Nota-se o massacre das mulheres por meio da divisão sexual do trabalho, e, com ela, a falácia, que segundo querem, justificam seus mais baixos salários. Falácia: homens têm maior grau de estudo.
A divisão social do trabalho, ainda uma realidade, é fator que atormenta, no exato momento que instaura a divisão dos que pensam e dos que executam. Réplica fordista.
O materialismo de MARX, fantasma do passado, é aparato essencial para se entender como a sociedade esta, com mudanças, hiatos, e, como sempre, o eterno retorno do mesmo: a falácia, o machismo, a sonolência e a midiatização.
Cabe assim, a necessidade da construção de uma sociedade que faça a transvalorização de todos os valores. X se torna Y. Visto que o oferecido já não explica, encaixa, ou, soluciona.
Contudo, para que a transvalorização ocorra, há de se antever a necessidade que o homem se localize no caos frenético das exigências do mercado, e dos tremores do futuro, pronto para mastigar humanos.
Não se trata de transvalorização agressiva e sem foco.


Breve apresentação:

O título do ensaio que seguirá é baliza para pensamentos que se queiram além do mostrado, penetrando no omitido.
Quando se fala que o mercado de trabalho é uma esfinge, sobressalta-se a tonalidade de mistura (do grego: mistério), peculiar de um meio paradoxal, no qual adentramos, mesmo a revelia.
Agora, o produto do processo é sempre aquele notado pelos mais argutos. Com outras palavras, a esfinge chamada mercado de trabalho só mastiga os despreparados, os que ainda não se aperceberam de seu perigo, os sonolentos, que apenas vivem mecanicamente.
Convidamos, posto isso, os aventureiros leitores para notarem as fissuras da sociedade, os hiatos de sua própria formação, e, na mesma medida, que os argumentos aqui dispostos podem ser perigosos e truculentos, que algo seja feito, quer dizer, uma atitude epifânica seria a passível de coadunar teoria e práxis.
Estamos preparados para correr riscos? Caso a resposta seja negativa, cabe a esse ensaio, a filosofia, pedagogia, engenharia, e as teorias todas, apenas o fim.

Divisão do Trabalho

Dá-se o nome de divisão do trabalho à especialização do trabalho cooperativo em tarefas e papéis específicos e delimitados com o objetivo de aumentar a eficiência e produção.

A primeira divisão efetiva é aquela que se dá entre homens e mulheres, que chamamos de DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO.
A segunda, por sua vez, recebe o nome de DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO.
Explicaremos melhor cada qual.

1. Divisão Sexual

Segundo a visão de alguns economistas, as mulheres seriam aquelas que menos investem em suas capacitações, pois esperam trabalhar menos, e, por isso, o fato delas ganharem menos estaria explicado por tais mecanismos de pensamento.
Evidente que essa afirmativa se mostra completamente deslocada da realidade, e devemos pensá-la de uma maneira completamente oposta, mesmo porque, os fatos denotam que são outras as questões que levam as mulheres a serem menos remuneradas, quer dizer, ganharem menores salários, quando ocupam um mesmo cargo de um homem.
Notaremos que mudanças aconteceram ao longo dos anos, e devemos, sem dúvida, comemorá-las, mas há muito que se conquistar, pois, cá entre nós, a desigualdade ainda é uma realidade.
Fato: no mercado de trabalho, os anos de estudos das mulheres são maiores:



? As mulheres desempenharam um papel muito mais relevante do que os homens no crescimento da população economicamente ativa;
? Movimento semelhante não se verificou, entretanto, em relação à participação das mulheres no conjunto dos empregados, que na última década se manteve próxima a 1/3.





