A ESTÁTUA DE CONDILLAC

O grande dilema da história da filosofia sempre esteve entre conceber, que melhor, admitir se aquilo que passamos a conhecer nos é inato ou, os dados do mundo nos chega pela empiria.

Agora este dilema contém em seu interior certos elementos que devem ser levados em vem a consideração, tais como: de onde nos vem a idéia e no caso dos que defendem um ultra-realismo de um outro mundo? E com os empiristas, sem os sentidos somos como que tábulas rasas? Estas são questões que permeiam as obras de muitos autores, Platão, Aristóteles, Tomás, Agostinho, Hume, Locke e tantos outros.

Entretanto, surge uma nova questão é quanto nos limitamos a um único meio. Como por exemplo, a estátua de Condillac, quando trazemos esta responsabilidade de comunicação da alma com o mundo somente por um sentido. Na sua obra tratado das sensações este tema é desenvolvido de maneira muito interessante, pois como uma estátua destituída de todos os sentidos exceto olfato pode conhecer.

Esta questão por hora pode ser, em parte, respondida com seguinte argumento: uma estátua limitada o sentido do olfato não pode ter conhecimento de figuras, extensões, cor e som, mas ela será o odor que se lhe apresenta, então, se apresentarmos um jasmim e este jasmim ou corpo odorífero agia sobre seu órgão e, portanto ela será o odor de jasmim, onde pode se dizer que pela sua limitação está é a única sensação que lhe pode suceder.

Disto segue-se, numa estátua onde seu sentido está limitado ao olfato, é preciso se limitar passo-a-passo as operações do seu entendimento. O que resulta destacar que estas operações são provenientes das impressões do corpos odoríferos agindo sobre seu órgão e por isso chama-se atenção à capacidade de se concentrar inteiramente nesta impressão a partir deste instante ela (estátua) goza ou sofre: goza na medida que sua atenção esta voltada a um odor agradável e sofre que esta mesma atenção se volta a um odor desagradável.

Aqui se faz necessário retornar um pouco o raciocínio a um ditado popular: a primeira impressão é a que fica! De outra maneira pode-se dizer: a primeira impressão é o que fica; porque a estátua ainda é incapaz de perceber estas mudanças (odor agradável ou desagradável). Ela não tem desejos, pois poderia sugerir que ao sofrer desejaria ou não sofrer e está lhe é uma realidade não conhecida, diferentemente de todos nós que neste aspecto experimentamos outras situações. E onde é certo dizer que prazer e dor são os únicos princípios de todas as suas operações.

A pergunta que surge neste momento é o seguinte, ao agir o corpo odorífero sobre seu órgão que fim terá essa impressão? E é aqui que nasce a memória porque quando a rosa cessa de agir sobre seu órgão algo lhe retém a impressão conforme a atenção então a memória retém uma impressão passado e olfato sempre é um “novo odor” e uma sensação presente e, portanto é assim que se dá sua capacidade de sentir. Ficando assim claro que existe duas maneiras de ser, da estátua e, portanto ela é ativa em relação a uma passiva em relação á outra, ativa na medida que se recorta uma sensação e tem a memória por causa e passiva quando “experimenta uma sensação” e a sua causa está nos corpos odoríferos.

Nestas circunstâncias a memória cria um hábito pelo constante exercício que faz passando à atenção de uma impressão a outra. E conseqüentemente ela compara, pois volta a sua atenção as “duas idéias ao mesmo tempo”, mas ao comparar percebe uma relação entre as duas e é isto é o que chama julgar e na medida em que exercita esta faculdade adquire hábito e passa a fazê-lo com maior facilidade. Pelo fato de não se apegar a nenhum de seus juízos isto faz com que sempre mude, Porque como foi dito é incapaz de perceber as mudanças que lhe ocorre.

Qual o caminho feito para a estátua começar a ter necessidade?

A necessidade só se dar procedente a comparação, que é a relação entre as duas idéias cujo efeito direto se pode concluir esta ligada a atividade e a passividade da memória. Ora, foi dito que “desde que há comparação há juízo” e que, portanto a estátua não pode estar concentrada inteiramente a impressão concernente á passividade ou atividade da memória. Logo um juízo e a “percepção de uma relação” entre idéias comparadas. Segue-se que tal comparação só acontece quando se tem um grande número de impressões sendo os últimos mais vivos e os primeiros mais fracos e devido a sua debilidade este logo se extinguiram onde se chega á definição de memória, onde se retém, ou melhor, subsiste algo da impressão que outrora que agiu sobre seu órgão.

No que tange a memória é preciso discorrer sobre o prazer, dor e suas divisões: um as relacionadas ao corpo, portanto, sensíveis e outras relacionadas á memória e conseqüentes intelectuais.

É importante citar "que existem diferentes graus num “prazer” e noutro “dor” enquanto, quando o prezar diminui e assim extinguindo a sensação e quando chega à dor por ser o prazer forte demais, a dor ao aumentar provoca a destruição, mas ao diminuir produz o agradável.

Conclui-se então que todas ás vezes ela (estátua) está mal se lembra de sensações passadas “ela volta a ser o que foi” e se lembra de um estado, mas feliz e sente necessidade dele. Do procedimento que resulta graus da superação da mente.

Pode-se dizer que a operação da mente todas tem o seu princípio no prazer ou na dor, a partir do momento em que se da atenção a uma impressão começa a se a gozar ou sofrer: goza na medida em que sua atenção está voltada a um odor agradável e sofre quando sua atenção está voltada a um odor desagradável. Todavia este princípio a partir de uma impressão causada a único sentido nos faz: comparar, quando relacionamos duas idéias; julgar quando dessa relação percebemos uma idéia ou outra. Entretanto estas faculdades sugerem a memória, que como foi dito retém algo da impressão que o corpo odorífero deixou ao agir sobre seu órgão. Na memória esta impressão é passada e débil enquanto à impressão que se dá no sentido é presente e mais viva. Na medida em que faz comparação e julgamentos ela adquire um hábito e esse habito faz com que este exercício ocorra sem grandes esforços.

Segue também que ela também não se liga a nem um juízo, basta um novo odor para que mude. E de todas essas necessidades segue-se á necessidade que está relacionada á comparação, tomando como princípio das operações da mente o prazer e a dor, estas podem se dizer são de duas espécies: umas relacionadas ao corpo, e portanto sensíveis e outras ligados à memória e intelectuais. Então de certa forma se conclui que todas estas faculdades são de diferentes formas de dar atenção que todas elas permeiam entre prazer e dor e de acordo com a atenção se volta com mais vivacidade a uma ou outra sensação pode-se determinar a produção de nosso conhecimento.

Ângela Cristina da Silva Duarte

                                                                        

                                    BIBLIOGRAFIA

CONDILLAC, E. Tratado das sensações. Trad. Denise Bottman. Campinas: Ed. Unicamp, 1993.

ABBAGNANO. N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1970.