A EVOLUÇÃO DA ESCRAVATURA
Da chegada do navio negreiro
Hospedeiro de tanta agonia
Moradia de um povo inteiro
Cordeiro engolido pela tirania

Homens raptados do gueto
Em soneto pediam clemência
Divergência de homens em branco e preto
Do Soweto deixado a indigência

Aos antigos engenhos dos barões
Dos ladrões de vidas humanas
Nas insanas trancas dos grilhões
E religiões acorrentando caravanas

Sob a mira do senhor escravagista
Moralista de vida contente
Inclemente atentava sua vista
Pro tribalista comprado pelo dente

Da senzala de tanto lamento
Erguido ao tronco da morte
Sem sorte se entrega ao sofrimento
Do ferimento provocado pelo chicote

O pelourinho que tragou tantas vidas
Esquecida nas longas distância
Nas substâncias de iras cuspidas
Escondidas pelo senhor da intolerância

Longos anos se passaram
Manipularam a dita abolição
Aos irmãos negros, brancos se juntaram
E apanharam na nova escravidão

Inútil comemoração da abolição da escravatura
Ruptura de uma sociedade
Necessidade de desfazer a loucura
Na sepultura da ira da modernidade

Marcas de uma história dolorida
Da referida provação carnal
Da escravidão outrora abolida
Tinta colorida da vergonha nacional.