A EVOLUÇÃO DA LINGUA LATINA E SUAS MODALIDADES LINGUISTICAS

FABIANO SANTOS SILVA
RESUMO

A língua latina foi a grande responsável pelo intercâmbio que se fazia necessário quando os romanos conquistavam povos e nações. No entanto, este processo era complexo de ser sistematizado, principalmente nos seus primórdios, devido à diversidade cultural de cada sociedade que era romanizada. E no decorrer da história esta língua viria a transforma-se em duas modalidades em uma mesma língua: o latim clássico (sermo urbanus) e o latim vulgar (sermo vulgaris). Apesar de estas variantes pertencerem a uma só vertente, na expansão do império romano elas ficaram divididas entre as classes sociais. E que no desenvolvimento das duas, o latim vulgar será a linguagem mais influente por ser falada mais livremente pela sociedade. Sendo assim a matriz de varias línguas como: a nossa língua portuguesa, a francesa, a italiana e outras.
Palavras- chaves: Latim. Modalidades. Romanos. História.

ABSTRACT
The Latin language was the great responsible person for the exchange that made her necessary when the Romans conquered people and nations. However this process was complex of being systematized, mainly in its primórdios, due to the cultural diversity of each society that was romanized. And in elapsing of the history this language it would come it transforms it him in two modalities in a same language: classic Latin (sermo urbanus) and Vulgar Latin (sermo vulgaris). In spite of these variants they belong to an alone slope, in the expansion of the Roman Empire they were divided among the social classes. And that in the development of two o'clock, vulgar Latin will be the most influential language for being spoken more freely by the society. Being like this the head offices of you vary languages as: our Portuguese language, the French, the Italian and another.
Words - keys: Latin. Modalities. Roman. History.
INTRODUÇÃO

O presente trabalho apresentará um estudo sobre a evolução da língua latina. Fazendo uma síntese histórica do desenvolvimento do império romano. Pois, este através de sua expansão territorial, foi suplantando aos seus subordinados a sua cultura, religião, política e principalmente o seu idioma. Por mérito do grande número de conquistas que os romanos assim obtiveram em séculos de guerra. Iniciado no séc. IV a.C., e finalizado no séc. V. d.C., que chegou a aproximadamente 301 nações. Após e até mesmo durante a formação do império encontrava-se com vários problemas financeiros, sociais e dentre outros. Mas, um deles que aqui nos interessa é a variação linguistica que o latim apresentava. Mediante a problemática o estudo buscará entender e esclarecer como essa dinâmica funcionava no âmbito do sermo da língua latina. Para isto, esta pesquisa bibliográfica estará respalda em renomados estudiosos do meio como: Ismael de Lima Coutinho, Rômulo Augusto de Sousa, Meillet e outros.
No percurso deste artigo será feito primeiramente uma abordagem na origem de Roma, em seguida uma analise sucinta na organização da sociedade e logo após será tecido uma discussão sobre o processo de romanização. Verificando as tendências literárias e a importância do latim clássico e do latim vulgar e finalmente as considerações finais.

