual, que neste momento esta em constante adaptação.

Fase da chamada “aborrecencia”, pois é quando começa a se revoltar com o que não concorda e com o que é quase “obrigado” a aceitar, que de uma forma ou de outra acaba limitando-o. A partir deste momento ele passa a reivindicar mudanças, pois sente a necessidade de ser aceito independente de suas escolhas.

 

 

 

 

 

A Evolução sexual desde o auto-erotismo até a heterossexualidade

 

Adolescência é um período que começa aos 10 e vai até os 19 anos, segundo o Estatuto da criança e do adolescente começa aos 12 e vai até os 18 anos, onde acontecem diversas mudanças físicas, psicológicas e comportamentais. Durante o processo de evolução do auto-erotismo à heterossexualidade que acontece na adolescência é possível observar ao mesmo tempo atividades de caráter masturbatório, pois antes de iniciar sua vida sexual o adolescente passa por um processo de conhecimento do próprio corpo, e o início dos exercícios genitais que por sua vez é muito mais preparatória do que procriativa, que realmente só acontece de forma efetiva no começo da vida adulta que vem acompanhada da maturidade genital.

Durante a fase de evolução da genitalidade que segue em conjunto com a sexualidade, como já ressaltamos o adolescente vive em constantes conflitos, e nesse período que ele fica confuso entre o querer o poder, ativando assim automaticamente seus mecanismos defesa.

A mulher passa por um fenômeno especifico que é o da menarca, mais conhecido como a primeira menstruação, vivenciado na nossa cultura como algo perigoso, pois é nesse período que se aflora a sexualidade de uma forma mais expressiva, ou seja, é quando a moça pode iniciar sua atividade sexual, pois estará num período de realizações e satisfações.

Conforme acontece os procedimentos de aceitação da genitalidade que segundo COSTA e LOPES (2001) são apenas os órgãos de reprodução, inicia-se a procura por um parceiro onde começa os contatos físicos, que são cada vez mais freqüentes e significativos dando caráter de mais importância para a vida sexual do adolescente. A partir deste momento começa a surgir o primeiro amor, que ocorre na adolescência e pode ou não ser correspondido, como por exemplo, quando a pessoa amada é idealizada, sendo um artista de televisão ou até mesmo um professor, que na verdade tem características do pai no caso de meninas, ou da mãe no caso de meninos, o qual o adolescente sustenta fantasias edípicas, que se desenvolvem quando a criança atinge o período sexual fálico.

Quando os adultos, independente de classes sociais, tentam ignorar a genitalidade do adolescente, acabam dificultando suas relações genitais heterossexuais. Mas o adolescente não nega a genitalidade que surge neste período de sua vida, pois a mesma vem acompanhada das várias alterações corporais que são difíceis de negar, neste momento juntamente com todas as mudanças que ocorrem na puberdade, acontece também à definição da identidade sexual correspondente que, segundo LOPES e PATEL (2001)... É um dos elementos fundamentais da identidade geral. “Que é delineada desde os primeiros momentos da vida e definida na adolescência, compreendendo a interação como os pais, fatores morais, culturais, sociais religiosos entre outros”.

Com o desmamamento ocorre o fim do vínculo oral com a mãe. Segundo Arminda Aberastury neste momento aparece à fase genital prévia, marcada pela necessidade do terceiro e a estruturação do complexo de Édipo precoce, que nessa fase tem características genitais, ocorrendo a partir daí o descobrimento dos órgãos e as fantasias com características do penetrante para o masculino e do penetrado para o feminino. Essas fantasias determinarão o modelo de vínculo que se manterá durante a vida posterior do individuo, e para que essa influência seja positiva a presença dos pais é essencial, pois a ausência de um deles pode dar origem à homossexualidade tanto na mulher como no homem.

Quando o adolescente encontra-se em uma família bem alicerçada, a evolução genital acontecerá de forma mais satisfatória e calma, pois o mesmo passa por diversas mudanças corporais que acabam afetando de formas claramente expostas em seus comportamentos e principalmente em suas atitudes.

Atitude social reivindicatória 

O processo da adolescência não depende apenas do próprio adolescente, o meio em que vive determina grande parte de sua conduta, o apoio da família é importante, e quando os pais procuram de uma forma ou de outra esconder suas opiniões ou ignorar as escolhas dos filhos acabam fazendo com que os eles se angustiem e no começo procurem negá-las, a aceitação de sua sexualidade deve partir do indivíduo, mas a sociedade também deve fazer seu papel.

