. A espécie Stryphnodendron barbatiman


O barbatimão, conhecido inicialmente no Brasil como casca do Brasil, devido ser a casca a única parte da árvore usada na medicina popular, compreende várias espécies de plantas com características e propriedade semelhantes. GOMES (1971), cita o Stryphnodendron barbatiman, o Pithecolobium avaremotemo e a Mimosa conglomerata, como as principais espécies de barbatimão referenciadas na época.

O Stryphnodendron barbatiman pertence à classe Magnoliatae, subclasse Rosidae, ordem Rosales, família Leguminosae (CAMARGO, 1985). As Leguminosae são plantas que variam, desde grandes árvores das matas tropicais, a arbustos, subarbustos, ervas anuais ou perenes e também muitas trepadeiras. Vivem nos mais variados ambientes, em diferentes latitudes e altitudes (HOLGER, 1985).

O barbatimão, Stryphnodendron barbatiman, é encontrado nas regiões do cerrado brasileiro, do Pará até São Paulo, passando por Mato Grosso do Sul e Minas Gerais (CORREIA, 1984).

Essa planta, muito utilizada pela população, recebe diversas denominações vulgares, como: Abaramotemo, barba-de-timam, barbatimão, charãozinho-roxo, ibatimó, casca do Brasil e casca-da-virgindade, devido à ação adstringente do barbatimão (CAMARGO, 1985).

O barbatimão tem como princípios ativos matéria corante vermelha, renina, mucilagem e substâncias tânicas (CAMARGO, 1985). Os taninos possuem efeito adstringente, sendo encontrados em chás, vinhos e cervejas, inibindo a absorção de ferro, quando consumidas em excesso, particularmente em idosos ou quando o mineral encontra-se em níveis marginais no organismo (SILVA, 2002).
CORRÊA, A.D. Plantas Medicinais: Do Cultivo à Terapêutica. Petrópolis ? RJ: 2000. Pp. 9-12.O barbatimão tem um uso popular terapêutico muito amplo, sendo empregado como cicatrizante, antiinflamatório, hemostático, anti-séptico, antidiarréico, no tratamento de úlceras, hemorragias vaginais e gonorréia (CAMARGO, 1985).
" Pele oleosa": Coloque 1 colher (sobremesa) de casca picada em 1 xícara (chá) da raiz de algodoeiro e 1 xícara de (chá) de quiabo não maduro em um litro de água.

"Inflamação de garganta, corrimento vaginal, diarréia e hemorragia": Coloque 2 colheres (sopa) de casca picada em uma xícara (chá) de álcool de cereais a 50%. Deixe em maceração por 3 dias e coe em tecido fino. Tome 1 colher (café) atribuído em um pouco de água de 2 a3 vezes ao dia.
"Feridas Ulceradas": coloque 1 colher (sopa) de casca picada e 2 folhas fatiadas de confrei em ½ litro de água em fervura. Desligue o fogo, espere esfriar e coe. Aplique na ferida com um chumaço de algodão, 2 vezes ao dia.

"Corrimento Vaginal": coloque 2 colheres (sopa) de casca picada em ½ água fervente espere amornar coe e acrescente 1 colher (sopa) vinagre branco ao suco de limão. Faça banhos locais, de 1 a 3 vezes ao dia, até que os sintomas desapareçam.

"Pele Oleosa": Coloque 1 colher (sobremesa) de casca picada em 1 xícara (chá) de água. Ferva por 5 minutos. Espere esfriar coe e acrescente o suco de limão (meio) e 1 colher de (chá) de mel. A noite aplique na pele do rosto, com um chumaço de algodão, deixando agir por 20 minutos. Após lave com água morna.

"Hemorragia uterina": coloque 1 xícara (chá) de casca picada 1 xícara de (chá) de raiz de algodoeiro e 1 xícara (chá) de quiabo ainda não maduro, em 1 litro de água. Ferva durante 15 minutos e coe em tecido fino. Faça 1 ou 2 lavagens ao dia com esse líquido. Não obtendo melhora procure orientação médica.

"Inflamação de garganta; corrimento vaginal, diarréias, hemorragias": Coloque 2 colheres (sopa) de casca picada em 1 xícara (chá) de confrei em ½ litro de água em fervura. Desligue o fogo, espere esfriar e coe. Aplique na ferida, com um chumaço de algodão, 2 vezes ao dia.

No que se refere as contra-indicações, não foram encontradas referências e relatos sobre os efeitos tóxicos da espécie em estudo.

CAMARGO, M. T. L. A. Medicina popular. São Paulo, Ed. Almed, 1985.

.CORRÊA, A.D. Plantas Medicinais: Do Cultivo à Terapêutica. Petrópolis ? RJ: 2000. Pp. 9-12.

CORREIA, M. P. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janeiro, ED. Imprensa nacional, 1984.

HOLGER, A. R. Introdução à botânica sistemática. Porto Alegre, Ed. da universidade (UFRGS). 5ª edição.1985.

SILVA, P. Farmacologia. Rio de Janeiro, Ed. Guanabara Koogan. 6ª edição. 2002.