1 A ORIGEM DE ROMA


O mapa acima nos ajudará a entender a gênese da civilização romana que segundo a história tudo começou por volta de 753 a.C., data de fundação da cidade de Roma nas proximidades do rio Tibre. A parte amarelada do mapa como se pode observar é a região do Lácio, em seus primórdios esta área era habitada pelos Italiotas povo responsáveis pela criação de várias aldeias, inclusive a da cidade de Roma, esta região antes de se chamar Roma era conhecida como Laden: é exatamente por causa desta palavra a explicação para a derivação da palavra latim porque assim eram identificados os habitantes e consequentemente a sua língua. Mais afinal a língua latina surgiu só? Não, segundo estudos da linguistica histórica o latim tem uma irmandade é o que afirma Nilson Gabas Jr. (2008)
Foi, no entanto, apenas no século XVIII que Sir William Jones, um juiz inglês na Índia, oficial e acertadamente propôs que o latim, o grego, e o sânscrito eram línguas aparentadas entre si. Sir Jones foi além: não apenas demonstrou, com os métodos da correspondência de som, que tal afirmação era possível de ser comprovada, como também hipotetizou que as três línguas eram derivadas de uma outra língua, possivelmente já extinta (hoje sabemos que se trata do proto-indo-europeu).
Posteriormente as terras do Lácio começaram a ser atacadas e invadidas pelos etruscos que pela qual conseguiram adentrar a península itálica pelo norte. Os Italiotas resistiram, mas não conseguiram impedir o avanço que se estendeu até Cápua, ao sul da península. Por volta de 500 a.C., os Romanos conseguem expulsar os etruscos. É neste momento que eles percebem o seu grande potencial de fazer aliança e a posição estratégica de mercado. Com o desejo de fortalecer o seu mercado e a confiança depois de terem dominado os etruscos é que começa de fato a expansão do império romano no século IV como afirma COUTINHO:
Até meados do IV século antes de Cristo, os romanos pouco haviam ampliado as fronteiras do antigo Lácio. Foi com a guerra contra os samnitas, iniciada em 326 a.C. e terminada com a decisiva batalha de Sentino (295 a.C.), que começou a irresistível penetração romana na parte meridional da península Itálica, concluída em 272 a.C., com a anexação de Tarento.
Mediante a este painel de conquista os romanos neste primeiro momento faziam questão de impor a sua língua, que era ensinada de forma deficiente pelos saldados. Pois estes na sua maioria eram analfabetos, então esse processo acontecia somente na forma oral e também tinha o problema da dialetalização por conta do mosaico de raças e culturas, que iam se instalado no seio da sociedade de Roma; ocasionando assim um dos primeiros multilinguismo. Porque cada povo conquistado tinha a sua língua, costumes; em fim a sua organização social. Por conseqüência desta problemática inevitável de ser corrigido principalmente naquela época, o latim se lastrava juntamente com cada conquista dos romanos. Desta forma a linguagem latina transformava-se em variantes linguistica.
O latim foi por um longo período, a língua oficial e representante do poder de Roma. Na tentativa de esclarecer as ambiguidades que concerne o termo latim, a língua latina foi dividida em períodos, os quais se ligam, de certo modo, a história política de Roma. Nesse sentido, são muito expressivas as palavras de Meillet (1933: 121-2), que afirma que:
Durante seis ou a oito séculos de império romano, do século III a.C. ao século II d.C., ou até mesmo ao séc. V d.C., a língua latina conservou uma aparente fixidez, mas que não correspondia à situação linguistica real. A imobilidade aparente da forma visível, escondia uma mudança radical que existia na estrutura interna da língua, resultado da evolução do latim que continuava a prosseguindo.
O império romano do séc.VII a.C., ao séc. V d.C., pode vivenciar três períodos que foram: a Monarquia (753- 509 a.C.,), a República (509- 27 a.C.,) e o império que corresponde ao período de 27 a.C., ? 500 d.C.,. Durante a monarquia, Roma foi governada por um rei, pelo senado e pela assembléia Curial.
O rei era o chefe militar e religioso e o Juiz. No desempenho de suas funções, era fiscalizado pela assembléia Curial e pelo senado. Segundo a tradição, Roma teve sete reis, mas provavelmente existiram muitos outros, dos quais não temos informações históricas. Esses reis seriam etruscos, povo que se estabeleceu na península Itálica e sob cujo domínio Roma transformou-se de simples aldeia em cidade.
O senado (do latim senex = velho, ancião) era um conselho formado por velhos cidadãos, responsáveis pela chefia das grandes famílias (génos), ligadas entre si por laços de parentesco e culturais. Suas principais funções eram propor novas leis e fiscalizar as ações do rei.
A Assembléia Curial compunha-se de cidadãos (soldados) agrupados em cúrias (conjuntos de dez clãs). Tinha como principais funções eleger altos funcionários e aprovar ou rejeitar leis. Mas a Assembléia reunia-se apenas quando convocada pelo rei, e não era um espaço de livre debate.