Mais fatos,


A próxima geração de presidentes:


Diretor comercial Diretor financeiro Diretor de RH
Homens: 95% Homens: 97% Homens: 85%
Mulheres: 5% Mulheres: 3% Mulheres: 15%


Nota-se assim,

- A mulher tem mais anos de estudo que os homens;
- O fato de ganharem menos, em sua maioria é resultado da escolha por uma profissão cujo retorno financeiro não é tão rápido, e, cujo mercado de trabalho, apresenta menos oportunidades de atuação, como também, menor remuneração.
Exemplo: Engenharia de Minas X Pedagogia.
Agora quanto à experiência, a mulher tem menos por causa das interrupções, por exemplo, aquela decorrente da maternidade.
Também existe o fato de que as empresas investem menos no treinamento das mulheres, além de os salários, significativamente baixos, serem também motivo de uma queda da força de trabalho feminina (falta de estímulo).
Um alerta, dito isso, é de que o investimento na capacitação não é fator que, só ele, explique a questão das diferenças no trabalho.
O meio, quase sempre machista (patriarcal ? como nos lembra ENGELS ), tem, efetivamente sua dose de intervenção nas escolhas das mulheres, tanto no início, quanto ao final, quando elas se retiram do mercado de trabalho.
Nota-se a dificuldade de se chegar ao topo. Constatemos, por exemplo, que mulheres, na maioria das vezes, coordenam outras mulheres e não homens.
Destarte, é ilustre a visão do frankfurtiano de outrora, aquela dita por Theodor Adorno, justamente afirmando do poder dissimulado, oculto, fantasmagórico e administrado da nossa sociedade.
Para situá-los no argumento acima disposto, pense num exemplo lapidar.
Quando se comenta sobre programas de televisão, é sempre comum escutar a idéia de que eles só existem posto o consumo das pessoas.
Eis, mais uma vez, o melindroso jogo da sociedade, justamente o de transferir à população a culpa pelo pouco estilo, pelo fracasso no gosto, pela regressão auditiva.
Uma mente lúcida questionaria: Há algum incentivo para que as coisas sejam de outra maneira? Os mais otimistas (quase sempre massacrados), são aqueles que mostram programas interessantes, encontros educativos.
Logo, se há tais ou quais meios educativos e intelectualmente mais politizados, eles estão tão imersos e sem incentivos que acabam mesmo fadados a um grupo seleto, reservado, calado, principalmente calado, porque, como nota a literatura de Clarice Lispector, parece que o ??realmente importante??, não pode ser dito.
Acordemos!

2. Divisão Social do Trabalho & Distribuição de Tarefas.

A divisão do trabalho determina a relação entre os indivíduos, entre si, e com o material. Foi assim desde a primeva (primeira) forma de propriedade humana, que se pode verificar na organização tribal até a estamental.
Quer dizer, a efetiva divisão do trabalho aconteceu quando se separou o trabalhou manual do intelectual. Com outras palavras, a execução da concepção, no modo de produção efetivamente capitalista.
Na manufatura já existia uma exploração, contudo, a alienação que nela encontramos é a do corpo, porque o trabalhador precisa do seu saber, de forma unitária, para a execução do seu trabalho, o que mais tarde, no fordismo, por exemplo, não será uma realidade, porque neste sistema há um verdadeiro desconhecimento, por parte do operário, do motivo central do seu trabalho,decerto da função do seu trabalho dentro do conjunto da empresa. Exemplo: Ele só sabe fabricar a peça x, não entende a função y e os mecanismos z que ela atravessará e desempenhará.
Esquema:


1. Classificação e distribuição dos funcionários segundo suas aptidões.
2. Organização do processo de trabalho
3. Perpertuação da estrutura hierárquica e das relações sociais dos capitalistas
4. O conhecimento técnico-científico não é neutro, e sendo assim favorece as condições e formas de exploração e alienação do proletário
5. O conhecimento técnico-científico irá reforçar a separação entre execução e concepção dentro do trabalho, acentuando a alienação.
6. A divisão social do trabalho, no capitalismo, se dá na troca entre capitalistas individuais e independentes
7. Na divisão do trabalho na produção, nenhum trabalhador individual produz uma mercadoria
8. A divisão do trabalho no seio da produção pressupõe a distribuição dos meios de produção como propriedade privada do capitalista
9. A divisão do trabalho na produção é planejada, regulada e supervisionada pelo capitalista.
10. MARX irá pontuar que há duas divisões do trabalho inteiramente diversas: primeiro, existe a divisão social do trabalho entendido como sistema complexo de todas as formas úteis diferentes de trabalho que são levadas a cabo, independentemente umas das outras, por produtores privados; segundo, há a divisão de trabalho e trabalhadores, cada um dos quais executa uma operação parcial de um conjunto de operações que são, todas, executadas simultaneamente e cujo resultado é o produto social do trabalho coletivo. (MARX, "O capital")

