A EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

As mais antigas manifestações do pensamento contábil apareceram em pinturas líticas, em gravações em ossos de rena, foram encontrados muitos registros que identificam o elemento patrimonial, que eram sinalizados por desenhos e traços. Lopes Sá (1997, p.20) diz que: “Antes, pois, que o homem soubesse escrever e calcular já estas manifestações ocorriam.”

Utilizados por civilizações pré-históricas transportam para o período entre 8.000 e 3.000 a.C. constituídos de pequenas fichas de barros, pedaços de ossos de animais, pequenas tabuletas de madeira, pedras papiros, pergaminhos – tornaram-se, a partir do advento dos primeiros livros contábeis. De forma primitiva o homem já registrava os fatos de riquezas em contas, a maneira que encontrou de memorizar oque já tinha para não buscar novamente na natureza (SCHIMIT, 2000).

A Contabilidade atinge sua maturidade entre os séculos XIII E XVI d.C. O comércio com as índias, a burguesia, mercantilismo e o Renascimento trazem o desenvolvimento econômico criando um ambiente de negócios e um nível comercial requintado paras cidades dando origem a uma demanda por sistemas contábeis mais sofisticados. Com isto à contabilidade se consolida na Itália com o surgimento de Lucca Pacioli Frade Franciscano – Métodos de Partidas Dobradas. (MARION, 2009).

O Método das Partidas Dobradas consolidou o sistema contábil propagando por todo o mundo por ser considerado capaz de ordenar a classificação de dados contábeis e fornecer resumos concisos da posição corrente dos negócios. Trazendo um ordenamento para vida econômica das empresas. Ocorrendo então o surgimento da Escola Italiana de Contabilidade que prevaleceu no cenário mundial até o inicio do século XX. (SCHIMIDT, 2000).

No Brasil a contabilidade origina-se de forma tardia e de crescimento lento, devido a todo um contexto histórico que ajudaram na deficiência do desenvolvimento da contabilidade no país. Inicia-se uma mudança com a vinda da família real no país, período joanino (1808-1821), no qual são abertos os portos do Brasil a nações amigas, medida que criou condições para que a colônia comercializasse com outras nações. Houve a concessão do alvará para estabelecimento de fábricas e a criação do Banco do Brasil. Com a vinda da família real houve um renascimento a educação, pois com a abertura dos portos do país era necessário formar profissionais para tender as necessidades do novo estado que se formava. (LEITE, 2005).

A contabilidade no Brasil teve influencias da escola europeia, basicamente a italiana e a alemã. Com o surgimento da faculdade de economia e administração da USP (1946) e a entrada de multinacionais anglo-americanas. A escola americana infiltrou-se no nosso país exercendo uma influencia significativa na contabilidade no Brasil. Iniciando com a circular n° 179/72 do banco Central, com o advento da Lei n° 6.404/76, que é uma filosofia norte-americana (MARION, 2009).

Iudicibus et. al (2010) afirma que a contabilidade era influenciada pelos limites e critérios fiscais, em particular os da Legislação do imposto de renda, no qual limitou dificultando a evolução dos princípios Contábeis adequados, já que a Contabilidade era feita pela maioria das empresas com base nos preceitos e formas de legislação fiscal, a qual nem sempre se baseava em critérios contábeis corretos. Com o regime tributário de transição teve uma contribuição para que se pudesse caminhar rumo a convergência internacional de contabilidade nos balanços individuais sem que os aspectos tributários sejam descumpridos.

Atualmente as Leis n° 11.638/07 e 11.941/09 juntamente com a criação do CPC – Comitê de Pronunciamentos contábeis foram produzidas novas normas, aprovadas pela CVM – Comissão de Valores Imobiliarios e pelo CFC – Conselho Federal de Contabilidade e outros órgãos reguladores e a convergência completa às NBC - Normas Internacionais de Contabilidade. Houve uma expansão de Pronunciamentos Técnicos, Interpretações técnicas e Orientações, o que antes atingiam apenas as sociedades anônimas e certas limitadas, hoje é para quase todas as entidades de fins lucrativos, inclusive com pronunciamentos técnicos específico de Pequenas e Médias Empresas. E essa está sendo a grande revolução contábil deste século no nosso país: A efetiva independência da Contabilidade dos aspectos tributários se tornando um instrumento informativo. (IUDICIBUS et.al. , 2010). 

 

REFERÊNCIAS

Iudícibus, Sérgio de. Manual de Contabilidade Societária / Sérgio de Iudícibus...[et.al]. São Paulo: Atlas, 2010. Outros autores: Eliseu Martins, Ernesto Rubens Gelbcke, Ariovaldo dos Santos FIPECAF – Fundação Instituto de Pesquisa Contábeis, atuariais e Financeiras, FEA/USP

Leite, Carlos Eduardo Barros A Evolução das ciências contábeis / Carlos Eduardo Barros leite. – Rio de Janeiro : Editora FGV, 2005

Marion, José Carlos Contabilidade empresarial / José Carlos Marion. – 15. Ed. – São Paulo : Atlas, 2009

Sá, Antonio Lopes de História Geral e das Doutrinas da contabilidade / Antonio Lopes de Sá. – São Paulo : Atlas, 1997.

Schmidt, Paulo. História do pensamento Contábil / Paulo Schimdt. – Porto Alegre: Bookmann, 2000.