2 SOCIEDADE

Os principais grupos sociais que se constituíram em Roma eram patrícios, clientes, plebeus e escravos.
Os patrícios eram grandes proprietários de terras, rebanhos e escravos. Desfrutavam de direitos políticos e podiam desempenhar altas funções públicas no exército, na religião, na justiça ou na administração. Eram os cidadãos romanos.
Os clientes eram homens livres que se associavam aos patrícios, prestando-lhes diversos serviços pessoais em troca de auxilio econômico e proteção social. Constituíam ponto de apoio da dominação política e militar dos patrícios.
Os plebeus eram homens e mulheres livres que se dedicam ao comercio, ao artesanato e aos trabalhos agrícolas. Representavam a maioria da população romana e, a principio não tinham direitos de cidadãos: não podiam exercer cargos públicos nem participar da Assembléia Curial.
Os escravos eram inicialmente os devedores incapazes de pagar suas dividas. Posteriormente, com a expansão militar, o grupo passou a incluir prisioneiros de guerra. Realizavam as mais diversas atividades, como serviços domésticos e trabalhos agrícolas, e desempenhavam as funções de capataz, professor, artesão etc. eram considerados um bem material, uma propriedade, e, assim, o senhor tinha o direito de castigá-los, de vendê-los ou de alugar seus serviços.
No período que corresponde à república a sociedade romana ainda não desfrutava de uma literatura, pois os romanos não eram um povo que se preocupavam com a cultura das letras e das artes. Por esse motivo a dificuldade de se encontrar documentos que registrassem o seu cotidiano, mas existem resíduos raríssimos da sua escrita como uma inscrição datada de aproximadamente 600 a.C. É na verdade, um latim dialetal, o prenestino: "MANIOS MED FHEFHAKED NVMASIOI" = "Manius me fecit Numerio" Meninos me faz para Numério". Esta inscrição foi encontrada em uma fivela de ouro, na cidade de Preneste (hoje em dia Palestrina), por isso o nome "fíbula Prenestina".
A expansão do império proporcionou aos romanos o contato com outras civilizações como afirma Coutinho:

Ao mesmo tempo em que estendiam os seus domínios, os Romanos levam para as regiões conquistadas os seus hábitos de vida, as suas instituições, os padrões de sua cultura. Em contato com outras terras, outras gentes e outras civilizações, ensinavam, mas também aprendiam. Aprenderam, por exemplo, muito com os gregos, e isso desde as épocas antigas, através dos etruscos e, principalmente, das colônias helenísticas do sul da Itália, que formavam a Magna Grécia.


Quando Coutinho fala que os romanos aprenderam muito com os gregos. É porque naquela época, os gregos estavam um passo à frente, já tinham uma filosofia, trabalhavam a arte, a oratória e muito mais. Tanto é que os romanos copiaram a mitologia gregoriana. É a partir daí, que os pensamentos latinos começam a desenvolve-se no âmbito literário, com fortes influências gregas como podemos analisar nas palavras de Coutinho:

Lívio Andrônico, o primeiro que tentou elevar à altura de língua poética aquele rude idioma de agricultores e pastores, que era então o latim, procurou diretamente em Homero e nos trágicos gregos os modelos para suas experiências de tradução e adaptação literárias.