Adendo:
Certa vez, numa palestra ministrada pela professora da Unicamp e PUC-Sp, Jean Marie Gagnebin, em Ouro Preto, a doutora afirmara que uma das leituras mais importantes, que qualquer pensador deveria fazer, seria, justamente, a de Marx.
GAGNEBIAN, se para alguns críticos, foi exagerada na explanação e importância dada à obra, ao menos não comete desmesura nenhuma na recomendação do autor, este, sem dúvida, é ferramenta incisiva como articulação crítica da sociedade como esta, ou, para usar termo adorniano, para que se note a mistificação das massas.

3.1.1 Uma explanação sobre " O Capital"

Faremos uma explanação analítica sobre o texto de Marx, "Salário, preço e lucro??, que se encontra na coleção "Os Pensadores".
A realização da exposição dos argumentos, por ser analítica, propõe como análise de obra, qual seja: Identificação e classificação dos elementos; explicitação das relações entre tais elementos e reconhecimento dos princípios de organização.

Introdução.
O analisado texto de Marx se divide da seguinte forma:
*Oferta e procura;
*Salários e preços;
*Valor e trabalho;
*Força de Trabalho;
*A produção da mais-valia;
*O valor do trabalho;
*As diversas partes em que se divide a mais-valia;
*A relação geral entre salários, lucros e preços;
*Casos principais de luta pelo aumento de salários ou contra sua redução;
*A luta entre o capital e o trabalho e seus resultados;
Notas.
A respeito das 34 notas apresentadas ao longo do texto, não consta ser nenhum feita pelo próprio Marx, sendo, pois, notas do editor e do tradutor.
Conceitos.
Os conceitos mais apresentados, e mais significantes no entendimento da obra, são os seguintes:
*Trabalho;
*Mercadoria
*Mais-valia;
*Oferta e procura;
*Preço;
*Valor;
*Salários;
*Lucro.


"Salário, Preço e Lucro" : Análise dos argumentos.

Ao adentrar o capítulo intitulado "Oferta e Procura" temos no primeiro parágrafo a afirmação feita por Weston de que "a redução dos meios de pagamento resultante de um aumento dos salários, determinaria uma diminuição do capital" (Marx: 1998; p.70).
Marx faz objeções ao argumento de Weston, as quais serão dispostas em várias partes do texto, a fim não só de elucidar os problemas, como também de contra-argumentar o que afirmar o "cidadão Weston".
Ainda neste capítulo temos, no segundo parágrafo, o levantamento de um problema sobre a questão do salário baixo e alto, expressão esta que só faz sentido mediante uma comparação, e para tanto o exemplo dado é o de um termômetro, por este apresentar variações, ora estando o mercúrio baixo, ora alto.
Seguindo na leitura vemos o conceito da oferta e da procura, importante para o entendimento do que se discuti na obra, mas que por enquanto será apenas citado, seguindo de uma ponderação dada no próprio texto


"[...] poderá dizer-me por que se paga uma determinada soma de dinheiro por uma determinada quantidade de trabalho. Se me contestasse que isto ocorre por conta da lei da oferta e da procura, eu lhe pediria, antes de mais nada, que me dissesse qual a lei que, por sua vez, regula a da oferta e da procura" (ibidem)