Além de ter que encarar sua família o adolescente também precisa enfrentar o preconceito da sociedade que muitas vezes age de maneira cruel e faz com que a família o renegue. Nem todas as pessoas compreendem a escolha sexual, pois na maioria das vezes eles acham que é errado e até mesmo anticristão, alguns dizem que é um absurdo o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. A sociedade é a que encarrega do conflito edípico e tende impor a sua solução.

Segundo Mott (1996), o Brasil é o país campeão de assassinatos de homossexuais, e ainda, entre todas as minorias são os mais odiados. A intolerância à homossexualidade, a homofobia, tem-se apresentado das formas mais diversas, como: chacotas, agressões simbólicas e físicas, omissão da lei e etc. configurando um quadro de violência que chega a ser uma barbaridade. Para que o convívio social seja harmonioso é necessário que todos os integrantes deste meio aprendam a conviver com as diferentes opiniões e escolhas de cada individuo.
            O apoio da família é fundamental para adolescente nesta fase, já que os conflitos sociais nunca vão deixar de existir, Porém cabe a cada ser humano, respeitar essa decisão, pois quem sabe assim  viveremos num mundo melhor.

A atitude social reivindicatória inicia quando o adolescente começa a perceber a sociedade que os rodeiam e através de sua atitude e de sua força, tenta modificá-la. É o momento que querem reivindicar um mundo melhor, mais justo.

“A sociedade, mesmo manejada de diferentes maneiras e com diferentes critérios sócio-econômicos, impõe restrições à vida do adolescente. O adolescente com a sua força, com a sua atividade, com a força reestruturadora de sua personalidade, tenta modificar a sociedade que, por outra parte, está vivendo constantemente modificações intensas” (Aberastury, 1989, p. 53).

Segundo Aberastury (1981), o adolescente tem uma atitude crítica frente ao mundo externo e frente aos adultos em geral. O mundo interno que foi desenvolvido através das identificações com os pais, professores, ou figuras substitutas de ambos serve-lhe de ligação para a entrada no mundo externo e significar novas condutas, em conseqüência da sua mudança de papéis.

Nesta característica da adolescência o papel da família e da sociedade torna tudo praticamente impossível para o jovem, pois lhe impõem algo já formado por eles e que tende a ser seguido. Os jovens começam a sentir-se limitados nessas buscas, vão então a procura do tão esperado “mundo dos adultos”.

A partir deste momento de descoberta o adolescente não concorda com várias coisas tais como: padrões alimentares e de modismos, religiosidade, movimentos sociais, etc. Tem conhecimento das lutas sociais desencadeadas por jovens o que faz aflorar ainda mais o espírito de reformador e sentem-se capazes de mudar o mundo.

Para Aberastury e Knobel, “na medida em que o adolescente não encontre o caminho adequado para a sua expressão vital e para a aceitação de uma possibilidade de realização, não poderá jamais ser um adulto satisfeito” (1989, p. 54).

Considerações Finais

 

Ao decorrer dos estudos que realizamos para elaborar este trabalho, foi possível percebermos quão grande é importante à presença e o apoio da família na vida de um adolescente, pois esta é a fase onde ocorrem muitas mudanças e surgem muitas dúvidas e receios, e nesse momento é primordial que ele se sinta bem acolhido e respeitado.

Quanto ao adolescente que decide tornar-se homossexual, notamos que existem várias explicações para tal atitude, como por exemplo, a falta de um dos pais que acaba despertando desejos edípicos relacionados à única figura paterna que está presente, porém a opinião pessoal do grupo é que a opção sexual de qualquer indivíduo, seja ele adolescente ou adulto, não é o que irá medir seu caráter e sua capacidade de relacionar-se de forma sociável, sendo assim chegamos ao consenso de que a sociedade também tem um papel importantíssimo a cumprir, porque na verdade o que à compõe são os indivíduos e as normas que fazem parte da mesma, ou seja, cabe a cada um fazer sua parte respeitando as escolhas dos outros independente de sua própria opinião.

E como já ressaltamos anteriormente o apoio da família é de suma importância, pois é dentro do seio familiar que a pessoa aprende a viver em sociedade, respeitando o direito de “ir e vir” e o livre arbítrio de cada um. Consideramos ainda que qualquer indivíduo antes de ser homossexual é pessoa, é cidadão e como todos têm seus direitos e deveres.

 

Referências Bibliográficas

 

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