Livio Andrônico (em latín Lucius Livius Andronicus) (284 a. C. - 204 a. C.), foi um escritor épico romano de origem grego, nascido provavelmente na colônia grega de Tarento. Foi escravo de uma família nobre da gens Livia. Depois liberto, adaptou o nome de seu antigo patrão. Chegou a ser o primeiro maestro grego de Roma. É considerado o primeiro autor romano e o fundador da poesia épica romana. Sua primeira obra formal produziu-a em 240 a. C., uma tradução ao latim de um drama grego. Sua contribuição fundamental à épica grecolatina é a tradução da Odisea de Homero ao verso latino típico, o saturnio. Trata-se da primeira obra épica em latim, precursora da obra de Nevio. Também compôs tragédias a partir de modelos gregos.
Nesta época Livio Andrônico se preoculpava muito com a educação, sento ele o criador da instituição que hoje conhecemos como: a escola. Em suas peças de teatro que foi encarregado de criar, buscava inspiração nos modelos gregos e também no cotidiano a exemplo disso uma representação que retratava a primeira guerra púnica. No gênero da comédia e da tragédia criava suas apresentações; ele mesmo era o ator; em principio esta dramatização era feita mais oralmente do que gesticulada, o que lhe deixava bastante cansado. Por isso, mais tarde ele fez uma adaptação em suas peças, que conscistia na inclusão da expressão corporal. Por séculos suas metodologias de ensino foi a base da educação romana. Juntamente com Andrônico temos outros que contribuiram bastante na elevação da cultura romana como: Plauto, Ênio, Névio e outros. Apesar de este serem gregos, percebe-se um processo de romatização em suas obras, pois eles tinham a tarefa árdua de criar seus trabalhos na língua naconal.
3 A ROMANIZAÇÃO
É o resultado das conquistas dos romanos que se processaram desde a conquista do Lácio até o império do oriente quando foi dividido por Teodósio em 395 d.C., com o objetivo de facilitar a administração das terras. Nesse período de 395 d.C., os romanos tinham atingido o Máximo de sua expansão territorial, tornando-se a principal nação da Europa, por esta razão o interesse da adequação dos povos suplantados.

A partir do movimento e estruturação do império percebe-se a força dimensional que a língua latina adquiriu por meio das atitudes ou fatores da romanização que os romanos utilizavam-se para alargar seus domínios, como por exemplo, a entrada das legiões dos exércitos em outras regiões, as propriedades que formavam as colônias militares com os soldados aposentados, mas que continuavam a buscar defesa do império; as colônias civis implantadas nas regiões vencidas de onde era retirada a população local; a administração que usavam sempre convertia para o benefício da população romana, dentre essas podem ser citadas as construções de estradas, edifícios, a localização dos comércios que sempre tendiam ao alargamento do poderio, pois se tornavam os donos das regiões e com eles levavam a sua cultura e difundiam sua língua, estabelecendo uma uniformização lingüística, uma vez que, os romanos mantinham contato como povos de outras línguas. Entretanto, é importante ressaltar que, os dominadores não impunham sua língua sobre a dos nativos, o que acontecia era a romanização de forma indireta sendo também denominados de fatores da romanização. Estes fatores, mais tarde, vieram a influenciar na cultura dos povos suplantados, juntamente com a expansão do latim, o que lhe trouxe um prestígio mensurável por ser a língua oficial do exército romano em que os povos passavam a utilizá-la não por imposição, mas sim como mérito de utilizar a língua do então grandioso exército. (JESUS: 2007. P. 2072)


A romanização era sistematizada da seguinte forma: os povos que eram dominados pelos romanos, paulatinamente sentiam a necessidade de falar o latim, por causa da articulação entre mercados, política, religião que era feita tudo na língua oficial ou nacional, com isso a romanização atingia primeiramente governantes, oficiais, funcionários, negociantes e outros, que eram tidos como os donos do poder, para depois chegar até a classe menos favorecida por meio de pessoas da comunidade que já haviam sido latinizadas. Em decorrência surgia o interesse em aprender e educar as crianças na vertente latina, fazendo com que esta língua se fixasse definitivamente em algumas regiões com certo tempo, que as vezes duravam séculos.
A língua latina encontrava-se heterogênea, por causa da diversidade linguistica, que apesar de ela influenciar, era também influenciada pelas outras línguas nativas que existiam na época. Toda esta variação linguistica já existente no império romano marca o início de uma nova fase da evolução do latim. É o que podemos comprovar nas palavras de Coutinho:

A princípio, o que existia era simplesmente o latim. Depois, o idioma dos
romanos se estiliza, transformando-se num instrumento literário. Passa então a aprender dois aspectos que, com o correr do tempo, se tornam cada vez mais distintos: o clássico e o vulgar. Não eram duas línguas diferentes, mas dois aspectos da mesma língua. Um surgiu do outro, como a árvore da semente.

Como podemos observar o latim clássico e o latim vulgar a partir do século II a.C. começa a ganhar estilo na escrita e na fala. Sendo que estas duas modalidades da língua românica eram faladas de forma paralela pela sociedade, porém o que diferenciava ou separava esses dois termos era as classes sociais. Que assim como hoje, as pessoas mais ricas, e aquelas com escolaridade superior primam mais por uma linguagem rebuscada e culta. Assim, acontecia no âmbito social do império romano. Percebendo a dicotomia que existia na língua os gramáticos, estudiosos da época, criaram o termo: sermo que significa (linguagem ou conversação) como bem explica JESUS:

Os mais favorecidos passam a usar o então chamado sermo urbanus,5 considerado linguagem culta que mais tarde veio a denominar-se latim clássico que é a modalidade essencialmente escrita e literária do latim desta época com todo o estilo rígido da gramática, resultante da estilização da língua oral da classe culta. Os menos favorecidos faziam uso do sermo vulgaris6 que gerou uma nova norma lingüística denominada latim vulgar, que era o latim falado pela grande maioria da população romana constituída por soldados, marinheiros, agricultores, entre outros, sempre marcando a diferença existente entre língua escrita e falada. Desta modalidade do latim se originam, por sucessivas transformações, as línguas românicas. Considerando-se as classes sociais, o latim vulgar apresenta a modalidade
conhecida como sermo nobilis,7 e uma outra como sermo plebeus.8 O sermo nobilis pode ser definido como a maneira de falar da classe culta escolarizada que, ao empregar o latim na fala coloquial, fazia-o de um modo mais cuidadoso, respeitando o quanto possível os padrões de correção gramatical. O sermo plebeius corresponde à maneira de falar das classes incultas, apresentando-se com algumas variantes de acordo com a maneira de falar dos soldados (sermo castrensis),9 dos marinheiros (sermo nauticus)10 entre outros.