A abertura do capítulo "Salários e preços" reduz a uma expressão teórica a afirmação de Weston, que se traduz num dogma "Os preços das mercadorias são determinados ou regulados pelos salários" (p.71).
Marx demonstra que esta afirmativa de Weston equivale à outra, a de que "o valor das mercadorias é determinado pelo valor do trabalho". Esta afirmação, ou dogma, como fora expresso acima, não responde a questão de como se determina o valor do trabalho, e se responde é mero círculo vicioso, como aponta o filósofo - em outras palavras, uma falácia do tipo petitio pincipii , pois equivale dizer "o valor se determina pelo valor" (ibidem ;p.73).
O capítulo é encerrado dando crédito a Adam Smith, por este ter rechaçado a falácia "os salários determinarem os preços".
Dito isso, a questão da mercadoria começa a ser aprofundada. Segue a argumentação de que as mercadorias assumem o caráter de troca.
Ora, falar de valor de uso é o mesmo que conceber um trabalho concreto, ou seja, "eu produzo para o meu próprio consumo". Entretanto, ao adentrarmos o cerne da questão da troca, já não mais é dito trabalho concreto, e sim abstrato.
Marx parte a procura de entender qual seria o valor da mercadoria, e como se daria este valor, de tal modo a possibilitar a troca de uma mercadoria por outra.
Para esclarecer o alvo da discussão basta o exemplo: De um quilo de batata sendo trocado por dois de açúcar.
Um passo na resolução do impasse é dado no quinto parágrafo do sexto capítulo, onde encontramos a explanação de que "cada um destes dois objetos [no exemplo dado a batata e o açúcar] deve poder reduzir-se, independentemente um do outro, àquela terceira coisa, que é medida de ambos [terceira coisa: não é nem batata, nem açúcar]" (ibidem ;p.74)
A questão reside, ainda, no problema da troca, que mesmo apresentando como resposta a questão da ??terceira coisa??, é necessário que entendamos que a troca das mercadorias não passam de funções sociais, e nada têm a ver com suas propriedades naturais, devemos antes de mais nada perguntar: Qual é a substância social comum a todas as mercadorias? A resposta será o : trabalho (grifo nosso).
Em outras palavras, o trabalho social é a substância comum a todas as mercadorias, já que para produzir uma mercadoria tem-se que incorporar a ela uma determinada quantidade de trabalho. Nesse aspecto, o que distingue uma mercadoria de outra não é senão a quantidade de trabalho, maior ou menor, nelas cristalizado; quantidade de trabalho que se mede pelo tempo que dura o trabalho. "Portanto - dizia Marx - os valores relativos das mercadorias se determinam pelas correspondentes quantidades ou somas de trabalho investidas, realizadas, plasmadas nelas".
No décimo parágrafo do sexto capítulo [Valor e Trabalho], citando um ensaio de Benjamim Franklin temos o desenvolvimento de outro argumento, que será fortemente sustentando por uma frase, da página seguinte [76]. O argumento versa sobre a diferença entre preço e valor, para tanto o próprio Marx afirma:


"A determinação dos valores das mercadorias pelas quantidades relativas de trabalho nelas plasmado difere, como se vê, radicalmente, do método tautológico da determinação dos valores das mercadorias pelo valor do trabalho, ou seja, pelos salários" (ibidem;p.76)