O sermo urbanus era a linguagem falada pelas classes altas de Roma e também por grandes poetas, filósofos. Este período compreende-se nos anos 81 a.C. ? 14 d.C., no reinado de Augusto, que ficou conhecido como a idade áurea da literatura latina. Pois nesse tempo finalmente a literatura consegue atingir uma perfeição mais acentuada em relação às outras eras passadas. Nesta contextualidade destacam-se Cícero, César e Salústio, isto na prosa, e no verso tem: Virgilio, Horacio, Olividio, Catulo, Lucrécio. Esses autores foram e são até hoje importantes, porque nos ajudam a entender e ter uma visão mais aberta da política, que pela qual começou a desenvolver-se de forma mais organizada pelos trabalhos de Cícero.
Cícero, Marco Túlio 106- 43 a. C., originário de uma família da classe média, apesar de não ser patrício nem plebeu, pôde seguir todo um brilhante cursus honorum no âmbito das magistraturas republicanas. Com vinte e cinco anos de política activa, aparece em 63 a. C., como cônsul a derrotar a conjura de Catilina, obtendo então o título de pater patriae. Assume então, a liderança do terceiro partido, dos homens de negócios, distante dos populares, liderados por Catilina, e dos nobiles, propondo uma terceira via, a da concordia ordinum, a aliança da classe média com os nobiles moderados. Já depois do assassinato de Júlio César em 44 a. C., assume a chefia do partido senatorial que advogava o regresso ao pluralismo e às liberdades republicanas, mas vai ser derrotado na sequência do advento do segundo triunvirato, onde o seu aliado, Octávio, não consegue impedir o respectivo assassinato, às ordens de Marco António e de Fúlvia.
Entre as suas obras políticas, destacam-se De Republica, escrita entre 54 a. C. e 51 a. C, e De Legibus, trabalho que deixou incompleto e que começou em 52 a. C. Estas duas obras que retomam, respectivamente, Politeia e Nomoi de Platão, se não primam pela originalidade, demonstram como o republicanismo romano tentou retomar as sementes lançadas pelos gregos.
Públio Virgílio Marão (em latim Publius Vergilius Maro), também conhecido como Vergílio ou Virgílio 70 a.C. foi um poeta romano clássico, mais conhecido por três obras principais, as Éclogas (ou Bucólicas), as Geórgicas e Eneida.
A obra de Virgílio compreende, além de poemas menores, compostos na juventude, as Bucólicas ou Éclogas, em número de dez, em que reflete a influência do gênero pastoril criado por Teócrito. Virgílio recebeu sua primeira educação quando tinha cinco anos de idade, indo mais tarde para Cremona, Milão e finalmente Roma para estudar retórica, medicina, e astronomia, que ele logo abandonou pela filosofia. Da admiração por Virgílio referida pelos escritores neotéricos Gaio Asino Pólio e Élvio Cinna, tem-se inferido que ele foi durante algum tempo associado ao círculo neotérico de Catulo. Segundo a tradição, Virgílio preferia sexo com homens e especialmente amava dois jovens escravos, entretanto colegas de Virgílio consideravam-no extremamente tímido e reservado, de acordo com Sérvio, e ele foi apelidado de "Partênias" ou "donzela" por causa de seu distanciamento social. Virgílio parece ter tido pouca saúde em toda a sua vida e em algumas aspectos viveu como um inválido. Segundo o "Catalepton", enquanto que esteve na escola epicurista de Siro, o epicurista, em Nápoles, começou a escrever poesia. Um grupo de pequenas obras atribuídas ao jovem Virgílio pelos comentadores sobrevive coletados sob o título Appendix vergiliana, mas são largamente considerados espúrios pelos estudiosos. Um deles, o Catalepton, consiste em catorze poemas curtos, alguns dos quais podem ser de Virgílio, enquanto outro, um poema narrativo curto intitulado Culex ( "O Mosquito"), foi atribuído a Virgílio já no século I da era cristã.
As Geórgicas, dedicadas ao seu protetor Mecenas, constam de quatro livros, tratando da agricultura. Trata-se de uma obra de implicações políticas indiretas, embora bem definidas: ao fazer a apologia da vida do campo, o poeta serve o ideal político-social da dignificação da classe rural.
Literariamente, as Geórgicas são consideradas a sua obra mais perfeita. E finalmente, a Eneida, que o poeta considerou inacabada, a ponto de pedir, no leito de morte, que fosse queimada, constitui a epopéia nacional.