Com isso, deve-se verificar o valor que esta mercadoria tem, dentro de um contexto social, e isso pode não ter relação com o preço que ela terá no mercado, pois este é regido, dentro do capitalismo, pelas flutuações proporcionadas pela lei da oferta e da procura.
Nas duas seguintes páginas [77-8] Marx abordará a idéia do tempo com relação ao trabalho, para tanto um exemplo seria de eficácia para explicar o que se explana nesta referidas páginas.
Suposto que um tecelão demorava 8 horas para a produção de um metro de tecido.
Com a chegada da fábrica, a mesma produzia um metro de tecido em apenas uma hora.
Logo, sua mercadoria era mais barata, levando os tecelões a falência, e estes, por sua vez, virariam mão-de-obra barata nas indústrias, dando mais lucro ao capitalista.
Fiquemos com a clara afirmação: "Os valores das mercadorias estão na razão direta do tempo de trabalho invertido em sua produção e na razão inversa das forças produtivas de trabalho" (ibidem ;p78)
Nesse ponto o raciocínio de Marx deparava-se com a seguinte questão: de onde provinha mesmo o lucro? Se uma mercadoria é vendida pelo seu valor. e, esse valor é determinado, como vimos, pelo tempo de trabalho necessário para produzir a mercadoria: então, o valor da força de trabalho é determinado pelo tempo necessário à sua conservação e reprodução, ou seja, "pelo valor dos artigos de primeira necessidade exigidos para produzir, desenvolver, manter e perpetuar a força de trabalho." Aparentemente, toda a força de trabalho que o operário despendeu é remunerada pelo patrão ao final de uma semana, por exemplo. Mas essa é uma aparência enganadora, pois o capitalista, ao comprar a força de trabalho, passa a ter direito de servir-se dela fazendo-a funcionar durante todo o dia, sucessivamente. E aqui é preciso entender que o valor da força de trabalho é completamente distinto de seu funcionamento.
Nas páginas que seguem, ou seja, da página 80 até metade da página 94, Marx tratará da força de trabalho enquanto mercadoria, como também da mais-valia,a parte não remunerada da mercadoria.
Segue importante citação,


"O valor da força de trabalho se determina pela quantidade de trabalho necessário para a sua conservação, ou reprodução, mas o uso desta força só é limitado pela energia vital e a força física do operário. O valor diário ou semanal da força de trabalho difere completamente do funcionamento diário ou semanal desta mesma força de trabalho; são duas coisas completamente distintas, como a ração consumida por um cavalo e o tempo em que este pode carregar o cavaleiro." (ibidem ;p.83)


Vemos é a ilusão do trabalhador de, por exemplo, trabalhar 12 horas, e achar que está recebendo por todas estas horas trabalhada. Na verdade o trabalhador esta, durante este montante de horas, gerando lucro para o capitalista.
A força de trabalho do operário, vendida ao capitalista, incorpora-se a um produto que se vende no mercado por um valor superior a seu custo de produção. A diferença entre o valor final do produto e o custo de produção constitui a mais-valia, o excedente ou valor acrescentado pelo trabalho. O custo de produção é a soma do valor dos meios de produção (maquinaria e matérias-primas) e do valor da força de trabalho, este expresso em bens indispensáveis à subsistência do operário e sua família . A mais-valia, portanto, converte-se em lucro para o capitalista.

Conclusão.