Esta refere-se à lenda do guerreiro Enéias, que, após a célebre guerra, teria fugido de Tróia , saqueada e incendiada, e chegado à Itália, onde se tornou o antepassado do povo romano. Epopéia erudita, a Eneida tem como objetivo dar aos romanos uma ascendência não-grega, formulando a cultura latina como original e não tributária da cultura helênica.
O latim vulgar (sermo vulgaris) apesar de não ser tido como uma linguagem literaria, era envolvido nas obras e no vocabulário dos poetas romanos, isso não quer dizer que eles utilizavam no cotidiano. Mas, em trexos da fala de suas peças na qual o personagem representava a classe plebeia, a exemplo cito: a cena trimalchionis de Petrônio e algumas peças do comediógrafo Plauto.
O sermo vulgaris era mais simples em todos os niveis gramaticais. Esta simplicidade fazia desta modalidade uma linguagem mais livre, lacunas que vinham sendo preenchidas por elementos estrangeiros. Tornando-a mais expressiva e dinâmica. Com isso o latim vulgar continuava seguindo estrada e em quanto que, o latim classico permanecia no seu arcaismo. É o que podemos comprovar em Coutinho que diz:" era uma língua artificial, rígida, imota. Por isso mesmo que não refletia a vida trepidamente e mudável do povo, pôde permanecer, por tanto tempo, mais ou menos estável."
Para percebermos um pouco esta diferença verificamos as seguintes mudanças na fonética. Neste momento será feita a uma pequena comparação entre o latim vulgar e o latim clássico.
a) Pela redução dos ditongos e hiatos a simples vogais: plostrum(vulgar) ? plaustrum(clássico), orum ? aurum, preda ? praeda, pareles ? parieles.
b) Pela transformação ou queda de alguns fonemas: justicia ? iustilia, paor ? pauor.
c) Pela tendência a evitar as palavras proparoxitonas: masclus ? masculus, domnus ? dominus.
d) Pela perda da aspiração representada no latim clássico pelo h: omo ? homo, abere ? hebere, eres ? heres.
Para um estudo mais aprofudado a filologia é uma ciência que pode nos dá mais informações sobre estas tranformações que a lingua sofre em seu processo diacrônico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Espera-se que este artigo tenha coloborado e esclarecido um pouco sobre a história da civilização romana. Na qual foi observado a diversidade da lingua latina. E apartir desta, o estudo passou a analisar os aspectos que colaboraram direta e indiretamente para que houvesse tais modalidades como: o latim clássico e o latim vulgar. Após foi averiguado o contexto historico que estas estavam envolvidas. Em qual época ou era o latim começou a ganhar estética? no que podemos comprovar foi apartir da conquista da civilização Grega. Que por sinal, foi da Grecia que sairam os primeiros literatos que se preocuparam em registrar em latim a cultura romana como: Livio Andrônico. Séculos mais tarde no reinado de Júlio César a literatura romana vive a sua áurea, atingindo o seu apogeu com brilhantes representantes: Cícero, Virgilio, Horacio, Olividio, Catulo, Lucrécio e outros.
Portanto, a língua latina assim como qualquer outra, não estava isenta de variar no âmbito social. Por mais que houvesse uma sistematização da mesma, ela não conseguiria ficar em estaticidade por muito tempo. Foi por isso que o latim clássico não desenvolveu tanto como o latim vulgar, porque o clássico não aceitava tais flexibilidades em sua estrutura morfossintática. Em fim, estudar a língua latina é de suma importância, pois, ela nos ajudará a entender a origem da nossa língua portuguesa e até mesmo a nossa cultura que em certos pontos como na justiça segue a filosofia românica.

REFERÊNCIAS
COUTINHO, Ismael de lima: gramática Histórica. Rio de Janeiro, ed.: Ao livro técnico. 2005, 357 p.

JESUS, Sérgio Nunes de. Contextualização histórica do léxico da língua latina: (A constituição linguística e suas variantes formais). In: CELLI ? COLÓQUIO DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS E LITERÁRIOS. 3, 2007, Maringá. Anais... Maringá, 2009, p. 2070-2087.

MEILLET, Antoine, Esquisse d?ume histoire de La langue latine. Paris: klincksieck, 1933.

MUSSALIM, Fernanda e BENTES, Ana Cristina: Introdução a linguistica: domínios e fronteiras. São Paulo, 8 ed.: Cortez, 2008, 294 p.

SOUZA, Rômulo Augusto. Manual de História da literatura Latina, Belém: Serviço de imprensa universitária.

Disponível em: http; // PT. Wikilingue.com/ES/ Livio _ Andr%
Disponível em HTTP: // WWW. Escsp. Utl. PT/ cepp/ autores/ r