Desliga a música da moda que esta ouvindo.
Silêncio! O que aqui se conclui pede atenção urgente.
Pegue sua caneta de grifo ou esteja com o mouse pronto para destacar o que se afirmará.
Sim, estamos mistificados, queremos, cada vez mais, ao comprar os produtos ??modernos??, pertencer ao rebanho, como lembra o filósofo alemão, Frederich Nietzsche .
Jura que não leram o livro do vampiro da moda? E aquele filminho vergonhoso, que a fez rir em público, do que não riria ao lado de seu marido? Quem sabe aquela comida instantânea, rapidinha, com conservantes para destruir seus órgãos, aliás, se destruir o estômago tudo bem, porque retirando-o você ficará mais magrinha, causando inveja na vizinha ao lado. Hipérbole? Olhe-se no espelho, e fale que você não quer um dinheiro para retocar esta boca que você julga torta.
Somos rebanho, todos branquinhos, iguais, vestidos mais ou menos da mesma forma (notem isso), e usando o mesmo perfume (não acham?) Aliás, engraçado, também viramos mercadoria. Coisas entre as coisas, nos dizeres filosóficos.
Agora, nós, os humanos, temos a capacidade de transcender, de ir além do que é apenas perceptível por meio empírico, produto dos sentidos e da experiência. "Por favor, não se reduzam a seres apenas empíricos, mesmo porque, ??nada garante que o sol nascerá amanhã".
Somo seres que nos dividimos diariamente pelas sensações externas que recebemos, e pelos pensamentos. Sempre transitamos nessa que é a nossa dualidade existencial, se for permitido o uso de tal conceito, porque, há de se temer quando se diz algo dual na nossa sociedade, isso porque se aproxima muito com a idéia de bipolaridade (questão dual), e ninguém que estar doente, quer?
Segue assim o ensaio o papel que se pretendeu, apresentar os problemas pertinentes dos meios de produção, do materialismo conceitual de Marx, da divisão do trabalho e sexual, de nossa sociedade, como também falar dos salários e lucro.
Acima de outros pontos mais nevrálgicos e técnicos, o ensaio escrito é um apelo para a diferença necessária de que devemos começar a olhar a realidade, e olhar é diferente de ver. Olhar exige minúcia, detalhe.
Não sirva, logo, o aqui exposto, como pronto-socorro para a vida e idéia de ninguém, se ele é muleta, é apenas conceitualmente. O ensaio pede a liberdade de uma ação consciente, que se desligue a televisão e se viva pensado com a própria cabeça.
Ser autêntico é a capacidade cognitiva de ter a maioridade racional, e, ultimamente, para que isso aconteça,aspira-se à medidas drásticas como a abolição do desejo - não podemos desejar mais, se é que um dia desejamos, e se desejamos, pensemos, os nossos desejos são tão iguais aos dos outros, só mudando de cor.
Lembra da propagando dos meados do século XX, que trazia a seguinte mensagem (citação livre): vocês podem escolher o carro da cor que quiserem desde que seja preta?
Quer saber: bem-vindos à realidade.
E se o otimismo é quase sempre erro teórico, resta a prática, posto no seu maior grau de execução, qual seja, na teoria. A maior prática será aquela que unir teoria e prática numa só ferramenta, num só movimento.
Não adianta eufemismos melosos, é chegada a hora do oprimido, da mulher, do marginal (o que fica à margem), mas não por meio de revoluções, sangue, depredações, e sim pelo autocontrole emocional e pelo grau elevadíssimo de cultura, pois, rege o canto, não se pode lutar no mercado de trabalho, quando, inocente e tolo (faces da mesma moeda? ), não se conhece as bifurcações, vulcões e competições.
Saber do mercado de trabalho é ter a nítida certeza que o vendido hoje, o valorado e valorizado, o sucesso de agora, já não pode fazer sentido no semestre que vem, no ano, no mês ou minuto.
Solução? Criar até mesmo na dor.
Eis, mastigamos a nós mesmos, os humanos!



Bibliografia

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CHAVES, Johnny.: Material de Sociologia do Trabalho ? AFT. Disponível em: <<http: WWW.filosofiaemcomum.blogspot.com.br>>; Acessado dia 05 de Maio de 2010 às 23h e 31 min
ENGELS, Friedrich. A origem da família, da propriedade privada e do Estado. Tradução de Leandro Konder. In: MARX, Karl, ENGELS, Friedrich. Obras escolhidas,
Volume 3. São Paulo: Alfa-Omega, s/d, p. 7-143.
LISPECTOR, C.; Uma aprendizagem ou livro dos prazeres; Rio de Janeiro:Rocco; 1998
FREUD, S.: Mal-estar da civilização; Rio de Janeiro: Imago (1930)
MARX, Karl. Manuscritos econômicos-filosóficos: terceiro manuscrito (1844).
Trad. José Carlos Bruni. In. Marx, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos e
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_____. Para a crítica da economia política. Trad. José Arthur Gianotti e Edgar
Malagodi. In. Marx, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos e outros textos
escolhidos. São Paulo: Abril Cultural, 1974, pp. 108-263.
____. Coleção: Os pensadores, São Paulo, Nova Cultura; 199 ; p.256Tradução de Edgard Malagodi e colaboração de José Arthur Giannotti
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto comunista. Trad. Álvaro Pina. São
Paulo: Boitempo, 1998 [1848].
NIETZSCHE, Friedrich. Segunda Consideração Intempestiva. Da utilidade e desvantagem da história para a vida. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2003.
Revista Exame, edição 835